quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O Otimismo compensa?

Nubor Orlando Facure


Excesso de confiança pode se confundir com presunção. Faz parte da natureza humana uma percepção positiva sobre nossas próprias competências e habilidades. É a presunção que nos faz crer que somos imunes à influência dos outros e que podemos cumprir todas promessas
Cometemos erros por excesso de otimismo:
Pagamos 6 meses de Academia prometendo ir 3 vezes por semana
Pagamos caro uma consulta para iniciar uma dieta, participar de um programa de emagrecimento, adquirimos nutrientes e remédios de alto custo e não conseguimos emagrecer aqueles 15 quilos a mais
Fazemos prestações que não podemos pagar
Investimos no sítio ou na casa de praia sem tempo para ir lá
Trocamos de carro porque o juro é baixo, sem perceber que a prestação é alta
Aceitamos mais um cartão de crédito com a promessa de reduzir gastos
Um método prático de avaliarmos nosso excesso de confiança é denominado “calibragem”
A calibragem mede a diferença entre habilidades efetivas e percebidas.
Ou seja, a que você acha que tem e a que os testes revelam que você realmente tem
Testes psicológicos mediram a calibragem em soldados, estudantes e donas de casa com as seguintes perguntas:
Você é bom de tiro?
Você compreenderia esse texto?
Você é econômica?
Em 75% das respostas a auto-avaliação foi mais otimista do que os testes vieram a comprovar

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Reflexões de Dezembro
Nubor Orlando Facure


Tragédias no Natal

O fim de ano é sempre manchado por um aumento brutal no número de acidentes de trânsito nas nossas estradas. Os homens produzem três vezes mais desastres que as mulheres, ou, dito de outra forma, se proibíssemos os homens de dirigir, diminuiríamos em 75% o número de mortes nas estradas
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Perdidos no Trânsito

Os especialistas chamam de “falhas navegacionais” - o motorista fica perdido no trânsito
Numa empresa de transporte mais de 20% dos kilômetros rodados são fora do caminho previsto - ou seja, o motorista está perdido.
O Homem se perde muito mais que a mulher - independente da idade, da experiência como motorista ou do nível educacional
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Senso de Direção

Aqui ocorre uma formação cultural interessante. Desde os 6 anos de idade os meninos se perdem muito mais que as meninas. Primeiro porque eles relutam em pedir ajuda, depois porque eles são estimulados desde cedo a explorar e improvisar. Desde cedo o “afastamento de casa” que os pais permitem, é muito mais livre para os meninos. Tanto para atividades com os colegas como para viagens independentes.
Quando perdidas, as meninas costumam pedir ajuda e aceitam mais facilmente informação sobre o caminho a seguir
Os meninos, mesmo desnorteados, tentam sozinhos e de qualquer maneira encontrar o caminho experimentando várias rotas alternativas
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O sucesso masculino no computador

O homem se da melhor na matemática, na guerra e nos computadores.
Não porque as mulheres não tenham habilidades ou competência. O que mais falta às mulheres é a confiança em si mesmo, a capacidade de improvisar e principalmente de correr riscos. Ela tendem a tomar atitudes mais conservadores, preferem investir com segurança no resultado mesmo que correr risco possa estar ligado a um potencial de recompensa maior
Nas tarefas do computador a mulher tem mais medo de usar uma ferramenta nova porque isso pode fazê-la perder tempo e atrasar a tarefa. O homem não é nem mais nem menos inteligente, competente ou habilidoso. Ele improvisa, explora, é arrojado e valoriza mais os benefícios do risco

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ouvindo histórias. Não se aborreça, todos mentem

Nubor Orlando Facure

Ninguém consegue contar uma história com reprodução fidedigna dos fatos. Portanto, não se aborreça se um amigo parece mentir quando fala do acidente que testemunhou.
Os acidentes não são narrados verbalmente e, cada um se detém em detalhes que o emociona mais, usa todos os seus sentidos e quase nada de linguagem verbal. Portanto o seu relato é uma descrição de um evento filtrado pelo seu temperamento, seu caráter e principalmente suas lembranças anteriores.
Porque contamos histórias?
Quase sempre para informar
Outras vezes para entreter nossos amigos
Quase sempre falamos de eventos sociais - mais freqüentemente coisas engraçadas ou fofocas
E elas são recontadas mais de uma vez para diferentes amigos
Nossas histórias são sistematicamente deturpadas - acrescentando, omitindo, exagerando ou minimizando fatos
Somos mestres em deturpar a verdade - incluímos intenções e mentiras deslavadas - com a desculpa de que são de pouca importância
Adaptamos a narrativa conforme a platéia que nos ouve
Enfatizamos o que nos interessa, conforme nosso propósito - principalmente de agradar o ouvinte
Numa conversa com um desconhecido o índice de mentira aumenta vergonhosamente
Todos esses fatos aqui anotados já foram exaustivamente confirmados em testes variados de psicologia comportamental.
Qualquer um de nós pode confirmar isso: anote o que você responde a cada vez que lhe perguntam - como passou o dia?

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Fluidos Magnéticos - reverenciando Mesmer
Nubor Orlando Facure

É uma substância sutil que preenche o Universo
Possui as propriedades de todas as dimensões físicas - tanto as mais como as menos densas em relação ao nosso ambiente terreno - bem como das dimensões espirituais que povoam o Universo
Pode ser denominado Hálito Divino, Hausto do Criador
Produz o Movimento pleno do Universo, onde, portanto, não existe o vácuo
Ele permite que uma pessoa produza na outra efeitos semelhantes ao s efeitos magnéticos dos imãs
Não é um fluido comum, um líquido ou um vapor - é uma força que se revela pelo seus efeitos como o faz a força da gravidade
Produz o movimento e a qualidade das substâncias
As variações do seu ton produzem as diferentes propriedades de todas as substâncias - seu peso, sua cor, sua densidade e suas propriedades químicas
Produz os movimentos e as sensações no corpo animal
A doença aparece por desarranjo nos sólidos e nas suas ações. O Fluido Magnético restabelece sua harmonia e corrige as alterações nos sólidos curando as doenças
Ele produz o fluxo e o refluxo; a atração e a repulsão
Assim como os peixes vivem num meio líquido, a água, nós estamos mergulhados no Fluido Universal
Entre os grãos de areia podemos colocar água nos seus interstícios, na água o ar, no ar o Éter e no Éter o Fluido Universal
O Ar está para o som
A Água para os moinhos
O Éter para a Luz
O Fluido para o movimento e a organização dos corpos
É um ato voluntário do pensamento
É um grande, eterno e soberano pensamento
Ele produz a Crise Mesmérica, ou sonambúlica, permitindo ver órgãos internos, auras e identificar doenças

domingo, 26 de dezembro de 2010

Porque erramos tanto?

Nubor Orlando Facure

1 - Porque fazemos escolhas aleatoriamente - entre várias opções seguras de investimento, preferimos seguir nossa intuição. Na escolha da viagem de férias não é raro seguirmos a sugestão de um amigo. Podemos percorrer um longo percurso achando, por muito tempo, que pegamos a estrada certa.

2 - Porque nossa memória não é armazenada como um arquivo de dados. A cada lembrança reconstruímos a emoção da festa de casamento e essa emoção nos faz esquecer ou misturar datas, nome de parentes, música tocada na igreja, os presentes meus e os da noiva, as pessoas mais exaltadas no final da festa e o que foram embora mais cedo.

3 - Porque nosso cérebro dispõe apenas de um processador - nosso córtex pré-frontal - temos de fazer uma coisa de cada vez usando a consciência. Quando incluímos outra tarefa, uma ou excepcionalmente duas, uma delas é automatizada, portanto sem controle direto e eficaz. Por isso, o motorista que atende o celular deixa passar batido sinais de alerta no trânsito - aumentando significativamente nossos índices de acidentes.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Estante de Neurociências

Nubor Orlando Facure

O estudo do Cérebro avançou tremendamente nos últimos anos em diversas áreas. Antigamente era um assunto árduo, especialmente sua anatomia e fisiologia, sendo suas publicações restritas a um publico limitado de especialistas. Mesmo nas Faculdades de Medicina eram raros os alunos que escolhiam a Neurologia como especialidade
No Século passado, a partir da década de 60, podemos dizer que tem início a “revolução do cérebro”.
Foram muitas as conquistas:
Iniciam-se com as descobertas de substâncias químicas que interferem nas sinapses modificando o curso de psicoses graves, como a esquizofrenia (Amplictil) e outros quadro clínicos comuns, como a Depressão (Imipramina), a Doença de Parkinson (Levodopa) e a Ansiedade (Valium).
Na fisiologia, usando microeletrodos que permitem estudar um neurônio isoladamente, foram esclarecidos os mecanismos mais importantes relacionados com a Memória e o Aprendizado.
A partir dos anos setenta, a Tomografia cerebral inicia o estudo das imagens do Cérebro, sua circulação e as áreas em funcionamento quando uma determinada atividade é executada. Quando olhamos um objeto ou a face de um velho amigo, ocorrem registros de atividade cerebral que são visualizados nitidamente numa Ressonância funcional do Cérebro.
Todos esses conhecimentos fizeram a aproximação definitiva entre a Neurologia, a Psiquiatria, a Psicologia e as áreas mais distantes como a Genética, a Biologia e a Filosofia, agrupadas na extensa temática das Neurociências. Esse grupo de especialistas vem divulgando estudos em áreas comuns a todos, focando o Autismo, a Dislexia, as perturbações do Aprendizado de maneira geral, os Transtornos do Comportamento onde se destaca a Hiperatividade, o Transtorno do Humor, o Transtorno Obsessivo Compulsivo, os Ataques de Pânico, as Fobias, as perdas progressivas de Memória e particularidades dos cérebro de criminosos, de mentirosos, de músicos e curiosidades como o cérebro dos taxistas de Londres.
Artificialmente, alguns autores, criaram subdivisões do cérebro que tem excelentes efeitos didáticos: teríamos todos, um Cérebro Emocional (que lida com nossa raiva e nossos prazeres), um Cérebro Social (que seleciona quem convidamos para o jantar) e um Cérebro Executivo (que nos dirige nas compras no supermercado e na troca do carro).
Hoje, há um público enorme estudando esses temas. Curiosamente, os autores brasileiros tem produzido uma literatura diversificada, de fácil compreensão, sem perder as qualidades acadêmicas que o assunto exige. Um deles é o Dr Paulo Dalgalarrando, Psiquiatra da UNICAMP, foi meu aluno, publicou Evolução do Cérebro, escrevi para a Livraria Cultura dizendo que esse livro é o que há de melhor nos últimos 30 anos.Temos, também, a segunda edição do A Arte de esquecer, do Dr. Ivan Izquierdo - que já esteve aqui em Campinas, no Instituto do Cérebro, quando deu-nos uma aula sobre Memória, sua área de pesquisa. Para quem gosta, Neurociências tem assunto para todos paladares. Fruto da minha paixão por ela, costumo dizer que “vai mudar o mundo”.

domingo, 14 de novembro de 2010

O “Bauplan” (projeto de construção) da VIDA

Nubor Orlando Facure

Estudando a imensa diversidade e complexidade dos organismos vivos que povoam há um bilhão e meio de anos o nosso Planeta, podemos identificar “idéias conceito” que estão na base desse bauplan desde o “ancestral comum” que se diversificou para dar origem a todos nós.
Vamos estudar alguns tópicos desse projeto:
1 - As Proteínas
Buscando economia de energia na construção do corpo,
foram criados em número reduzido, nada mais que 20 a 24 aminoácidos - porém, a partir de suas combinações são produzidos os Enzimas, os Hormônios e as Proteínas com milhares de variações e sabores.
2 - As Células
Permitindo conservação e transporte seguro
O “capital” protéico, a reserva de energia (nos mitocôndrios), a especialização funcional e a capacidade de transcrição para todos os organismos, foram protegidos em pacotes “celulares” que seguem a mesma “configuração” básica - membrana, citoplasma e núcleo
3 - Os Genes
Garantindo a fidelidade das cópias
Para economizar tempo, a “planta” de cada organismo construído fica armazenada no mesmo modelo de arquivo - uma hélice química de bases nitrogenadas com 4 a 5 letrinhas (A - C - G e T ). Os modelos novos são decorrentes de variações dessa genética mas, o material de construção é obtido, quase sempre, com um custo menor, adaptando-se os componentes já existentes - um pedaço do queixo pode produzir um ouvido
4 - O Sistema Nervoso
Buscando informação e processamento on line
O processo de informação foi, desde o início, privilegiado pela Natureza - com ele se descobre o que está dentro ou fora de nós - e, um conceito básico, adotado para todos, foi a criação de uma central (o cérebro) de informação, que recebe, processa e emite todos os sinais

Todo esse projeto, interagindo organismos com o ambiente, “roda sozinho” - parece que não faz mais falta o seu “Idealizador” - entretanto, se ele estivesse sem a “Direção divina“, sua energia se dissiparia (segunda Lei da Termodinâmica) e o caos já teria se estabelecido - por isso, podemos ter certeza de que Deus está no controle

sábado, 9 de outubro de 2010

Somos frágeis

Nubor Orlando Facure

Pretensões:
Acreditamos possuir o Mundo
Imaginamos controlar nossas Vidas
Tomamos decisões como se elas fossem acontecer
Avaliamos as situações como se fossem a única Verdade

Entretanto:
Nossa visão da Realidade é uma ilusão criada pelos sentidos
Decidimos por impulsos emocionais
Criamos por inspirações sem controle
Interpretamos por efeito de pura imaginação
Somos dominados pelo olhar dos outros

Portanto:
É melhor sermos solidários e aceitarmos nossa submissão ao Mundo

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Estás curado - e agora?

Nubor Orlando Facure


Quem se cura da cegueira não pode mais errar o caminho
Quem se cura da loucura não pode mais se perder em atitudes violentas
Que se cura da dor não pode mais se acomodar com o repouso
Quem se cura da surdez tem de permanecer atento ao significado das palavras
Quem se cura da paralisia tem de se erguer, caminhar e agir
Quem se cura do medo deve enfrentar com coragem os desafios do caminho

A cura deve ser aproveitada como oportunidade de transformação

domingo, 26 de setembro de 2010

Quando a Vontade falha

Nubor Orlando Facure


Preciso terminar a leitura desse livro e dedicar-me ao artigo de amanhã – porém, aquela barra de chocolate que sobrou na geladeira não me sai da cabeça
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Está na hora da minha caminhada matinal, o noticiário da TV, no entanto, me prende e a preguiça de trocar de roupa toma conta de mim
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Tinha combinado levantar em jejum e ir colher meus exames no laboratório, mas essa dor na coluna me pede para ficar mais tempo na cama
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Mais uma vez esse filho me entristece – suas notas baixas no colégio, amigos que eu não conheço e sempre chegando tarde em casa – não me concentro mais em nada
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A televisão ligada, o cachorro do vizinho latindo, a chuva que não para, criança chorando e, para piorar, estou atrasado para o trabalho – e não adianta continuar tentando, não consigo fazer esse computador funcionar
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Os médicos estão cada vez mais exigentes – começo uma dieta atrás da outra e o colesterol não abaixa, as dores do acido úrico continuam e o peso é o mesmo – não adianta trocar de balança
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O cérebro tem capacidades diversas para nos permitir alcançar com êxito as nossas intenções.
Precisamos de um esforço adicional, por exemplo, para que nossa próxima viajem com a família transcorra da melhor maneira possível
Com o lobo frontal focamos a atenção nos detalhes, fazemos o planejamento, escolhemos as prioridades – inibimos impulsos parasitas que atrasariam a viajem – tem sempre um telefonema fora de hora para nos incomodar
O sistema límbico nos enche de motivação – não podemos perder essa oportunidade prazerosa de descanso
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A Vontade, porém, é muito exigente. Não pode ser perturbada por estresse, dor, tristeza, perdas afetivas ou materiais, irritações ou desassossego. Muitas tarefas sobrepostas perturbam o seu desempenho.
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Boa Vontade aumenta com paz, felicidade, ordem, prioridades bem estabelecidas e principalmente motivação.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dinâmica de conduta – taxiando o cérebro

Nubor Orlando Facure


Você está dirigindo na estrada conversando com a esposa ao seu lado. Comentam sobre as últimas notícias dos netos. Nem percebem que uma curva na estrada o faz agir inconscientemente: reduziu a velocidade do carro, segurou a direção um pouco mais firme e virou para a direita acompanhando o novo trajeto da pista. Penso que na estrada da vida - nas curvas que a vida dá – minhas escolhas são dirigidas por elas.
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Na reunião de negócios você conversa no saguão do hotel e sem perceber acompanha o seu grupo que começa a entrar na sala de aula. No jantar de fim de ano a animação é grande, o papo animado e você vai aplaudindo inconscientemente cada vez que um nome é citado nas homenagens. Você agiu mais como acompanhante dos amigos do que por suas próprias decisões.
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No coquetel o vai e vem dos garçons se mistura com a conversa que vamos “jogando fora”, mas, trocando olhares vou inconscientemente fazendo interpretações gratuitas: aquela moça sempre me pareceu leviana; o Mauricio, de novo, com cara de emburrado; o Junior, não dá para confiar, não leva nada a serio; o Renato continua bebendo; a roupa da Marlene está um horror.
Minha vida mental nesse coquetel foi inesquecível, revisei impressões uma atrás das outras – dominado, porém, pela aparência dos outros - no dia da festa não percebi esse jogo.
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O “lado de fora” de nós pode ser mais atuante em nossa conduta do que nossas frágeis vontades

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Teimosia e presunção no cérebro

Nubor Orlando Facure

Insistentemente somos bombardeados por desafios das mais diversas procedências – internas e externas – nossas contrariedades, nossas perdas afetivas, nossas doenças, o ambiente hostil, as palavras dos amigos que tentam nos corrigir, as criticas e o azedume dos inimigos.
Imediatamente o cérebro dispara os mecanismos de defesa:
Para manter a integridade do EU
Para sustentar a lealdade com as nossas crenças
Para manter elevada a nossa auto-estima
Para confirmar nossa sensibilidade social
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A integridade do Eu
Diante de experiências amargas:
Cobranças, acusações, surpresas, o amigo que nos trai, a reprovação no concurso, o dinheiro perdido, a casa assaltada - em todas elas meu cérebro teima em resistir – mobilizo os mecanismos de defesa para manter a integridade do Eu – prevenindo-me da loucura.
A reação de cada um de nós costuma ser parecida:
Tomamos a decisão de esquecer os fatos. Vamos trocar ódio por amor, sujeira por ordem, crueldade por gentileza, exigências por submissão. E’ melhor nos isolarmos por um tempo. Que tal substituir dificuldades instransponíveis pela escalada de uma montanha. Podemos usar a fantasia da felicidade aparente. Podemos viajar nos nossos sonhos. Faremos tudo para não infantilizarmos nossas atitudes.
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A lealdade com as nossas crenças
Cada um de nós se sustenta em crenças as quais nos apegamos com unhas e dentes. Sem elas não encontraríamos razões que justificassem esse mundo caótico e inseguro em que vivemos – mesmo quando as evidencias sugerem o contrario - mantermos fidelidade as próprias crenças é menos opressivo:
Sempre que passo mal do estomago ou tenho minhas dores de cabeça eu confio mais num chazinho caseiro
Viajar de carro é muito mais seguro
Os políticos alem de não fazerem falta, estão
sempre mentindo
A televisão só mostra porcaria
As escolas de hoje não ensinam como as de antigamente
Não fui aprovado pela empresa porque não tinha “padrinho”
Não continuei esse namoro porque não gosto de me apaixonar
Pelo que falam dela, a filha da vizinha só não é santa
Ele só ti agrediu porque eu não estava lá
Meu cérebro é complacente e admite uma certa cumplicidade comigo ao adotar essas crenças - elas aliviam minhas angústias.
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A presunção da auto-estima
Errei grosseiramente – fui agressivo demais ao repreender uma funcionária – o pior é que todos viram o exagero – adeus, portanto, para a presunção - minha aura de bonzinho foi para o espaço. Meu cérebro mobiliza, correndo, mil justificativas. Estava preocupado com as contas do banco, com as notas da escola do filho, não sei como fui ficar tão nervoso, por tão pouco – isso não é do meu feitio.
O que não posso é pedir desculpas – minha auto-estima não permitiria. Humilhação demais eu nunca suportei:
Não fui ao casamento da prima Carol, afinal ela não me mandou convite
Não falei sobre minha cirurgia, afinal isso é assunto meu
Não farei discurso de despedida, afinal não gosto de me expor
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A sensibilidade social
Somos sensíveis ao apoio social. A interpretação que os amigos fazem de nós – garantindo aprovação ou reprovação – é indispensável para nossa vida mental
Na escola compartilhamos as notas e reclamamos das exigências dos professores
No trabalho dividimos tarefas e organizamos encontros
Nas festas de família trocamos noticias e prometemos novos encontros
No cenário político compartilhamos com o exagero dos impostos
Na modernidade dos costumes ressaltamos o despreparo da juventude de hoje
Dessa ou daquela maneira estamos, sempre, buscando apoio uns nos outros
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“Teimosia e presunção” quando é no cérebro tem seu lado bom. Ele joga a nosso favor.

domingo, 5 de setembro de 2010

Emoção, desejo e Ilusão de controle

Nubor Orlando Facure


Emoção - Kit de 6 peças
A natureza dotou-nos a todos com o mesmo pacote - kit - para reagir emocionalmente. Parece roupa de tamanho único. Tanto faz, um susto na escuridão, uma batida de carro ou um tremor de terra as etiquetas emocionais são sempre as mesmas: batedeira, pernas bambas, suor frio nas mãos, boca seca, tontura e as vistas escurecem.
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Desejo - ferramenta multiuso
Os desejos dirigem nossas escolhas, justificam nossas falhas, determinam nossas crenças e move meus pensamentos.
É o desejo que me faz escolher meu destino nas férias, meu filme do fim de semana e o sabor da pizza que vou pedir ao garçom.
Sempre quis viajar de navio, só depois de 3 dias percebi que fiz a escolha errada. Um desejo que tinha desde criança que se desfez no balançar enjoativo do navio.
Nas minhas crenças o meu candidato iria ganhar a eleição. Eu o desejava assumindo o comando da cidade, era o profissional mais bem preparado para o cargo. Mesmo assim, ele perdeu. Com meu time é a mesma coisa, não perco a fé na vitória, mas, cada derrota prenuncia a outra.
Equipamentos eletrônicos, marcas novas de carro, uma camisa nova, relógio de boa marca, um restaurante com comida mineira - desejos que não me dão folga para pensar em outra coisa
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Ilusão de controle - painel sem opções
Elisa está com sete meses, é minha bisneta, esteve pela primeira vez participando de um aniversário no Instituto do Cérebro. No meio de muitos estranhos ela se assusta e chora amedrontada. Uma das avós tenta de tudo, a outra interfere e sugere virar de costas, a mãe entra no páreo e mesmo ela não sossega a criança. Um fala que é fome, outro que é sono e um palpite atrás do outro falha - esse é o melhor exemplo de ilusão de controle. Todos pensam que conseguem, mas, nada funciona.
Bom senso e controle da situação todo mundo pensa que tem o suficiente para qualquer dificuldade. É por isso que todos nós nos sentimos senhores de nossas emoções e mais ainda de nossos desejos - e quase sempre o sistema de controle falha.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Pensando o Ego neurologicamente
Nubor Orlando Facure

Antidepressivos protegem o Ego do fracasso
Não suportaríamos conviver com permanente sensação de desânimo, com a impressão de menos valia, com a impotência diante dos desafios, com perdas que não temos direito de cobrar, com exigências que fizemos em momentos importunos, com a oportunidade que passou e não reagimos para aproveitá-la, com a mágoa que plantamos nos outros por pura leviandade. A vida seria insustentável sem o esquecimento da culpa

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A memória protege o Ego das injustiças
Temos na memória um sistema de controle que sempre joga a nosso favor protegendo o Ego. Controlamos primeiro a porta de entrada, arquivando o que nos convém, o que não nos agride e principalmente o que não deprecia nossos valores pessoais. Controlamos, também, a porta de saída - vamos negar pequenas mentiras, momentos de fraqueza no segundo pedaço de bolo, a pressa quando deixamos de atender uma senhora caída na rua, a falta de trocados na hora da gorjeta, o martelo que esquecemos de devolver ao vizinho. Quando nos faltam argumentos, uma pequena falha de memória pode nos salvar do sufoco

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Percepções novas reajustam o Ego
O Ego pode se adaptar às conveniência de situações novas - até ontem me mantive tranqüilo, pacífico, deixando que ele falasse a vontade. Depois, ao perceber sua presunção fui obrigado a reagir. Agora sou outro, quem vai decidir daqui para frente serei eu. Já que quem fala mais alto é quem leva vantagem, vou mostrar que também sei gritar.

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O Ego prefere sua própria interpretação
Bons argumentos criando uma visão do mundo mais adequada ao Ego é mais bem aceita do que a própria realidade. Essa é as vezes muito pesada e dolorida para o Ego suportar. Quem gostaria de saber a verdade sobre suas verdadeiras competências profissionais? O Ego vacila e sofre diante de ameaças à sua integridade, por mais reais que elas sejam. Fiz um concurso e nas primeiras provas tirei notas muito ruins - isso praticamente me elimina do grupo de aprovados. Vou deixar para prestar na segunda chamada, serão menos candidatos - na realidade eu não estarei melhor preparado nessa segunda chance.

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Para melhorar o Ego:
Se você não percebe que errou
Se não busca interpretar porque errou
Se não assume que você deve mudar
Amanhã vai repetir os mesmos erros

domingo, 29 de agosto de 2010

Meu cérebro, meu fiel escudeiro
Nubor Orlando Facure

Condutas adaptativas e comportamentos autodefensivos que nos protegem estão modulados no cérebro.
Auto-estima, me afasta das humilhações de parentes inconvenientes
Ilusões positivas, me fazem manter o esforço para conseguir comprar a casa nova
Presunção sem arrogância, pode me destacar para ganhar um aumento de salário
Transformar crenças em realidade, pode garantir meu futuro sem aperto econômico
Diante do espelho, o nosso cérebro sempre retoca nossa imagem para melhor. Em comparação com os outros ele sempre nos julga favoravelmente. Na ocorrência de erros ele sempre acha a justificativa que nos alivia.
Em geral todos se consideram motoristas acima da média
Argumentamos sempre em proveito próprio, o sucesso foi conquistado com o nosso talento e o fracasso com nosso descuido
Pintar ou desenhar é tão sem importância que o meu cérebro não se importa de me ver em último lugar na classe
Os outros é que estão sempre se justificando - eu dou explicações racionais para minhas falhas
Admitir o próprio erro numa conta de somar é quase que reconhecer nossa insanidade, nossa burrice, e isso, nosso ego não suportaria
O cérebro censura os fatos desfavoráveis e edita só o que nos convém. Errei o caminho, mas cheguei em tempo, foi por causa da chuva

domingo, 22 de agosto de 2010

Quando somos racionais ?

Nubor Orlando Facure


A racionalidade deixa de funcionar quando agimos sob o domínio de dois “agentes” disfarçadamente “cegos” - nossas crenças e nossas emoções. Na mitologia grega eles estão representados pela “loucura” e o “amor“.
Nem sempre acertamos e freqüentemente nos prejudicamos quando nossa mente opta pelas seguintes afirmações (frutos de pura crendice irracional):
“Acredito que assim vai dar certo”
“Se depender de mim eu farei como você quer”
“Se fosse comigo eu faria diferente”
“Esse preço até eu posso pagar”
“Eu mudo isso na hora que eu quiser”
“Eu sei que ela gosta de mim”
“Dou minha vida por essa mulher”
“O que eu tiver de falar eu falo - seja quem para quem for”
“Essa dívida eu tiro de letra”
Os verbos acreditar, depender, poder, mudar, querer, gostar, doar, falar, tirar, tem muito pouco de racionalidade.
Toda a Filosofia já se ocupou da razão e da emoção, agora, as ciências neurológicas estão nos alertando para o poder das nossas “crenças” determinando o caminho quando temos de tomar decisões.

sábado, 21 de agosto de 2010

O Ser Humano é racional ?
Nubor Orlando Facure



Essa pergunta foi feita e respondida pelos filósofos da antiguidade. Hoje é a Neurologia quem volta a estudá-la analisando os mecanismos que permitem ao Ser Humano tomar decisões, fazer suas escolhas.
Somos ao mesmo tempo Razão e Emoção, assim como irracionalidade e desatino - mas, o que realmente faz o Homem ser racional? - é a capacidade dele ser susceptível à persuasão da lógica, ou seja, de uma argumentação justificável.
A racionalidade pode ser herdada ou adquirida pelo aprendizado - os que nos orientam desde a infância nos ensinam a agir racionalmente.
Uma das dificuldades em se agir racionalmente decorre dos equívocos das nossas percepções. Posso crer que é fácil passar no vestibular, que tenho dinheiro para trocar de carro todo ano, que pedir um aumento não vai me custar o emprego, que chegar tarde não compromete meu casamento. Agindo a partir dessas percepções equivocadas estarei comprometido com total irracionalidade.
Qualquer um sabe que nossa percepção nos engana freqüentemente. Por outro lado, nossa razão nos assegura com mais confiança sobre o que é real e o que é imaginário o que é certo e o que é errado e, principalmente se estou agindo corretamente - e se vou conseguir o que quero agindo dessa ou daquela maneira. Sabemos também, que tanto a percepção quanto a razão falham nos que se apaixonam, ou quando a emoção prevalece - sei que vou ser feliz nesse segundo casamento; mudando de emprego fico livre desses aborrecimentos; investi tudo na bolsa para ficar rico mais rápido; essa viajem me fará bem; prefiro receber minhas férias em dinheiro.
Para nossa meditação podemos perguntar: como crer e agir racionalmente?
A Fé raciocinada - Toda crença será submetida ao crivo da razão
A Ação ajuizada - agir sem prejudicar ao próximo, à natureza, à si mesmo
A Finalidade justa - agir para construir um mundo melhor

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Compromissos em família

Nubor Orlando Facure



O velho Antenor aos 80 anos já não anda mais. Obrigado a ficar na cama a família tem de se revezar no atendimento dia e noite. Trocas de fraldas repetidas vezes, o banho desacomodado, é preciso manter a sonda de alimentação limpa, não descuidar dos horários da medicação, abastecer a dispensa dos suplementos alimentares. Fatos novos todos os dias: vômitos, grumos na urina, tosse a madrugada toda, febre repentina, tremores e noite inteira sem dormir - parece haver sangue nas fraldas. Justamente agora a plantonista da noite avisa que não vem, o médico só passará na próxima semana e, amanhã, é dia de coleta de sangue para exames.
Depois de dois ou três meses ainda havia esperanças de melhora, mas, hoje, já são completados três anos de luta nessa rotina de imprevisões - os mesmos sobressaltos que não deixam ninguém dormir ou descansar, nem se conformar com as constantes surpresas que ninguém jamais sonhou que iria passar.
Uma nomenclatura nova e difícil foi aprendida às pressas, no atacado - um dicionário médico nomeando cada detalhe foi aprendido em casa - bradicardia, rolha de catarro, venoclise, intracate, alimentação parenteral, drenagem vesical, leucopenia, febre central, apnéia, estretores pulmonares, tromboflebite e midríase.
Na família do seu Antenor todos são de uma forma ou de outra prisioneiros dos acontecimentos e das necessidades. Transparece, aos poucos, em cada um deles, os traços da personalidade - que se manifestam em comportamentos individuais - tolerância, rispidez, insegurança, ciúme, desprezo, motivação, indiferença.
Compromissos religiosos e conceitos filosóficos são reavivados - “é preciso manter a fé”; “vamos perseverar”; “deixemos nas mãos de Deus”; “faço o que posso”; “nunca deixei de orar”; “não atrapalhar já é ajudar”; “deixemos por conta da natureza”.
A família de Antenor vive nesses três anos uma experiência coletiva. Resgatam-se valores morais; superam-se diferenças mesquinhas; reforçam-se os vínculos afetivos; Confirmam-se o desprendimento e a doação do sacrifício pessoal.
Enquanto muitos se esforçam para viver cada vez melhor eles aprenderam a se preparar para morrer mais bem preparados.

domingo, 15 de agosto de 2010

Estados Mentais

Nubor Orlando Facure




Estudar a Mente e o Cérebro permitiu à Neurologia de hoje se inserir em dilemas filosóficos e científicos de alta complexidade. Identificar a natureza do ser humano e como ele toma decisões passa obrigatoriamente por esses dois lados do enigma: o corpo representado pela fisiologia do Cérebro e a Alma como proprietária da Mente.


O Cérebro é pelo menos o executivo que finaliza os nossos comportamentos. A grande dificuldade é determinar se esses comportamentos são provenientes primariamente do Cérebro ou resultam de “estados mentais” previamente elaborados

O que são “estados mentais”?
São experiências internas, sensações particulares, sentimentos pessoais que são construídos pela própria mente (ou é o Cérebro que as produz?)
São estados mentais a alegria, o medo, a hostilidade, a impressão de doença.

O que são “estados cerebrais” ?
São neurônios em funcionamento, agrupando e processando informações. Interagindo uns com os outros os neurônios formam redes de conexões complexas que se organizam em módulos - Ao se observar o rosto de alguém que se aproxima uma área cerebral específica (na base dos lobos temporais) compara as informações novas com os arquivos de memória e reconhece que esse alguém é uma pessoa conhecida.

Orquestrando os módulos cerebrais existem os “sistemas” operacionais. O sistema motor, o sensitivo, o vegetativo, o visual, a linguagem e a cognição


O que vem primeiro: os estados cerebrais ou os estados mentais?
Eu corro de medo quando vejo um animal feroz - ou o medo me sobrevém porque eu corri ao ver o cachorro que me pareceu feroz?
Eu choro de tristeza? Estou sorrindo de alegria?
Seria o inverso? Estou triste porque chorei? Estou sorrindo e por isso fiquei alegre?

Tenho mais inferências sobre o meu estado mental do que sobre o estado cerebral ou mental dos outros

Um estado mental pode estar relacionado a múltiplos estados cerebrais. São vários os estímulos que atingem o meu cérebro que me deixam satisfeito ou alegre: uma música romântica, um bolo saboroso, um perfume feminino, um abraço amigo, ou o sorriso de uma criança.


É de se pensar que os estados cerebrais para gerar comportamentos precisariam gerar estados mentais antes. Só vou abrir a garrafa d’água se estiver sentindo sede. Entretanto, na ocorrência de um surto psicótico a pessoa age por disparos em áreas cerebrais quimicamente alteradas.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Filosofia da Cognição
Nubor Orlando Facure



Uma coisa física só pode ser provada fisicamente. A mente, por si mesma, não tem como provar que uma coisa física qualquer exista.

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Ciência da Cognição
A Ciência dos últimos séculos vem descobrindo as Leis que regem os fenômenos naturais. Quando ferve a água, que metais reagem com o oxigênio, qual a velocidade da Luz, como se formam as nuvens, o que justifica o vai e vem das marés.
Atualmente a Ciência procura descobrir se existem Leis regendo os fenômenos cognitivos. Como a criança aprende a ler e escrever? Os conceitos matemáticos são inatos ou adquiridos? Como nasceu linguagem humana? O quanto a inteligência depende da genética? Usamos mais as nossas crenças ou a nossa racionalidade? Como ocorrem nossas idéias, nossos pensamentos, sonhos, devaneios, conjecturas e especulações?

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A Mente
A definição de Mente ainda é muito controversa
Para a maioria dos estudiosos a Mente é um epifenômeno do funcionamento do cérebro
Para uns, a Mente é um sistema especial de processamento de dados, informações e conhecimento.
Para outros, a Mente é um processador de raciocínios para propósitos gerais - por exemplo: como lidar com a adversidade do ambiente para garantir minha sobrevivência?
Ou seria, um conjunto modular de mecanismos psicológicos para propostas especiais. Como por exemplo: a visão de um sorvete me alegra, ouvir uma música me acalma, marcar um gol me da esperança de vitória, um sinal com a mão fez parar o trânsito.

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O Comportamento
Nosso comportamento resultaria da atividade dos neurônios? Ou os comportamentos decorrem de “estados mentais” que fazem a escolha das nossas atitudes.
Temos livre-arbítrio ou somos meros executores de comportamentos padrões fixados em sistemas complexos de grupos de neurônios - agimos como as abelhas que constroem instintivamente os favos? Ou as andorinhas que migram em vôos condicionados às estações climáticas? Ou o castor que constrói a represa com invejável precisão de engenharia?
Compreender porque nos comportamos dessa ou daquela maneira, na verdade, nos ajuda a suportar melhor o Próximo.

domingo, 4 de julho de 2010

Linguagem e aprendizagem
Nubor Orlando Facure

A linguagem é uma comunicação e o aprendizado uma mudança de comportamento. Ao aprender a dirigir assumimos um comportamento que não estávamos habilitados anteriormente.
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Existe uma ligação íntima entre falar, escrever e aprender
Na fala precisamos expressar e compreender a palavra - na escrita mobilizamos mais áreas cerebrais - é preciso ver e reconhecer letras e palavras e depois ter competência motora para reproduzi-las corretamente no papel.
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Nós temos uma região para falar - no lobo frontal e outra para compreender - no lobo temporal (ambas no hemisfério esquerdo)
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Esses dois domínios da linguagem são extremamente detalhistas.
Nós temos especificações caprichosas - temos agrupamento de neurônios competentes para falar e compreender, por exemplo, nomes de seres vivos (golfinho) e outros para falar sobre objetos inanimados (óculos).
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Temos neurônios específicos para nos referir a seres vivos, animais ou plantas por exemplo
Outros para expressar as partes do corpo, neurônios para você e para o corpo dos outros
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Falamos com substantivos, nomeando objetos, por exemplo, martelo. Usamos outros neurônios para os verbos, por exemplo martelar. E, outros ainda, para expressar sua função, pregar um prego na taboa.
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Há neurônios que aprenderam a reconhecer e se referir a atributos biológicos, por exemplo, os que percebemos pela sensibilidade: a cor, a forma e o perfume de uma flor ou, a cor, a forma e o gosto de uma fruta.
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Temos neurônios para nomear cores, outros para nomes próprios - de países, de pessoas ou de prédios famosos
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Aprendemos, em áreas cerebrais distintas, os atributos funcionais de objetos manufaturados - como usar uma serra, um alicate ou um aspirador
Aprendemos a distinguir as funções de objetos pequenos como uma borracha, um abridor de latas, um garfo e de objetos grandes como um ônibus, um avião e um guindaste.
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Aprendemos em áreas diferentes do cérebro a identificar a forma, a cor e o movimento de objetos nos facilitando identificar e diferenciar um cachorro de um leão, uma borboleta de um botão.
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A linguagem, como se percebe no que anotamos acima, tem uma distribuição multimodal - enriquecer o cérebro com diversas modalidades de informações é excelente método de aprendizado.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Se depender de mim

Nubor Orlando Facure

Diante das dificuldades
Que minhas pernas não fraquejem se você depender de mim para andar
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Diante do desespero
Que minha boca não se cale se depender de mim a palavra que consola
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Diante da penúria
Que minhas mãos não falhem se depender de mim fornecer o alimento ou o agasalho que ti ampara
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Diante da Dor
Que meu esforço não se esgote se depender de mim correr atrás do remédio que você precisa
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Diante da dúvida
Que minha fé se agigante para garantir-lhe a certeza
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Diante da escuridão
Que eu não desista de procurar a verdade que nos ilumina a razão
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Diante da agressividade
Que meu coração se aquiete, minha mente silencie e que eu nunca me veja tentado a reagir
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Diante das perdas materiais
Que eu assimile a simplicidade de Jesus que não se apossou de nenhum moeda terrena
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Diante das perdas afetivas
Parentes queridos e amigos verdadeiros são dádivas ao coração, mas, não são propriedades nossas, e tanto eles como nós dispomos de tempo controlados por Deus

terça-feira, 29 de junho de 2010

Dizem os Espíritos

Nubor Orlando Facure

Quando você tem muita coisa para fazer - considere a possibilidade de fazer uma por uma
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Quando você tiver muito que reclamar do cansaço - tire a parte da preguiça e considere o quanto sobra para trabalhar mais ainda
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Quando o amigo aborrece e você ainda não o perdoou - considere a possibilidade de tê-lo como filho
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Quando a irritação com os outros começa a incomodar - considere a possibilidade de trabalhar em silêncio
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Quando a pressa é muita, o tempo parece curto, as dificuldades não encontram fim - considere a possibilidade de ter feito escolhas erradas e você deve mudar

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Lições da Vida
Nubor orlando Facure

Transforma-ti para o bem

A flor encanta a paisagem, enriquece o ambiente, alegra os encontros. Fornece perfume quando esmagada

A terra acolhe a grama, as árvores e o gado que pasta.
Fornece o vaso, a telha e o tijolo quando esmagada e superaquecida
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Doce ilusão

A juventude nos faz acreditar que somos o centro do mundo, que todos recursos da Natureza estão disponíveis para suprir nossas necessidades.
Essa fase dura muito pouco - logo nos apercebemos das contas que o Criador nos envia.

Muitos jovens ainda correm o risco de serem surpreendidos pela contabilidade Divina despreparados, acostumados a ociosidade, dependentes e descomprometidos de quaisquer responsabilidade
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Provas necessárias

O cirurgião sem o bisturi não resolve o problema do abscesso
O roceiro não se livra das ervas daninhas sem malhar a enxada no solo
O lenhador faz seu trabalho a golpes do machado
Sem muito calor a solda não faz sua função
A dor não é uma necessidade, mas, onde há rebeldia serve de terapia - corta fundo as resistências

A vida fácil dificilmente nos livra de imperfeições, nos ilumina de sabedoria ou nos enobrece a Alma - o remédio?
Trabalho árduo
Esforço incansável
Dedicação com carinho

“Não há cura para as nossas doenças da Alma, quando nossa Alma não se rende ao impositivo de recuperar a si mesmo”
Bezerra de Menezes/Chico Xavier

domingo, 13 de junho de 2010

Reflita no poder das palavras

Nubor Orlando Facure

Você pode trocar o ódio por 3 palavras - diga ao seu ofensor: “posso ti ajudar” - faz milagres.
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Você pode trocar o desânimo por uma palavra: “vamos” - diga isso a quem lhe procura para uma simples caminhada - o exercício ativa o cérebro.
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Você pode trocar a decepção por 8 palavras - repita para quem lhe traiu: “ atire a primeira pedra quem estiver sem pecado” - até hoje não obedecemos integralmente a recomendação do Mestre.
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Você pode trocar as dificuldades com os parentes difíceis por 5 palavras: “ todo mundo tem os seus problemas” - cabe a cada um de nós receber as cotas de reajuste que precisa.
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Você pode trocar a solidão por 9 palavras: “ preciso urgentemente aprender a me doar mais aos outros” - amizade é plantação que se faz ativamente no coração dos outros.
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Você pode trocar esse vazio dentro de você por 10 palavras: “ primeiro eu faço aos outros depois eu recebo em mim” - a satisfação interior obedece a Lei do retorno
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Diz Irmão X/Chico Xavier:
“ O mal não precisa ser resgatado pelo mal, onde o bem chega antes”

domingo, 6 de junho de 2010

Metáforas do Cérebro
(Anatomia poética do cérebro)
Nubor Orlando Facure

Não tem valor científico - são sugestões didáticas. Quem sabe ajudam a memorizar?
Vamos lá:

O córtex cerebral
Camada cinzenta de apenas 4 milímetros de espessura. É “a pele da Alma” - Ela registra uma representação do mundo e o desenho da tatuagem cada um faz o seu.
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Hipotálamo
É o “pequeno polegar” - o dedo que se junta aos outro em tudo que a mão faz - ele trabalha em associação com as demais glândulas do organismo - é fábrica potente de hormônios.
No hipotálamo são geradas nossas necessidades e desejos, nossos prazeres e pesares. - é onde controlamos o frio, a fome, a raiva e o amor - a bile do fígado, o leite da mãe e o ácido do estômago.
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Amígdala (corpo amidalóide)
Duas “gemas” mergulhadas no lobo temporal - funcionalmente um “barril de pólvora” de cada lado - e, com pavio curto - são menores que um ovo de codorna. Mais mágica que a caixa de Pandora - guardando, ou melhor, controlando 4 gigantes da Alma: a Fome, o Sexo, o Medo e a Raiva.
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Núcleo Accubens
É a “maçã do Paraíso” - a tentação dos prazeres inundada de Dopamina.
Sua ativação ocorre tanto por uma barra de chocolate como por uma injeção de cocaína nas veias. - ou qualquer outra sensação que dê prazer - que no caso é eterno enquanto dura.
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Hipocampo
“Estação de embarque” para encontros e desencontros - lembranças que duram minutos - mágoas que são para a vida toda. Ele nos trai em momentos críticos - esquecemos justamente onde deixamos os óculos que usamos agora a pouco.
Meu neto me disse onde ia, minha mulher me pediu uma marca de margarina, meu advogado me pediu um documento, o exame do laboratório ficou pronto ontem, a loja onde comprei o sapato, o cartão de crédito que usei de manhã. Todos esse momentos passaram rápidos pelo Hipocampo - foi como escrever na vidraça úmida - quase nada ficou para usar amanhã - a gente esquece muito mais do que é capaz de lembrar - ainda bem, não suportaríamos os chatos por tanto tempo

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Tempero Chinês
Nubor Orlando Facure

A “Medicina Interna do Imperador Amarelo” - livro médico chinês - acrescenta filosofia e poesia no entendimento do que é doença. Ensina as Leis que governam a Vida
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A Doença é uma desarmonia da “força vital”, um desequilíbrio do Ser
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Ficar livre da Doença não é se livrar da lesão, da úlcera ou da infecção
Curar é Governar o Organismo é Iluminar o Ser
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Temos 3 fontes de “energia” - a alimentação, a respiração e as emoções. A escolha é nossa - com o que vamos abastecer nossas forças - comida, exercícios ou fazer o bem ao próximo

domingo, 30 de maio de 2010

O que os Espíritos ensinam

Recolhidos por Nubor Orlando Facure

Ajuda ao próximo
Quando você doa alguma coisa não se preocupe com o que vão fazer com aquilo. Não percamos nunca a oportunidade de distribuir. Lembre-se de que quem recebe passa a ser o dono - acaba aqui nosso compromisso - e, é ele quem assume o que lhe convém
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Muito trabalho
Seu Jonas não para - atende um monte de gente na repartição pública. A noite faz curso de aprimoramento, no sábado ajuda na distribuição de mantimentos no Centro Espírita e no domingo aproveita as manhãs para participar no grupo de passes. É escalado para palestras, faz leitura do evangelho em casa e nunca recusou visitar doentes acamados no asilo de velhinhos.
Cansado, passa a pedir com insistência que Deus lhe desse uns dias de folga. Tanto insistiu na petição que um dia percebe-se amarelado ao olhar no espelho e, mais tarde, o médico diagnostica hepatite exigindo 6 meses de cama.
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Mediunidade
Podemos disciplinar, educar, aprimorar, mas, se tentarmos enfrentar vem a loucura ou o desatino, abrindo caminho para o hospício ou a cadeia.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Um pouco mais do pensamento espírita

Recolhidos por Nubor Orlando Facure

Simplicidade
Mesmo com tanto brilho e tanto valor o Ouro afunda no mar, enquanto a Palha flutua.
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Tolerância
A casa não resistiu ao incêndio e todo dinheiro se queimou. Sobrou uma pequena caneca resistente ao fogo. Agora é usada para matar a sede
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Esperança
Noite escura sugere céu estrelado
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Vaidade
As aparências enganam. A casca feia da ostra esconde a beleza da pérola
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Obediência
Só há uma chance do trem andar: permanecer nos trilhos
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Ambição
Diz Chico Xavier que Jesus nos ensinou a pedir o pão nosso. Parece que a coisa complica quando passamos a pedir a manteiga
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Persistência
Os viajantes passam, os dias vem e vão e a fonte está lá, servindo de alívio para a sede
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Trabalho
Você tem direito a descanso, mas, não se esqueça de que as horas continuam passando

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Lições espíritas

Recolhidas por Nubor Orlando Facure

Homem simples, professor humilde, pede ajuda ao Sr Prefeito para construir e organizar uma escola para amparar crianças sem estudo. Não temos verbas, providencie você a casa e o mobiliário que eu aprovo a sua idéia.
No dia seguinte, vagando pelo mercadão da cidade, uma rica senhora o toma por serviçal comum e lhe exige tarefas diversas. Carrega seus pacotes, descarrega em casa, auxilia na cozinha, depois no jardim, lava a garagem e ajuda no preparo de festa luxuosa para logo mais a noite.
Aprovando seu trabalho a rica senhora o mantém até ao esperado jantar da família com os amigos.
Surpreso, o professor percebe que está no encontro festivo o Sr Prefeito, que mais surpreso ainda, pede explicação à anfitriã. Esclarecido o ocorrido o professor fica sabendo que sua “patroa” é na verdade irmã do Prefeito.
Foi assim que a rica senhora forneceu os recursos para a escola.
Humildade e trabalho se juntaram a favor das crianças
Lições da Natureza
Nubor Orlando Facure

Se me jogam uma pedra, o que devo fazer?
Como o rio, permaneça no seu curso, ela vai naturalmente para o fundo
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Se me humilham, o que devo fazer?
Como a semente, aquieta-se sob a terra para germinar e crescer
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Se me acusam injustamente, o que devo fazer?
Como o lodo que mesmo desprezado acolhe o lírio
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Se me oprimem no trabalho, o que devo fazer?
Como a flor que perfuma a mão que esmaga
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Se roubam o que é meu, o que devo fazer?
Como a planta que você poda, renasce fortalecida
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Se me aconselham mal, o que devo fazer?
É como mandar um cão miar, ele simplesmente não obedece
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Se me aborrecem, o que devo fazer?
Tente gritar com uma árvore, ela simplesmente não ti ouve
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Se me abandonam e me deixam só, o que devo fazer?
Como abelhas e formigas, a colônia toda é nossa família
Renascer, compromisso com a vida

Nubor Orlando Facure

Os paradigmas materialistas que pressupõe a ocorrência da Vida como obra do acaso já não tem mais sentido quando, a própria Ciência desvenda Leis Inteligentes que dão sentido às nossas Vidas. O acaso não existe e o destino de cada um de nós está comprometido com um projeto Maior que emana da Consciência Divina.
Noções fundamentadas na Teoria da Relatividade nos ensinam que a realidade do momento é apenas uma questão de referência porque tudo está em movimento. É possível percorrermos o passado, o presente e o futuro quando se considera a velocidade da luz que nos permite coexistir com diferentes grandezas de espaço e tempo.
Por outro lado, a psicanálise nos ensina que muitas das nossas atitudes de hoje são induzidas por impulsos fortes de desejos contidos e reprimidos do nosso passado.
E, a mesma Ciência que nos ensina as Leis da Relatividade nos induz a pensar que não só o passado, mas, também, nosso comportamento de hoje, está sendo dirigido pelo nosso futuro, onde se situa o objetivo Maior de nossas Vidas.
Compreendemos assim, com base na Ciência, que nós temos um passado de múltiplas vidas nas quais acumulamos experiências com varias personalidades e estamos, agora, de certa maneira, comprometidos com propósitos divinos, que atingiremos desfrutando de outras vidas que nos permitirão evoluir até a angelitude

domingo, 23 de maio de 2010

O Pensamento Espírita

Recolhidos por Nubor Orlando Facure

A Paz da consciência alivia, enquanto a Paz com ociosidade compromete
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Num Universo onde tudo é movimento o Descanso Eterno definitivamente não existe
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Por enquanto, nossa presença e nossa cooperação são plenamente dispensáveis no Paraíso. Entretanto, aqui na Terra mesmo, é indiscutível nossa necessidade de estudar e servir, de aprender e amparar
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Precisamos muito pouco para fazer o bem - basta um sinal de mão para salvar um barco de pescadores ou um ônibus lotado
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Que Deus ao invés de me conceder que me eduque; ao invés de me recompensar que me aperfeiçoe
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A Filosofia nos envolve com uma túnica brilhante de pensamentos nobres, mas, pode estar acobertando indiferença e necessidades penosas se não puser em prática o amor ao próximo e se não olhar para a necessidade do outro
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No “câmbio” espiritual, ninguém fica rico com o que ganha ou com o que guarda, mas, é com o que distribui
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Jesus solicita à Simão para ir a casa de Jeremias que pedia atenção. Dia seguinte volta Simão reclamando das dificuldades apontando desordem, agressões,vícios, avareza e deboche - nada a fazer.
Pedro, conheço Jeremias e toda sua família, há muito tempo!...quando lhe pedi para ir ao encontro deles foi apenas para “auxiliar”
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Depois de atender uma multidão de sofredores Jesus se retira e Pedro o surpreende sozinho com lágrimas nos olhos. Porque choras Mestre?
É porque Eu os conheço Pedro.
De que nos adianta a cura para em seguida repetirmos os mesmos erros?

domingo, 25 de abril de 2010

A Inteligência que o Tempo corrói

Nubor Orlando Facure

O que é Inteligência?
“É uma capacidade mental muito geral que, entre outras coisas, implica na habilidade para raciocinar, planejar, resolver problemas, pensar de maneira abstrata, e aprender da experiência. Não deve ser considerado um mero conhecimento enciclopédico, uma habilidade acadêmica particular ou uma destreza para resolver um teste. Entretanto, reflete uma capacidade mais ampla e profunda para compreender o ambiente - perceber, dar sentido às coisas, ou imaginar o que deve ser feito”

Tipos de Inteligência
Na literatura leiga e especializada a Inteligência é melhor compreendida quando tentamos identificar os seus tipos - Lógica, matemática, espacial, emocional, musical - para mim essa classificação está, na verdade, se referindo a talentos.
Neurologicamente é mais fácil reconhecermos uma Inteligência Geral - ligada diretamente a nossa sobrevivência e a inteligência Específica - que se referem a talentos especiais.

O Fator G
Refere-se a nossa Inteligência geral que está envolvida em tarefas simples e complexas do nosso cotidiano, como, por exemplo:
Destreza manual - colocar pontos dentro de uma série de triângulos desenhados numa folha de papel
Fluência verbal - nomear animais que começam com a letra M, dar os sinônimos de uma lista de palavras
Correlaciona-se com o rendimento escolar, com o desempenho profissional/ocupacional, os interesses vocacionais, o conhecimento de eventos cotidianos, a cultura geral acumulada com a experiência.
Deteriora-se nas doenças neuropsiquiátricas - como ocorre no Alzheimer e na Esquizofrenia

Anatomia da Inteligência
Os lobos Frontais são os mais diretamente envolvidos com a nossa atividade intelectual. Entretanto, demonstra-se que as áreas cerebrais relacionadas à Inteligência parecem estar distribuídas em todo o cérebro.

O desenvolver da Inteligência
Da criança ao adulto a Inteligência, representada pelas nossas diferentes capacidades cognitivas, evolui de modo distinto durante todo o ciclo vital - esse desenvolvimento não é uniforme e sua anatomia vai mudando com o passar do tempo


Homens e mulheres são igualmente inteligentes
Ambos tem a mesma performance nos testes neuropsicológicos. O que difere são as áreas cerebrais mobilizadas por um e por outro e as estratégias que utilizam.
Sempre é bom lembrar que ao se comparar a Inteligência de um homem e uma mulher é preciso saber que tipo de problema estamos propondo resolver. Elas decidem melhor que restaurante vamos jantar, que cor terá as paredes da sala, qual a marca da geladeira, que escola matricular os meninos e até mesmo o quanto devemos dar de gorjeta.


A Inteligência e o Tempo
Alguns aspectos da Inteligência não se modificam com o passar do Tempo - É a Inteligência Cristalizada - cujos componentes são:
As habilidades verbais
A informação sobre o uso da Linguagem
As habilidades Sociais
O envelhecimento corrói a Inteligência fluida - cujas habilidades são:
A velocidade de decisão
A eficiência da memória de trabalho
O desempenho em testes de Inteligência geral


O capital intelectual
Nosso capital mental é representado pelas habilidades cognitivas, a flexibilidade na aprendizagem e a resiliência frente aos estresses



O capital do bem-estar mental
O bem-estar mental relaciona-se a nossa capacidade de nos engajar de maneira positiva e produtiva na comunidade e desenvolvermos estratégias para desenvolver nossos potencial

sábado, 24 de abril de 2010

Anotações amenas

Nubor Orlando Facure

As desordens da Atenção

A neurologia descreve quadros muito interessantes - clinicamente pitorescos - nas lesões cerebrais que comprometem a atenção.
1 - Negligência sensorial - ou hemi-intenção - o paciente deixa de perceber a existência de uma metade do seu corpo - pode interpretá-la como pertencente a outra pessoa.
2 - Fenômeno de extinção - com uma agulha picamos o braço do paciente. Ora o direito ora o esquerdo - as sensações são normais - quando picamos os dois braços simultaneamente ele não detecta a picada no lado esquerdo.
3 - Negligência motora - ou hemi-acinesia - um lado do corpo não acompanha a mesma performance motora do outro lado.
4 - Negligência hemi-espacial - pedimos para o paciente desenhar um relógio e uma flor - ele faz o desenho só de uma metade do relógio e da flor


Memória Afetiva

As lesões do lado direito do cérebro comprometem nossa memória emocional. Ouvindo uma historinha neutra, outra com conteúdo emocional forte e uma anedota engraçada, o paciente com lesão no hemisfério direito terá dificuldade de repetir de memória os estados emocionais das três situações que ouviu.
Com frequência nos enganamos

Joseph Priestley (1733-1804) - esse pastor inglês foi o descobridor do Oxigênio - - após a descoberta ele anotou: “ao aspirar este ar me senti leve e descançado. Quem sabe,um dia, ele venha a ser um artigo de luxo. Por enquanto, só eu e dois ratos tivemos o privilégio de respirá-lo”


O Universo e a Mente

Quando olhamos para o firmamento identificamos milhões de astros espetaculares. Os cientistas preferem dizer que, mais do que uma coleção de coisas, o Universo é uma grandiosa interação de eventos e processos - aí atua Deus.
Olhando para o cérebro identificamos as células e uma coleção extraordinária de eventos e processos - aqui atua a Mente.


A mais linda poesia sobre a Vida

“E formou o Senhor o Homem do pó da Terra, e soprou em seus narizes o fôlego da Vida; e o Homem foi feito alma vivente”
Gênesis 11:7

domingo, 18 de abril de 2010

Perguntas de um jornalista ao Dr. Nubor orlando Facure


A primeira questão é, na verdade, pedir um relato sobre o contexto em que o Sr. conheceu e conviveu com o Chico Xavier (as lembranças, experiências e de que forma tudo repercutiu ao longo da sua vida)?

Tive o primeiro encontro com Chico Xavier aos 18 anos quando ele iniciava sua mudança para Uberaba. Foi uma reunião solene no Centro Espírita Uberabense. Minha mãe anotou meu nome num papel e levou até a enorme pilha de pedidos de orientação que eram encaminhados ao Chico para ouvirmos as palavras da Espiritualidade. Lembro-me até hoje dessa mensagem. Ela me recomendava estar atento às lições do evangelho e não descuidar das questões sociais.
Posteriormente, já na mudança definitiva, foi meu pai o construtor da casa onde o Chico foi morar e isso facilitou contatos mais próximos com o médium.
Vou destacar um deles. Já era de madrugada e ao nos despedir do Chico, minha mãe, mais uma senhora e eu, o Chico nos pede para lermos uma página do evangelho. Caiu na escolha aleatória a lição de Jesus: “não atirai pérolas aos porcos“. Ele mesmo comentou que aprendera com Emmanuel que tudo tem sua hora, que por exemplo, num deserto, não adiantaria pregarmos as lições de Jesus, haveríamos de distribuir água que seria mais oportuno. Nisso ele pede que eu comente a lição. Foi quando fiz referência as mães que nas portas dos presídios, em situação de extremo sofrimento, esmagadas pelo desatino de filhos rebeldes com as Leis Divinas, mesmo assim elas perseveram e sempre consideram mesmo derrotadas em seus argumentos,que seus filhos são inocentes e merecem comiseração. Pude, surpreso, ver a comoção do Chico. Ele, então me agradece dizendo que naquele instante lhe apareceu aos olhos do Espírito a visão da sua mãe ali presente, sendo que faziam mais de 10 anos que ele não a via.
Biógrafos do Chico já exploraram exaustivamente episódios de sua vida, mas são milhares de contatos diretos com o médium e muito ainda haverá de se contar. Os cenários mais marcantes creio que todos conhecem. Tive oportunidade de estar presente em vários deles.
Estive na fila que antecedia as reuniões de sexta-feira disputando seu carinhoso abraço entre dezenas de amigos e necessitados de consolo que procuravam apenas tocar no Chico e ouvir-lo dizer - “confia meu filho, tudo vai da certo“, “vamos trabalhar para que nada de grave nos aconteça“.
Assisti a leitura de cartas comoventes, psicografadas aceleradamente.Uma delas era de um taxista assassinado em São Paulo, sua esposa Benedita estava ali presente e nós todos derramamos todas as lágrimas que nos era possível conter
Como se todos nós fôssemos atingidos pelo mesmo projétil que atingiu o taxista. Outra delas foi do meu avô que nos ofereceu um texto carregado de detalhes que só a família reconhece.
Acompanhei o Chico e o grupo de amigos nas famosas peregrinações noturnas percorrendo as ruas esburacadas no bairro onde ele morava. Ainda tenho na memória a visão do médium nas portas de um desses casebres carregando sempre um livro sob o braço. Cercado por todos ele lia uma página para nossa meditação e até hoje minhas lembranças registram aquele ton de voz mansa inigualável. Saíamos desses encontros cheios de vontade, prometendo todo nosso empenho em seguir seus exemplos.
Estive dentro da casa do Chico, num grupo restrito ouvindo seus relatos incansáveis de casos que se sucediam a mais casos que ele continuamente nos contava. Disse na última noite que lá estive que uma senhora de São Paulo o procurou aflita.
Chico, dizia ela - minha vida “está por um fio“, já fiz várias cirurgias, ainda tenho de tratar do coração. O que eu faço Chico?. Ele responde: “minha filha. Emmanuel aqui presente pede para lhe dizer que se você trabalhar o fio engrossa”
Também ouvi seus comentários instrutivos no final de uma das reuniões mediúnicas, já altas horas da madrugada. Algumas de suas mensagens ainda as retenho embora corroídas pelo tempo:
Dizia o Chico - os homens estão usando a mulher como chinelo, quando ficam folgados eles procuram outra. A pílula vai liberar realmente a mulher e, a comida que o ganso comeu até agora a mulher vai comer também. Dentro de 100 anos o bebê humano será totalmente produzido em laboratório. Na história humana foi sempre a mulher quem pagou esse alto preço que a gravidez a sujeita. O futuro da humanidade está nas mãos do próprio Homem, estará nas suas atitudes e decisões as conseqüências do que ele fará com o planeta. O Apocalipse poderá ou não ocorrer conforme nossa conduta. Por enquanto ele é provável porque não resolvemos a questão da Palestina (estávamos em 1976)
Estive com o Chico nas prolongadas distribuições de Natal onde milhares de necessitados esperavam receber um ou outro alimento e um sinal pelo menos do olhar do Chico.
Também o vi nos bancos do abacateiro onde ele emitiu pensamentos de profundo conteúdo filosófico.
No meu último contato com ele, numa das reuniões da Casa da Prece, permaneci por horas assentado no seu quintal me sentindo inundado numa paz que me afetava profundamente por dentro modificando meus pensamentos. Apelei para meus conhecimentos de neurologia para tentar explicar o que estava acontecendo em minha mente. Daí a pouco entrei até a sala da reuniões e, quando chegou minha vez, o Chico pronunciou meu nome e me pediu para aproximar o Maximo perto dele. Prendeu-me o rosto com as duas mão e me disse: preciso lhe fazer um pedido. Quase desmaiei. Ele completou: “não se esqueça de mim em suas preces”.





O Sr. se recorda de passagens de Chico por Campinas? Em 1972 ele recebeu o título de Cidadão Campineiro. Não sei se o Sr. pode comentar a respeito.

Assisti dois momentos do Chico em Campinas. Antes de receber o título de Cidadão campineiro em 1972 ele esteve num encontro realizado na Fonte São Paulo. Estive ali com minha esposa Lourdes e a filha Kátia na ocasião com 4 anos. A emoção não me permitiu reter detalhes da solenidade, mas, ao final o Chico permaneceu no palco atendendo a fila que se formou para cumprimentá-lo. Ao me reconhecer ele me fez aproximar o rosto e disse palavras que até hoje ressoam em meus ouvidos: “você está muito bem acompanhado” Quem seria? A parentela física, esposa e filha ou parentes do mundo espiritual a quem eu dirigia minhas orações naquele momento?
O título de “Cidadão Campineiro” foi recebido no Ginásio do Taquaral. Não cheguei a falar com ele, mas, lembro-me de algumas palavras do seu discurso de agradecimento quando ele nos diz que estavam presentes na solenidade Espíritos ilustres ligados a história de Campinas, lembro-me de Orosimbo Maia e Álvaro Ribeiro. Quero me desculpar se cometi algum erro nas datas que podem ser conferidas com os organizadores desses eventos





O Sr. pode indicar mais pessoas que conheceram o médium pessoalmente?

Poderia citar dezenas. Meus pais e, particularmente minha irmã conviveram com ele muito de perto. Vale a pena citar alguns momentos dessa relação de amizade. Quando meu pai já estava terminando de construir a casa onde o Chico foi morar ao se mudar para Uberaba, o lugar ainda era pouco habitado e, no entardecer, ele reunia os pedreiros para voltarem juntos. Nisso o Chico o chamava pedia seu lenço e apertava por instantes deixando o lenço impregnado com um perfume de rosas. Dizia o Chico que era para entregar à minha mãe. Todos parentes queriam cheirar o lenço para perceber o cheiro agradável. Lembro-me que minha mãe mandou um vidrinho cheio d’água com o recado ao Chico para ele perfumar o vidrinho que manteria por mais tempo o perfume.
Logo que foi concretizada a mudança, minha mãe, minha irmã e eu iniciamos no galpão do “centro” do Chico - Comunhão Espírita Cristã - as primeiras aulas dominicais, para evangelização das crianças do bairro.
Já morávamos em Campinas quando em 1992 faleceu minha mãe. Meses depois, eswtando em Uberaba minha irmã pede notícias dela ao Chico. Carinhosamente ele diz que ela estava dando aulas para crianças. E o que ela, não sendo professora estaria ensinando? “acolhendo crianças desencarnadas e ensinando “Jesus”, que as professoras de hoje estão omitindo em suas lições.




A disposição e decoração do consultório do Sr. também são reflexos do Espiritismo?

Cheguei em Campinas em 1966 e sempre manifestei meu pensamento espírita. Procurei não agredir as crenças de ninguém respeitando a escolha de cada um, mas, nunca me omitindo em conceitos como, a reencarnação, para justificar a aparente injustiça da ocorrência inesperada de tanto sofrimento que nós neurologistas presenciamos. Nunca deixei de falar sobre a imortalidade da Alma, tantas eram as notícias que tínhamos de parentes e amigos falecidos que se anunciavam na psicografia do Chico em Uberaba. Nunca deixei de ensinar aos meus alunos na UNICAMP, onde lecionei por 30 anos que só a existência do Espírito poderia explicar a diversidade da natureza humana, a complexidade das funções cerebrais, a maravilha de genialidade das crianças precoces.
Foi essa postura que culminou com a fundação do Instituto do Cérebro onde pude ampliar nossa prática espírita. Contando com o talento artístico da minha esposa o ambiente foi decorado com trabalhos dela. Também pelo seu esforço foram criadas mais de 5 mil pequenas mensagens que, no final das minhas consultas, os pacientes fazem uma leitura de uma delas aliviando a tensão dos diagnósticos ou das formalidades médicas indispensáveis.
Conto, também, com ajuda da minha filha Lúcia, que juntamente com a mãe, D. Lourde, fazem, semanalmente, uma reunião para leitura do evangelho. Freqüentemente um ou outro dos nossos pacientes acompanham essas reuniões de ajuda espiritual aos nossos doentes.
Quero lembrar, também, que toda nossa região já sabe que sou Espírita. Vez por outra fico sabendo de doentes que recusam me consultar justamente por isso. Entretanto, muitos me procuram justamente para esclarecimento de problemas espirituais. Preciso sempre deixar claro que nunca fuiz consultas espirituais, sou um neurologista espírita e posso ajudar orientando situações de comprometimento espiritual e, quando necessário encaminho esses pacientes ao Centro Allan Kardec da nossas cidade. Nessa situações já testemunhei inúmeras vezes manifestações mediúnicas nas nossas consultas, sejam incorporações ou vidência de entidades que ali se revelam aos pacientes portadores dessa aptidão.




O Sr. preserva materiais da época em que conheceu o médium? Fotos ou qualquer outro elemento que remeta à época.

Fiz opção de guardar apenas em minhas memórias a mensagem evangélica pregada pelo Chico. Nunca deixei de agradecer todo aprendizado que seus livros me permitiram desfrutar e nunca me esqueci de sua recomendação de que, entre ele e Kardec optássemos por Kardec. Para admiração e modelo a cultuar, apenas Jesus Cristo, a quem ele se referia com extrema doçura.
Numa próxima encarnação, seu eu não puder estar de novo com o Chico Xavier, pelo menos que alguém me faça a caridade de me oferecer um dos seus livros.
Perguntas de uma repórter para Dr. Nubor Orlando Facure

O senhor afirmou que “Já podemos perceber nos dias de hoje, uma procura espontânea por parte dos próprios pacientes, pela interpretação transcendente que o Espiritismo pode oferecer para as causas do seu sofrimento “
Como assim? Além da explicação cientifica o senhor dá explicações espirituais a seus pacientes?
A sua pergunta propõe uma distinção entre uma explicação “científica” e outra “espiritual”. Se considerarmos os conceitos das religiões tradicionais isso seria correto, porém, em se tratando de Doutrina Espírita precisamos fazer uma correção - , ela, em seu corpo doutrinário tem um amplo conteúdo “científico” para a abordagem do nosso sofrimento - por exemplo:
A existência de uma Alma desenvolvida a partir de formas mais primitivas de vida
A imortalidade dessa Alma
A reencarnação
A comunicação com os Espíritos que, portanto podem interferir muito em nossa vida e,
A existência de um “fluido” semi-material que ocasiona uma série de fenômenos transcendentes
É fácil percebermos que a Ciência Médica de hoje nos fornece um gigantesco aparato de tecnologia e um conteúdo extraordinário de conhecimento, reunindo Teorias para a circulação do sangue, para o metabolismo celular, para o funcionamento do cérebro, para as respostas imunológicas, para as contrariedades genéticas, porém, nenhum desses mecanismos esclarecedores das causas das doenças, é capaz de justificar a causa do sofrimento. Porque nasce um filho com anencefalia, porque morre tão jovem um irmão de infarto, porque nos primeiros anos da infância, a meningite prostou em coma um sobrinho?
São nessas circunstâncias que amargam a vida dos meus pacientes, que costumo lhes propor uma visão mais expandida das motivações Divinas para a nossa Dor.


Perguntas de uma repórter para Dr. Nubor Orlando Facure

O senhor sabe de algum caso em que Chico Xavier curou alguém?
Não serei eu a pessoa preparada para lhe dar essa resposta. Até onde sei, o médium Chico Xavier dirigiu seu talento mediúnico para a psicografia e não para a cura. Seguramente era esse o plano de trabalho que a espiritualidade, ou seja, seus mentores, preparam para sua atual existência na Terra - foram produzidos mais de 400 livros. Foi esse o legado extraordinário que Chico nos deixou.
Posso lhe contar que soube da sua presença na casa do meu avô, onde ele fez uma oração pedindo ajuda da espiritualidade. Percebia-se claramente o perfume de rosas que inundou por momentos o ambiente - fenômeno que ocorria pela presença do Espírito Sheila, uma enfermeira alemã, que se manifestava nessas ocasiões.
Pude, também, permanecer, por horas, ao seu lado, enquanto ele atendia uma fila extensa de necessitados. Constatei, como médico que sou, o seu papel de orientador e consolador, atendendo esse “ambulatório popular” - desfilando dor, angústia, sofrimento e esperança - tinha a nítida impressão que ele, Chico Xavier, não estava só, seguramente numerosas equipes de Espíritos deveriam estender sua rede de atendimento e proteção para as pessoas que buscavam no médium uma palavra de consolo - tão difícil, para a maioria dos médicos distribuírem com o carinho que o Chico sabia dar a todos.

Perguntas de uma repórter para Dr. Nubor Orlando Facure

Saberia dizer como a ciência tradicional explica a mediunidade de Chico Xavier?
A Ciência acadêmica ainda não admite a existência da Alma e, portanto, a comunicação dos Espíritos. Ouvi, na sua própria casa, o nosso Chico nos afirmar que será nesse Século que veremos a comprovação científica dessas duas verdades: a Reencarnação e a Comunicação com os mortos.
No Século XIX, Pierre Janet, eminente neurologista, da famosa Escola neurológica de Charcot, estudou a mediunidade e, lhe propôs um mecanismo próprio que denominou de “automatismo psíquico” - ou seja, uma atividade psíquica automática, portanto semiconsciente.
Nos meus artigos os interessados podem ler o que sugeri para as vias neurológicas onde atuariam o médium e o Espírito comunicante.




Perguntas de uma repórter para Dr. Nubor Orlando Facure

Existe alguma explicação que apontaria por exemplo para alguma característica cerebral que Chico teria diferente da maioria das pessoas?
Na década de 1960 o Chico Xavier realizou, em Uberaba, um exame de Eletrencefalografia, onde o neurologista da época relatou leves alterações no lobo temporal. Mesmo que , nos dias de hoje, o examinássemos com a aparelhagem tecnológica de hoje, não teríamos condições, nem conhecimento suficiente para detectar alterações relacionadas com a sua mediunidade


Perguntas de uma repórter para Dr. Nubor Orlando Facure


Que pesquisas cientificas o senhor realiza e quais os resultados?
Estou interessado em expandir os estudos que fiz sobre o “Corpo mental” porque enxergo nesse estudo a possibilidade de comprovarmos uma série de fenômenos que ocorrem, no cérebro e fora dele.
Creio que os artigos que publiquei sobre o tema - corpo mental - podem ajudar a compreender onde quero chegar





Perguntas de uma repórter para Dr. Nubor Orlando Facure


Eventualmente, teríamos algum paciente seu que se curou num tratamento aliando ciência e espiritualidade?
Como já lhe disse, eu não uso a espiritualidade para cura, e sim para esclarecimento, para “iluminação”.
Vale a pena conhecermos médiuns como Sr Tadeu, que tem um Hospital espírita em Araxá - Casa do Caminho - Sugiro também visitarmos D. Isabel Salomão, da Casa de Caminho em Juiz de Fora - extraordinária médium de curas.


Perguntas de uma repórter para Dr. Nubor Orlando Facure


Algo que valha a pena citar sobre Chico Xavier ?
Algumas previsões de Chico Xavier:
Estávamos na época do bebê de proveta e da pílula
Nos disse o Chico:
Quanto à liberdade feminina - o que come o ganso a gansa Tb comerá
Quanto ao bebê de proveta - em 100 anos a criança humana será inteiramente produzida em laboratório. Até agora só a mulher sacrificou a própria vida para gerar a criança humana
Teremos o Apocalipse? - depende do Homem, de sua conduta, do seu comportamento - insistido ele disse - possivelmente sim, porque, não resolvemos a questão da Palestina
A Igreja Católica para sobreviver terá de admitir a Reencarnação e a Comunicação espiritual com os mortos - isso será demonstrado pela Ciência

quinta-feira, 4 de março de 2010

Entrevista com o Dr. Nubor Orlando Facure

Espírita desde criança, o Dr. nubor Orlando Facure é médico, especialista em neurologia, diretor do Instituto do Cérebro de Campinas, e ex-professor titular de neurocirurgia da UNICAMP, pesquisador, escritor e expositor espírita.
O Dr. Nubor desenvolve estudos pioneiros aliando a medicina aos conhecimentos espíritas e tem colhido resultados maravilhos com este trabalho.
A equipe da Terra Espiritual teve oportunidade de entrevistá-lo e abaixo transcreve o teor da conversa.
TE - Como o senhor descobriu o Espiritismo?
NOF - Nasci em Uberaba numa família católica em 1940 e logo aos 7 anos de idade nossa mãe nos encaminhou a todos para a Doutrina Espírita. Permitiu-nos, assim, a misericórdia divina, que fizéssemos companhia aos mais destacados pioneiros espíritas da nossa querida Uberaba.
Freqüentei o “Centro Espírita Uberabense” assistindo as aulas de evangelização para crianças e mais tarde as reuniões do “Centro de Estudos” e as “litero-musicais” nas noites de sábado. Convivemos aí com inúmeros companheiros de doutrina e abnegados professores que nos sentimos no dever de reverenciá-los sempre, pelo muito que nos ensinaram. Creio ter sido um projeto carinhoso da espiritualidade o privilégio de ter reunido no mesmo “centro espírita” Dr Inácio Ferreira, “seu” Lilito Chaves, Cleber Novais, Manoel Roberto, Carlos Pepe, Antônio de Paiva, Odilon Fernandes, Elias Barbosa, Weimar de Oliveira, D. Maria Modesto, Euritimia Cravo e Marlene Rossi. Todos eles produziram momentos de história e de esforço pessoal dignos de constar das páginas mais nobres do Espiritismo.
A partir dos anos sessenta a cidade passou a acolher o médium Chico Xavier a quem tivemos o privilégio de conhecer de perto. Meu pai construiu a casinha simples e o “centro” onde Chico e Waldo Vieira foram morar nos permitindo, assim, testemunhar momentos inesquecíveis. Minha mãe, minha irmã e eu iniciamos ali as primeiras aulas de evangelização das crianças do bairro. Ouvi, algumas vezes, o Chico, lendo páginas do evangelho na portas dos casebres pobres que percorríamos na “peregrinação”. Aquela voz particular nos ressoa até hoje nos ouvidos. Ele sempre apontava os céus e pronunciava o nome de Jesus quando alguém em desespero lhe perguntava sobre seus problemas. Acompanhei conversas longas, pela madrugada a fora, na sala de visitas do Chico. Era ele mesmo a fonte inesgotável de casos curiosos que ele tinha vivenciado. Freqüentemente, alguém insistia que deveríamos estar sempre juntos, desfrutando da sua presença, ao que ele ensinava-nos que os moirões da cerca precisam se distanciar para cumprir sua função. Mesmo que ligados por arame farpado a lavoura seria mais bem protegida.
TE - Quando o senhor percebeu que poderia unir os conhecimentos espíritas ao seu trabalho como médico?
NOF - Para mim, a ordem a que você se refere foi o inverso. Fui sempre espírita em primeiro lugar. A Medicina e especialmente a neurologia me serviram de campo de trabalho e, reverencio a Deus a benção de poder atuar nessa área. Trata-se de uma especialidade que me aproximou, muito, do mais íntimo e complexo que existe no ser humano, o cérebro e a mente. Creio que atendi quase duzentos mil pacientes e realizei perto de sete mil cirurgias neurológicas. Meu maior empenho foi incluir a existência do espírito tanto em minhas aulas como professor na UNICAMP, onde lecionei por trinta anos, como no atendimento aos meus pacientes. Orgulho-me de ter instituído na vida acadêmica brasileira, o primeiro curso de pós-graduação – Cérebro/Mente, com enfoque nitidamente espiritualista, que desenvolvemos na Neurologia da UNICAMP nos anos noventa.
TE - Como é possível distinguir o ponto onde termina o campo da medicina e começa o campo espiritual?
NOF - Vejo essa distinção como desnecessária, prejudicial e arbitrária. Nunca fez parte das minhas preocupações e transito por esses dois domínios, sintonizado em total harmonia. Procuro respeitar, sempre, o ponto de vista religioso de todos pacientes. Entretanto, aprendi, com minha experiência pessoal, que, haverá sempre lugar para uma palavra bem colocada, chamando a atenção dos pacientes para considerarem a espiritualidade. É fácil falarmos sobre a existência da Alma, da imortalidade, das Leis divinas de ação e reação, da força da oração, da incorruptível justiça de Deus, da presença de Espíritos que nos acompanham, atraídos por nossa disposição de fazer o bem e o prejuízo de contrariar os princípios de amor ao próximo que de uma forma ou de outra nos farão colher suas conseqüências.
TE - O que falta para que a ciência passe a aceitar as manifestações espirituais?
NOF - O problema não é da Ciência, mas, dos homens que pensam representa-la. Já temos comprovações mais do que suficientes. A argumentação científica que comprova a existência da Alma e suas manifestações fora do cérebro é rotineira em qualquer centro espírita sério.Os casos de reencarnação comprovados e descritos na literatura científica, já se contam aos milhares. As mensagens dos espíritos desencarnados nos trazem detalhes pessoais irrefutáveis. Os fenômenos de expressão física podem ser testemunhados a luz do dia e as “cirurgias espirituais” realizadas em nosso pais desafiam qualquer incrédulo.
Penso, que ainda deve haver um custo moral muito alto, para que o cientista irredutível, possa abdicar da sua presunção arrogante e se entregar às verdades que a espiritualidade nos revela. A mudança de paradigma foi quase sempre traumática na história da humanidade. Muitos foram condenados por admitirem o heliocentrismo, a explosão da estrelas, as órbitas elípticas dos astros, a origem comum para homens e animais inferiores, a evolução das espécies entre tantas outras afirmações que exigiram mudanças de interpretação do mundo. Admitir a espiritualidade exige, porém, um esforço adicional porque tende a incluir a própria mudança interior de cada um de nós. Parece que, mesmo que inconscientemente, nem todos querem assumir esse custo. Ele exige desprendimento que a maioria não que renunciar.
Tanto essa quanto a questão anterior merecem um adendo. Já estão em funcionamento alguns movimentos de nível universitário incluindo a espiritualidade como perspectiva de estudo no meio científico. Essas luzes já se acenderam, ainda que tenuamente, com mais força no exterior do que em nosso pais, que se intitula espiritualista por natureza, onde só recentemente começaram a se esboçar os primeiros passos.
TE - O senhor acredita no crescimento da chamada neuroteologia?
NOF - Associar a fé e a espiritualidade aos mecanismos de atividade dos neurônios é uma visão acanhada de um processo complexo de atuação mente/cérebro. A Teoria inserida na Doutrina Espírita é muito mais ampla e merece todo nosso esforço para a compreendermos cada vez melhor. Os estudos da fisiologia cerebral de hoje estão mesmo produzindo deslumbramentos que a mídia tem pressa em divulgar. Entretanto, faltam ao neurocientista, conhecimentos fundamentais como a existência do perispírito e das experiências em múltiplas vidas, que faz da cada um de nós um mosaico de desigualdades.
TE - Como surgiu a idéia de criar o Instituto do cérebro e quais os objetivos do instituto?
NOF - Criamos o Instituto do Cérebro em 1987 a partir de um Congresso realizado por professores de física, matemática e química sobre “Mente e Matéria”. Fui convidado para falar sobre “cérebro e mente”, ficando a partir daí cada vez mais comprometido com o estudo desse tema. Com um grupo de médicos e psicólogas criamos o Instituto do Cérebro. Nossa intenção era poder trazer para a prática médica um conceito mais abrangente do ser humano com a visão holística que se iniciava na época. O que fizemos de novo, foi incluir a existência do espírito como sinônimo de mente, para podermos estudá-la como uma entidade organizada e possível de ser reconhecida por nós.
TE - Que resultados o senhor vem obtendo no Instituto aliando a medicina e o conhecimento espiritual?
NOF - Posso lhes garantir que fomos pioneiros nessa abordagem e hoje colhemos os frutos saudáveis que essa postura nos permitiu. Já podemos perceber nos dias de hoje, uma procura espontânea por parte dos próprios pacientes, pela interpretação transcendente que o espiritismo pode oferecer para as causas do seu sofrimento. Por outro lado, já destaquei o quanto as Universidades americanas estão empenhadas na inclusão da espiritualidade na terapia. Devemos lembrar, entretanto, que temos, no espiritismo, uma interpretação muito mais esclarecedora do que qualquer outro ambiente científico ou religioso possa propor. Cabe-nos a obrigação de trabalharmos com afinco para pô-la em prática.
TE - Em que estágio se encontra a neurologia em relação ao estudo de mediunidade?
NOF - No ambiente acadêmico são escassos os estudos sobre a mediunidade. Fora do meio espírita esse tema não é bem visto como objeto de estudo ou pesquisa. Cabe a nós, médicos espíritas conduzirmos os esforços para produzir trabalhos que preencham os pré-requisito que a Ciência de hoje exige para aceitar a publicação das pesquisas. Há anos venho divulgando meus estudos sobre a neurofisiologia da mediunidade e sei que nenhuma revista médica da ciência oficial aceitaria meus artigos para publicação. Estou, no momento, com um artigo, que escrevi sobre o “corpo mental”, já aprovado para publicação em uma revista médica importante.Tive que dar a ele um enfoque tradicional, evitando qualquer palavra que denotasse vinculação direta com a Doutrina espírita. Mas, o artigo tem claros propósitos espiritualistas, quem souber ler vai perceber isso em suas entrelinhas.
TE - Qual sua posição com relação ao uso das células-tronco embrionárias? O senhor considera aborto o seu uso?
NOF - Para aquelas células que repousam nos frízer dos laboratórios de fertilização há anos, não me agrada a idéia de que ali a espiritualidade permitiria estarem confinados uma legião de espíritos que por alguma razão não teriam merecido reencarnarem.
Minha percepção de renascimento me faz crer que esse processo não é exclusivamente biológico mas, implica em um contexto de reencontro espiritual mais complexo.
Faço esses comentários na condição de aprendiz que ainda não conhece as respostas a questões de tamanha complexidade. Sei que no meio espírita as opiniões ainda são discordante e não quero contribuir para trazer mais confusão às mentes dos amigos que possam nos ler nessa entrevista. Penso que a Espiritualidade está deixando em nossas mãos um dilema de tamanha gravidade, para aprendermos a buscar com mais empenho as portas do mundo espiritual que existe ao nosso redor. Quem sabe se essa dúvida martirizante não nos fará pensar melhor o significado e o valor da vida de cada um de nós.
TE - Falando em aborto, muitas pessoas defendem o aborto dos fetos anencéfalos. Qual sua posição à respeito?
NOF - Até em animais de experimentação nos quais foi retirado todo o cérebro, podemos perceber que persiste neles toda a atividade automática. Um cão nessas condições pode caminhar, coçar seu pelo, alimentar-se normalmente quando estimulado. Não há porque interpretar o anencéfalo como desprovido de vida espiritual. Os núcleos diencefálicos e o tronco cerebral que persistem no anencéfalo, têm ligação com o “chacra” coronário estabelecendo um vínculo espiritual significativo. Reconheço o peso psicológico que essa situação traz à mulher nessa gestação atípica mas, é menos grave que a angústia da consciência que nos cobrará com a dúvida de ter assassinado um inocente.
TE - Como o senhor vê o futuro da relação medicina e espiritualidade?
NOF - Em diversos centros universitários o caminho já está aberto. Aguardamos progressos importantes nessa associação. Precisamos, porém, insistir que o paradigma espírita tem muito mais a ensinar à Medicina do que qualquer outra posição religiosa ou não e o médico espírita não deve abrir mão do que já conhece. Devemos tomar muito cuidado para, à pretexto de aceitar e divulgar a espiritualidade no meio universitário, não sermos coniventes com distorções doutrinárias inaceitáveis. Adiar o compromisso com a pureza doutrinária já foi motivo de muito sofrimento na história do nosso passado espiritual.
TE - O que mudou na sua vida após o Espiritismo?
NOF - Já disse no princípio da entrevista que, minha estória de vida dentro do espiritismo teve início aos sete anos de idade. Foi dentro da doutrina que caminhei por toda vida.
TE - Quais seus projetos atuais?
NOF - Mantermos em atividade constante todo projeto que desenvolvemos há 17 anos no Instituto do Cérebro.
TE - Pediríamos para o senhor deixar uma mensagem para os nossos leitores.
NOF - A melhor mensagem é a mensagem espírita. O fato de a termos a disposição para o estudo e a prática que ela sugere, nos põe na posição de abençoados pela misericórdia divina

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Neurologia da Atenção
Nubor Orlando Facure

“A atenção não é propriedade de uma única área do cérebro nem do cérebro todo” Posner, M. I.

A atenção como um todo parece envolver praticamente o cérebro inteiro, mas, na verdade, os pesquisadores conseguiram determinar 3 “blocos” distintos de atividade – chamados de “subfunções da atenção”. Cada um deles envolve a associação de várias áreas cerebrais, utilizam um neurotransmissor próprio que modula suas mudanças (direcionamento) e provoca disfunções clínicas específicas daquela função.
São eles:
O Estado de alerta, a Orientação e a Atenção executiva.
Vou à estação rodoviária receber um parente. Fico alerta acompanhando a chegada de vários ônibus. Preciso me orientar nas plataformas de desembarque e selecionar corretamente a procedência de todos os ônibus que estacionam. Tenho de manter a atenção “ligada” às feições dos passageiros que chegam até que encontre, no meio da multidão, o parente esperado. Não posso confundi-lo com um estranho para não “pagar mico”.
1 – O ESTADO DE ALERTA:
É a “preparação” para atender a um evento que se aproxima e inclui, também, o processo de se chegar a esse estado de preparação.
O “estado de alerta” envolve as seguintes áreas cerebrais: junção dos lobos parietal e temporal, região parietal superior, o campo frontal dos olhos e os colículos superiores relacionados com as vias ópticas.
O neurotransmissor que modula o estado de alerta é a ACETILCOLINA.
Os dois quadros clínicos principais ligados ao comprometimento do estado de alerta, são: as mudanças atencionais que ocorrem no envelhecimento (o idoso tende a ficar desatento) e os distúrbios de atenção do TDAH.
2 – A ORIENTAÇAO:
É definida pela “seleção de estímulos” a serem atendidas. Faço minha escolha para olhar de que direção veio essa luz ou de que lado eu escutei esse barulho.
As áreas do cérebro ligadas a essa função se referem ao Locus Coeruleus, o córtex frontal direito e o córtex parietal.
O neurotransmissor que modula a orientação é a NOREPINEFRINA
A disfunção clínica ligada ao sistema de orientação da atenção é o AUTISMO. Esse paciente não é capaz de mudar o foco de sua atenção para um estímulo novo produzido ao seu redor. Ele não atende a um chamado, não “escuta” uma sineta do lado, não olha para o coleguinha que se aproxima, não toca no brinquedo que oferecemos. Sua atenção permanece prisioneira do seu mundo interno.

3 – A ATENÇAO EXECUTIVA
Compreende os processos de monitoramento (acompanhar propositadamente) e de resolução de conflitos que surgem nos processos internos. Esses processos, logicamente, incluem os pensamentos, os sentimentos e as reações internas que os estímulos provocam. Nesse ponto de mais alta complexidade mental, vou elaborar minhas escolhas, vou identificar as ameaças, vou provocar minhas emoções. É como o encontro de um velho amigo, a descoberta da rua que procurava, a decisão de comprar aquela camisa que vou usar no casamento, o arrepio que a taturana me provocou quando fui apanhar o maracujá no quintal.
As áreas do cérebro envolvidas nessa etapa final e mais elaborada dos processos atencionais são: A porção anterior do giro Cíngulo, o córtex pré-frontal e os gânglios da base.
O neurotransmissor mais ligado à atenção executiva é a DOPAMINA
As manifestações clínicas que ocorrem associadas à disfunção do sistema de atenção executiva são: a doença de ALZHEIMER, a ESQUIZOFRENIA e os distúrbios de personalidade BODERLINE.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Neurovisão
Nubor Orlando Facure
A visão é um exercício cerebral extraordinário. Do olho até ao cérebro são quatro estações de embarque - o nervo óptico, os colículos superiores, o tálamo e o córtex occipital. Para codificar a visão de um objeto e todo seu significado, mobilizamos 25 % de todo o córtex cerebral – do occipital ao frontal. Colocando tudo para funcionar on line.
Passa um objeto sobre nossas cabeças. E o que é que vejo?
Registro a cor, a forma, onde está e o que é. Seria um pássaro?
Tamanho – é muito grande para ser um pássaro.
Movimento - passou muito depressa, mal deu para ver os detalhes.
Distância – parece ter ido perto, logo acima nessa árvore
Textura – acho que é um bicho peludo
Sombreamento – tive a impressão que era escuro
Como faço para pegá-lo? – posso estender a mão para pegá-lo, mas, alguma coisa me mete medo, talvez porque, ainda não sei o que é
Fluxo óptico (outros objetos que estão vindo em minha direção) – com o vento a folhagem começa a me incomodar
Velocidade do deslocamento – sei que passou correndo e depois parou em algum galho da árvore
Em quanto tempo ele me alcança? – se não me esquivasse eu seria atingido em minutos
Em quanto tempo chego lá? – num instante
Como faço para evitá-lo? – com pequeno deslocamento pude desviar-me sem trombar com ele
Quando vou em frente tem objetos que se afastam de mim e outros se aproximam (fluxo óptico) – meu quintal está cheio de outros animais.
Estou vendo agora com nitidez, era uma das gatinhas pretas que minha esposa cria no quintal
Imaginem um passeio pelo shopping. Vou ver as lojas, as vitrines, as roupas, os celulares, os computadores e a multidão que cruza comigo enquanto procuro o livro que quero encontrar. Estou registrando o fluxo óptico evitando trombadas com quem vem em minha direção. É fundamental ter noção da velocidade com que eles se aproximam de mim. Calculo as distâncias dos objetos que tiro das prateleiras para conhecer melhor. Admiro as cores, a textura e o “design” dos celulares. Vejo os detalhes das imagens na tela de um GPS e tento decifrar seus códigos.
Preciso conhecer esse aparelhinho simpático – meu neto vem em meu socorro e me ensina que é um Ipod. Vivendo e aprendendo, ou melhor, vendo e aprendendo.
Atenção – como ela funciona?
Nubor Orlando Facure
Habituação – supressão inconsciente do barulho em volta de mim.
O ambiente nos estimula constantemente com um bombardeio de informações. Estou escrevendo, escuto ao longe a televisão ligada, um ruído leve do motor da geladeira, uma brisa fria do ar condicionado, um ruído monótono de um grilinho no quintal. A habituação nos salva dessa enorme demanda de sinais. E ela o faz “de graça”, sem qualquer esforço adicional, inconscientemente “apaguei” a voz do noticiário da Tv para concentrar minha atenção no computador.

Atenção usando a consciência
Vamos analisar 4 funções conscientes da atenção: a detecção de sinais, a atenção seletiva, a atenção dividida e a busca.
1 – A Detecção de sinais
Estou esperando o técnico da televisão – de repente toca a campanhinha, pelo interfone confirmo que ele chegou.
Mesmo digitando no computador, eu estava VIGILANTE, esperando o sinal da chegada do técnico. Mesmo cansado a gente ainda consegue manter-se vigilante, especialmente, quando se espera por um sinal de alarme ou a entrada do programa noturno que aguardamos.
A vigilância para detectar sinais é importantíssima para determinados profissionais – o salva-vidas que vigia os banhistas, o controlador de tráfego aéreo que acompanha o radar, o médico da UTI que não desgruda o olhar dos monitores, o investigador de polícia que procura pistas do crime, o bombeiro que está constantemente atento a sirene de alarme.
Na detecção dos sinais podem ocorrer acertos, falhas e alarmes falsos. Uma radiografia com uma mancha no pulmão já alarmou muito médico desavisado.
2 – A atenção seletiva
Conscientemente fazemos escolhas de onde focar nossa atenção. Numa reunião festiva são muitos falando, mas, preciso prestar atenção ao que diz minha esposa aqui do meu lado. Numa aula barulhenta tenho de escutar o professor falando. Num filme legendado tenho de acompanhar o texto para não perder os diálogos. Estou lendo um livro e não posso me distrair com a música do rádio da nossa empregada.
O fato de concentrarmos a atenção seletivamente em determinados estímulos de informação, melhora nossa capacidade de manipular esses estímulos, utilizando-os em “outros processos cognitivos”. Ouvindo com atenção compreenderemos melhor o interlocutor, mais atentos aos cálculos resolveremos melhor nosso problema de matemática – ou seja – estamos utilizando melhor a compreensão verbal, o planejamento e a tomada de decisões.

3 – A Atenção dividida
Os recursos da atenção podem ser distribuídos prudentemente conforme as necessidades. É o caso de precisarmos realizar várias tarefas ao mesmo tempo. Essa competência tem ligação direta com a sobrevivência. Basta ver entre os animais a mãe que amamenta os filhotes – está atenta a eles, os acomoda, distribui comida na boca de cada um e ao mesmo tempo está vigilante a quem se aproxima trazendo insegurança aos filhotes.
Por isso, esse talento exacerbado das nossas mulheres que prestam atenção em tudo ao seu redor. Não tem festa que elas não anotaram os vestidos ou enfeites das amigas. Na cozinha elas se agigantam – fazem as misturas, dirigem a empregada, controlam os filhos e reclama do marido.
O motorista de taxi circula as pressas pelas ruas e, ao mesmo tempo, conversa, critica o trânsito, reclama dos ônibus em excesso na cidade, para no sinal vermelho e responde ao chamado do rádio sem se atrapalhar.

4 – A Busca
A vigilância é a espera passiva de um sinal que está por vir. A busca é essencialmente uma postura ativa. Estamos procurando alguma coisa de modo persistente e competente. A busca se refere a uma “varredura” pelo ambiente. Estamos procurando o vinho chileno nas prateleiras do supermercado, o bicarbonato na dispensa, uma tradução no dicionário ou onde está minha filha na saída da escola.
Na busca, enfrentamos freqüentemente a distração e o alarme falso. Os vendedores espertos são hábeis em nos enganar com as distrações e propaganda enganosa (uma informação ambígua).
Detectando sinais específicos somos impelidos a realizar buscas minuciosas. É o caso de se detectar fumaça e sairmos para procurar onde tem fogo.
Idosos estão sempre buscando onde deixaram os óculos, os chinelos ou o jornal. Os adolescentes reviram a casa atrás do celular que nunca sabem onde perderam e as crianças “procuram” na geladeira o que mais tem para comer em casa.
Estados emocionais afetam intensamente nossa tarefa de vigilância e busca. Isso pode ser um prejuízo na vida moderna – seu nervosismo não lhe deixa ver coisas na frente do nariz – acaba não comprando o queijo da fazenda que você tanto queria. Entretanto, os estados emocionais trouxeram uma vantagem adaptativa na vida ancestral do ser humano caçador-coletor. Sem um pouco de agitação, a “comida” passa correndo por nós e amargamos um jejum involuntário.