sexta-feira, 8 de maio de 2009

Contribuição ao pensamento espírita
Nubor Orlando Facure

1 – Ao descrever as funções da pineal, a partir do plano espiritual, André Luiz (pelo médium Chico Xavier), nos revela outro paradigma fisiológico. Para mim, esse modelo de interação descrito por André Luiz, introduz uma nova compreensão dos fenômenos de ação da mente sobre o cérebro.

2 - Sugeri o nome de “fenômenos espírito-somáticos” a um grupo de fenômenos onde a atuação do fluido mental (derivado do “fluido cósmico universal” segundo Allan Kardec) tem papel preponderante, com particularidades que estão muito acima das limitações, por exemplo, dos neurotransmissores.

3 – Organismos inferiores, como uma bactéria, não precisa “renascer” bactéria. Seu material genético “espiritual” pode ser incorporado a outros seres vivos mais ou menos complexos. Afinal, nosso corpo físico transita carregando em suas vísceras, trilhões de microorganismos.

4 – Creio que os centros de forças (chacras) atuariam no cérebro através de vias anatômicas (feixes nervosos) que os neurologistas chamam de “sistemas difusos” de atividade cerebral.
O chacra cerebral de localização frontal estaria ligado ao sistema dopaminérgico.
O chacra coronário ao sistema endócrino pineal e o eixo hipotálamo-hipofisário (hormônios)
Os chacras plexuais (laríngeo, gástrico, esplênico, genésico) estriam ligados ao sistema nervoso autônomo (acetilcolina e nor-adrenalina).

5 – Para mim, a mediunidade é um automatismo cerebral complexo com a participação orquestrada de duas mentes interdependentes. Os núcleos da base e o lobo frontal seriam as principais áreas desses automatismos.

6 – André Luiz aponta a sintonia, o condicionamento, a aceitação e a sugestão como indispensáveis ao fenômeno mediúnico. Eu incluiria o aprendizado. Todo automatismo passa antes, por um treinamento.

7 – Nos médiuns pintores o aprendizado cria nos centros de automatismo cerebral (núcleos da base e região pré-frontal) um programa específico para a capacidade de pintar. O Espírito pintor traz pronta a tela que é resgatada para o plano físico dentro deste programa automático. Como o Power-point resgata as imagens da nossa câmara fotográfica.
No que concerne a mistura das tintas e sua expressão na tela, deve ocorrer um fenômeno tipo mediunidade de “efeitos físicos”que obriga a tinta a “obedecer” as misturas que a mente do pintor determinou.

8 - Diversas situações clínicas como a histeria, a hipnose, a narcolepsia, o membro fantasma, a anorexia nervosa, podem expressar a existência de um “corpo mental” que obedece a uma fisiologia distinta da que ocorre com corpo físico.

9 – Na literatura, a definição de mente costuma ser complexa, discordante e contraditória. Frequentemente é interpretada com sendo a própria consciência. André Luiz tem a mente como sinônimo de Espírito.
Para mim, consciência, é uma propriedade da mente, que nos permite identificar e interagir com o meio interno e externo que nos atinge. Essa propriedade vai se constituindo com a progressão da evolução dos seres vivos. Assim como um elemento simples como o oxigênio ou o carbono tem determinadas propriedades, esses mesmos elementos, à medida que se combinam compondo substâncias cada vez mais complexas, como, por exemplo, proteínas, se enriquecem com outro padrão de propriedades. A consciência implica, então, na aquisição de uma organização mais ampla e complexa de um mesmo elemento.

10 – Nossas memórias são eternas. No mundo físico, aprendemos que “nada se perde, tudo se transforma”. No mundo mental, pensamentos e idéias vibram para sempre.

11 – André Luiz ensina que o Espírito produz o pensamento e o transfere ao cérebro físico atuando sobre os corpúsculos de Nissl. A neurologia esclarece que esses corpúsculos correspondem ao retículo endoplasmático rugoso, que está encarregado de transcrever proteinas que participam da membrana celular e enzimas que participam da química dos neurotransmissores. Parece então, que, podemos sugerir, que, o próprio Espírito tem em suas mãos o poder de construir o tipo de neurônio que lhe convém.

12 – A reencarnação não se processa numa trajetória linear. As idéias de “vidas sussessivas e o progresso constante do átomo ao arcanjo”, parecem sugerirem isso.
Assim como ocorre em qualquer organismo vivo, onde, do ponto de vista material, o que interessa é levar adiante os seus genes, para o “Princípio Espiritual” o que interessa é ocupar um corpo qualquer, para viver. O próprio material genético já conquistado não nos deixaria retroceder. As aquisições são progressivas. Aptidões, habilidades, instintos e conhecimento estão aprimorando genes. A trajetória que eles vão seguir é ascendente, mas, seguramente tortuosa.


13 – Acreditamos haver no cérebro a “via do bem estar”, da mesma maneira que existe o circuito do estresse que nos faz reagir diante das agressões físicas ou psicológicas. Numa situação de perigo o cérebro põe todo um sistema de alerta que nos favorece a luta ou a fuga imediata. Esse processo mediado por cortisol e adrenalina é altamente destrutivo para o organismo.
A reação de bem estar que estamos propondo incluiria a pineal e centros talâmicos como o núcleo accunbens ligado à sensação de recompensa. Os mediadores químicos seriam a melatonina e a dopamina.