quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Treinamento de Hipocampo - e a nossa memória espacial


Treinamento de Hipocampo – e a nossa memória espacial
Nubor Orlando Facure

Todo mundo gostaria de saber como estimular o cérebro. Hoje podemos falar em treinamento de áreas específicas – como, por exemplo, estimular preferencialmente  o hipocampo. Essa estrutura está ligado às nossas memorias – eu disse no plural porque hoje sambemos que temos várias modalidades de memórias, uma delas é a memória espacial – ela funciona assim: estou no centro da cidade e como faço para ir para a Prefeitura ? - sigo em frente, ou para esquerda ou volto para traz? – meu hipocampo tem o mapa e o GPS necessários.

Vamos à alguns exercícios e seus significados:
1 – Entro por uma das muita portas do Shopping – estou na Renner, quero ir na minha loja de sapatos, mas antes vou deixar meu relógio para consertar na Fornitura. Esse exercício desenvolve meu hipocampo direito nas porções posteriores ligada ao conhecimento espacial – andar pelo shopping a procura da loja do meu compromisso
2 – Dessa vez, estou num hospital e, na portaria pergunto onde é a UTI – a atendente me orienta para seguir a faixa amarela até ao final – vou em frente, mas, com um roteiro predeterminado no chão o meu hipocampo será muito pouco estimulado
3 – Tomo um taxi e dou meu endereço de destino – como o taxista nem eu sabemos muito bem onde fica a rua que procuro, vamos nos esforçando pelo trajeto onde ha maior possibilidade de estarmos certos. E finalmente chegamos, foi um ótimo exercício de memorização espacial – da próxima vez será mais fácil
4 – Tomo um ônibus – número 14 linha 88 – agora é fácil, nem eu nem o motorista de ônibus faremos muito esforço, o trajeto é fixo e rotineiro para mim e para o motorista. Vez por outro olha para as vizinhanças do trajeto e apenas confiro se estou quase chegando – o nível de rendimento para o hipocampo foi bem mais baixo no ônibus que no taxi
5 – Estou parado numa esquina e um estranho me pergunta onde fica a Escola de Cadetes – uso meus recursos gestuais e começo a verbalizar as ruas e locais que possam assinalar a trajetória até lá – foi um belo exercício para recordar minha memória espacial
6 – Agora estou lidando com imagens virtuais no meu computador e alí, numa reprodução gráfica de Campinas, procuro caminhar com o mouse num possível trajeto para seguir amanhã - pronto, fizemos 6 modelos de ativação de exercícios

Eleanor Maguire, uma neurocientista inglesa pesquisou o Hipocampo de Taxistas londrinos que diariamente correm atrás de endereços novos na gigantesca Londres, comparando-os com motoristas de ônibus que seguem trajetos rotineiros – ela constatou uma nítida diferença nos Hipocampo, há uma hipertrofia no Hipocampo direito, mais posteriormente, nos taxistas – isso foi confirmado pelo exame com PET

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A mosca da banana não ti esquecerá


A mosca da banana não ti esquecerá
Nubor Orlando Facure


Coloque um pires com fragmentos de banana na garrafa das Drosófilas. Elas se aproximam, parecem gostar e naquele vai e volta aprendem que está ali um odor convidativo = isso é memória de curto prazo. A seguir damos um choque que atinge as patinhas das moscas no pires. Elas também aprendem – o que faz a memória de curto prazo é uma mudança química nas sinapses, uma maior sensibilidade e disponibilidade de serotonina por exemplo – como ela dura pouco tempo (memória de curto prazo) as mosquinhas logo esquecem que vão tomar um choque.
Os cientistas modificaram geneticamente a Drosófila produzindo uma espécie que é capaz de aumentar sua produção da proteína CREB – essa proteína é produzida no interior dos núcleos dos neurônios – quando liberada ela induz a modificações na morfologia das sinapses e não só na sua química – fazem crescer brotamentos sinápticos nos dendritos – essas mosquinhas geneticamente modificadas nunca esquecem que ali naquele pires, além da banana tem um choque para levar nas patinhas e elas não são nada bobas – não vão mais ali
O curioso é que os mecanismos de memória de curto ou de longo prazo seguem a mesma cascata de eventos na Drosófila, na abelha, no camundongo, no chimpanzé e, sem qualquer demérito, é assim também na espécie humana
Uma boa memória está ligada a maior produção da proteína CREB e os brotos dendríticos que ela vai incrementar nas sinápses


domingo, 17 de fevereiro de 2013

O corpo mental existe ?


O corpo mental existe?
Nubor Orlando Facure


Posso vê-lo nas minhas memórias
A memória começa a partir de um estímulo interno ou externo – tenho um problema no meu joelho que apareceu após uma queda – penso consultar um ortopedista hoje a tarde – fixo essas minhas conjecturas para não me esquecer do compromisso hoje a tarde – minha secretaria me fornece por escrito o endereço do médico, leio, sei que conheço onde é seu consultório – é um estímulo externo que também procuro memorizar – daqui a pouco me vem uma memória antiga, lembro-me que já levei alguns anos atrás a minha esposa nesse mesmo ortopedista – quando falo com ela sou alertado – nada disso, eu consultei outro e nunca fui nesse endereço – minha memória remota me enganou redondamente

Hoje sabemos que nossa memória é múltipla – memória imediata, memória de trabalho, memória de curto e de longo prazo e cada vez estamos avançando mais, expandindo a constelação de memórias  que enriquece nosso aprendizado e a imensidão dos nossos conhecimentos. Existem várias teorias equacionando dificuldades reveladas na aquisição, retenção e resgate de nossas memórias – nenhuma delas até agora tem abrangência que explique completamente as nossas aptidões e as síndromes clínicas que ocorrem na falta de memória, as amnésias de vários tipos.

Minha proposta é que os segredos da memória estão noutra dimensão – ao nível do “corpo mental”
Quais meus argumentos?
Aprendi observando meus netos e agora uma bisneta inteligentíssima que eles trazem conhecimento que me surpreendem – sempre pergunto: onde eles aprenderam isso?
Volto a certos lugares que já conheci e as mudanças não me surpreendem parecendo que já sabia o quanto esse lugar tinha mudado e exatamente do jeito que imaginava antes de ver
Minha esposa que tem alta sensibilidade mediúnica vive antecipando essa mudança como se ela já estivesse visto antes
Para certos conhecimentos de difícil aquisição, vejo alunos, amigos e parentes adquirirem com a maior facilidade, como se já tivessem tudo arquivado em suas memórias.
Minha esposa é enfermeira, trabalhamos juntos por 10 anos. De um momento para outro ela passou a se dedicar a pintura e artesanato – em pouquíssimo tempo revela um talento fora do comum
Minha filha é bióloga dedicada a mamíferos e meio ambiente – despertou nela uma aptidão incomum para estatística
Meu pai e meu sogro, ambos com nível de escolaridade baixo ou quase nulo – ambos com talentos multifuncionais – tipo faz tudo
O que podemos expressar e revelar nessa vida é uma “restiazinha” do que nos ilumina o Espírito multimilenar 

sábado, 16 de fevereiro de 2013

a utilidade dos sonhos


A utilidade do sonhos
Nubor Orlando Facure

Os neurologistas espertamente conseguiram comercializar o nosso sono criando os “laboratórios de sono” e desde então o sossego noturno nunca mais foi o mesmo. Demonstram que todos nós sonhamos, roncamos,  gesticulamos, movimentamos os olhos, e excitamos nossas intimidades. Passaram a dividir e subdividir nosso sono em fases e  dão muito pouco ou nenhum valor ao conteúdo dos nossos sonhos. Ha algum tempo atrás fui fazer um curso de sono em São Paulo e tive a ousadia de perguntar ao famoso neurologista o que ele nos diria dos sonhos premonitórios – minha esposa é muito sensitiva e os tem com uma precisão espantosa. Caí com a cara no chão – o neurologista nega peremptoriamente que exista premunição nos sonhos – justifica friamente dizendo que é uma questão de estatística – sonhamos dezenas de imagens oníricas e não é de se estranhar que uma sonhada hoje não venha a coincidir com o que nos acontece amanhã. É o que eu chamo estatística da semente – a árvore atira tantas para o ar que uma vai brotar.
Para os psicanalista a visão é outra – literária, fantasiosa, mítica, adivinhação, interpretação livre  seja que nome dermos ela nos remete a uma satisfação maior já que mesmo cheio de conflitos que se revelam nos meus sonhos jamais me sentirei culpado, não sou eu, são meus sonhos – isso diminui minhas culpas
Um sonho de um farmacêutico que mudou a neurologia:
Era 1921 e Otto Loewi  trabalhando num laboratório na Áustria  teve um sonho – estava descobrindo uma substância que diminuía os batimentos do coração – ao acordar ficou tremendamente frustrado porque não se lembrava mais do experimento. Tempos depois o sonho se repetiu e o Professor Loewi se levanta e anota o experimento para ficar assim registrado evitando o esquecimento. Nova decepção, ele no dia seguinte não conseguia ler os rabiscos feitos naquela sonolência da noite. E, pela terceira vez, o sonho se repete, aí,  conta ele, que, se levantou, foi ao laboratório imediatamente. Providencia dois baldes com soro, num deles coloca o coração de um sapo ainda preso ao nervo vago e num outro balde com soro deposita outro coração de um pobre sapo, agora sem o nervo vago. Estimulando eletricamente o nervo o coração ameaça parar – pronto, eureca, foi liberado uma substância química – a seguir, o Professor transfere apenas o líquido do primeiro balde para o outro que imediatamente revela que o coração ali presente sentiu os efeitos bradicardizantes da substância química que a estimulação do nervo vago produziu.
Otto Loewi foi cauteloso, preferiu denominar essa substância de Vagustoff , nome bem alemão e, mais tarde, confirmou sua suposição, ele tinha descoberto pela primeira vez que o estimulo de um nervo liberava um neurotransmissor – descobriu ali, naquele sonho, a Acetilcolina

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Compromiso fracassado


Compromisso fracassado
Nubor Orlando Facure


Dr. Vitor está envelhecido, me surpreende por ter sido meu aluno na Faculdade de Medicina nas primeiras turmas quando era jovem e extremamente ativo e inteligente – tipo de aluno que marca a gente para sempre.
Fui médico de um dos seus dois filhos tratando de um quadro simples de epilepsia – nas consultas o Dr. Vitor não comparecia por ser muito ocupado – esses meninos de outrora, bonitos e estudiosos, estão cada um em sua área trabalhando em São Paulo
Dr. Vitor, quando iniciou um  segundo casamento, adotou uma menina, recém nascida, procedente da cidade de Extrema, na divisa de Minas com São Paulo. Os problemas começaram mais cedo do que ele esperava – criança de feição linda, porém, irritadiça, mãe e pai se vêm às voltas com plantões noturnos para acalma-la – é extenuante para ele que sempre chega exausto de atendimento e cirurgia que lhe prendem o dia todo no hospital
Chega a idade escolar, atritos, reprovações, professores de reforço e psicólogas tentam ajudar no que podem. A menina parece possuída, nada a contem  o pai é médico se recusa a dopá-la com drogas psiquiátricas.
Os avós paternos tem formação espírita e começam a perceber que um processo obsessivo grave está se instalando.
O período que sucede a adolescência abre todas as contas que, nós todos, de uma forma ou de outra teremos de saldar - idadezinha perigosa - Antigos comparsas, como vítimas de nossos desatinos ou entidades vingativas nos testam e contabilizam nossos débitos – o processo reencarnatório está completo nessa faixa etária e as memórias extracerebrais dão vazão, fluindo no mundo físico, se expressando no ambiente onde transitamos.
Chega a Faculdade, a nossa jovem é rebelde, mas, tem inteligência privilegiada. É aprovada no vestibular e está cursando seus estudos na Faculdade de Itajubá – ali, facilmente se envolve com rapazes como qualquer uma de suas colegas. Um deslize de responsabilidade e ela se compromete com uma gravidez inesperada.
Informam no Centro que, talvez, esse filho possa lhe reconciliar com antigo amor do passado que lhe cobra  as decepções e sofrimento de que foi vítima
Uma calma inexplicável toma conta de toda família do Dr. Vitor – a nossa jovem está hoje completamente mudada – como lhe faz bem essa gravidez
Voltando sábado a tarde na Fernão Dias, trânsito tresloucado e um caminhão a toda velocidade cruza a pista e atinge de cheio o carro da filha do Dr. Vitor. É por isso que esse pai está diante de mim esgotando suas últimas lágrimas pedindo ajuda
Como é pobre nossa medicina sem compreender as causa espirituais que movimentam nossas vidas