quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O Otimismo compensa?

Nubor Orlando Facure


Excesso de confiança pode se confundir com presunção. Faz parte da natureza humana uma percepção positiva sobre nossas próprias competências e habilidades. É a presunção que nos faz crer que somos imunes à influência dos outros e que podemos cumprir todas promessas
Cometemos erros por excesso de otimismo:
Pagamos 6 meses de Academia prometendo ir 3 vezes por semana
Pagamos caro uma consulta para iniciar uma dieta, participar de um programa de emagrecimento, adquirimos nutrientes e remédios de alto custo e não conseguimos emagrecer aqueles 15 quilos a mais
Fazemos prestações que não podemos pagar
Investimos no sítio ou na casa de praia sem tempo para ir lá
Trocamos de carro porque o juro é baixo, sem perceber que a prestação é alta
Aceitamos mais um cartão de crédito com a promessa de reduzir gastos
Um método prático de avaliarmos nosso excesso de confiança é denominado “calibragem”
A calibragem mede a diferença entre habilidades efetivas e percebidas.
Ou seja, a que você acha que tem e a que os testes revelam que você realmente tem
Testes psicológicos mediram a calibragem em soldados, estudantes e donas de casa com as seguintes perguntas:
Você é bom de tiro?
Você compreenderia esse texto?
Você é econômica?
Em 75% das respostas a auto-avaliação foi mais otimista do que os testes vieram a comprovar

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Reflexões de Dezembro
Nubor Orlando Facure


Tragédias no Natal

O fim de ano é sempre manchado por um aumento brutal no número de acidentes de trânsito nas nossas estradas. Os homens produzem três vezes mais desastres que as mulheres, ou, dito de outra forma, se proibíssemos os homens de dirigir, diminuiríamos em 75% o número de mortes nas estradas
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Perdidos no Trânsito

Os especialistas chamam de “falhas navegacionais” - o motorista fica perdido no trânsito
Numa empresa de transporte mais de 20% dos kilômetros rodados são fora do caminho previsto - ou seja, o motorista está perdido.
O Homem se perde muito mais que a mulher - independente da idade, da experiência como motorista ou do nível educacional
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Senso de Direção

Aqui ocorre uma formação cultural interessante. Desde os 6 anos de idade os meninos se perdem muito mais que as meninas. Primeiro porque eles relutam em pedir ajuda, depois porque eles são estimulados desde cedo a explorar e improvisar. Desde cedo o “afastamento de casa” que os pais permitem, é muito mais livre para os meninos. Tanto para atividades com os colegas como para viagens independentes.
Quando perdidas, as meninas costumam pedir ajuda e aceitam mais facilmente informação sobre o caminho a seguir
Os meninos, mesmo desnorteados, tentam sozinhos e de qualquer maneira encontrar o caminho experimentando várias rotas alternativas
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O sucesso masculino no computador

O homem se da melhor na matemática, na guerra e nos computadores.
Não porque as mulheres não tenham habilidades ou competência. O que mais falta às mulheres é a confiança em si mesmo, a capacidade de improvisar e principalmente de correr riscos. Ela tendem a tomar atitudes mais conservadores, preferem investir com segurança no resultado mesmo que correr risco possa estar ligado a um potencial de recompensa maior
Nas tarefas do computador a mulher tem mais medo de usar uma ferramenta nova porque isso pode fazê-la perder tempo e atrasar a tarefa. O homem não é nem mais nem menos inteligente, competente ou habilidoso. Ele improvisa, explora, é arrojado e valoriza mais os benefícios do risco

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ouvindo histórias. Não se aborreça, todos mentem

Nubor Orlando Facure

Ninguém consegue contar uma história com reprodução fidedigna dos fatos. Portanto, não se aborreça se um amigo parece mentir quando fala do acidente que testemunhou.
Os acidentes não são narrados verbalmente e, cada um se detém em detalhes que o emociona mais, usa todos os seus sentidos e quase nada de linguagem verbal. Portanto o seu relato é uma descrição de um evento filtrado pelo seu temperamento, seu caráter e principalmente suas lembranças anteriores.
Porque contamos histórias?
Quase sempre para informar
Outras vezes para entreter nossos amigos
Quase sempre falamos de eventos sociais - mais freqüentemente coisas engraçadas ou fofocas
E elas são recontadas mais de uma vez para diferentes amigos
Nossas histórias são sistematicamente deturpadas - acrescentando, omitindo, exagerando ou minimizando fatos
Somos mestres em deturpar a verdade - incluímos intenções e mentiras deslavadas - com a desculpa de que são de pouca importância
Adaptamos a narrativa conforme a platéia que nos ouve
Enfatizamos o que nos interessa, conforme nosso propósito - principalmente de agradar o ouvinte
Numa conversa com um desconhecido o índice de mentira aumenta vergonhosamente
Todos esses fatos aqui anotados já foram exaustivamente confirmados em testes variados de psicologia comportamental.
Qualquer um de nós pode confirmar isso: anote o que você responde a cada vez que lhe perguntam - como passou o dia?

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Fluidos Magnéticos - reverenciando Mesmer
Nubor Orlando Facure

É uma substância sutil que preenche o Universo
Possui as propriedades de todas as dimensões físicas - tanto as mais como as menos densas em relação ao nosso ambiente terreno - bem como das dimensões espirituais que povoam o Universo
Pode ser denominado Hálito Divino, Hausto do Criador
Produz o Movimento pleno do Universo, onde, portanto, não existe o vácuo
Ele permite que uma pessoa produza na outra efeitos semelhantes ao s efeitos magnéticos dos imãs
Não é um fluido comum, um líquido ou um vapor - é uma força que se revela pelo seus efeitos como o faz a força da gravidade
Produz o movimento e a qualidade das substâncias
As variações do seu ton produzem as diferentes propriedades de todas as substâncias - seu peso, sua cor, sua densidade e suas propriedades químicas
Produz os movimentos e as sensações no corpo animal
A doença aparece por desarranjo nos sólidos e nas suas ações. O Fluido Magnético restabelece sua harmonia e corrige as alterações nos sólidos curando as doenças
Ele produz o fluxo e o refluxo; a atração e a repulsão
Assim como os peixes vivem num meio líquido, a água, nós estamos mergulhados no Fluido Universal
Entre os grãos de areia podemos colocar água nos seus interstícios, na água o ar, no ar o Éter e no Éter o Fluido Universal
O Ar está para o som
A Água para os moinhos
O Éter para a Luz
O Fluido para o movimento e a organização dos corpos
É um ato voluntário do pensamento
É um grande, eterno e soberano pensamento
Ele produz a Crise Mesmérica, ou sonambúlica, permitindo ver órgãos internos, auras e identificar doenças

domingo, 26 de dezembro de 2010

Porque erramos tanto?

Nubor Orlando Facure

1 - Porque fazemos escolhas aleatoriamente - entre várias opções seguras de investimento, preferimos seguir nossa intuição. Na escolha da viagem de férias não é raro seguirmos a sugestão de um amigo. Podemos percorrer um longo percurso achando, por muito tempo, que pegamos a estrada certa.

2 - Porque nossa memória não é armazenada como um arquivo de dados. A cada lembrança reconstruímos a emoção da festa de casamento e essa emoção nos faz esquecer ou misturar datas, nome de parentes, música tocada na igreja, os presentes meus e os da noiva, as pessoas mais exaltadas no final da festa e o que foram embora mais cedo.

3 - Porque nosso cérebro dispõe apenas de um processador - nosso córtex pré-frontal - temos de fazer uma coisa de cada vez usando a consciência. Quando incluímos outra tarefa, uma ou excepcionalmente duas, uma delas é automatizada, portanto sem controle direto e eficaz. Por isso, o motorista que atende o celular deixa passar batido sinais de alerta no trânsito - aumentando significativamente nossos índices de acidentes.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Estante de Neurociências

Nubor Orlando Facure

O estudo do Cérebro avançou tremendamente nos últimos anos em diversas áreas. Antigamente era um assunto árduo, especialmente sua anatomia e fisiologia, sendo suas publicações restritas a um publico limitado de especialistas. Mesmo nas Faculdades de Medicina eram raros os alunos que escolhiam a Neurologia como especialidade
No Século passado, a partir da década de 60, podemos dizer que tem início a “revolução do cérebro”.
Foram muitas as conquistas:
Iniciam-se com as descobertas de substâncias químicas que interferem nas sinapses modificando o curso de psicoses graves, como a esquizofrenia (Amplictil) e outros quadro clínicos comuns, como a Depressão (Imipramina), a Doença de Parkinson (Levodopa) e a Ansiedade (Valium).
Na fisiologia, usando microeletrodos que permitem estudar um neurônio isoladamente, foram esclarecidos os mecanismos mais importantes relacionados com a Memória e o Aprendizado.
A partir dos anos setenta, a Tomografia cerebral inicia o estudo das imagens do Cérebro, sua circulação e as áreas em funcionamento quando uma determinada atividade é executada. Quando olhamos um objeto ou a face de um velho amigo, ocorrem registros de atividade cerebral que são visualizados nitidamente numa Ressonância funcional do Cérebro.
Todos esses conhecimentos fizeram a aproximação definitiva entre a Neurologia, a Psiquiatria, a Psicologia e as áreas mais distantes como a Genética, a Biologia e a Filosofia, agrupadas na extensa temática das Neurociências. Esse grupo de especialistas vem divulgando estudos em áreas comuns a todos, focando o Autismo, a Dislexia, as perturbações do Aprendizado de maneira geral, os Transtornos do Comportamento onde se destaca a Hiperatividade, o Transtorno do Humor, o Transtorno Obsessivo Compulsivo, os Ataques de Pânico, as Fobias, as perdas progressivas de Memória e particularidades dos cérebro de criminosos, de mentirosos, de músicos e curiosidades como o cérebro dos taxistas de Londres.
Artificialmente, alguns autores, criaram subdivisões do cérebro que tem excelentes efeitos didáticos: teríamos todos, um Cérebro Emocional (que lida com nossa raiva e nossos prazeres), um Cérebro Social (que seleciona quem convidamos para o jantar) e um Cérebro Executivo (que nos dirige nas compras no supermercado e na troca do carro).
Hoje, há um público enorme estudando esses temas. Curiosamente, os autores brasileiros tem produzido uma literatura diversificada, de fácil compreensão, sem perder as qualidades acadêmicas que o assunto exige. Um deles é o Dr Paulo Dalgalarrando, Psiquiatra da UNICAMP, foi meu aluno, publicou Evolução do Cérebro, escrevi para a Livraria Cultura dizendo que esse livro é o que há de melhor nos últimos 30 anos.Temos, também, a segunda edição do A Arte de esquecer, do Dr. Ivan Izquierdo - que já esteve aqui em Campinas, no Instituto do Cérebro, quando deu-nos uma aula sobre Memória, sua área de pesquisa. Para quem gosta, Neurociências tem assunto para todos paladares. Fruto da minha paixão por ela, costumo dizer que “vai mudar o mundo”.