terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Fobia social e fobias específicas.

Fobias são medos excessivos e persistentes de situações específicas ou objetos definidos. O medo não pode ser explicado racionalmente. Os indivíduos fóbicos não têm controle voluntário de seu medo, e evitam a situação ou objeto para controlar o medo.

Situações ou objetos que comumente provocam reações fóbicas são diversas, tais como :
• Animais ou insetos : cachorro, cobras, aranhas.
• Ambientes : água, alturas, tempestade.
• Lesões : sangue, punções venenosas, procedimentos médicos ou odontológicos.
• Situações : espaços fechados, voar, pontes, túneis.
• Sociais : interações, falar em público.

A reação fóbica pode se tornar um problema psiquiátrico, quando somos obrigados por motivos diversos defrontar com tais estímulos.
As fobias são problemas psiquiátricos comuns, cujos transtornos mais prevalentes são a depressão e alcoolismo.
Quase todas as crianças tem medo irracionais de situações ou objetos comuns como escuridão, alturas, animais, espaços fechados e tempestades. A maioria das crianças supera estes medos, ou mais precisamente, não desenvolve medos persistentes que possam se tornar fobias. Fobias de insetos e outros animais geralmente começam na infância, bem como as fobias de tempestade e outros estímulos ambientais, túneis, e pontes. Fobias de situações também se desenvolve em adultos, como por exemplo voar após um vôo turbulento e aterrorizante. Fobias sociais geralmente se desenvolvem após um episódio social embaraçoso.
A maioria dos indivíduos encontram maneiras de conviver com as limitações impostas pelos medos, quase sempre com sucesso. Se este sucesso é mantido, eles não precisam procurar ajuda. Quando forçadas a superar suas limitações, a ansiedade surge, e eles podem procurar tratamento. Uma pessoa com medo de voar pode se tornar francamente fóbica quando obrigada a fazê-lo por razões profissionais. Portanto, normalmente são necessárias pressões externas para motivar o paciente a procurar tratamento. Pessoas com mais de uma fobia específica, e ataques de pânico em resposta ao estímulo fóbico são mais propensas a procurar tratamento do que aquelas com uma fobia única e ansiedade menos intensa. Ansiedade intensa, estímulo familiar, e campanhas de esclarecimento ajudam as pessoas como, insetos, alturas, sangue transtornos fóbicos a superar a vergonha e a procurar tratamento.
Para investigar a fobia social, deve-se pesquisar a ocorrência de medo ou desconforto em situações como falar em público ou executar tarefas diante de outras pessoas.
Para investigar as fobias específicas, deve-se perguntar sobre medo de animais, insetos, alturas, sangue, espaços fechados ou outras situações.
Pessoas acometidas de fobia social se tornam temerosas de situações nas quais estejam expostas à observação de outras. Elas tem medo de agir de maneira embaraçosa ou humilhante, ficando visivelmente ansiosas. As situações temidas incluem falar em público, desempenhar alguma atividade em público, como representar ou tocar um instrumento, comer em público e escrever em público, como preencher um cheque ou assinar um recibo de cartão de crédito. Situações de interação social temidas incluem falar ao telefone, falar com estranhos, como para pedir informações, encontro sociais, falar com empregados de estabelecimentos comerciais, ou com autoridades, como agentes policiais.
A exposição à situação temida desencadeia medo e ansiedade excessivos e irracionais, que interferem com o funcionamento social e ocupacional. Muitas pessoas com fobia social evitam promoções, e até mesmo permanecem desempregadas, para evitar episódios de ansiedade ou embaraço. Algumas pessoas tem um medo específico, mas a maioria apresenta mais de uma fobia social. Pessoas com fobia social generalizada temem a maioria das situações sociais. O álcool é usado, às vezes de maneira problemática, para reduzir a ansiedade em situações sociais. Parece haver um padrão familiar para a fobia social.
Embora haja algumas diferenças entre as fobias específicas e a fobia social neste aspecto, os principais diagnósticos diferenciais de ambas são : - transtorno de pânico com agorafobia, depressão, paranóia, transtorno obsessivo compulsivo, transtornos de estresse pós traumático, hipocondria, transtornos alimentares e esquizofrenia.
O transtorno de pânico é diferenciado pela ocorrência de ataques de pânico não ligados a situações, e pelo início dos ataques de pânico precedendo o comportamento de evitação. Pessoas com transtornos depressivos de evitação e ataques de pânico, mas seu comportamento de evitação é decorrente de apatia, perda de interesse no envolvimento social, perda de energia e baixa auto-estima. Pacientes deprimidos tem ainda um cortejo de sintomas típicos de depressão. Pessoas com comportamento de evitação devido a temores infundados de perseguição podem ter esquizofrenia ou transtorno delirante. No transtorno obsessivo – compulsivo o medo e a evitação são dirigidos ao conteúdo do pensamento obsessivo. No transtorno de estresse pós - traumático o medo e o comportamento de evitação se desenvolvem em resposta a um estressor significativo. A hipocondria é caracterizada pela preocupação em relação a doenças. Nos transtornos alimentares, os pacientes podem exibir características fóbicas ou obsessivo – compulsivas, porém o foco dos sintomas está sobre a imagem corporal distorcida e o comportamento alimentar.
O tratamento medicamentoso das fobias específicas e da fobia social visa a reduzir a ansiedade antecipatória, o comportamento de evitação e a ansiedade durante a exposição aos estímulos fóbicos.
Os padrões de comportamento ansiosos são aprendidos.
A terapia cognitiva comportamental pode ser utilizada para modificar estes padrões de comportamento, sendo útil no tratamento das fobias. A maioria das pessoas com fobias sociais ou específicas não recebem tratamento. Alguns tem sucesso evitando os estímulos fóbicos, mas pagam o preço pelas limitações. Outros desafiam o estímulo fóbico e superam a fobia através da exposição. Se o paciente não recebe tratamento que proporcione melhora, o sentimento de desmoralização secundário às limitações impostas pela doença pode levar à depressão.
Principais sintomas da esquizofrenia

 É uma das doenças mais severas.

 Começa na adolescência ou início da vida adulta.

 Afeta emoção, personalidade e pensamento.

 Tem sintomas variáveis e de longa duração.

 É uma doença crônica e incapacitante.

 Leva à deterioração social e ocupacional.


0,5% a 1% da população sofre de esquizofrenia.

10% é a taxa de suicídio entre pacientes com a doença.

 Sintomas positivos
distorções ou exageros de funções normais.

 Alucinações auditivas
(alteração na percepção)

 A pessoa ouve vozes que dão ordens, xingam ou que falam entre si,em geral, tecendo comentários sobre a própria pessoa.

 Podem existir outras modalidades de alucinação visual, tatil ou olfativa.

 Discurso desconexo
(alteração do pensamento)

 A pessoa diz frases sem sentido, com idéias pouco associadas.

 Ruptura na linguagem e na comunicação, refletindo uma desorganização do pensamento.

 Delírios
(distorções na interpretação de informações)

 A pessoa acredita, por exemplo, que esta sendo perseguida e passa a desconfiar de todos

 Os delírios podem ter fundo de :- perseguição, inveja, ciúmes, megalomanias ou ideias religiosas.

 Sensação de “controle” pode aparecer : o pensamento ou as ações estão sendo “comandados” por outras pessoas.


 Comportamentos extravagantes
(ruptura no controle motor e comportamental)

 A pessoa, por exemplo, passa a olhar fixamente para o sol porque acredita que esta recebendo energia para sobreviver às perseguições.

 agressividade, catatonia, resistência e outras inadequações de comportamento podem surgir.

 Sintomas negativos
perda ou diminuição de funções existentes


 Apatia marcante
(prejuizo da “vontade”)

 A pessoa pode passar vários dias em casa sem fazer nada e pode demorar um tempo muito grande para tomar uma decisão banal.

 Incapacidade de iniciar ou persistir na busca de um objetivo.


 Anedonia
(comprometimento da capacidade de sentir prazer ou interesse)

 A pessoa evita a interação social e demonstra pouco interesse em atividades que antes eram prazerosas.

 Prejuizo na capacidade da pessoa de levar uma vida cotidiana normal.


 Discurso pobre
(“empobrecimento”da fala e do pensamento)

 A pessoa fala menos, diz frases desconexas e com pouco significado.

 Capacidade de comunicação precária e grande dificuldade em enfrentar escolas ou trabalhar.


 Embotamento afetivo
(diminuição na habilidade de se expressar emocionalmente)

 A pessoa comunica seu afeto de maneira precária e distante.

 Contatos familiares e sociais prejudicados e grande barreira para estabelecimento de um contato mais íntimo.
O ABORTO E A PSICOLOGIA FETAL



Prof Dr Nubor Orlando Facure


Tem-se tornado comum a leitura na imprensa, de opiniões de médicos defendendo com equívocos a “normalização” do aborto. Colocam-se em defesa da mulher, de suas prerrogativas sociais e de seus direitos à saúde, dignas do reconhecimento de todos nós. Porém, parecem ignorar totalmente que a maior vítima do aborto será sempre a criança que está por nascer.
Numa análise superficial da evolução recente da Medicina, podemos notar uma seqüência de contribuições importantíssimas ocorridas na área da contracepção, para poder dispor a própria mulher da opção de engravidar ou não. Do ponto de vista social, a evolução foi também notória. O nível de informação da menina-moça de hoje é quase completo e desinibido.
Reduziram-se as pressões sociais contra a mulher solteira que engravida e as relações sociais que regem o “convívio afetivo” entre pessoas que se afeiçoam, estão cada vez mais liberais e criativas.
O caminho a percorrer, tanto na área Médica como Social, ainda deverá ser longo, até que toda questão da gravidez “não esperada” seja resolvida. Ainda teremos que redigir o “Estatuto da Criança que está por nascer” e a sociedade deverá compartilhar com a mulher-mãe, o compromisso da vida de maneira solidária.
Venho nos últimos anos estudando o “Complexo Cérebro-mente” procurando identificar como se processa esta relação entre os fenômenos físicos e sua transformação em respostas ou percepções psicológicas. Parece muito claro que o cérebro, por si só, não é capaz de justificar toda capacidade de Mente Humana e o conhecimento científico é muito limitado para alcançar as razões filosóficas da natureza humana e do seu destino.
Tenho uma visão espiritualista que me permite identificar a Mente como uma entidade corporificada que instrumentaliza o cérebro para se inserir na realidade física em que vivemos. A Mente Humana tem se aprimorado dentro do mesmo processo que forçou, pela seleção natural, a evolução das formas físicas dos organismos que vivificam o nosso mundo biológico.
Na semiologia neuropsicológica, freqüentemente se confunde a Mente com os nossos processos psicológicos, parecendo que estes às vezes são a causa e não o efeito.
A instrumentação neurológica de hoje só nos permite identificar os fenômenos psíquicos através da semiologia grosseira de estímulo-resposta, provocando reações através do cérebro. Ainda falta muito para aprendermos a avaliar, por exemplo, o conteúdo da consciência, a extensão dos fenômenos intuitivos e o grau superlativo das nossas percepções interiores.
Para Freud, o “Aparelho Psíquico” de cada um de nós, começa a se estruturar apenas após o nascimento através da atividade motora. O gesto da criança que toca o seio materno vai lhe inspirando segurança e, com os movimentos do corpo, ela vai se relacionando com o mundo exterior. A partir daí passa a fazer identificações e expor suas inclinações.
A Neuropsicologia de hoje está, no entanto, antecipando cada vez mais o aparecimento de expressões do Psiquismo no ser humano. Bem antes do nascimento, as manifestações de vivência agradáveis ou não da mãe, já imprimem na mente da criança que vai nascer, reações que logo após o parto podem ser semiologicamente confirmadas.
Análises com figuras ou retratos mostrando, por exemplo, o rosto da mãe, podem ser estímulos eficazes para o recém nascido que, se supõe, pode até distinguir um rosto com um sorriso de outro que expressa seriedade. Estímulos sonoros correspondentes à voz humana também podem ser discriminados pelo recém nascido, especialmente quando se trata da voz da sua própria mãe. Nos congressos de neuropediatria já estão incluídos em sua temática a apresentação de trabalhos sobre o Psiquismo Fetal. Esta é uma área tão intrigante como foram as revelações sobre o Inconsciente após os estudos de Freud. Antes dele ninguém podia suspeitar de uma ligação materno-infantil tão fortemente ligada à sexualidade, nem se poderia compreender as paixões que o Complexo de Édipo esclareceu. É claro que continuamos com perguntas fundamentais aguardando novas revelações.
Qual é a essência do “Psiquismo Fetal”, quando ele se inicia e qual a sua interdependência com os pais.
Parece que estão certos os orientais que começam a contar a idade de suas crianças pela data da concepção.

A confirmação de um “Psiquismo Fetal”, intimamente ligado ao “Psiquismo Materno”, implica mais um motivo para nossa meditação quando falamos de aborto.





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PARADÍGMAS ESPÍRITAS NA PRÁTICA MÉDICA

Prof. Dr Nubor Orlando Facure

Introdução

O conhecimento e a prática médica na atualidade estão fundamentados em postulados típicos daquilo que costuma ser chamado nos dias de hoje de conhecimento científico. Com este “Status” de Ciência, a medicina usufrui das vantagens de um atributo metodológico para confirmação das suas hipóteses e formulação das suas teorias. Esta mesma base exclusivamente científica, restringe, no entanto, sua capacidade de responder questões vitais para o ser humano, além de a tornar, tão vulnerável e transitória, como tem sido todo conhecimento científico na história da humanidade.
Enquanto corre atrás de respostas complexas usando equipamentos sofisticados para desvendar a intimidade da biologia molecular, a Medicina de hoje deixa ainda sem respostas questões básicas como a natureza e o sentido da vida.
Inúmeras vezes na história da medicina a explicação racional para determinadas situações de doença só puderam ser compreendidas quando se estabeleceram novos paradigmas para sua interpretação. Enquanto não foi descoberto a existência das células, não compreendemos o funcionamento dos órgãos, enquanto não identificamos o inconsciente, não reconhecemos os mecanismos que operam a mente.
No que se refere ao ser humano integral, o espiritismo tem condições de revelar paradigmas fundamentais para uma revolução no conhecimento médico.
Esta doutrina deixa claro que a origem e a justiça do sofrimento humano só serão reconhecidos, por inteiro, quando aceitarmos nossa natureza espiritual como a única forma possível de dar sentido a vida e justificar nosso destino.

OS PRINCÍPIOS ESPÍRITAS

Codificada por ALLAN KARDEC na segunda metade do século passado, a Doutrina Espírita expõe uma série de postulados não dogmáticos ditados por espíritos evoluídos que se utilizaram de médiuns de diversas partes da Europa, principalmente da França. Allan Kardec organizou de forma didática e sistemática estes ditados mediúnicos formando um conjunto de obras tidas como básicas para o estudo da Doutrina Espírita.
Dentre elas, a primeira e mais destacada é O Livro dos Espíritos que, na forma de perguntas e respostas, expõe toda sua base doutrinária. Considerando a área médica em particular, a literatura espírita, posterior a Allan Kardec, foi enriquecida de forma extraordinária com as publicações mediúnicas do espírito André Luiz através da psicografia de Francisco Candido Xavier.
Focalizando as obras de Kardec e André Luiz podemos anotar que a doutrina espírita estabelece postulados fundamentais cuja orientação doutrinária tem repercussões significativas na área médica.
Ensinam os espíritos que somos seres imortais, criados por Deus, sujeitos, como todos os seres da natureza, a um processo evolutivo que visa o progresso incessante de todas as criaturas, sem exceção e sem retrocesso, que se fundamenta nas leis de reencarnação.
A reencarnação, no estágio evolutivo em que nos encontramos, ocorre sempre na espécie humana, em qualquer sexo ou raça.
O nascimento não representa o início da vida, nem a morte o seu fim. Tanto o nascimento como a morte física obedecem a desígnios de objetivos superiores visando o aprimoramento contínuo, segundo critérios da mais absoluta justiça.
Prevalece para todos a lei universal de ação e reação de modo inflexível e infalível.
A natureza física do corpo é para o ser humano apenas uma de suas expressões. O corpo físico nos permite interagir no ambiente material onde estamos inseridos. Cada um de nós, no entanto, é uma entidade espiritual organizada e independente, que sobrevive a morte e que se aperfeiçoa nos diversos corpos físicos que vai tendo oportunidade de utilizar com as reencarnações.
A união do corpo físico, carnal, com o espírito, que é sempre o senhor de nossas ações, se processa através de um organismo intermediário de constituição “semimaterial” chamado perispírito ou corpo espiritual.
Nas propriedades deste corpo intermediário ( perispírito ) se justifica toda uma série de fenômenos de intercâmbio entre nós e o mundo espiritual e nos apontam para uma linha de pesquisa fundamental para o esclarecimento das doenças humanas.
São chamados de fenômenos mediúnicos certas manifestação de efeitos físicos ou intelectuais que os espíritos desencarnados provocam através de pessoas dotadas de condições especiais, por isto denominados de médiuns. O corpo espiritual destes médiuns ampliam sensibilidades específicas para possibilitar este tipo de manifestação.
Os espíritos desencarnados habitam o mundo espiritual que, de certa forma, nos envolve , expandindo porém em dimensões inacessíveis as nossas limitações materiais. No mundo espiritual, conservamos o perispírito que, na dependência da nossa conveniência, repete a aparência do corpo físico que possuímos quando encarnados.
Os espíritos convivem constantemente conosco, atuando sobre nossos procedimentos, tanto física como moralmente, através de sugestões. Eles mantém uma atuação direta sobre nós, na dependência da nossa aceitação e assimilação, conforme princípios de sintonia e afinidade. No mundo espiritual prevalece também, para a afinidade e a convivência entre os espíritos, os mesmos princípios segundo o qual, o que aproxima ou afasta os espíritos entre si, é o padrão vibratório ( mental ) que depende do grau de evolução espiritual de cada um. Para cada estágio evolutivo corresponde determinado padrão de vibração mental que, por sintonia, aproxima espíritos de padrão vibratório semelhante.
Há em todo Universo um elemento fundamental denominado de Fluído Cósmico Universal de onde se originam todos os elementos tanto do mundo material como do mundo espiritual. Uma vez criadas as condições físicas adequadas, a matéria orgânica preparada na Terra, recebeu o Princípio Vital que possibilitou o desenvolvimento da vida no planeta. O Principio Vital foi se expandindo em cada ser vivo à medida em que os organismos iam se aprimorando sob os efeitos de seleção que a evolução exigia.

Ao mesmo tempo, o elemento espiritual primordial, foi adquirindo complexidade até o desabrochar da consciência e da inteligência que permitiram a incursão da espécie humana na Terra.
A energia emanante do espírito é o pensamento. Como fonte plasmadoura de idéias, o pensamento, é capaz de agregar elementos do Fluído Cósmico, construindo um material “idealizado” que constroe o ambiente espiritual em torno de nós.
As imagens mentais produzidas pelo pensamento de toda humanidade cria, em torno do planeta, uma atmosfera espiritual condizente com o teor destes pensamentos.

DISCUSSÃO

Sem a pretensão de ter esgotado os enunciados da doutrina espírita, podemos nos ater apenas aos que enumeramos para deduzir uma seqüência extensa de informações inovadoras para a ciência médica. Paradigmas fundamentais como a descoberta do mundo microbiano, ( Pasteur ) da circulação do sangue, ( Harvey ), da homeostase, ( Claude Bernard ), da psicodinâmica do inconsciente, ( Freud ), da seleção natural ( Darwim ), promovendo as transformações evolutivas dos organismos, trouxeram com suas teorias mudanças na interpretação dos fatos. A cada nova ordem de conhecimento que cada um destes paradigmas introduzia, ocorreram mudanças de atitudes nos procedimentos médicos.
Nenhum destes paradigmas, nem qualquer outro que possamos citar, teve a pretensão de revelar uma verdade acabada e sem contestações.
Os paradigmas espíritas estão dentro desta mesma ordem de propósitos. Trata-se de um conhecimento inovador, que esclarece razões fundamentais para a doença e o sofrimento e vai modificar substancialmente nossas atitudes diante dos doentes. Entretanto, esta nova interpretação para os acontecimentos, não suprime o esforço da pesquisa nem a experiência que se conquista com o trabalho perseverante. Os postulados espíritas não se propõem, por exemplo, para a busca de um suposto agente etiológico para uma moléstia cuja causa atual é desconhecida. O que o conhecimento espírita introduz, de forma racional e passível de comprovação experimental, é o elemento espiritual na essência fundamental de todo acontecimento relacionado com a vida na Terra.

CORPO ESPIRITUAL OU PERISPÍRITO

A literatura espírita registra três elementos fundamentais na constituição do ser humano. O espírito, nosso eu inteligente, dotado de competência para criar as idéias e manter a unidade do organismo. O corpo físico, estruturado a partir do aglomerado celular que o compõe e que sustenta seu estado de vitalidade às custas do Princípio Vital que emana do Criador. O perispírito , um organismo intermediário que possibilita a atuação no corpo físico, da energia que emana do espírito.
Após a morte, o espírito desencarnado continua dispondo do perispírito para sua apresentação. Embora tenha fundamentalmente a mesma natureza, há diferenças na disposição orgânica do perispírito do homem enquanto encarnado e do espírito no mundo espiritual. O perispírito tem natureza coloidal que lhe faculta propriedades eletromagnéticas sutilmente sensíveis à energia mental emitida pelo espírito que o controla. A ligação entre o perispírito e o corpo físico se processa na intimidade das ligações de partículas subatômicas ao nível das quais não se distingue os limites precisos onde termina o corpo físico e onde se inicia o corpo espiritual. A natureza do perispírito é dita “semimaterial”, pela falta de terminologia mais adequada e não difere dos mesmos elementos fundamentais que organizam nosso mundo físico. A diferença em comprimentos de ondas em que se expressa a “matéria física” e a “matéria espiritual” é que as expõe em “realidades” diferentes. O corpo espiritual exerce um papel plasmador e estruturador da forma física que o corpo humano assume durante a vida. Pelo conhecimento espírita sabemos que as mudanças evolutivas que foram transformando os organismos vivos na Terra, foram programadas e articuladas primordialmente, nos corpos espirituais, antes de se processarem por conseqüência inevitável, nos organismos que a biologia terrena desenvolveu.
Através da força que a vibração mental impõe ao perispírito, este pode sofrer modificações quanto à forma e a aparência. Espíritos elevados tem o mais amplo domínio sobre seus perispíritos, enobrecendo sua aparência e, irradiando através deles, uma luminosidade extraordinária.
Por outro lado, tanto o homem comum, como os espíritos de mediana evolução, mostram em seus corpos espirituais, expressões e formas que denunciam sua pobreza de pensamentos. Quase sempre, por persistirmos em vibrações mentais de conteúdo vulgar e de franca animosidade, estamos todos enegrecidos por irradiações de baixo nível espiritual.
Prevalece no perispírito do homem encarnado a mesma composição celular e disposição dos órgãos físicos. Enquanto o corpo humano atua como um fator limitante da expressão plena do potencial espiritual de cada um, o perispírito, registra e acumula toda experiência de nossas múltiplas encarnações, além de dispor de forma expandida, de todas as percepções da alma. Sabemos que o espírito, através do corpo espiritual, pode ver, sentir ou ouvir com as mãos ou com qualquer outra parte do corpo.
Outra propriedade fundamental do corpo espiritual se relaciona com os fenômenos mediúnicos. A atuação da entidade comunicante através do médium exige uma combinação dos fluídos do perispírito de ambos.
A maior fidelidade das mensagens está ligada com a maior afinidade entre os fluídos do médium e do espírito comunicante. Sendo o perispírito constituído de “matéria” radiante, extremamente sensível às vibrações mentais, o processo de comunicação entre os médiuns e os espíritos que com eles se familiarizam , depende muito desta sintonia em comprimento de ondas, que se ajustam entre os dois corpos espirituais que se aproximam.
Nos fenômenos de efeitos físicos em que ocorre o transporte de objetos materiais de um ambiente para outro, dizem os espíritos, que, o objeto transportado, fica como que, “animado” de vida, por efeito do seu envolvimento com os fluídos do perispírito do médium e do espírito que se presta a fazer este tipo de fenômeno.
Pode-se concluir que, a combinação dos fluídos do corpo espiritual é capaz de mudar a natureza dos elementos que compõe a matéria física que conhecemos. É bem provável que este processo também ocorra por modificações no comprimento de onda pelos quais se expressam os átomos que conhecemos.

MATÉRIA MENTAL E AS LEIS DE SINTONIA

A vida é a expressão de um fenômeno espiritual. Enquanto a mente, é o espírito que interpretando sensações cria as idéias e as emoções que através do pensamento exteriorizam nossos desejos.
O Fluído Cósmico serve de substrato ao pensamento que se projeta como energia expressa em partículas de comprimentos de ondas variados. Nossos pensamentos criam em torno de nós um ambiente psíquico onde estão “esculpidas” as imagens mentais que idealizamos com mais persistência. Portanto, cada um de nós convive “materialmente” com suas próprias idéias. Somos de certa forma “escravos” de nossos próprios desejos. Cultivar ódio ou amor por alguém significa também conviver psiquicamente com o personagem que construímos em nossa psicosfera para odiar ou amar. As projeções das nossas vibrações mentais estão sintonizadas em pelo menos três níveis de emissão mais ou menos hierarquizados conforme o cumprimento de onda em que ressoa nossos pensamentos. Por processos de automatismos e condicionamentos herdados, temos aptidão para emissão de pensamentos controladores das funções básicas do organismo, responsáveis pela nossa sobrevivência. Numa outra hierarquia de fenômenos, nossas emissões mentais mantém nossa consciência desperta e interagindo com o ambiente exterior em que estamos inseridos.E, finalmente em condições especiais podemos emitir pensamentos com comprimento de ondas ultracurtas, expandindo nossa capacidade de comunicação mental, atingido as dimensões espirituais mais nobres.A afinidade que atrai ou repele qualquer criatura que se aproxime de nós vai depender essencialmente do teor das vibrações mentais que emitimos. Os comprimentos de ondas mentais se ajustam ou criam ressonância conforme a sintonia que se estabelece entre elas. Ao criarmos uma idéia e projetarmos as ondas mentais pertinentes a um determinado tema, estamos estabelecendo sintonia com todos os indivíduos, encarnados ou não, que mentalizarem conosco o mesmo assunto. A convivência entre as pessoas tende as induzir a pensarem e aceitarem os mesmos princípios.
Freqüentemente somos vítimas de sugestões mentalizadas por nós ou induzidas pelos outros que produzem figuras mentais que se organizam em torno de nossa psicosfera. A imagem que passamos a fazer do mundo fica ligada então, a estas formas-mentais que induzem sistematicamente nossos comportamentos.
O empenho em assimilar um aprendizado novo, implica em sintonizar e desenvolver compreensão adequada para aceitação das sugestões propostas pela idéia nova.
Por outro lado, todos os desejos e vontades que buscamos ardentemente com insistência,nos escravizam com imagens que podem nos condicionar a comportamentos obsessivos.
As idéias que combatemos com veemência, por que nos incomodam ou nos martirizam, acabam por persistirem em nós porque, de certa forma, estamos aceitando inconscientemente o seu conteúdo e de alguma forma nos sintonizando com seus emissores.

DILEMA CÉREBRO-MENTE

A visão materialista da Ciência de hoje não tem alcance suficiente para explicar a origem do pensamento. Não há como justificar através de circuitos neuronais nossa capacidade de aprender e criar idéias novas. A partir dos estímulos neurais como a visão ou o tato, não se compreende como o cérebro, recebendo sensações físicas é capaz de gerar percepções, criar interpretações ou processar julgamentos. São funções psíquicas extremamentes complexas para as quais a fisiologia cerebral é insuficiente para justificar.
No processo evolutivo em que os organismos vivos foram se aprimorando ocorreram mudanças morfológicas e funcionais que pressupunham a sobrevivência dos mais aptos. Sem aceitarmos a existência do espírito fica muito difícil compreender como a mente, participando deste processo evolutivo, foi se aprimorando em todas as criaturas até atingir o estágio de humanização da consciência. Todo cientista, no entanto, é forçado a acreditar que foi a partir de reflexos simples da vida unicelular que se atingiu o discernimento e a inteligência.
Com uma visão espiritualista, a mente deixa de ser uma expressão sintetizada pela atividade cerebral para se apresentar como uma entidade que organiza a vida, que sobrevive à morte e que acumula conhecimento a medida em que repete as experiências de novas vidas.
A partir dos reflexos desenvolvemos automatismos e instintos. Com a capacidade de tomar decisões adquirimos o discernimento. Pela experiência, selecionando caminhos, aprendemos a raciocinar. O raciocínio e o julgamento desenvolveram a inteligência. O pensamento fragmentário dos animais deu origem ao pensamento contínuo do ser humano. A consciência tomou conhecimento do eu, do mundo exterior e de seu significado. Já temos a consciência temporal que nos permite situar os acontecimentos do presente, rememorar o passado e antever o futuro. Falta-nos conquistar a consciência da espiritualidade que nos envolve. A percepção de espaço-tempo registrada pelos nossos sentidos, se limita, no momento, às três dimensões que nos cercam. O aprimoramento espiritual deve nos reservar para o futuro a consciência contínua e a consciência expandida a outras dimensões.

FENÔMENO FÍSICO E O FENÔMENO PSICOLÓGICO

O cérebro é capaz de registrar milhões de informações em curtíssimo espaço de tempo. Ondas luminosas atravessam o olho e alcançam o lobo occipital, as auditivas ativam os lobos temporais e ao tocar um objeto registramos suas propriedades nos lobos parietais. Cada uma destas sensações não se limitam a provocar percepções de luz, de sons ou de objetos. Para cada uma delas o cérebro promove interpretações e julgamentos “criando” imagens que passam a ser representações das sensações percebidas.
A todo instante estamos “sonhando” com imagens que tem para cada um de nós o significado da realidade. Nossa grande dificuldade é explicar como e quando um fenômeno físico se processa em fenômeno psicológico.
A nível de circuitos neuronais há muito pouco que justifique este dilema. Admitindo a existência do espírito como fonte emissora da energia que faz fluir nossos pensamentos podemos deduzir que todo fenômeno psicológico é de natureza espiritual. As sensações projetadas pelo mundo físico onde estamos inseridos devem atingir o espírito onde se processa todo fenômeno de interpretação e reconhecimento. A segunda questão é compreender como a energia emanada do espírito alcança o cérebro físico constituído de matéria densa e, como os estímulos que sensibilizam o cérebro podem ser registrados pelo espírito que pertence a outra dimensão.
Esclarece a doutrina espírita que, o elemento transdutor ou transformador das sensações física é o corpo espiritual que, como vimos, participa da nossa natureza material em diferentes comprimentos de ondas susceptíveis a ação direta da mente.
Allan Kardec estudando a importância do corpo espiritual, já chamava a atenção de que o conhecimento de suas propriedades deverá trazer esclarecimentos fundamentais para a Medicina.
Podemos conjeturar que, sendo o corpo espiritual constituído de elementos mais sutis que o corpo físico, sua capacidade para armazenar e transmitir informações mentais deve estar fundamentada em redes de circuito eletromagnético, que se espraiam por todo perispírito, sem necessidade da intermediação química como a que se processa “morosamente” no cérebro físico entre redes mentais e seus neurotransmissores.

DOENÇAS ESPIRITUAIS

A Medicina compreende como doença as pertubações no bem estar físico, psíquico e social do ser humano. A tendência atual é de se aceitar uma interação constante entre estes três aspectos. Qualquer doença de expressão física desencadeia repercussões psicológicas ou psicossociais e, as perturbações psíquicas ou sociais se consolidam em quadros psicossomáticos.
Admitindo-se porém, o pressuposto da nossa natureza espiritual e, que todo processo psíquico em sua essência é uma atividade da alma, pode-se conjeturar a existência das doenças espirituais. Esta hipótese se fundamenta em postulados que já adiantamos no início deste trabalho.
Numa tentativa de classificação, podemos separar as doenças espirituais dentro da seguinte ordem :

Desequilíbrios vibratórios

Lesões cármicas do corpo espiritual,
Vampirismo,
Obsessão
Mediunismo.

Desequilíbrios vibratórios

Os desequilíbrios vibratórios consistem numa perturbação na dinâmica da interação entre o corpo físico e o corpo espiritual. Sabemos que o perispírito não ocupa o nosso corpo como se vestisse uma roupa. Ele interage com o corpo físico por ligação eletromagnética promovendo uma transição sutil entre um corpo e o outro. Esta junção entre os dois corpos permite variações na “aderência” entre um corpo e o outro. Esta ligação é mais “solta” na criança, nos idosos e na maioria dos médiuns.
Esta possibilidade de maior “desprendimento” do corpo espiritual é que possibilita toda a série de fenômenos mediúnicos.
Num mesmo indivíduo, a interação entre seu corpo físico e o perispírito, aumenta ou diminui nas horas de sono ou de meditação, nos momentos de tensão ou ansiedade e sob o efeito de certos medicamentos e alimentos.
O processo de doença espiritual, que classificamos como desequilíbrio vibratório, se estabelece, por efeito do nosso descontrole emocional, quando damos lugar em nossos pensamentos, ao ódio, a cólera, a agressividade, ao mau humor, ao desespero, a ociosidade, a maledicência permitindo com isto, uma desincronização entre o perispírito e o corpo físico. Habitualmente, esta situação provoca em todos nós, uma sensação de mal estar e indisposição que atribuímos freqüentemente a insucessos ou situações de animosidade vivenciadas no nosso dia a dia. Cabe aqui a recomendação de lembrarmos da vigilância permanente em relação aos nossos comportamentos e as nossas atitudes cotidianas.

LESÕES CÁRMICAS DO CORPO ESPIRITUAL

Quadros extremamente freqüentes de cardiopatias, hidrocefalia, atrofias cerebrais, criptorquidia, deformações uterinas, são possíveis exemplos de doenças que arrastamos por longos anos, penosamente, resgatando e reformando estas lesões.
Antigos desvios como o aborto ou o suicídio, provocados por nós mesmos em vidas anteriores, deixam marcas permanentes em nosso perispírito. Estes sinais nos acompanham no mundo espiritual e cada um de nós, com os compromissos agravados, busca uma nova encarnação, onde num corpo lesado, conseguimos o resgate cármico de nossas culpas.

VAMPIRISMO

Ocorre por desvios de conduta do comportamento humano quando nos permitimos enveredar pelo vício das drogas, dos tóxicos, do álcool, dos desvios sexuais e de extravagâncias alimentares.
Por criação da própria mente que persistentemente convive com o vício, criam-se, às custas da matéria mental, os “microorganismos mentais” ou “micróbios psíquicos” que passam a “corroer” e infestar o corpo físico sugando suas energias a partir dos centros vitais.
Estes desvio do comportamento humano, atraem pela perversão que promovem, grande número de espíritos que se associam à estes procedimentos viciados, comportando-se como parasitas ou “vampiros” do homem cujas atitudes lhes serve de gozo ou prazer.
As formas microbianas elaboradas pela mente, são construídas às custas da matéria fluídica perispiritual que “vivifica” sua atuação. Mesmo sem ter vida própria são extremamente danosas para o organismo que “vampiriza”.
No momento em que uma decisão sincera faz o homem mudar de conduta e modificar seu conteúdo mental, especialmente quando ele passa a usar a oração e o trabalho como instrumentos de cura, estas formas-imagem perdem sua “vitalidade” e deixam de parasitá-lo.

OBSCESSÃO

Sabemos que cada ser humano, por discórdias promovidas em vidas anteriores, pode ser perturbado por espíritos que se consideram credores de suas vítimas. Estas entidades passam a exercer uma perturbação obsessiva, impondo sofrimento, principalmente, através de doenças mentais ou somatizações as mais complexas possíveis.
Em qualquer ambiente de atendimento psiquiátrico é possível encontrar pacientes com quadros esdrúxulos ou atípicos que as classificações médicas da psiquiatria de hoje se mostra incapaz de identificar. Muitos, senão a maioria destes quadros, estão relacionados com os processos obsessivos que a literatura espírita descreve.

MEDIUNISMO

Na verdade, o “mediunismo” não deveria estar aqui rotulado como doença. Porém sua apresentação, em pessoas não esclarecidas ou não disciplinadas, pode revelar quadros rotulados na medicina humana tradicional como crises de epilepsia, ou crises histéricas. Uma boa orientação num centro espírita pode fazer com segurança a triagem destes quadro

CONCLUSÕES

1- Os paradigmas espíritas esclarecem de forma racional a natureza espiritual do ser humano.
2- Nas propriedades do perispírito se encontram os mecanismos de interação entre o cérebro e a mente.
3- Um grande número de doenças, se não todas, tem seus transtornos
previamente, programados no perispírito.
4- Os paradigmas espíritas sugerem a mudança de conduta, a reforma íntima, a espiritualização do homem como forma de resolver o problema do sofrimento humano.

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Pânico

1. O que é um ataque de pânico ?

Um ataque de pânico é caracterizado por um início repentino, com progressão fulminante de sentimentos de medo, terror ou desconforto acompanhado de no mínimo quatro dos seguintes sintomas :

 Taquicardia ou palpitações
 Sudorese profusa
 Tremores
 Falta de ar
 Dor ou constricção no peito
 Náusea
 Descontrole intestinal
 Fraqueza
 Ondas de calor
 Sentimentos de despersonalização
 Medo de enlouquecer
 Medo de morrer

Num ataque de pânico, quatro ou mais destes sintomas atingem intensidade máxima em 10 minutos. Na maioria dos casos um ataque de pânico é claramente distinto da ansiedade não paroxística por sua intensidade e rapidez de início. Um ataque de pânico é geralmente devastador. O indivíduo experimenta medo intenso, com sensações de morte iminente, perda do controle e da razão. Um sentimento intenso de necessidade de escapar da situação é comumente relatado.

2. O que causa um ataque de pânico ?

Para avaliar uma pessoa que teve um ou mais ataques de pânico, é essencial conhecer as circunstâncias nas quais os ataques ocorrem. Em alguns indivíduos os ataques de pânico ocorrem inesperadamente, sem razão aparente. Outros têm ataques quando expostos à situações que provoquem ansiedade, como multidões, espaços fechados, túneis, pontes ou lugares altos. Um terceiro grupo tem ataques em ambas as situações. A maioria dos clínicos e pesquisadores concorda que a relação entre um ataque de pânico e um estímulo desencadeante específico é uma resposta aprendida. Ataques de pânico inesperados tem sido explicados como alterações dos sistemas internos de alarme, ou seja, uma resposta de fuga ou luta na ausência de ameaça externa. Alguns consideram que estímulos internos como taquicardia ou falta de ar, interpretados erroneamente, podem ter papel importante no disparo dos ataques de pânico inesperados.

3. Quais os diagnósticos, psiquiátricos ou não, na vigência dos quais podem ocorrer ataques de pânico ?

Ataques de pânico podem ocorrer em várias patologias, psiquiátricas ou não, e não são sinônimo de transtorno de pânico. O transtorno de pânico, propriamente dito, a fobia social, as fobias específicas, o transtorno obsessivo compulsivo, o transtorno do estresse pós-traumático, a depressão e a intoxicação ou abstinência de substâncias são os diagnósticos psiquiátricos mais freqüentemente relacionados aos ataques de pânico. As causas não psiquiátricas mais freqüentes incluem o hipertiroidismo, hiperparatiroidismo, feocromocitoma, disfunções vestibulares, epilepsias, arritmias cardíacas e intoxicações medicamentosas.

4. Avaliação médica dos pacientes com ataques de pânico

Uma história detalhada é o passo mais importante na avaliação de um paciente com ataques de pânico. O paciente geralmente se atêm a sintomas específicos, como aceleração do ritmo cardíaco, dor torácica, fraqueza ou sudorese, subestimando outros fatores, como a presença de outros sintomas importantes, circunstâncias de ocorrência dos ataques, rapidez de início, e duração dos ataques. O que parece inicialmente ser um ataque cardíaco ou acidente vascular pode ser reconhecido como um ataque de pânico se é obtida uma história mais detalhada sobre as circunstâncias e progressão dos sintomas.

5. Quais as características da doença do pânico ?

A doença do pânico é uma síndrome. As pessoas com a doença do pânico têm ataques recorrentes e inesperados; às vezes mais de um por semana. Os ataques são acompanhados por preocupação ou medo de novos ataques, temor de doenças cardíacas e alterações significativas de comportamento. Alguns pacientes têm medo de novos ataques, ou quando ocorrem numa determinada situação, então os pacientes passam a associar tais situações. Tornam-se então fóbicos e começam a evitar tal situação, tornando-se fóbicos. Essa fobia chama-se agorafobia onde o paciente fica limitado precisando de companhia para atividades diárias como dirigir, fazer compras, às vezes ficam presos em sua própria casa.

6. Quem sofre de doença do pânico ?

A doença do pânico tem sido diagnosticada até em crianças de 8 anos. Muitos pacientes têm seu primeiro ataque na adolescência. A maioria dos pacientes tem a síndrome plenamente desenvolvida em torno dos 30 anos. O início após os 50 anos é raro, mas algumas pessoas de 50 a 60 anos desenvolvem a doença do pânico. Estudos em geral tem demonstrado uma incidência em mulheres. O tipo de paciente da doença do pânico é uma mulher jovem, com alto grau de ansiedade e sintomas físicos importantes.

7. Que outros problemas, ou doenças psiquiátricas podem estar associadas à doença do pânico.

Várias condições associadas tem sido detectadas, uma das mais comuns é a depressão. O funcionamento social e ocupacional dos pacientes, já prejudicado pelo pânico, se deteriora mais com o desenvolvimento da depressão.

A C A L M E - S E

Aceite a sua ansiedade. Substitua seu medo, sua raiva e sua rejeição por aceitação. Resistindo você estará prolongando e intensificando o seu desconforto.
Complete as coisas em sua volta. Não fique olhando para dentro de você, observando tudo e cada coisa que sente. Olhe a sua volta, observando cada detalhe da situação em que você está. Quanto mais puder separar-se da experiência interna e ligar-se nos acontecimentos externos, melhor você se sentirá.
Aja com sua ansiedade. Aja como se você não estivesse ansioso, isto é, funcione com ela. Se você fugir, a sua ansiedade vai diminuir mas o seu medo vai aumentar, e na próxima vez a sua ansiedade vai ser pior. Continue agindo, bem devagar !
Libere o ar dos pulmões, bem devagar. Respire bem devagar, calmamente, inspirando pouco ar pelo nariz e expirando longa e suavemente pela boca.
Mantenha os passos anteriores. Repita cada um, passo a passo. Aceitar a sua ansiedade; contemplar; agir com ela e respirar calma e suavemente até que ela diminua e atinja um nível confortável.
Examine agora seus pensamentos. Examine o que está dizendo para você mesmo e reflita racionalmente para ver se o que você pensa é verdade ou não; você tem provas sobre o que você pensa é verdade ? Há outras maneiras de você entender o que está lhe acontecendo ? Lembre-se : você está apenas ansioso : isto pode ser desagradável, mas não é perigoso.
Sorria, você conseguiu ! Você conseguiu sozinho e com seus próprios recursos, tranqüilizar-se e superar este momento.
Espere o melhor. Em vez de se considerar livre dela, surpreenda-se pelo jeito como você a maneja, como você acabou de fazer agora. Esperando a ocorrência da ansiedade no futuro, você estará em uma boa posição para lidar com ela novamente.
Transtorno Obsessivo Compulsivo

1-Definição de TOC.

O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é classificado como um transtorno de ansiedade caracterizado por obsessões, que são pensamentos definidos como idéias, imagens ou impulsos recorrentes e persistentes, que são uma fonte significativa de mal estar ou interferem com os papéis sociais e ocupacionais do indivíduo; e compulsões, que são definidas como comportamentos ou pensamentos repetitivos, sem propósito e intencionais, ocorrendo em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras fixas ou de maneira estereotipada.
Os pensamentos ou comportamentos causam ansiedade, levando o paciente a opor-lhes resistência, ao menos no início; não são partes de um quadro psicótico, e são reconhecidos como destituídos de sentido. A ansiedade é a característica principal do TOC, e os comportamentos ou pensamentos repetitivos são geralmente um meio de neutralizar o incômodo associado às obsessões.

2- Definição de Transtorno de Personalidade Obsessivo Compulsivo.

O Transtorno de Personalidade Obsessivo Compulsivo pode ser diagnosticado como TOC ou comórbido com TOC.
O transtorno tende a ser crônico, persistente, englobando muitos traços, como atenção obsessiva a detalhes, inflexibilidade e perfeccionismo. Estas características diferem, mas podem ser confundidas com os rituais compulsivos do TOC. O transtorno deve ser distinguido do TOC pela ausência de obsessões, compulsões, rituais e intensa ansiedade presente no TOC. Os pensamentos e comportamentos comuns no TOC são tipicamente perturbadores para os pacientes, enquanto os traços de personalidade do transtorno de personalidade normalmente não o são. Os sintomas do TOC geralmente oscilam em intensidade, ao passo que os traços de personalidades são relativamente estáveis.

3- Tratamento para o Transtorno de Personalidade Obsessivo Compulsivo.

O diagnóstico diferencial entre o TOC e o Transtorno de Personalidade Obsessivo Compulsivo é importante principalmente porque os tratamentos são marcadamente diferentes. Poucos dados sugerem que os tratamentos farmacológicos, que são efetivos no TOC, sejam úteis no tratamento do Transtorno de Personalidade Obsessivo Compulsivo. Não há dados consistentes sobre tratamentos efetivos para o Transtorno de Personalidade Obsessivo Compulsivo.

4- Quando hábitos diários ou idiossincrasias tornam-se patológicos, exigindo tratamentos ou caracterizando o TOC ?

Hábitos, idiossincrasia e comportamentos compulsivos são comportamentos humanos comuns. Pensamentos ou comportamentos se tornam não adaptativos ou requerem tratamento quando provocam ansiedade ou perda de tempo suficientes para interferirem no funcionamento social ou ocupacional.

5- O TOC é um problema comum ?

O TOC é um problema comum, afetando de 1 a 3 % da população em diferentes culturas. Ele pode começar em qualquer idade, mas geralmente aparece em adultos jovens. Casos infantis são mais comuns em meninos, porém em adultos a doença é mais comum em mulheres. O quadro clínico nas formas infantis ou de início tardio é de maneira geral semelhante ao observado em adultos, porém podem exigir uma maior acurácia diagnóstica, principalmente para clínicos não familiarizados com o quadro. Por exemplo, uma criança com dificuldade de aprendizado por estar lendo várias vezes a mesma frase pode ser diagnosticada como acometida de um transtorno de aprendizado primário, ao invés de TOC. Outro exemplo seria o de uma criança com aparentes problemas urinários, devido à múltiplas idas ao banheiro, pode na verdade Ter obsessões de contaminação que a leve a lavar as mãos repetidas vezes, compulsivamente. Em pacientes idosos, ruminações ansiosas sobre sintomas físicos, podem na verdade ser obsessões.

6. Quando e como se inicia o TOC ? Como reconhecê-lo ?

Comportamentos obsessivo-compulsivos usualmente existem por anos a fio, sem que os pacientes procurem auxílio médico. O início dos sintomas é geralmente gradual, mas pode ser abrupto. A idade média de início é 22 anos. O TOC pode começar como pensamentos intrusivos que podem ser desagradáveis e aterrorizantes, como imagens de violência que invadem a mente. Estas imagens causam ansiedade e geram resistência, ao menos inicialmente. Além disto, tais pensamentos não são reconhecidos como produzidos pela própria mente, mas sim como de origem externa, invasivos, portanto. O TOC pode também começar como comportamentos ritualizados que precisam ser repetidos da mesma maneira indefinidamente. Freqüentemente, os pacientes apresentam mais de uma obsessão ou compulsão, que podem se modificar ao longo do tempo.
Obsessões comuns envolvem contaminação, agressão, temores sobre segurança ou ferimentos: ou necessidade de exatidão ou simetria. Compulsões incluem rituais de checagem, lavagem, repetições, contagem e acumulação. As compulsões estão ligadas às obsessões. Executar um ato compulsivo pode propiciar alívio temporário da ansiedade gerada pelas obsessões. Por exemplo, após apertar as mãos de alguém, ou manusear uma maçaneta, uma pessoa com obsessões de contaminação pode precisar lavar as mãos repetidas vezes, até sentir-se limpa, e livrar-se da ansiedade provocada pela obsessão, ao menos temporariamente. Se uma pessoa tem obsessões relativas à segurança ou a ferir outras, ela precisa verificar repetidas vezes que nada terrível aconteceu; por exemplo, telefonando repetidas vezes para outras pessoas. Estes comportamentos obviamente consomem muito tempo, por vezes tomando a maior parte do dia da pessoa e, evidentemente, podendo ter efeitos deletérios sobre o relacionamento familiar e sobre o desempenho ocupacional do paciente. Embora o TOC possa começar a qualquer tempo, um problema adicional se dá quando se desenvolve após o parto, podendo ter inicio agudo e caracterizar-se por sintomas intensos. Tal quadro pode ser confundido com a ansiedade normal da maternidade. Além disso, obsessões bizarras podem ser tomadas por sintomas psicóticos. Deve-se ter atenção especial ao diagnóstico nesta população.

7- Quais as teorias atuais sobre a patofisiologia do TOC ?

Embora os primeiros relatos falassem em demônios, e posteriormente o foco das atenções tenha se deslocado para as teorias psicodinâmicas, há, atualmente, evidências fortíssimas de uma base neurobiológica para tal transtorno. Estudos sugerem que ao menos algumas formas de TOC tenham uma base genética. A avaliação neuropsicológica de pacientes com TOC tem evidenciado anormalidades. Estudos de neuroimagens estrutural e funcional tem envolvido estruturas dos gânglios da base, principalmente o núcleo estriado, bem como hiperatividade do córtex órbitofrontal na patofisiologia do TOC. Uma falha no desenvolvimento cerebral é sugerida pela observação de aumento da substância cinzenta em relação à substância branca na comparação dos pacientes com TOC em relação aos controles normais. O papel dos fatores ambientais no desenvolvimento e expressão do TOC não está claro.

8- Quais os transtornos possivelmente relacionados ao TOC ?

Muitos transtornos possuem certas similaridades com o TOC, e são considerados como constituintes do espectro do TOC. Alguns exemplos deste grupo de transtornos são os seguintes :-

• Tricotilomania -- Transtorno caracterizado pela compulsão de puxar os cabelos repetidas vezes, às vezes arrancando-os e ocasionando áreas extensas de alopécia.
• Transtorno dismórfico corporal -- Transtorno caracterizado por preocupações obsessivas com defeito na própria aparência exagerado ou imaginado. Em casos extremos, os pacientes podem submeter-se à inúmeras cirurgias plásticas, sem contudo alcançarem resultados que as satisfaçam.
• Síndrome de Tourette -- Inúmeros tiques vocais e motores, que podem assumir a forma de atos agressivos ou auto lesivos, é uma patologia consistentemente relacionada ao TOC, tanto no aspecto genético como em termos neurobiológicos, com envolvimento dos gânglios da base.

9- Como pesquisar a ocorrência de TOC e Transtornos relacionados ?

Os pacientes são normalmente reservados em relação a seus sintomas, por sentirem-se envergonhados por suas obsessões e compulsões. Portanto, eles são freqüentemente relutantes em revelar o que lhes parece pensamentos e comportamentos anormais e embaraçosos. O grau de vergonha, associado à relutância em discutir sintomas quase sempre resultam em diagnóstico errado ou tratamento ineficaz para todos os sintomas. Portanto, o primeiro passo é formular perguntas abrangentes em toda avaliação inicial. Os pacientes podem Ter sintomas de mais de um transtorno, como TOC associado à tricotilomania ou transtorno dismórfico corporal. Os pacientes podem não se aperceber que estas condições são tratáveis.

10- Com que freqüência o TOC está associado a psicose ?

Embora os pacientes às vezes digam sentir-se “loucos” devido a seus sintomas, psicoses francas, alucinações e delírios são incomuns no TOC. Se sintomas psicóticos estão presentes, não são geralmente considerados parte do TOC, e outros diagnósticos ou presença de comorbidade devem ser investigados. No entanto, algumas pessoas com Transtorno Dismórfico Corporal estão preocupados com a percepção de defeitos em proporções delirantes.

11- Quando o TOC é diagnosticado erroneamente ?

O Toc pode ser confundido com Transtornos Psicóticos, Depressão ou com outros transtornos de Ansiedade. O TOC também pode ser diagnosticado erradamente quando ocorre em pessoas com transtornos de desenvolvimento, retardo mental ou Transtorno de Tourette. O diagnóstico diferencial deve obrigatoriamente incluir estes transtornos. Medicações neurolépticas tem sido usadas equivocadamente no tratamento do TOC, quando as obsessões são diagnosticadas erradamente como sintomas psicóticos ou Esquizofrenia. Erros de diagnóstico geralmente ocorrem quando o clínico não investiga todo o espectro de sintomas que podem ocorrer no TOC, confunde doenças do espectro com TOC típico, ou consideram sintomas de TOC como parte de outro transtorno. O diagnóstico pode ser complicado pela relutância dos pacientes em revelar todos os seus sintomas, particularmente quando as obsessões que são sexuais ou violentas em sua natureza, relacionadas a funções corporais, ou blasfemas. Como os pacientes geralmente tenham medo de agir de acordocom suas obsessões, é importante informá-los que é extremamente raro que as pessoas acometidas de TOC ajam assim.

12- Os métodos de Neuroimagem de rotina tem importância na avaliação rotineira do TOC ?

Embora a utilização de métodos de neuroimagem em pesquisa venha mostrando alterações estruturais e funcionais em pacientes com TOC, o uso rotineiro de tais métodos não é geralmente indicado. Como os sintomas obsessivo compulsivo podem ocorrer em vários transtornos, o início de tais sintomas em pacientes com mais de 55 anos constitui indicação ou exclusão de outras patologias. Em pacientes atípicos ou pacientes com suspeita de doenças autoimunes, inflamatórias, vasculares ou neoplásicas, nas quais podem ocorrer lesões cerebrais, investigação por métodos de neuroimagem cerebral estão indicados, bem como nos casos em que dificuldades cognitivas ou sinais focais neurológicos estão presentes.

13- Como deve ser iniciado o tratamento do TOC ?

Depois que o diagnóstico é feito, o paciente deve ser educado sobre o transtorno. Opções de tratamento comportamentais e medicamentosos devem ser consideradas.

14- Quais são os tratamentos eficazes para o TOC ?

A experiência clínica e dados de pesquisas apontam dois tipos de tratamento como eficazes no TOC :- Comportamental e farmacológico. A maioria dos pacientes referem melhora significativa com essas duas formas de tratamento.

15- Quais são os componentes do tratamento comportamental do TOC ?

A terapia comportamental é geralmente efetivo para os rituais de lavagem e checagem. Esta forma de terapia tem foco nos sintomas e objetivos definidos, e pode ter uma duração tão curta como doze sessões. Motivação e adesão são fatores importantes para o sucesso. A terapia comportamental começa geralmente com uma análise do comportamento e identificação dos sintomas alvo e das cognições associadas que são problemáticas. O contexto ambiental no qual os comportamentos ocorrem é identificado, como o reconhecimento de pistas externas e reforços importantes na manutenção dos sintomas. O tratamento primário dos rituais compulsivos consiste na exposição e prevenção da resposta. Estas técnicas envolvem uma exposição gradual aos estímulos causadores de ansiedade com prevenção da resposta ritualística associada. A terapia comportamental é menos efetiva para pacientes com obsessões e sem rituais. Os resultados são variáveis, mas esta forma de terapia é geralmente eficaz; com muitos pacientes mantendo a resposta por longos períodos.

16- Deve-se iniciar primeiro o tratamento medicamentoso ou psicoterápico ?

Não há padrões absolutos em relação a qual tipo de tratamento deve ser tentado em primeiro lugar, mas alguns princípios podem ajudar a tomada desta decisão. O tratamento farmacológico deve ser visto com cautela em relação a crianças e mulheres grávidas, constituindo um recurso para os casos nos quais a falta de resposta ao tratamento, comportamental ou a gravidade dos sintomas o tornem imprescindível. O tratamento farmacológico tem sido usado com sucesso em idosos e em pacientes com outros problemas médicos sérios, embora seja recomendável cautela em relação aos efeitos adversos e interações medicamentosas. Na prática, se usa freqüentemente a combinação de ambas as estratégias, que são complementares entre si. Alguns pacientes apresentam respostas satisfatórias ao tratamento medicamentoso ou comportamental isoladamente.

17- Quais as comorbidades mais freqüentes no TOC ?

Comorbidades comuns no TOC incluem a Depressão maior, Fobia Social, Fobias específicas, transtornos alimentares, abuso e dependência de drogas, Transtorno de Pânico e transtorno de Tourette. Estas condições podem ser tratadas antes, simultaneamente ou após o tratamento do TOC, dependendo da gravidade dos sintomas da condição mórbida.

18- Qual a duração do TOC ?

O TOC é quase sempre, uma doença crônica. Podem haver formas episódicas ou contínuas; e em raros pacientes ocorrem episódios agudos isolados, que não se repetem ao longo da vida. Alguns pacientes podem beneficiar-se do uso temporário de medicação, mas a maioria necessita permanecer em tratamento por períodos indefinidos.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Ciência Espírita - reflexões filosóficas

Nubor Orlando Facure

Religião – milagres, profecias, prodígios e dogmas irracionais.

Na condenação de Galileu ele foi obrigado a refugiar-se em sua própria casa e renunciar aos princípios científicos que divulgava. A Igreja da época estava dando o recado de que não suportaria a perversão dos fundamentos aristotélicos que ela adotava. O sistema do mundo criado por Deus correspondia ao que Aristóteles e Ptolomeu haviam decifrado. “Deus como Ser supremo e onipotente, criou e pos o mundo em movimento e, desde então, tudo funciona com perfeição e harmonia, com ou sem a sua presença”. “Ele estabeleceu a ordem para o Universo e nada pode mudá-la”. “As estrelas que estão fixadas e imóveis nas abóbadas do firmamento são formadas de uma substância divina diferente da que existe no mundo sublunar”. “A Terra ocupa o centro do Universo e o Sol, que vai de um extremo ao outro do horizonte, serve de lâmpada que ilumina o céu”. “Tudo que é perfeito e escapa ao entendimento humano é obra de Deus”. “O círculo é tido como a figura perfeita, submetendo os planetas a uma órbita circular nas suas trajetórias em volta do Sol”. “Não há qualquer ligação entre a vida do homem e a dos animais, eles fazem parte da criação apenas para povoarem o mundo”. “O Homem conhecido na época era o homem branco, originado de um casal criado no paraíso, de onde foi expulso por ceder à tentação do sexo”. “Condenado a viver na Terra, terá de seguir os mandamentos da Lei de Deus, que só a Igreja é competente para revelar, podendo ser salvo ou condenado a penas eternas conforme sua submissão”.
Como doutrina que esclarece o início e o fim do Homem, a Religião da época era um sistema acabado, pronto e que não admitiria mudanças desnecessárias. Seu conteúdo era completo e suficiente para consolar e aliviar nossas dores, ensinar a tolerância aos nossos sofrimentos, justificar a incoerência aparente da Justiça divina e garantir a salvação para os fiéis submissos aos seus sacerdotes. As desigualdades também ocorrem por obra e vontade de Deus e não nos compete desafia-Lo em seus desígnios.
Conseguindo “explicar” os mistérios do mundo e da vida, as concepções religiosas desempenhavam um papel superior ao da ciência iniciante que Galileu inaugurava na época. A religião com esse formato fornece segurança, conforta no sofrimento, alivia nossos medos, faz troca com nossos “pecados” e assegura a esperança numa vida futura, onde conseguiremos obter o que a Terra não nos privilegiou.

Ciência – o estatuto do conhecimento verdadeiro, racionalidade, indeterminação, pensamento livre para criar a sua verdade.

Galileu criou um novo sistema de entendimento do mundo, daí o perigo que ele representava para a Igreja. Usa o raciocínio matemático para comprovar as tese de Copérnico deslocando o Sol para o centro e colocando a Terra no cortejo dos planetas ao seu redor. Num mundo tido como regular e perfeito ele descobre as irregularidades da superfície lunar onde viu suas crateras. Num sistema tido como imutável ele acrescentou luas acompanhando o planeta Júpiter que não foram descritas por Aristóteles.
Ao mesmo tempo, o alicerce da Igreja via-se abalado por novas descobertas que sucederam rápidas. Ticho Brahe testemunhou por dois meses a passagem de uma estrela nova no firmamento que a Igreja supunha fixo e invariável. Johanes Kepler comprovou matematicamente que as órbitas dos planetas são elípticas e não círculos perfeito como se supunha. René Descartes construiu um sistema filosófico que permitiria separar o corpo da Alma e André Vessálius inaugurou o estudo da anatomia humana num corpo que lhe parecia comportar-se como uma máquina, capaz de mover-se com músculos sem a ajuda do Espírito.
Mais tarde, Isaac Newton, identificou a “força atrativa” que mantém os astros em suas órbitas, que movimenta as águas dos oceanos no sobe e desce das marés e provoca a queda os corpos.
Gradativamente as “forças imateriais” que produziriam o movimento e a ordem do Universo foram reconhecidas como “forças da gravidade”. As Leis divinas que mantém a regularidade dos fenômenos físicos foram substituídas por princípios matemáticos. Os “mistérios” que sustentam a vida foram compreendidos como combustão do oxigênio, fermentação dos alimentos ou metabolismo celular. Os “espíritos animais” que transitam pelo corpo humano produzindo seus reflexos e movimentos, foram identificados quimicamente como neuro-transmissores. A regularidade dos acontecimentos foi violada pelo princípio da incerteza. O determinismo linear de uma causa para cada efeito foi abalado pela casualidade circular em que o padrão de resposta determina a intensidade da causa.

O paradoxo “ciência como religião” – dogmas, rituais, hierarquia, o sagrado e o profano.

Historicamente a Religião tem base na tradição cultural dos seus seguidores. Seu conteúdo, que orienta o comportamento dos fiéis, está redigido em textos sagrados que persistem inalterados por séculos. A linguagem ai empregada é quase sempre simbólica permitindo interpretações conflitantes. Daí a importância do sacerdote e do sistema de hierarquia que os classifica. Entre esses sacerdotes são distribuídas as regalias materiais e o poder divino que os pressupõem representantes de Deus na Terra.Por outro lado, a construção do saber produzido pela ciência é uma conquista do esforço individual ou de um grupo de pesquisadores. Seus textos, embora redigidos em linguagem técnica, procuram ser o mais claro possível para compreensão dos interessados. A verdade é procurada exaustivamente pela observação ou pela experimentação. Textos escritos ou opiniões pronunciadas por personalidades hierarquicamente destacadas têm importância relativa e, para serem aceitas, precisarão submeter-se a comprovação realizadas por experimentadores independentes. O conhecimento cientifico tem duração relativamente curta, costumam reunirem-se em um conjunto de proposições teóricas que constituem um paradigma e, de tempos em tempos, os cientistas envolvem-se na tentativa de proporem novos e mais adequados paradigmas.
A Ciência não deixou de ocupar-se, também, com dilemas que sempre estiveram sob o domínio das religiões. Ela tem, a seu modo, uma proposta para a origem do Universo e da vida na Terra. É apropriado para a Ciência pesquisar o mecanismo que desencadeia os fenômenos, como eles acontecem, mais do que tentar explicar porque eles acontecem. Ela se ocupa minuciosamente com a causa da dor e muito pouco com o porquê do sofrimento humano. A opção da Ciência é esclarecer, mais do que consolar.
Já é aceito por todos que para fazer ciência é preciso adotar o método científico. Classicamente a pesquisa precisa estar enquadrada na liturgia do método. Usa-se a dedução ou a indução; a observação ou a experimentação. Os fenômenos estudados fornecem os elementos que, aplicados a raciocínios matemáticos, fornecem o valor da verdade descoberta.
Algumas proposições científicas já estão de tal forma comprovadas e aceitas que deverão ter a duração eterna das verdades sagradas das religiões - a gravidade existe como força de atração em todo universo - a energia tem valor inviolável, ela se transforma, mas, não se cria nem se perde – o calor tende a se dispersar, assim como toda energia do universo onde a tendência é o caos - a luz é um fenômeno eletromagnético - a matéria visível em todo universo é da mesma natureza da matéria existente na Terra - as moléculas de todas as substâncias estão em constante movimento - a variedade das espécies se deve a evolução pela seleção natural.

A Ciência Espírita - Fundamentos teóricos, controle experimental, filosofia espiritualista e conteúdo moral.

O texto da Doutrina Espírita teve início com as revelações transmitidas por Espíritos desencarnados de natureza superior, com o propósito de esclarecerem e orientarem a humanidade.
Os objetos de estudo da Doutrina Espírita incluem o mundo espiritual, os seres que o habitam, suas relações com o mundo material e as conseqüências dessa relação.
Para o Espiritismo, a grandiosidade do Universo e as leis inteligentes que o governam são provas suficientes para comprovarem a existência de Deus.
Deus é criador de tudo que existe e sua criação é incessante. Na situação evolutiva em que se encontra a humanidade, ainda não temos condições de compreender a origem do Universo e da vida na Terra. O que se tem como certo é que Deus sempre criou e sempre continuará criando.
Existem dois elementos fundamentais no Universo, o espiritual e o material. O elemento espiritual tem início como “princípio inteligente”. Essa “centelha espiritual” transita do mundo espiritual ao mundo material ocupando corpos que lhe permite evoluir na escala da vida inteligente na Terra. O Universo é preenchido por um “fluido” de natureza sutil, com propriedades que ainda escapam ao nosso entendimento. È dele que se origina toda matéria conhecida. As propriedades das substâncias só existem em função desse fluido e pela sua atuação essas propriedades podem sofrer as mais diversas alterações. A acidez ou a alcalinidade é dada pela presença desse fluido e por sua atuação um copo de água pode curar ou produzir malefícios.
Existe um propósito divino na criação. Estamos todos destinados a caminhar pela extensa fieira das existências, na Terra ou em outros mundos, buscando a condição de espíritos angélicos que um dia atingiremos.
Deus atua através de Leis que a inteligência humana irá gradativamente descobrindo. Estamos todos “mergulhados no pensamento de Deus” e nada que ocorre no Universo escapa ao seu consentimento. Somos livres para agir e obrigados a arcar com as conseqüências dos nossos atos. Cada um é responsável pelo seu próprio destino. As Leis morais são pressentidas pela consciência de todos nós e à medida que a humanidade avançar na sua evolução o Homem será cada vez mais consciente da aplicação dessas Leis.
O mundo espiritual está permanentemente em íntimo contato com o mundo material. Um e outro processam trocas fluídicas entre si e exercem influência sobre o outro. Essa interferência recíproca é tão intensa que não há como permanecer sem sua convivência. Uma multidão de espíritos desencarnados transita com cumplicidade em todos ambientes da Terra. Eles nos acompanham e nós os atraímos compartilhando com eles nossa intimidade. Os pensamentos, que freqüentemente temos como sendo nossos, são, muitas vezes, o pensamento deles. Dentro das Leis divinas está estabelecido que atraímos para nossa companhia aqueles com quem sintonizamos nossos propósitos. O bem atrai os bons e o mal conviverá com a ignorância.
Por envolver o mundo espiritual e os Espíritos que aí habitam, não temos controle da comunicação espiritual, e, os métodos da ciência humana, seu sistema de controle e experimentação, não se aplicam à ciência do Espírito. Entretanto, alguns homens têm em sua constituição uma disposição especial que lhes permite entrar em contato lúcido com os espíritos desencarnados. Trata-se do fenômeno da mediunidade que se registra em todos os povos e em todas as épocas da humanidade. A mediunidade é o grande campo de experimentação em que a doutrina espírita apóia-se para revelação e comprovação dos seus postulados. A expectativa futura é de que no decorrer dos séculos todos os homens possam estar conscientes do seu intercâmbio com o mundo espiritual. Os fenômenos mediúnicos explicam uma série de ocorrências frequentemente tidas como sobrenaturais ou produzidos por uma energia desconhecida. A transmissão do pensamento, a visão à distância, as premunições, a xenoglossia, a psicometria, a psicografia e a psicofonia são exemplos já bem estudados e esclarecidos pelo espiritismo.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Estudando o Cérebro

Nubor Orlando Facure
Entrevista com Eliane Haddad
Para Jornal Espírita da FEESP

Informações preliminares:
Os últimos cinco anos foram extremamente férteis no estudo do cérebro e dos neurônios em particular. Usando equipamentos sofisticados foram identificadas funções surpreendentes. Descobriu-se, por exemplo, que existem áreas do cérebro ligadas especificamente ao julgamento moral e a espiritualidade. Olhando alguém que está sofrendo dor, o cérebro de quem observa também põem em atividade neurônios da área sensitiva, como que compartilhando essa dor. Fazer exercícios físicos, ativa grupos de neurônios nas áreas motoras. O que surpreende é que a simples imaginação da mesma atividade física, também ativa esses mesmos neurônios.
Sempre se acreditou que o adulto não produzia novos neurônios e hoje isso já é aceito como possível, particularmente, nas regiões do hipocampo – área do cérebro relacionada com a memória.

– O Senhor disse que levamos com o perispírito alguns tipos de neurônios (?) Os neurônios não são de um elemento material mais pesado do que o elemento material do perispírito? Poderia explicar como isso é possível?

Algumas informações confirmadas pela Ciência, são necessárias serem revistas, por nós, para compreendermos essa questão.
Os neurônios estão sempre numa atividade frenética. A cada instante que se mede em milisegundos, estamos realizando trocas químicas e enviando receitas genéticas que constroem um novo padrão de receptores nas membranas celulares desses neurônios. Nossa vida mental está, portanto, inteiramente registrada nos impulsos químicos das células cerebrais e nas redes neurais que elas organizam.
Penso eu que no ser encarnado existe uma correspondência entre os neurônios do corpo físico com os do perispírito. Se assim não fosse, viveríamos duas personalidades. Imediatamente após o desencarne as informações do cérebro físico serão transferidas integralmente para o corpo espiritual. Nessa fase contaremos com a mesma rede de neurônios que dispúnhamos no corpo físico. Foi por isso que afirmei que levaremos nossos neurônios para a vida espiritual que nos acolhe depois da morte. Posteriormente, os arquivos mentais do perispírito se ampliarão, por mecanismos que ainda desconhecemos.

– Quando se falou que os neurônios são as únicas células que levamos no perispírito, quer dizer: os registros, as informações? Como ficam, então, os neurônios de alcoólatras e/ou drogados? Pela Ciência, são regenerados em vida ou não? Neurônios se regeneram?
As informações de André Luiz nos dão conta de que o “corpo espiritual” dos desencarnados prescinde de uma série de órgãos que para o corpo físico são fundamentais. A massa muscular e o aparelho digestório sofrem sensível regressão.
Por outro lado, o cérebro não poderia sofrer restrição após o desencarne, pelo simples fato de comprometer nossa integridade mental.
No caso de lesões que nós mesmos provocamos, ao nos comprometer com vícios acumulados inadvertidamente - como é o caso do alcoolismo ou da drogadição - estaremos fixando no perispírito um dano cerebral que exigirá, mais cedo ou mais tarde, reconstrução anatômica que, talvez só a benção de uma nova encarnação poderá facilitar.
O nosso patrimônio físico/perispiritual merece um zelo que ainda não sabemos dimensionar. Como já dissemos, hoje em dia, é aceita a possibilidade de regeneração de neurônios. Já conhecemos alguns fatores químicos que estimulam o crescimento dos neurônios e tanto o aprendizado novo como o exercício físico atuam facilitando a regeneração de neurônios do hipocampo.

– O Sr. disse que as células dos neurônios ficam no perispírito. Isso seria o corpo mental?

Allan Kardec optou pela simplificação desses termos e, em toda sua obra, faz referência quase exclusiva ao perispírito quando se refere ao envoltório espiritual. André Luiz, em especial, nos esclarece algumas particularidades que distinguem o perispírito, o corpo mental e o corpo etéreo, que vem a serem elementos distintos entre si. Com freqüência os termos são usados como representando a mesma coisa, quando, na verdade, se referem a estruturas distintas.
Para usar a linguagem da informática, diríamos que o perispírito teria uma conexão anatômica compatível com o nosso corpo físico, nele encontraremos o correspondente espiritual dos neurônios físicos.

– Se as células são renovadas, as perdidas são substituídas por outras. Os neurônios não se renovam e são permanentes? Já nascemos com uma quantidade x para aproveitar ou “queimar”?

Curiosamente, nascemos com uma quantidade muito maior de neurônios do que os que vamos usar durante a vida toda. Logo após o nascimento ocorre uma perda contínua e enorme daqueles neurônios que não fortaleceram suas ligações sinápticas. Por isso, é importante a estimulação da criança, principalmente nos primeiros anos de vida, justamente para que ela proceda à construção das redes sinápticas, que lhes serão fundamentais para sua vida mental futura. Nessa ocasião, o vínculo materno exerce um efeito protetor incomparável.
Como dissemos, já é aceito que na vida adulta ocorre também a produção de novos neurônios. Essa, porém, não é a regra para todo o cérebro, a reposição de neurônios ocorre comprovadamente no hipocampo, região ligada as nossas memórias. A leitura, os exercícios físicos saudáveis, trabalhos manuais, uma vida mental sem estrese, períodos de férias repousantes, atividade solidária e fraterna com o próximo, alimentação compatível com as necessidades básica, vitamina E, Ácido fólico, Omega 3, envolvimento sincero com a espiritualidade, são recomendações já comprovadas que garantem benefícios aos nossos neurônios.

Conclusões
Toda atividade física ou mental, tem seu correspondente na atividade de neurônios em alguma área do cérebro.
Está comprovado que durante as fases de depressão grave, o hipocampo perde neurônios e quando os antidepressivos corrigem a química dos neurotransmissores o hipocampo constrói outros neurônios que atuarão na cura do processo depressivo.
Nós espíritas temos na neurologia um magnífico campo de estudo para compreender muito do que nos ensina a Doutrina Espírita.
Idéias fixas que nos aprisionam a mágoas e ressentimentos persistentes têm um efeito deletério sobre nosso cérebro e, não nos convém mantê-las por mais tempo.
O pensamento negativo que nos imobiliza pela depressão, pode causar danos irreparáveis ao cérebro comprometendo nossa vida mental para sempre.
Pensar ou imaginar com persistência criarão padrões de neurônios que podem nos ajudar ou prejudicar.
A oração não é apenas uma mensagem imaterial, ela também modifica a química e a estrutura funcional dos nossos neurônios.
Aprender coisas novas, adquirir talentos, exercitar o bem, amplia as redes de conexão entre os neurônios.
Comprometer-nos com vícios, consolidar crimes ou vinganças, exigir posses indevidas, impor opiniões, deixam marcados impulsos que os neurônios fixam para sempre.
A distância entre imaginar e desejar é muito pequena. Pensar e agir estão mais próximo do que parece. Precisamos rever nossos desejos ocultos, nossas intenções não concretizadas, as pequenas maldades disfarçadas, os gestos que ficam só na intenção, o perdão que insistimos em adiar, a ajuda ao próximo que fica sempre para depois. Todas essas atitudes já estão impressas em neurônios do nosso cérebro e nos compromete enquanto não se resolvem.
A meditação sinaliza nos neurônios um padrão novo de conexões que podem ser muito benéficas para nossa vida mental. Devemos estimular a sua prática aliada as orações.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Transformações sociais
Nubor Orlando Facure

Admite-se que o homem é um animal social e que sua sociedade está em constante transformação. Embora estas mudanças ocorram muito rápidamente, talvez de uma geração para a outra seja possível registrar-se históricamente grandes mudanças sociais que marcaram época.
Os períodos de transformação mais marcantes estão relacionados com as grandes descobertas ou com as revoluções nos paradigmas vigentes.
A revolução tecnológica e industrial se iniciou com o domínio do fogo e das técnicas de agricultura causando as primeiras grandes renovações no comportamento social do ser humano. A agricultura fixou o homem em pontos estratégicos garantindo uma subsistência mais duradoura.
Ao desfrutar de interesses comuns, ele se organizou socialmente e passou a defender com mais empenho o seu território.
A descoberta da imprensa, da máquina à vapor, do motor à combustão, do rádio, do cinema, do telefone, do computador, entre outras, provocou transformações vultosas exigindo novas sistemáticas de organização para o trabalho e para a hierarquia da sociedade. Estas conquistas instrumentalizaram o homem permitindo que ele multiplique sua força, amplie sua velocidade, economize seu tempo, difunda suas idéias, divulgue seus costumes e, enfim, concretize seus sonhos.
A revolução dos paradigmas científicos que ocorreu em épocas diversas repercutiu também no comportamento e nos costumes das sociedades humanas. René Descartes separa definitivamente o corpo da alma.
Copérnico desmistifica a Terra como centro do Universo. Galileu Galilei visualiza com lunetas os planetas e seus satélites e inaugura a experimentação científica sistematizada.
Charles Darwin desloca o homem do centro da criação e descobre como se hierarquiza o desenvolvimento da vida na Terra. Isaac Newton descreve as leis fundamentais do movimento e da atração e repulsão entre os corpos descobrindo a Lei da Gravidade, e Albert Einstein disseca a anatomia da luz, expõe a relatividade do tempo e do espaço e identifica a matéria como energia condensada.
Por meio da ciência, o homem se transforma reinterpretando o mundo em que vive modificando suas relações com o meio ambiente e com o seu semelhante.
Por outro lado, enquanto ser social, o homem tem sempre um comportamento político. É por meio da política que ele estabelece e impõe a hierarquia de poderes. Este poder tem sido exercido quase sempre de maneira autoritária, centralizadora, subjugando povos inteiros e manipulando a consciência humana, impondo regras para os costumes e os comportamentos sociais, mesmo assim, e apesar disso, o livre arbítrio e a liberdade individual tem sido o ideal e a esperança desejada por todos os povos. Sempre que estas condições deixaram de ser respeitadas, ultrapassando-se o grau de liberdade, o direito de cada um e as tradições de cada povo, o homem se aviltou e a sua sociedade sucumbiu.
Talvez, angustiado pela sua fragilidade e perplexo diante da natureza que o cerca, o homem desenvolveu um caráter místico e transcendente. Ao criar suas tradições e crenças religiosas ele estabeleceu regras que disciplinaram a ética e a moral, fazendo-o distinguir o comportamento certo do errado e o objeto sagrado do profano.
Porém, a maioria das religiões que deveriam abrir a mente humana favorecendo as conquistas para todos, quase sempre se constituiu em doutrinas sectárias que estabeleceram limites rígidos de liberdade física e psicológica. E quase todas criaram um sistema de troca de favores com Deus ou com suas divindades, ignoraram o princípio de igualdade entre os homens perante Deus, estabelecendo um sistema hierárquico entre seus sacerdotes e uma escala de privilégios entre seus seguidores.
Por isso, ainda hoje, o fanatismo religioso serve de argumento para oprimir e segregar a mulher nos países muçulmanos, para separar em dezenas de grupos o mesmo povo na Índia ou para guerrear e matar na Palestina.
Na atualidade, uma transformação social profunda por meio de religião só ocorrerá quando cada um por si mesmo realizar sua reforma interior, o homem terá que desenvolver sua segurança por meio da sua autoconfiança. Ele terá que se libertar das amarras culturais e dos preconceitos, de mitos e crendices e dos estigmas sociais. Ele terá que saber que pode aprender de tudo, mas só deverá vivenciar o melhor.
Ele terá que evoluir por experiência própria e decidir por si mesmo os seus caminhos e as companhias. Suas relações com seus semelhantes e com o meio em que respira e a vida deverão ser de cordialidade, de cooperação, de parceria solidária uns com os outros. Por enquanto, o homem ainda vive e convive com os mesmos costumes primitivos que coloca uns contra os outros na disputa do poder, na ostentação de valores materiais ou na permissividade de vícios ou paixões sem limites. Nas últimas décadas, transformações sociais gigantescas e rápidas ultrapassaram qualquer controle político ou cultural. Curiosamente, ao lado de ganhos tecnológicos espantosos, o homem atual vive um paradoxo de perdas morais. Dispondo de conhecimentos para alimentar todos os que têm fome, ele se saceia à fartura, aumentando a mortalidade pela obesidade por comer demais.
Contando com a pílula para controlar a concepção ele descontrola a licenciosidade sexual e aumenta o número de adolescentes grávidas. Conhecendo as drogas que sanearam a loucura esvaziando os hospícios, aumentam os que consomem drogas na rua exigindo pela violência que, os que são sadios, se tranquem em casa para não morrer. Decodificando o DNA para identificar com precisão a paternidade, desconhecemos qualquer código moral que nos oriente no que fazer com milhares de embriões de proveta que permanecerão sem pai.
Mesmo conhecendo os primores da técnica cirúrgica que embeleza, optamos, muitas vezes, por matar um feto malformado. O mesmo “laser” que “opera” na sala de cirurgia para salvar vidas é usado para matar nas “operações de guerra”. A televisão que difunde cultura e divertimento ensina técnicas para matar, os golpes para roubar, as mentiras para enganar, estimula o sexo sem compromisso e exalta a família dissoluta, desunida, sem raízes e que debocha das tradições. O computador hoje está no endereço de todas as casa, a Internet destina a correspondência a todos os cantos da Terra, mas o homem parece que perdeu o endereço da sua consciência, do seu Deus e possivelmente do seu futuro.
Permanecemos com a mesma fragilidade de antes porque sabemos escrever apenas a história do nosso ontem. Já desvendamos milhões de anos sobre o nosso comportamento social, na mais remota antiguidade e nos dias contemporâneos, mas somos incapazes de determinar com certeza como será nosso próximo minuto, e muito menos o nosso amanhã.
Resta-nos a esperança de uma nova era de transformações sociais mais profundas, que está para ocorrer com base nos valores transcendentes do ser humano e com direito a todos de usufruí-la.
Comunicação Espiritual
Entrevista
Prof Dr. Nubor Orlando Facure

1 - Como a ciência justifica as manifestações de contato com espíritos?

A Ciência oficial, Acadêmica, não se manifesta - porque, em princípio, ela não admite a existência de Espíritos
2 - Por que algumas pessoas desenvolvem o dom e outras não?
Considera-se que para uns é missão e para outros é uma prova cármica
3 - Como as pessoas poderiam saber ou distinguir quem, de fato, tem dom de receber mensagens ou espíritos e quem é charlatão?
Conhece-se a autenticidade da mensagem pelo teor nobre do seu conteúdo. Aquelas mensagens de cunho muito pessoal, principalmente promovendo a figura do médium, quase sempre não merecem crédito
4 - Qual a importância e a diferença em acreditar em Deus ou em espíritos?
É sempre bom imaginar que estamos protegidos pela misericórdia divina e que somos seres imortais. Daí, os amigos que nos precederam na morte devem compartilhar conosco nossas vitórias e dificuldades, nos amparando nos momentos de aflição
5 - A 'crença' nos espíritos desencarnados teria alguma relação com a 'crença' de católicos com os santos?
A humanidade inteira, na sua extensa trajetória e em todas as épocas, cultivou suas crenças em entidades superiores que o amparam e protegem. Divindades, santos, deuses, guias, são encontrados na história de todos os povos. O que o Espiritismo fez foi ensinar que essas entidades são gente como nós mesmos. Não tem nada de milagroso por serem Espíritos tão humanos como nós e que ja estiveram vivendo na Terra participando do nosso mundo como seres em constante evolução. A situação superior que hoje eles ocupam se deve aos esforços que eles fizeram nas existências pelas quais passaram aqui na Terra. E, do mesmo modo, um dia, num futuro distante, todos nós conquistaremos os graus elevados de angelitude, porque a Lei do progresso é igual para todos e, é propósito de Deus que todos alcancemos a perfeição.
6 - Os espíritas dizem que todas as pessoas têm algum grau de mediunidade. Isso é verdade?
Em graus maiores ou menores, todos somos médiuns
Por que?
Por que, médium, nada mais é do que um intermediário neste nosso mundo e o Mundo espiritual que nos cerca. E todos somos de alguma forma influenciados pelos Espíritos, mesmo que por uma simples intuição,
Como alguém que não acredita deve lidar com isso?
Mesmo naqueles que não acreditam, os Espíritos, de alguma forma atuam, e muito. Seja pelo pensamento ou por ações físicas.
E como alguém que acredita pode desenvolvê-lo?
O desenvolvimento se faz com estudo e dedicação ao bem - o amor ao próximo é condição fundamental para atrair os bons Espíritos que se dispõem em nos ajudar.
7 - Acredita que o cérebro dos médiuns é diferente dos demais, como apontam alguns cientistas?
Na verdade, todos nossos cérebros são diferente um do outro. Os médiuns apenas têm uma disposição particular que lhes permite entrar em contato ostensivo com os Espíritos.
8 - Há relação entre sonhos e mediunidade? Qual e por quê?
Não vejo nenhuma relação entre sonho que é um fenômeno da fisiologia do cérebro, com as manifestações da mediunidade que é um fenômeno de outro nível de complexidade
9 - Qual a credibilidade das cirurgias espirituais? Acredita que ela esteja fundamentada ou tenha relação com a fé?
Veja bem:
Caso você pergunte a um renomado cirurgião de um grande Hospital, ele seguramente vai concordar que a Fé do seus pacientes ajuda muito nos seus resultados cirúrgicos. Isso já se provou cientificamente.
Então, se a Fé interfere na cirurgia terrena imagine na cirurgia espiritual.
Sou adepto da cirurgia espiritual sem corte - nada de agredir com agulhas, estiletes ou bisturi. O Espírito não precisa de sangue para se curar. Isso é um ritual desnecessário
10 - Quem tem o dom da mediunidade e não a usa pode sofrer conseqüências espirituais?
Não só a mediunidade. Nossos talentos, nossas posses financeiras, nosso prestígio social, nossa autoridade, nossa competência intelectual, são todas dádivas da misericórdia divina que de alguma maneira nos é facilitado par a prática do bem. Desperdiçar essas oportunidades podem nos custar caro do ponto de vista espiritual. Um dos maiores tormentos do espírito humano é o sentimento de culpa, culpa por ter perdido tempo e oportunidade.
Ciência e Espiritismo

Alucinações

Estariam os Médiuns sob o domínio de alucinações?
Prof. Dr. Nubor Orlando Facure


Qualquer um de nós que sair por aí dizendo que está "vendo vultos" vai ouvir seus amigos dizerem que está ficando louco e, se consul¬tar um médico, vai conhecer o que eles chamam de alucinações. São esses os dois diagnósticos que os pobres médiuns re-cebem quando desconhecem a Doutrina Espírita.
Vez por outra, estou acudindo alguém em desespero que vem me contar que está "vendo Espíritos". Com freqüência, estão desesperados para encontrar alguém que acredite com sinceridade nas visões que eles relatam ter.
Numa certa ocasião, atendi uma jovem que, nas vés¬peras do seu vestibular, começou a ser perturbada por visões de rapazes que a perturbavam na escola ou no clube e que chegaram até a provocar hostilidade na hora das suas provas para a faculdade. Mesmo assim, ela conseguiu passar nos exames e, algumas semanas de¬pois, embora já estivesse mais tranqüila, sem as expectativas e tensões do vestibular, as "visões" aumentaram muito. Certa vez, ela percebeu que dois deles entraram no banheiro quando ela se dirigia para o banho. O susto foi tão grande que a fez gritar, pedindo socorro para sua mãe e esta veio com a moça ouvir minha opinião sobre o quadro.
Uma outra menina, que a mãe também me trouxe para consulta, estava tremendamente atormentada pela presença de vários Espíritos que ela passara a enxergar. As visões ocorriam dia e noite, num número grande e variado de entidades. Havia crianças que conversavam amigavelmente com ela e outras que choravam procuran¬do pela mãe. Ela via, também, um ou outro jovem com sinais de ferimentos no corpo, sugerindo terem sido vítimas de acidente. Apareciam "figuras" amedrontadoras que a ameaçavam agressivamente. Ela dizia que, quando menos esperava, estava percebendo a respiração e o batimento do coração das "pessoas" (Espíritos) que se aproximavam muito dela. À noite, a situação piorava, porque ela, em sonho, passava a viver junto dos Espíritos que via durante o dia. O tormento de ver tantas entidades passou a perturbar sua atenção na escola, onde ela era, até então, excelente aluna. A capacidade de relacionar-se com as amigas tornou-se impossível. Quando sua mãe insistia muito com ela para estudar, chegando a se atritarem, a paciente achava que os gestos e a voz da mãe, eram modificados pelos Espíritos que pareciam ocupar o corpo da mãe.
Essa menina havia recebido o diagnóstico de esquizofrenia, tinha passado por duas internações e tomava doses altas de medicamentos. Seu raciocínio era absolutamente lúcido e coerente. Mesmo dopada pelos remédios, nunca deixou de se cuidar e, uma ou outra vez, ela chorou, falando da sua desesperança, perguntando se eu seria mais um médico que não iria acreditar nela.
A alucinação é um fenômeno tão comum na mente humana quanto são aquelas lembranças que nos assaltam sem qualquer evocação. Nós costumamos dizer aos amigos: "não sei por que esse pensamento me veio à mente".
Nos esquizofrê¬nicos, esses pensamentos parasitas e visões tornam-se mais ou menos constantes,carregados,frequentemente, de um conteúdo persecutório. O esquizofrênico ouve "seu próprio pensamento" e as vozes o acusam, o menosprezam e o fazem crer que o vizinho o persegue. O "ouvir vozes" com nitidez é extremamente comum nos esquizofrênicos, mas, quando ele diz que tem visões, quase sempre diz ser apenas de vultos, sem identificação clara de quem é que vê. Vale a pena anotar que o esquizofrênico dos dias de hoje é aquele mesmo dos asilos de Pinel, na época da Re-volução Francesa, têm as mesmas características clínicas, embora os personagens do delírio possam variar.
Não podemos confundir as alucinações que ocorrem nas doenças do cérebro com as manifestações que ocorrem no fenômeno mediúnico.
Na doença de Alzheimer,uma degeneração cerebral, quando a memória deteriora-se rapidamente, o paciente tem, muito freqüentemente, alucinações visuais e,excepci-onalmente, conta estar ouvindo vozes. Nessa demência, o paciente vê um ambiente populoso de crianças, pessoas estranhas e parentes já falecidos. É curioso perceber que, quando eles descrevem o parente que estão vendo, dão as características que ficaram registradas nas suas antigas memórias. É como se sua alucinação fosse produto de uma visão interior, nos arquivos do seu cérebro.
O "delírio tremens" é uma situação comum na abstinência do álcool. Nesses quadros, o paciente é atormentado desesperadamente por visões de bichos. São aranhas, insetos e cobrinhas que sobem e descem pelas paredes.
Estou revendo essas alucinações que se apresentam uniformemente nas patologias aqui descritas para chamar a atenção para o que ocorre no fenômeno mediúnico. Esse é rico em visões e diálogos audíveis pelos médiuns. As diferenças são gritantes e, mesmo assim, as "academias de medicina" insistem em classificá-las com o mesmo rótulo dos esquizofrênicos ou das "patologias atípicas". Dizem que as visões e as mensagens traduzidas pelos médiuns seriam produto da auto-sugestão ou desejos ardentes do público presente,ansioso para ouvir uma mensagem muito aguardada.
A alucinação é um fenômeno tão comum na mente humana quanto as lembranças que nos assaltam sem qualquer evocação.
Qualquer um de nós que fizer um estudo sério para distinguir a mediunidade das alucinações orgânicas,encontra nas obras de Kardec ou dos textos de André Luiz que Chico Xavier psicografou informações inéditas que a Ciência nem sequer cogitou em suas pesquisas.
Na mensagem mediúnica, podem-se perceber temas originais que o Médium não costuma lidar, a variedade de assuntos, a lucidez e a importância das informações ali contidas não é encontrada nas patologias do cérebro. Ver Espíritos que se comunicam conosco, não tem nada a ver com os "Napoleões", as "Joana D'Arc" ou os "demônios" que os esquizofrênicos do mundo todo fixaram no painel das suas visões.

Alucinação e Mediunidade

Em O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, ao estudar as hipóteses que contrariam o fenômeno mediúnico, faz comentários sobre as alucinações. Estariam os médiuns sob o domínio de alucinações?
Livro dos Médiuns, 2a parte, cap. 6, Teoria da Alucinação
ltem 111"' Os que não admitem o mundo incorpóreo e invisível julgam tudo explicar com a palavra alucinação. Ela exprime o erro, a ilusão de uma pessoa que julga ter percepções que realmente não tem.

Item 112 A causa dos sonhos nunca a ciência revelou, atribuindo-os a um efeito da imaginação; mas, não nos diz o que é a imaginação, nem como esta produz as imagens tão claras e tão nítidas que às vezes nos aparecem. Consiste em explicar uma coisa, que não é conhecida, por outra que o é menos ainda.

Item113 Ora, em certos estados de emancipação, a alma vê o que está no cérebro, onde torna a encontrar aquelas imagens, sobretudo as que mais o chocaram, segundo a natureza das preocupações ou as disposições do Espírito.
De sorte que a alma vê realmente; mas vê, apenas, uma imagem fotografada no cérebro.
No estado normal, essas imagens são fugidias, efêmeras ao passo que, no estado de moléstia, o cérebro está mais ou menos enfraquecido, o equilíbrio entre todos os órgãos deixa de existir, conservando somente alguns a sua atividade, enquanto outros se acham, de certa forma, paralisados. Daí, a permanência de determinadas imagens que as preocupações da vida exterior não mais conseguem apagar, como se dá em estado normal. Essa a verdadeira alucinação e causa primária das idéias fixas.

Conclusão

Os quadros de alucinações que descrevemos na esquizofrenia, na doença de Alzheimer e no “delírio tremens”, ainda não têm, para a Ciência Médica, uma explicação para sua fisiologia. Os Espíritos apontaram uma hipótese extremamente interessante ao registrarem para Kardec que, quando o cérebro está enfraquecido, portanto, com uma doença que afeta seu bom funcionamento, a Alma, ao emancipar-se parcialmente, pode “ver imagens” registradas no cérebro físico que estão, de certa forma, distorcidas pela doença.
Contudo, o que não se pode confundir são essas alucinações que ocorrem nas doenças do cérebro com outra ordem de manifestações, totalmente diferente, como as que ocorrem nas comunicações mediúnicas.

Para saber mais, consulte:
1) O Livro dos Médiuns - Allan Kardec,
23 cap. 6, Das Manifestações Visuais, itens 111, 112 e 113, Ed. FEB.