Estante de Neurociências
Nubor Orlando Facure
O estudo do Cérebro avançou tremendamente nos últimos anos em diversas áreas. Antigamente era um assunto árduo, especialmente sua anatomia e fisiologia, sendo suas publicações restritas a um publico limitado de especialistas. Mesmo nas Faculdades de Medicina eram raros os alunos que escolhiam a Neurologia como especialidade
No Século passado, a partir da década de 60, podemos dizer que tem início a “revolução do cérebro”.
Foram muitas as conquistas:
Iniciam-se com as descobertas de substâncias químicas que interferem nas sinapses modificando o curso de psicoses graves, como a esquizofrenia (Amplictil) e outros quadro clínicos comuns, como a Depressão (Imipramina), a Doença de Parkinson (Levodopa) e a Ansiedade (Valium).
Na fisiologia, usando microeletrodos que permitem estudar um neurônio isoladamente, foram esclarecidos os mecanismos mais importantes relacionados com a Memória e o Aprendizado.
A partir dos anos setenta, a Tomografia cerebral inicia o estudo das imagens do Cérebro, sua circulação e as áreas em funcionamento quando uma determinada atividade é executada. Quando olhamos um objeto ou a face de um velho amigo, ocorrem registros de atividade cerebral que são visualizados nitidamente numa Ressonância funcional do Cérebro.
Todos esses conhecimentos fizeram a aproximação definitiva entre a Neurologia, a Psiquiatria, a Psicologia e as áreas mais distantes como a Genética, a Biologia e a Filosofia, agrupadas na extensa temática das Neurociências. Esse grupo de especialistas vem divulgando estudos em áreas comuns a todos, focando o Autismo, a Dislexia, as perturbações do Aprendizado de maneira geral, os Transtornos do Comportamento onde se destaca a Hiperatividade, o Transtorno do Humor, o Transtorno Obsessivo Compulsivo, os Ataques de Pânico, as Fobias, as perdas progressivas de Memória e particularidades dos cérebro de criminosos, de mentirosos, de músicos e curiosidades como o cérebro dos taxistas de Londres.
Artificialmente, alguns autores, criaram subdivisões do cérebro que tem excelentes efeitos didáticos: teríamos todos, um Cérebro Emocional (que lida com nossa raiva e nossos prazeres), um Cérebro Social (que seleciona quem convidamos para o jantar) e um Cérebro Executivo (que nos dirige nas compras no supermercado e na troca do carro).
Hoje, há um público enorme estudando esses temas. Curiosamente, os autores brasileiros tem produzido uma literatura diversificada, de fácil compreensão, sem perder as qualidades acadêmicas que o assunto exige. Um deles é o Dr Paulo Dalgalarrando, Psiquiatra da UNICAMP, foi meu aluno, publicou Evolução do Cérebro, escrevi para a Livraria Cultura dizendo que esse livro é o que há de melhor nos últimos 30 anos.Temos, também, a segunda edição do A Arte de esquecer, do Dr. Ivan Izquierdo - que já esteve aqui em Campinas, no Instituto do Cérebro, quando deu-nos uma aula sobre Memória, sua área de pesquisa. Para quem gosta, Neurociências tem assunto para todos paladares. Fruto da minha paixão por ela, costumo dizer que “vai mudar o mundo”.
domingo, 12 de dezembro de 2010
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