O Cérebro e seus “esquemas”
Nubor Orlando Facure
1 – O esquema das recordações
Recordações – como fazemos o resgate?
Domingo nossa família sai para almoçarmos juntos – quase sempre no mesmo restaurante do Shopping, somos conservadores e pouco exigentes no paladar.
O que nos fica dessas lembranças, como recordar desses encontros?
Tanto para um episódio de nossas vidas como para uma história que nos contam, nossa mente cria um “script” e uma “moldura”. O script é o roteiro, contem informações sobre a seqüência habitual dos eventos. Lida com o conhecimento prévio que temos sobre esses eventos e as conseqüências desses eventos – é a data do encontro, o nome do restaurante que já nos é familiar e as pessoas presentes. A moldura é preenchida por aspectos do mundo – o prédio do Shopping, o salão do Restaurante, seu piso, a mesa onde estão os pratos.
O que fica desses encontros? A mente é estruturada para guardar tudo que sou, tudo que vi, tudo que fiz e tudo que vivi intensamente.
2 - Esquemas da Mente
O Mundo precisa se visto dentro de um sistema organizado. Seus elementos precisam ser reconhecidos dentro de categorias específicas que reconhecemos pelas suas qualidades:
Vegetais, animais, seres humanos, amigos e parentes, comida saborosa, ambiente perigoso, lugar longe, pedra valiosa, roupa bonita etc.
Fora disso é confusão e loucura. Não posso “misturar estação” – quando falo amigo o louco entende inimigo quando ofereço água ele foge ou agride.
3 – Os esquemas da memória
A memória é uma coleção de esquemas. Na verdade um arquivo de “telas mentais” com script e molduras. Quando digitamos a tecla do “expandir” a tela memorizada adquire a dinâmica das recordações.
4 – Esquemas da Linguagem
Há diferenças individuais nos processos usados na compreensão da linguagem
A – Memória de trabalho – é um sistema usado no armazenamento e no processamento de informações.
B – Span (alcance) de leitura – é a capacidade de reter a última palavra de uma sentença
C – Span de operações matemáticas
D – Capacidade sintática e semântica
E – Atenção mais eficiente
F – Capacidade de suprimir informações indesejáveis ou irrelevantes
5 – Os esquemas das Lembranças
Invente uma história sobre uma casa – onde ela fica; quem mora lá; o número de funcionários que lá trabalham; seus cômodos; seu possível valor de venda; quando ela foi construída.
Conte essa história para um assaltante e depois para um possível comprador. Cada um constrói mentalmente uma simulação perceptual das situações descritas em cada sentença e suas lembranças vão corresponder a essa simulação.
6 – Os esquemas da comunicação
Lidamos com algumas propriedades da linguagem para nos comunicar – isso é tão rotineiro que nem nos damos conta do processo que utilizamos na comunicação – usamos metáforas; linguagem figurada; ambigüidades e inferências. Vamos a alguns exemplos:
Metáforas – “meu emprego é uma prisão”; “David abotoou o paletó”; “a proposta dele não colou”
Linguagem figurada – “Essa sogra é fogo”; “lavando a roupa suja”
“essa prova é café pequeno”
Ambigüidades – “os dois advogados são casados” (um com o outro?); “ dentista extraiu um dente”(dele ou do cliente?
Inferências – “Ele dirigiu até São Paulo ontem. O carro continua esquentando muito” A inferência é de que ele foi para São Paulo de carro.
“Enquanto conversávamos, ele mexia seu café” – A inferência é que ele conversava comigo e mexia o café com uma colher.
“O marido zangado atirou o vaso contra a parede” – Inferimos que ele brigava com a mulher e que o vaso quebrou.
As inferências são informações contidas na memória de trabalho – conhecimento prévio mobilizado pela memória de trabalho.
sábado, 21 de novembro de 2009
domingo, 15 de novembro de 2009
Linguagem - para que serve?
Nubor Orlando Facure
1 - O ser humano tem capacidade de perceber e transformar o percebido em símbolos - esse é um dos fundamentos da linguagem. Ela nos permite prover uma maneira eficiente de representar o nosso conhecimento sobre o mundo. Com ela fazemos nossas previsões, organizamos nossas idéias e criamos nosso sonhos.
2 - “A linguagem é um sistema de símbolos e regras que nos permite a comunicação”
3 - Podemos identificar várias funções para a linguagem: comunicar (não se esqueça do nosso encontro amanhã), pensar (preciso resolver esse problema), registrar informação (já guardei sei telefone), expressar emoção (esse barulho me assusta), fingirmos ser um animal (imitando o miado do nosso gatinho), expressar identidade com um grupo (cantar num coral).
3 - A linguagem se expressa em quatro habilidades principais - ouvir, ler, falar e escrever. O ideal é termos a quatro competências bem desenvolvidas, mas isso, na prática nem sempre ocorre harmonicamente. A diversidade entre as pessoas é muito grande, fica mais evidente quando tentamos aprender uma outra língua. Percebemos facilmente como o nosso Inglês ou Francês é cheio de erros e ouvimos melhor se o interlocutor fala mais devagar e nem sempre conseguimos escrever com a mesma facilidade que falamos.
4 - Um dilema lingüístico importante estuda se o pensamento faz a linguagem ou a linguagem constrói o pensamento. É fácil percebermos que o pensamento que temos sobre as coisas influencia muito fortemente nossa linguagem - os árabes tem mias de 100 nomes para o camelo, com quem convivem à milênios no deserto e os povos filipinos tem 92 nomes diferentes para os diversos tipos de arroz que cultivam. Para alguns autores a categorização e memória das cores são universais não variando com a língua - teríamos, em todas as línguas, onze termos básicos para cores - branco, preto, vermelho, amarelo, azul, verde, marrom, roxo, cor-de rosa, laranja e cinza.
5 - A linguagem escolhe a cor - criação mental indiscutível - e também determina as descrições que fazemos dos outros - o que é um artista para um inglês? - alguém de humor instável, temperamento intenso e estilo de vida boêmio. Essa descrição em nada confere quando pedimos para um chinês descrever o seu artista preferido, por exemplo do circo chinês.
6- As noções de espaço e de tempo são universais,mas, a linguagem para expressar esses conceitos varia muito. Pergunte em Minas Gerais - onde fica a sua casa? - “é logo ali” - e a um inglês - à que horas passa o próximo trem? “ as onze e vinte e três” - pode conferir - a exatidão é impecável.
Nubor Orlando Facure
1 - O ser humano tem capacidade de perceber e transformar o percebido em símbolos - esse é um dos fundamentos da linguagem. Ela nos permite prover uma maneira eficiente de representar o nosso conhecimento sobre o mundo. Com ela fazemos nossas previsões, organizamos nossas idéias e criamos nosso sonhos.
2 - “A linguagem é um sistema de símbolos e regras que nos permite a comunicação”
3 - Podemos identificar várias funções para a linguagem: comunicar (não se esqueça do nosso encontro amanhã), pensar (preciso resolver esse problema), registrar informação (já guardei sei telefone), expressar emoção (esse barulho me assusta), fingirmos ser um animal (imitando o miado do nosso gatinho), expressar identidade com um grupo (cantar num coral).
3 - A linguagem se expressa em quatro habilidades principais - ouvir, ler, falar e escrever. O ideal é termos a quatro competências bem desenvolvidas, mas isso, na prática nem sempre ocorre harmonicamente. A diversidade entre as pessoas é muito grande, fica mais evidente quando tentamos aprender uma outra língua. Percebemos facilmente como o nosso Inglês ou Francês é cheio de erros e ouvimos melhor se o interlocutor fala mais devagar e nem sempre conseguimos escrever com a mesma facilidade que falamos.
4 - Um dilema lingüístico importante estuda se o pensamento faz a linguagem ou a linguagem constrói o pensamento. É fácil percebermos que o pensamento que temos sobre as coisas influencia muito fortemente nossa linguagem - os árabes tem mias de 100 nomes para o camelo, com quem convivem à milênios no deserto e os povos filipinos tem 92 nomes diferentes para os diversos tipos de arroz que cultivam. Para alguns autores a categorização e memória das cores são universais não variando com a língua - teríamos, em todas as línguas, onze termos básicos para cores - branco, preto, vermelho, amarelo, azul, verde, marrom, roxo, cor-de rosa, laranja e cinza.
5 - A linguagem escolhe a cor - criação mental indiscutível - e também determina as descrições que fazemos dos outros - o que é um artista para um inglês? - alguém de humor instável, temperamento intenso e estilo de vida boêmio. Essa descrição em nada confere quando pedimos para um chinês descrever o seu artista preferido, por exemplo do circo chinês.
6- As noções de espaço e de tempo são universais,mas, a linguagem para expressar esses conceitos varia muito. Pergunte em Minas Gerais - onde fica a sua casa? - “é logo ali” - e a um inglês - à que horas passa o próximo trem? “ as onze e vinte e três” - pode conferir - a exatidão é impecável.
domingo, 8 de novembro de 2009
Memórias? Não dá para acreditar nelas
Nubor Orlando Facure
1 - O que é memória?
A maioria das pessoas pensa na memória como um talento mal distribuído e não há quem não queira aumentar suas habilidades. Memória, na verdade, precisa ser dita sempre no plural, “memórias”. Temos vários tipos de memória e em várias situações elas estão envolvidas de uma maneira que nem sempre suspeitamos. Existe uma fisiologia da memória que ainda é pouco divulgada, iremos falar sobre algumas dessas particularidades.
Damos pouca importância às falhas e traições que as memórias nos pregam, não temos o menor pudor em acreditar numa memória falsa desde que seja de nossa autoria, e, o que mais nos incomoda, são os esquecimentos inoportunos.
A memória é uma “reconstrução” e não uma “reprodução“ . A cada vez que descrevemos um evento que testemunhamos, o fazemos de modo diferente. Estamos sempre reescrevendo a história e, é nosso estado de humor quem mais interfere nessa descrição.
2 - Teoria da Interferência - uma memória empurra a outra
Vários testes confirmam que ao retermos uma informação, sofremos a interferência do que nos acontece antes ou depois dessa informação. Um exemplo simples:
Vamos testar sua capacidade de reter uma lista de palavras – informo antes que serão nomes de frutas, essa informação prévia distorce claramente o resultado
Agora apresento dez nomes de flores e a seguir leio um texto onde são citadas inúmeras flores. Você ficará confuso com a mistura de nomes.
Você assiste a uma aula de literatura espanhola. Uma hora depois, a aula seguinte é de literatura francesa. Uma semana depois você percebe que sua memória mistura o conteúdo de uma e outra aula.
3 – A memória inclui as sensações e principalmente as percepções. Quando vejo um objeto tenho uma sensação visual, mas, se eu sei o que é, acrescento uma percepção consciente – isso está ligado ao meu conhecimento prévio. A percepção e o conhecimento reforçam a memória. Saber o que estou vendo me facilita lembrar disso depois. Ou, dito em outros termos: para que eu me lembre de você é melhor que eu saiba quem és.
4 – A percepção de um objeto inclui o espaço, o ambiente em torno do objeto, ampliando nossa capacidade de retenção. É bom prestarmos atenção nos detalhes do entorno do objeto que queremos fixar na memória. É por isso que nossa memória visual é mais competente que a memória auditiva. O volume de informações detectados pela visão é muito maior que pela audição.
5 – A memória no retrato rouba a cena
Nas lembranças da formatura recordo-me, ainda, de alguns colegas, do abraço afetuoso do paraninfo na entrega do diploma e da orquestra que tocava no baile daquela noite de dezembro. Dois ou três fotógrafos registravam cada cena.
Fato semelhante ocorre com as festas de casamento das duas filhas. Lembro-me do momento em que assinei documentos, da mesa onde me assentei, e de um ou outro convidado. Foram momentos que os fotógrafos se esmeravam em fixar.
Passam-se os anos e, vez por outra, as fotos são mostradas para alegria de amigos e parentes que testemunharam ao vivo essas cenas.
Agora, nas minhas lembranças, ficaram muito mais as imagens retratadas do que o cenário que participei nos dias de cada uma dessas festas tão importantes para mim. As cenas reais praticamente apagaram-se das minhas memórias, as dos retratos não, elas estão melhor fixadas e até com certa precisão que não tinha notado nas festas.
A explicação é fácil. As cenas vividas só ocorreram uma vez e das imagens dos retratos foram vistas várias vezes e em diferentes ocasiões, justificando porque, hoje, cada festa está mais fixadas nas imagens dos retratos do que nas cenas que participamos na realidade. A Teoria da interferência, também, justifica parte dessa troca. Devemos viver cada momento com grande intensidade e de maneira saudável porque elas ocorrerão uma única vez e os retratos vão dar outra versão à realidade vivida.
7 – A amnésia da infância
Um exercício que cada um de nós pode fazer é tentar lembrar da memória mais precoce que tem. Uma queda aos 4 anos, um susto com um animal que o ameaçou no aniversário de 5 anos ou a morte do pai aos 3 anos.
É possível termos memória de episódios da vida só a partir dos 3 anos de idade. Nessa ocasião está presente nosso aparelho psíquico constituindo o “Self“. A criança já sabe o que é dela (o seu carrinho ou o seu chinelinho) e consegue ver, no espelho, uma fita no seu cabelo, os óculos que experimenta e o baton que foi passado nos lábios. Aquilo que está no espelho ela sabe que, também está nela.
É provável que muitas dessas memória precoces tenham uma mistura de verdades e falsidades involuntárias. È possível que relatos da mãe ou de outros familiares que repetem façanhas da criança acabem fixando memórias fantasiosa, parcialmente verdade e fantasia.
8 – A memória do amanhã
Sempre que falamos de memória pensamos em lembranças de coisas ou acontecimentos já ocorridos. A memória à primeira vista está ligada ao passado. Isso não é inteiramente verdadeiro. A memória do futuro, do que eu vou fazer amanhã é extremamente importante. Esse tipo de memória tem pouco conteúdo de informação, quase sempre eu preciso apenas lembrar de cumprir compromissos. Ela está ligada ao tempo, por exemplo, quando tenho um encontro para as 5 horas da tarde. Está, de outras vezes, presa ao espaço, na minha ida ao supermercado quando tenho de comprar margarina.
A memória do amanhã me torna mais ou menos respeitável pela minha capacidade de cumprir as promessas que fiz ontem.
9 – A memória sobrescrita
Essa é outra forma na qual a Teoria da interferência parece se revelar adequada. Muitas pessoas tem o hábito de escrever seu diário. Mais freqüentemente são adolescentes que pensam registrar acontecimentos que o afetaram emocionalmente. E é esse colorido emocional quem afeta a precisão das memórias ali registradas. Uma vez escrito o diário, fica ali um registro do acontecimento descrito, com as imprecisões naturais e a opinião pessoal que o escritor teve do momento relatado. Algum tempo depois esse texto pode ser relido quantas vezes se desejar. Com isso ficará impresso uma memorização mais condizente ao texto e cada vez mais distante do acontecimento real. O diário cria um novo evento interferindo na memória inicial do fato.
10 - A memória de Instantes
A queda do muro de Berlim, o assassinato do presidente Kennedy, a destruição das Torres Gêmeas, foram acontecimentos que abalaram a opinião pública internacional. A emoção é tão forte que fixa em nossas memórias o instante preciso em que fomos informados dessas notícias. Será que esse tipo de acontecimento ocupa algum lugar especial no cérebro ou utiliza algum mecanismo diferente para se fixar?
O que parece mais provável é que essas notícias são repetidas à exaustão pela mídia e é simplesmente o processo de repetição que não nos permite esquecê-las. Os mecanismos são os mesmos, e o que as fixa é a recitação frequente.
11 - Testemunha ocular
Eu me lembro de ter visto vários parentes no casamento da minha filha. Já se passaram alguns anos e quando tento lembrar quem estava lá esqueço alguns e acrescento outros. Independente do tempo decorrido, as descrições do que a gente vê não são tão verdadeiras quanto possam parecer. Na verdade o que a gente memoriza é o “que pensa ter visto” e não o que realmente os olhos viram.
Qualquer um de nós se sente confortável em relatar um acontecimento quando fomos testemunha ocular. Incidentes familiares são freqüentemente repetidos por alguém que estava lá. Uma briga na festa de casamento, uma queda na piscina, um vestido manchado pelo molho da macarronada e mil acontecimentos que marcam a história de todas as famílias. O testemunha ocular para efeito pericial, identificando, por exemplo um assaltante criminoso, assume extrema gravidade pela fragilidade com que se sabe sobre o mecanismo da memória na “testemunha ocular“.
Lembrar com fidelidade do acontecimento traumático que vimos depende de vários fatores, por exemplo: O que foi que eu vi? Um ou mais de um assaltantes? Eles estavam armados? O que me emocionou naquele instante? Cheguei a ver a arma que usava? Para quem estou contando o que vi? Para um delegado ou para um amigo?
O efeito da pergunta no inquérito afeta a descrição da testemunha ocular. Quando se questiona - você viu o bandido? - já está implícita uma qualificação do que foi visto. Será mais coerente que a pergunta formulada questione apenas quem e o que foi visto para deixar o julgamento por conta de quem testemunhou.
Da próxima vez que alguém lhe disser: “eu vi, eu estava lá” você deve considerar as controvérsias da testemunha ocular - ela pode falhar.
Nubor Orlando Facure
1 - O que é memória?
A maioria das pessoas pensa na memória como um talento mal distribuído e não há quem não queira aumentar suas habilidades. Memória, na verdade, precisa ser dita sempre no plural, “memórias”. Temos vários tipos de memória e em várias situações elas estão envolvidas de uma maneira que nem sempre suspeitamos. Existe uma fisiologia da memória que ainda é pouco divulgada, iremos falar sobre algumas dessas particularidades.
Damos pouca importância às falhas e traições que as memórias nos pregam, não temos o menor pudor em acreditar numa memória falsa desde que seja de nossa autoria, e, o que mais nos incomoda, são os esquecimentos inoportunos.
A memória é uma “reconstrução” e não uma “reprodução“ . A cada vez que descrevemos um evento que testemunhamos, o fazemos de modo diferente. Estamos sempre reescrevendo a história e, é nosso estado de humor quem mais interfere nessa descrição.
2 - Teoria da Interferência - uma memória empurra a outra
Vários testes confirmam que ao retermos uma informação, sofremos a interferência do que nos acontece antes ou depois dessa informação. Um exemplo simples:
Vamos testar sua capacidade de reter uma lista de palavras – informo antes que serão nomes de frutas, essa informação prévia distorce claramente o resultado
Agora apresento dez nomes de flores e a seguir leio um texto onde são citadas inúmeras flores. Você ficará confuso com a mistura de nomes.
Você assiste a uma aula de literatura espanhola. Uma hora depois, a aula seguinte é de literatura francesa. Uma semana depois você percebe que sua memória mistura o conteúdo de uma e outra aula.
3 – A memória inclui as sensações e principalmente as percepções. Quando vejo um objeto tenho uma sensação visual, mas, se eu sei o que é, acrescento uma percepção consciente – isso está ligado ao meu conhecimento prévio. A percepção e o conhecimento reforçam a memória. Saber o que estou vendo me facilita lembrar disso depois. Ou, dito em outros termos: para que eu me lembre de você é melhor que eu saiba quem és.
4 – A percepção de um objeto inclui o espaço, o ambiente em torno do objeto, ampliando nossa capacidade de retenção. É bom prestarmos atenção nos detalhes do entorno do objeto que queremos fixar na memória. É por isso que nossa memória visual é mais competente que a memória auditiva. O volume de informações detectados pela visão é muito maior que pela audição.
5 – A memória no retrato rouba a cena
Nas lembranças da formatura recordo-me, ainda, de alguns colegas, do abraço afetuoso do paraninfo na entrega do diploma e da orquestra que tocava no baile daquela noite de dezembro. Dois ou três fotógrafos registravam cada cena.
Fato semelhante ocorre com as festas de casamento das duas filhas. Lembro-me do momento em que assinei documentos, da mesa onde me assentei, e de um ou outro convidado. Foram momentos que os fotógrafos se esmeravam em fixar.
Passam-se os anos e, vez por outra, as fotos são mostradas para alegria de amigos e parentes que testemunharam ao vivo essas cenas.
Agora, nas minhas lembranças, ficaram muito mais as imagens retratadas do que o cenário que participei nos dias de cada uma dessas festas tão importantes para mim. As cenas reais praticamente apagaram-se das minhas memórias, as dos retratos não, elas estão melhor fixadas e até com certa precisão que não tinha notado nas festas.
A explicação é fácil. As cenas vividas só ocorreram uma vez e das imagens dos retratos foram vistas várias vezes e em diferentes ocasiões, justificando porque, hoje, cada festa está mais fixadas nas imagens dos retratos do que nas cenas que participamos na realidade. A Teoria da interferência, também, justifica parte dessa troca. Devemos viver cada momento com grande intensidade e de maneira saudável porque elas ocorrerão uma única vez e os retratos vão dar outra versão à realidade vivida.
7 – A amnésia da infância
Um exercício que cada um de nós pode fazer é tentar lembrar da memória mais precoce que tem. Uma queda aos 4 anos, um susto com um animal que o ameaçou no aniversário de 5 anos ou a morte do pai aos 3 anos.
É possível termos memória de episódios da vida só a partir dos 3 anos de idade. Nessa ocasião está presente nosso aparelho psíquico constituindo o “Self“. A criança já sabe o que é dela (o seu carrinho ou o seu chinelinho) e consegue ver, no espelho, uma fita no seu cabelo, os óculos que experimenta e o baton que foi passado nos lábios. Aquilo que está no espelho ela sabe que, também está nela.
É provável que muitas dessas memória precoces tenham uma mistura de verdades e falsidades involuntárias. È possível que relatos da mãe ou de outros familiares que repetem façanhas da criança acabem fixando memórias fantasiosa, parcialmente verdade e fantasia.
8 – A memória do amanhã
Sempre que falamos de memória pensamos em lembranças de coisas ou acontecimentos já ocorridos. A memória à primeira vista está ligada ao passado. Isso não é inteiramente verdadeiro. A memória do futuro, do que eu vou fazer amanhã é extremamente importante. Esse tipo de memória tem pouco conteúdo de informação, quase sempre eu preciso apenas lembrar de cumprir compromissos. Ela está ligada ao tempo, por exemplo, quando tenho um encontro para as 5 horas da tarde. Está, de outras vezes, presa ao espaço, na minha ida ao supermercado quando tenho de comprar margarina.
A memória do amanhã me torna mais ou menos respeitável pela minha capacidade de cumprir as promessas que fiz ontem.
9 – A memória sobrescrita
Essa é outra forma na qual a Teoria da interferência parece se revelar adequada. Muitas pessoas tem o hábito de escrever seu diário. Mais freqüentemente são adolescentes que pensam registrar acontecimentos que o afetaram emocionalmente. E é esse colorido emocional quem afeta a precisão das memórias ali registradas. Uma vez escrito o diário, fica ali um registro do acontecimento descrito, com as imprecisões naturais e a opinião pessoal que o escritor teve do momento relatado. Algum tempo depois esse texto pode ser relido quantas vezes se desejar. Com isso ficará impresso uma memorização mais condizente ao texto e cada vez mais distante do acontecimento real. O diário cria um novo evento interferindo na memória inicial do fato.
10 - A memória de Instantes
A queda do muro de Berlim, o assassinato do presidente Kennedy, a destruição das Torres Gêmeas, foram acontecimentos que abalaram a opinião pública internacional. A emoção é tão forte que fixa em nossas memórias o instante preciso em que fomos informados dessas notícias. Será que esse tipo de acontecimento ocupa algum lugar especial no cérebro ou utiliza algum mecanismo diferente para se fixar?
O que parece mais provável é que essas notícias são repetidas à exaustão pela mídia e é simplesmente o processo de repetição que não nos permite esquecê-las. Os mecanismos são os mesmos, e o que as fixa é a recitação frequente.
11 - Testemunha ocular
Eu me lembro de ter visto vários parentes no casamento da minha filha. Já se passaram alguns anos e quando tento lembrar quem estava lá esqueço alguns e acrescento outros. Independente do tempo decorrido, as descrições do que a gente vê não são tão verdadeiras quanto possam parecer. Na verdade o que a gente memoriza é o “que pensa ter visto” e não o que realmente os olhos viram.
Qualquer um de nós se sente confortável em relatar um acontecimento quando fomos testemunha ocular. Incidentes familiares são freqüentemente repetidos por alguém que estava lá. Uma briga na festa de casamento, uma queda na piscina, um vestido manchado pelo molho da macarronada e mil acontecimentos que marcam a história de todas as famílias. O testemunha ocular para efeito pericial, identificando, por exemplo um assaltante criminoso, assume extrema gravidade pela fragilidade com que se sabe sobre o mecanismo da memória na “testemunha ocular“.
Lembrar com fidelidade do acontecimento traumático que vimos depende de vários fatores, por exemplo: O que foi que eu vi? Um ou mais de um assaltantes? Eles estavam armados? O que me emocionou naquele instante? Cheguei a ver a arma que usava? Para quem estou contando o que vi? Para um delegado ou para um amigo?
O efeito da pergunta no inquérito afeta a descrição da testemunha ocular. Quando se questiona - você viu o bandido? - já está implícita uma qualificação do que foi visto. Será mais coerente que a pergunta formulada questione apenas quem e o que foi visto para deixar o julgamento por conta de quem testemunhou.
Da próxima vez que alguém lhe disser: “eu vi, eu estava lá” você deve considerar as controvérsias da testemunha ocular - ela pode falhar.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
O Corpo e suas realidades
Nubor Orlando Facure
Nos primeiros anos de escola aprendemos que o Corpo Humano é constituído de cabeça, tronco e membros. Vemos que desde cedo estamos excluindo a Mente do que nos ensinam sobre o corpo. Ninguém pode negar que cada um de nós é possuidor de um único e exclusivo corpo, mas, considerando a existência da mente, ela nos permite usufruir e trabalhar com mais de um “corpo” como veremos na exposição que farei. Em princípio vou apresentar quatro “corpos”.
O primeiro deles denominado de “corpo ou representação cerebral”. Wilder Penfield, um neurocirurgião de Montreal, estimulando o córtex motor, no lobo frontal, de pacientes epilépticos acordados, pode identificar que nossos movimentos corporais estão “representados” de maneira constante no cérebro de todos nós. É curioso, e todo mundo que estuda já sabe, que Penfield encontrou não os neurônios correspondentes aos músculos, mas sim, o grupo de neurônios que “representam” uma determinada atividade motora, ou seja, é o movimento que se encontra no córtex e não o desenho dos músculos. Vale a pena insistir nessa afirmação: é o movimento quem constrói o córtex motor. A configuração anatômica constatada por Penfield ficou conhecida como “Homúnculo” devido suas características aberrantes, mostrando proporções agigantadas para a face, a língua e as mãos, contrastando com a pequena expressão das pernas e tórax, por exemplo.
Quando ocorre uma lesão nessa área motora o individuo desenvolve uma paralisia típica no lado oposto do corpo. Disse típica porque os neurologistas estão capacitados para avaliar semiologicamente esses pacientes e determinarem com exatidão o local da lesão pelos sinais clínicos que encontra. O braço fica paralisado e se contrai em flexão ao passo que a perna paralisa e enrijece esticando os músculos. Sendo assim, a mão paralítica ainda se aproxima da boca e a perna estendida lhe permite andar.
Na criança pode ocorrer uma lesão congênita nessa área, como é o caso dos cistos porencefálicos. Comprometendo a região motora a criança nasce com uma deficiência que se nota quase que de imediato após o nascimento. A paralisia e o desuso desde o início da vida vão levar a uma atrofia mais ou menos acentuada do hemicorpo comprometido. Nota-se que braço e perna do lado comprometido são menores que do lado sadio. Essa criança costuma apresentar, associado ao seu déficit motor, uma dificuldade social e no aprendizado. As funções cerebelares e cognitivas costumam acompanhar esse déficit motor ampliando o espectro de dificuldades dessas crianças.
Em segundo lugar, convivemos com a “imagem corporal”. Ela é função do lobo parietal direito e diversos estudos têm revelado sua participação no nosso cotidiano e em situações patológicas mais ou menos graves. A partir de 3 anos de idade a criança começa a descobrir o seu corpo. Estica as mãos para pegar objetos. Poe o pezinho na boca. Troca a chupeta pelo polegar. Empurra os objetos com os pés. Vindo a adolescência, torna-se amiga do espelho e cuida de si como uma jóia. O crescimento rápido que a adolescência promove deixa traços marcantes no jovem desajeitado que tromba com os moveis por erro de cálculo entre seu corpo e o espaço.
A anorexia nervosa e o dismorfismo corporal já estão popularizados na mídia. Geralmente uma jovem insatisfeita com seu corpo se tortura em regimes perversos que compromete gravemente sua saúde. Outros se tornam freqüentadores habituais dos consultórios de cirurgia plástica tentando uma modelagem que a natureza não lhe proporcionou.
A “imagem corporal” é uma representação de características pessoais. Nessa função do lobo parietal, é o cérebro quem constrói o corpo. Um bom exemplo para sua identificação nós podemos percebê-lo quando estamos diante de uma vitrine de roupas. Principalmente as mulheres sabem muito bem qual roupa da exposição na vitrine vai lhe servir, vai cair bem no seu corpo. Ë essa imagem corporal que lhe antecipa o resultado de uma veste que nem provar precisa para perceber se vai lhe vestir bem ou não.
Lesões parietais (parietal direito) provocam uma síndrome clássica na Neurologia. Ë a heminegligência. O paciente lesado ignora tudo que está a sua esquerda, inclusive seu hemicorpo. Tem seus membros esquerdos como pertencentes a um estranho.
Em terceiro lugar quero anotar a “imagem Mental”. Aqui é a imaginação quem constrói o corpo. O melhor exemplo é das jovens iniciantes que se esforçam para serem modelos. Tentam se convencer mentalmente de ter um corpo almejado e nunca alcançado. Elas se enxergam de um jeito e são vistas de outro. Quase nunca se admitem na magreza que na verdade tem em excesso. As famosas “Giseles” representam o corpo “idealizado” que essas jovens introjetam no inconsciente para sua realização pessoal. Nos meninos, a ocorrência é semelhante. Os jovens adolescentes “sarados” cultuam o corpo, viciando-se em práticas exageradas nas academias. Eles, também, têm seu modelo de corpo musculoso idealizado em sua mente. A “imagem mental” que fazem de si nem sempre é a que se reflete no espelho ou no olhar dos outros.
Finalmente, o que em minha opinião merece nossa maior reflexão é o “corpo mental”.
O “corpo mental”
A neurologia entende que para todos os fenômenos psicológicos existe um substrato biológico que se revela na atividade cerebral. Neurônios que se despolarizam, circuitos que organizam redes, áreas cerebrais que especializam movimentos e sensações e, regiões que se agrupam compondo funções mais ou menos complexas construindo o pensamento, a memória e compondo a linguagem. A mente seria, portanto, resultado imanente dessa atividade complexa do cérebro. Sem o cérebro não existiria a mente.
Na minha proposta a Mente está fora do cérebro, no “corpo mental”, ela se confirma em evidências clínicas. Exemplos neurológicos sugerem a existência de um corpo que compõe, constrói e expressa os fenômenos da mente. Com o título de “metaneurologia” pretendemos sedimentar a idéia de que podemos investigar e acrescentar, paulatinamente, conhecimento sobre a anatomia e a fisiologia desse “corpo mental”.
A neurologia conseguiu fragmentar diversas funções cerebrais. Sabemos, por exemplo, onde o cérebro decodifica as características físicas de um objeto, sua cor, sua posição, seus movimentos e até mesmo suas funções, mas, não sabemos como o cérebro faz a integração dessas informações. Como o cérebro mantém nossas memórias pessoais para nos fornecer uma identidade única e permanente?
O “corpo mental” pode resolver todas essas questões.
A investigação do que ocorre em diversos quadros clínicos como na histeria, no transe sonambúlico, na narcolepsia, no membro fantasma, nos permite identificar a existência de uma “fisiologia específica” que caracteriza esse “corpo Mental”. Podemos, por exemplo, descobrir que ele (o corpo mental) não se aprisiona nos limites do nosso corpo físico; não se restringe aos circuitos e vias da anatomia cerebral e “circula” por ambientes que transcendem a realidade física que conhecemos.
Funções do “corpo mental”
A visão – O olho humano registra o impulso luminoso que nos permite identificar os objetos a nossa volta. O “corpo mental” vê sem a necessidade de luz. Ele se apodera das propriedades dos objetos. Vamos considerar que estamos diante de uma moeda. Com nossos olhos vamos saber do seu tamanho, cor, forma, talvez a sua procedência e o seu valor. Vamos dizer que se trata de uma moeda do tempo do Império. Com o “corpo mental”, independente da luminosidade que clareia a moeda, vamos identificar, além das características físicas relatadas, podemos registrar todos acontecimentos relacionados com esta moeda. O ambiente da sua fabricação e as mãos por onde ela foi negociada inúmeras vezes. O “corpo mental” registra os aspectos físicos e os eventos psicológicos a ela relacionados.
O olho humano, não é o instrumento de visão do “corpo mental”. Como o que ele detecta é a vibração dos corpos, os objetos são percebidos em qualquer parte do “corpo mental” como, por exemplo, as pontas dos dedos que tocam este objeto.
A linguagem falada – a capacidade para falar, ler e escrever estão intimamente inter-relacionadas. Para cada uma destas funções o cérebro usa um conjunto de módulos que se ligam por vias de associação. A criança aprende a falar ouvindo as pessoas à sua volta aumentando progressivamente o seu vocabulário. Para ler e escrever ela terá que absorver o significado dos símbolos que representam as coisas e as idéias traduzidas em palavras. Existem quadros clínicos em pacientes neurológicos que ilustram didaticamente o comportamento dessas funções. Temos lesões capazes de produzirem incapacidade para reconhecer as palavras – agnosia visual; para escrever – agrafia; para ler – dislexia e para falar – afasia. No corpo mental essas capacidades estão ligadas à percepção do conteúdo mental das idéias, independente da forma como elas são expressas. Vamos agora considerar que estamos diante de um livro. Precisamos ler todo seu conteúdo para nos inteirarmos do seu conteúdo. Com o “corpo mental” nos apoderamos das idéias expressas no livro, dos eventos com ele relacionados e com seu autor.
A memória – O indivíduo comum é capaz de memorizar uma seqüência de sete números, retém alguns telefones familiares, sabe endereço de alguns amigos, lembra de seus nomes e é capaz de relatar o que fez nos últimos dias. Quando faz relatos de eventos antigos como festas ou encontros com amigos, os relata de maneira mais ou menos incompleta, ressaltando que alguns desses encontros ficaram mais marcados e são tidos como inesquecíveis. Cada um desses relatos, quando são confrontados com o testemunho de terceiros, tem sempre o colorido de outras versões mais ou menos enfáticas. Descrever uma festa de formatura tem tantas versões quanto o número de formandos.
A memória de um computador nos permite abrir um texto já escrito e revisá-lo para corrigir ou acrescentar detalhes. A memória do “corpo mental” nos permite abrir o cenário do ambiente vivido durante os acontecimentos que presenciamos. Ele nos permite reviver o passado como se o trouxéssemos para o presente. Vivenciando um fato por uma segunda vez podemos acrescentar elementos que não nos tínhamos dado conta na primeira ocasião em que ocorreu. Um detetive poderia rever um assalto e dessa vez anotar a placa do carro que vira sair fugindo.
Os sonhos – O “corpo mental” não é prisioneiro do corpo físico e, durante o sono, ele tem possibilidade de se libertar mais ou menos parcialmente. A emancipação do “corpo mental” facilitada pelo sono põe o “corpo mental” diante de outras realidades que ele apreende conforme seu nível de conhecimento. Uma pessoa inexperiente colocada diante de um ambiente desconhecido perceberá muito pouco do que está presenciando. Sem experiência ficaremos totalmente perdidos na UTI de um hospital, no meio de uma mata fechada, no comando de um avião ou entre a multidão em um país estranho. E, será assim que essas vivências terão de ser relatadas após passarem pelo filtro do cérebro físico. É esse o conteúdo extraordinário dos sonhos, uma percepção espiritual filtrada pelo cérebro físico. Vez por outra, em situações especiais, conseguiremos registrar uma cópia fiel de acontecimentos que vivenciamos sonhando fixando-a com completa lucidez.
A mente – Temos como hipótese, que, a mente é uma entidade que se corporifica numa estrutura organizada que denominamos “corpo mental”. Esse corpo tem existência extra-cerebral e propriedades que se diferenciam das funções cerebrais conhecidas.
A semiologia neurológica, analisando determinados quadros clínicos, pode revelar funções que confirmam claramente a existência do “corpo mental”. Podemos perceber que a fisiologia do “corpo mental” nos dá informações confiáveis que o situa para além do cérebro físico. Explorando suas memórias podemos reviver claramente o passado. Confirmamos que sua sensibilidade é afetada pela vibração das substâncias. Sua forma de percepção nos possibilita contato com o conteúdo e significado dos objetos, mais do que com a forma e, a linguagem se processa pela transmissão de idéias.
O “corpo mental”, a meu ver, inaugura um novo paradigma para a neurociência clínica.
Nubor Orlando Facure
Nos primeiros anos de escola aprendemos que o Corpo Humano é constituído de cabeça, tronco e membros. Vemos que desde cedo estamos excluindo a Mente do que nos ensinam sobre o corpo. Ninguém pode negar que cada um de nós é possuidor de um único e exclusivo corpo, mas, considerando a existência da mente, ela nos permite usufruir e trabalhar com mais de um “corpo” como veremos na exposição que farei. Em princípio vou apresentar quatro “corpos”.
O primeiro deles denominado de “corpo ou representação cerebral”. Wilder Penfield, um neurocirurgião de Montreal, estimulando o córtex motor, no lobo frontal, de pacientes epilépticos acordados, pode identificar que nossos movimentos corporais estão “representados” de maneira constante no cérebro de todos nós. É curioso, e todo mundo que estuda já sabe, que Penfield encontrou não os neurônios correspondentes aos músculos, mas sim, o grupo de neurônios que “representam” uma determinada atividade motora, ou seja, é o movimento que se encontra no córtex e não o desenho dos músculos. Vale a pena insistir nessa afirmação: é o movimento quem constrói o córtex motor. A configuração anatômica constatada por Penfield ficou conhecida como “Homúnculo” devido suas características aberrantes, mostrando proporções agigantadas para a face, a língua e as mãos, contrastando com a pequena expressão das pernas e tórax, por exemplo.
Quando ocorre uma lesão nessa área motora o individuo desenvolve uma paralisia típica no lado oposto do corpo. Disse típica porque os neurologistas estão capacitados para avaliar semiologicamente esses pacientes e determinarem com exatidão o local da lesão pelos sinais clínicos que encontra. O braço fica paralisado e se contrai em flexão ao passo que a perna paralisa e enrijece esticando os músculos. Sendo assim, a mão paralítica ainda se aproxima da boca e a perna estendida lhe permite andar.
Na criança pode ocorrer uma lesão congênita nessa área, como é o caso dos cistos porencefálicos. Comprometendo a região motora a criança nasce com uma deficiência que se nota quase que de imediato após o nascimento. A paralisia e o desuso desde o início da vida vão levar a uma atrofia mais ou menos acentuada do hemicorpo comprometido. Nota-se que braço e perna do lado comprometido são menores que do lado sadio. Essa criança costuma apresentar, associado ao seu déficit motor, uma dificuldade social e no aprendizado. As funções cerebelares e cognitivas costumam acompanhar esse déficit motor ampliando o espectro de dificuldades dessas crianças.
Em segundo lugar, convivemos com a “imagem corporal”. Ela é função do lobo parietal direito e diversos estudos têm revelado sua participação no nosso cotidiano e em situações patológicas mais ou menos graves. A partir de 3 anos de idade a criança começa a descobrir o seu corpo. Estica as mãos para pegar objetos. Poe o pezinho na boca. Troca a chupeta pelo polegar. Empurra os objetos com os pés. Vindo a adolescência, torna-se amiga do espelho e cuida de si como uma jóia. O crescimento rápido que a adolescência promove deixa traços marcantes no jovem desajeitado que tromba com os moveis por erro de cálculo entre seu corpo e o espaço.
A anorexia nervosa e o dismorfismo corporal já estão popularizados na mídia. Geralmente uma jovem insatisfeita com seu corpo se tortura em regimes perversos que compromete gravemente sua saúde. Outros se tornam freqüentadores habituais dos consultórios de cirurgia plástica tentando uma modelagem que a natureza não lhe proporcionou.
A “imagem corporal” é uma representação de características pessoais. Nessa função do lobo parietal, é o cérebro quem constrói o corpo. Um bom exemplo para sua identificação nós podemos percebê-lo quando estamos diante de uma vitrine de roupas. Principalmente as mulheres sabem muito bem qual roupa da exposição na vitrine vai lhe servir, vai cair bem no seu corpo. Ë essa imagem corporal que lhe antecipa o resultado de uma veste que nem provar precisa para perceber se vai lhe vestir bem ou não.
Lesões parietais (parietal direito) provocam uma síndrome clássica na Neurologia. Ë a heminegligência. O paciente lesado ignora tudo que está a sua esquerda, inclusive seu hemicorpo. Tem seus membros esquerdos como pertencentes a um estranho.
Em terceiro lugar quero anotar a “imagem Mental”. Aqui é a imaginação quem constrói o corpo. O melhor exemplo é das jovens iniciantes que se esforçam para serem modelos. Tentam se convencer mentalmente de ter um corpo almejado e nunca alcançado. Elas se enxergam de um jeito e são vistas de outro. Quase nunca se admitem na magreza que na verdade tem em excesso. As famosas “Giseles” representam o corpo “idealizado” que essas jovens introjetam no inconsciente para sua realização pessoal. Nos meninos, a ocorrência é semelhante. Os jovens adolescentes “sarados” cultuam o corpo, viciando-se em práticas exageradas nas academias. Eles, também, têm seu modelo de corpo musculoso idealizado em sua mente. A “imagem mental” que fazem de si nem sempre é a que se reflete no espelho ou no olhar dos outros.
Finalmente, o que em minha opinião merece nossa maior reflexão é o “corpo mental”.
O “corpo mental”
A neurologia entende que para todos os fenômenos psicológicos existe um substrato biológico que se revela na atividade cerebral. Neurônios que se despolarizam, circuitos que organizam redes, áreas cerebrais que especializam movimentos e sensações e, regiões que se agrupam compondo funções mais ou menos complexas construindo o pensamento, a memória e compondo a linguagem. A mente seria, portanto, resultado imanente dessa atividade complexa do cérebro. Sem o cérebro não existiria a mente.
Na minha proposta a Mente está fora do cérebro, no “corpo mental”, ela se confirma em evidências clínicas. Exemplos neurológicos sugerem a existência de um corpo que compõe, constrói e expressa os fenômenos da mente. Com o título de “metaneurologia” pretendemos sedimentar a idéia de que podemos investigar e acrescentar, paulatinamente, conhecimento sobre a anatomia e a fisiologia desse “corpo mental”.
A neurologia conseguiu fragmentar diversas funções cerebrais. Sabemos, por exemplo, onde o cérebro decodifica as características físicas de um objeto, sua cor, sua posição, seus movimentos e até mesmo suas funções, mas, não sabemos como o cérebro faz a integração dessas informações. Como o cérebro mantém nossas memórias pessoais para nos fornecer uma identidade única e permanente?
O “corpo mental” pode resolver todas essas questões.
A investigação do que ocorre em diversos quadros clínicos como na histeria, no transe sonambúlico, na narcolepsia, no membro fantasma, nos permite identificar a existência de uma “fisiologia específica” que caracteriza esse “corpo Mental”. Podemos, por exemplo, descobrir que ele (o corpo mental) não se aprisiona nos limites do nosso corpo físico; não se restringe aos circuitos e vias da anatomia cerebral e “circula” por ambientes que transcendem a realidade física que conhecemos.
Funções do “corpo mental”
A visão – O olho humano registra o impulso luminoso que nos permite identificar os objetos a nossa volta. O “corpo mental” vê sem a necessidade de luz. Ele se apodera das propriedades dos objetos. Vamos considerar que estamos diante de uma moeda. Com nossos olhos vamos saber do seu tamanho, cor, forma, talvez a sua procedência e o seu valor. Vamos dizer que se trata de uma moeda do tempo do Império. Com o “corpo mental”, independente da luminosidade que clareia a moeda, vamos identificar, além das características físicas relatadas, podemos registrar todos acontecimentos relacionados com esta moeda. O ambiente da sua fabricação e as mãos por onde ela foi negociada inúmeras vezes. O “corpo mental” registra os aspectos físicos e os eventos psicológicos a ela relacionados.
O olho humano, não é o instrumento de visão do “corpo mental”. Como o que ele detecta é a vibração dos corpos, os objetos são percebidos em qualquer parte do “corpo mental” como, por exemplo, as pontas dos dedos que tocam este objeto.
A linguagem falada – a capacidade para falar, ler e escrever estão intimamente inter-relacionadas. Para cada uma destas funções o cérebro usa um conjunto de módulos que se ligam por vias de associação. A criança aprende a falar ouvindo as pessoas à sua volta aumentando progressivamente o seu vocabulário. Para ler e escrever ela terá que absorver o significado dos símbolos que representam as coisas e as idéias traduzidas em palavras. Existem quadros clínicos em pacientes neurológicos que ilustram didaticamente o comportamento dessas funções. Temos lesões capazes de produzirem incapacidade para reconhecer as palavras – agnosia visual; para escrever – agrafia; para ler – dislexia e para falar – afasia. No corpo mental essas capacidades estão ligadas à percepção do conteúdo mental das idéias, independente da forma como elas são expressas. Vamos agora considerar que estamos diante de um livro. Precisamos ler todo seu conteúdo para nos inteirarmos do seu conteúdo. Com o “corpo mental” nos apoderamos das idéias expressas no livro, dos eventos com ele relacionados e com seu autor.
A memória – O indivíduo comum é capaz de memorizar uma seqüência de sete números, retém alguns telefones familiares, sabe endereço de alguns amigos, lembra de seus nomes e é capaz de relatar o que fez nos últimos dias. Quando faz relatos de eventos antigos como festas ou encontros com amigos, os relata de maneira mais ou menos incompleta, ressaltando que alguns desses encontros ficaram mais marcados e são tidos como inesquecíveis. Cada um desses relatos, quando são confrontados com o testemunho de terceiros, tem sempre o colorido de outras versões mais ou menos enfáticas. Descrever uma festa de formatura tem tantas versões quanto o número de formandos.
A memória de um computador nos permite abrir um texto já escrito e revisá-lo para corrigir ou acrescentar detalhes. A memória do “corpo mental” nos permite abrir o cenário do ambiente vivido durante os acontecimentos que presenciamos. Ele nos permite reviver o passado como se o trouxéssemos para o presente. Vivenciando um fato por uma segunda vez podemos acrescentar elementos que não nos tínhamos dado conta na primeira ocasião em que ocorreu. Um detetive poderia rever um assalto e dessa vez anotar a placa do carro que vira sair fugindo.
Os sonhos – O “corpo mental” não é prisioneiro do corpo físico e, durante o sono, ele tem possibilidade de se libertar mais ou menos parcialmente. A emancipação do “corpo mental” facilitada pelo sono põe o “corpo mental” diante de outras realidades que ele apreende conforme seu nível de conhecimento. Uma pessoa inexperiente colocada diante de um ambiente desconhecido perceberá muito pouco do que está presenciando. Sem experiência ficaremos totalmente perdidos na UTI de um hospital, no meio de uma mata fechada, no comando de um avião ou entre a multidão em um país estranho. E, será assim que essas vivências terão de ser relatadas após passarem pelo filtro do cérebro físico. É esse o conteúdo extraordinário dos sonhos, uma percepção espiritual filtrada pelo cérebro físico. Vez por outra, em situações especiais, conseguiremos registrar uma cópia fiel de acontecimentos que vivenciamos sonhando fixando-a com completa lucidez.
A mente – Temos como hipótese, que, a mente é uma entidade que se corporifica numa estrutura organizada que denominamos “corpo mental”. Esse corpo tem existência extra-cerebral e propriedades que se diferenciam das funções cerebrais conhecidas.
A semiologia neurológica, analisando determinados quadros clínicos, pode revelar funções que confirmam claramente a existência do “corpo mental”. Podemos perceber que a fisiologia do “corpo mental” nos dá informações confiáveis que o situa para além do cérebro físico. Explorando suas memórias podemos reviver claramente o passado. Confirmamos que sua sensibilidade é afetada pela vibração das substâncias. Sua forma de percepção nos possibilita contato com o conteúdo e significado dos objetos, mais do que com a forma e, a linguagem se processa pela transmissão de idéias.
O “corpo mental”, a meu ver, inaugura um novo paradigma para a neurociência clínica.
sábado, 26 de setembro de 2009
Os 4 cavalheiros do Apocalipse
O pescoço, o ombro, o cotovelo e o punho
Estou sugerindo esse nome para uma doença profissional - dentistas, digitadores, telefonistas, crocheteiras, caixas de banco, alunos de cursinho e outros.
O pescoço enrijece, o ombro endurece, o cotovelo não estica e o punho incha. O Raio X revela esporão e o exame elétrico – agulhas que picam os nervos – tem bloqueio na condução.
O diagnóstico no cotovelo é de artrite, na coluna é de discite. No ombro é tendinite e no punho o ligamento calcifica.
O sintoma é dor, diminui a destreza e aumenta a irritação. De dia dói o pescoço. Quando deita dói o ombro. Se escrever dói a mão se dirigir dói o cotovelo.
O tratamento é acupuntura e cirurgia, ultrassom e cortisona, exercício e bolsa quente.
No pescoço tira o disco põe a placa
No ombro infiltração com cortisona e manda rodar o braço
No cotovelo se esquenta e movimenta
No punha abre o túnel e corta a cinta
O pescoço, o ombro, o cotovelo e o punho
Estou sugerindo esse nome para uma doença profissional - dentistas, digitadores, telefonistas, crocheteiras, caixas de banco, alunos de cursinho e outros.
O pescoço enrijece, o ombro endurece, o cotovelo não estica e o punho incha. O Raio X revela esporão e o exame elétrico – agulhas que picam os nervos – tem bloqueio na condução.
O diagnóstico no cotovelo é de artrite, na coluna é de discite. No ombro é tendinite e no punho o ligamento calcifica.
O sintoma é dor, diminui a destreza e aumenta a irritação. De dia dói o pescoço. Quando deita dói o ombro. Se escrever dói a mão se dirigir dói o cotovelo.
O tratamento é acupuntura e cirurgia, ultrassom e cortisona, exercício e bolsa quente.
No pescoço tira o disco põe a placa
No ombro infiltração com cortisona e manda rodar o braço
No cotovelo se esquenta e movimenta
No punha abre o túnel e corta a cinta
Mantras
Mantras neurológicos
1 - Neurônios que se excitam juntos permanecem juntos.
O mesmo estímulo repetido diversas vezes consolida informações nas sinapses. Recapitular diversas vezes a lição favorece a memorização. De tanto repetir essas palavras a gente não as esquece mais.
2 – Usem ou perca-os
Cada um de nós perde milhares de neurônios por dia. É preciso usar para não perder. Quanto mais usa mais forte fica.
3 – Lei do “tudo ou nada”
Um neurônio quando estimulado pelos seus vizinhos, só despolariza se esses estímulos atingem a voltagem de disparo. O neurônio não se contenta com pouco. É tudo que quer ou nada de resposta. Atingido o limite que exige – na voltagem padrão que ele determina – a resposta vem com tudo.
4 – Fazer o mais com menos
O cérebro organiza a economia. Quando jovem jogamos força fora. O Novato abusa do que tem. Um tenista experimentado faz suas jogadas com o mínimo de cérebro. Ele antecipa até a resposta do adversário para economizar. O jogador novato esgota seu cérebro e mesmo assim só faz um mínimo de pontos.
5 – Uso extra significa córtex extra.
O cego amplia o córtex da audição – escuta mais o que não pode ver. O violinista que trabalha as mãos expande a área motora. O orador a área da fala. O taxista a da orientação espacial. Mais percepção e mais execução acrescentam mais extensão no cérebro. A atividade remodela neurônios.
6 - A sobrevivência primeiro
Toda experiência física produz um efeito psicológico. Todo fenômeno psicológico tem representação cerebral. O que o cérebro comunica ao corpo depende em grande parte do que o corpo comunica ao cérebro. O corpo fornece pistas emocionais para o cérebro: salve primeiro a nossa pele.
7 – A Emoção somos nós em cada célula.
O sistema nervoso se estende por todo o corpo.
8 – A memória prefere espalhar a engavetar.
Não há no cérebro um lugar único e fixo para a memória. As informações espalham-se desmembrando, por exemplo, as características do objeto – cor, forma, movimento, onde está, para que serve – cada aspecto numa área em particular.
Mantras neurológicos
1 - Neurônios que se excitam juntos permanecem juntos.
O mesmo estímulo repetido diversas vezes consolida informações nas sinapses. Recapitular diversas vezes a lição favorece a memorização. De tanto repetir essas palavras a gente não as esquece mais.
2 – Usem ou perca-os
Cada um de nós perde milhares de neurônios por dia. É preciso usar para não perder. Quanto mais usa mais forte fica.
3 – Lei do “tudo ou nada”
Um neurônio quando estimulado pelos seus vizinhos, só despolariza se esses estímulos atingem a voltagem de disparo. O neurônio não se contenta com pouco. É tudo que quer ou nada de resposta. Atingido o limite que exige – na voltagem padrão que ele determina – a resposta vem com tudo.
4 – Fazer o mais com menos
O cérebro organiza a economia. Quando jovem jogamos força fora. O Novato abusa do que tem. Um tenista experimentado faz suas jogadas com o mínimo de cérebro. Ele antecipa até a resposta do adversário para economizar. O jogador novato esgota seu cérebro e mesmo assim só faz um mínimo de pontos.
5 – Uso extra significa córtex extra.
O cego amplia o córtex da audição – escuta mais o que não pode ver. O violinista que trabalha as mãos expande a área motora. O orador a área da fala. O taxista a da orientação espacial. Mais percepção e mais execução acrescentam mais extensão no cérebro. A atividade remodela neurônios.
6 - A sobrevivência primeiro
Toda experiência física produz um efeito psicológico. Todo fenômeno psicológico tem representação cerebral. O que o cérebro comunica ao corpo depende em grande parte do que o corpo comunica ao cérebro. O corpo fornece pistas emocionais para o cérebro: salve primeiro a nossa pele.
7 – A Emoção somos nós em cada célula.
O sistema nervoso se estende por todo o corpo.
8 – A memória prefere espalhar a engavetar.
Não há no cérebro um lugar único e fixo para a memória. As informações espalham-se desmembrando, por exemplo, as características do objeto – cor, forma, movimento, onde está, para que serve – cada aspecto numa área em particular.
Leituras – Setembro 2009
Autores diversos:
Médicos e psicólogas fazem múltiplos testes para medir nossa mente. A mim parece que eles só medem o que já sabemos os resultados. Na verdade, não existe um ser humano dentro dessas escalas, elas são preenchidas com perguntas e respostas e sua conclusão é apenas estatística.
As decepções podem nos causar frustração e ódio. A psicanálise introduziu no meio delas o inconsciente, mas isso ainda não resolveu a questão do sofrimento que a decepção provoca.
Na Neurociência o psicológico interpreta e compreende, mas é o biológico quem explica.
O sentir psicológico é compartilhado por todos nós – desejo, inveja, medo, amor e ódio, saudade e alegria, até mesmo a loucura - tem gente que enlouquece com a loucura do outro.
É uma pena que com freqüência usamos motivação espiritual – solidariedade e amor ao próximo - para obter resultados materiais. Insistimos em fazer essa troca com Deus.
Na maioria das vezes é o desvio do sentimento que produz o desvio da razão. Com freqüência perdemos a razão depois que sofremos uma experiência afetiva desconfortável.
As perturbações biológicas no cérebro de esquizofrênicos, depressivos graves, bipolares, autistas, hiperativos, obsessivos compulsivos estão sendo reveladas pelas Neurociências. No entanto, ainda não sabemos como se forma o nosso psiquismo nem como nascem essas influencias biológicas anormais.
O que penso estar nos outros, com freqüência, está dentro de mim.
A criança aprende conceitos – alto, baixo, atrás, na frente, lento, rápido, forte, fraco, mole, duro, claro, escuro – aprendendo pela experiência. Desça da mesa, você pode cair. Chute a bola com força. Corte o pão. Esconda seu caderno. Corra na minha frente. Você quebrou o copo. Não corra tão depressa. Apague a luz do quarto.
Consciência perturbada produz vivências tumultuadas. Sem paz de espírito não há sossego na mente.
Delírios são vivencias “desgarradas” do Eu
O lobo frontal controla o cérebro límbico (cérebro emocional). No esquizofrênico esse controle deteriora e a emoção perde o rumo, enlouquece. Ele passa da “interpretação” racional para a “influência” destrambelhada.
No medo – o Eu está sem piloto. Não encontra explicação no mundo para sua estranheza. Ao interpretar errado ele se torna apreensivo. Os sinais externos de perigo produzem sofrimento interno – medo e angústia.
O ansioso vive fugindo da angústia, por isso se agita.
No TOC o paciente limpa e organiza sem parar. Sua verdadeira intenção é controlar e dominar.
Esse organizar lhe dá prazer, libera Dopamina, que reduz a ansiedade antecipatória.
Justificamos nossos sentimentos com causas externas. Não conseguimos ver o que somos por dentro. Tentamos compreender o que está dentro de nós dando um sentido ao que está fora. Eu enlouqueço na mudança da lua. Minha dor aumenta quando esfria. A chuva me apavora. Só durmo com a luz acesa. O que acontece fora de nós, nem sempre corresponde ao somos por dentro.
Nossa psique é imaterial. Por isso ela não consegue reconhecer que somos de carne e osso. Talvez a razão possa fazê-lo.
No giro cíngulo constatamos onde erramos – esqueci de fechar a gaveta, não pus o celular no bolso. O lobo frontal constata a falha. Nos pacientes com TOC, a confirmação não convence o frontal. O paciente tem de estar sempre conferindo se fechou ou não a gaveta, se o celular já está no bolso
Autores diversos:
Médicos e psicólogas fazem múltiplos testes para medir nossa mente. A mim parece que eles só medem o que já sabemos os resultados. Na verdade, não existe um ser humano dentro dessas escalas, elas são preenchidas com perguntas e respostas e sua conclusão é apenas estatística.
As decepções podem nos causar frustração e ódio. A psicanálise introduziu no meio delas o inconsciente, mas isso ainda não resolveu a questão do sofrimento que a decepção provoca.
Na Neurociência o psicológico interpreta e compreende, mas é o biológico quem explica.
O sentir psicológico é compartilhado por todos nós – desejo, inveja, medo, amor e ódio, saudade e alegria, até mesmo a loucura - tem gente que enlouquece com a loucura do outro.
É uma pena que com freqüência usamos motivação espiritual – solidariedade e amor ao próximo - para obter resultados materiais. Insistimos em fazer essa troca com Deus.
Na maioria das vezes é o desvio do sentimento que produz o desvio da razão. Com freqüência perdemos a razão depois que sofremos uma experiência afetiva desconfortável.
As perturbações biológicas no cérebro de esquizofrênicos, depressivos graves, bipolares, autistas, hiperativos, obsessivos compulsivos estão sendo reveladas pelas Neurociências. No entanto, ainda não sabemos como se forma o nosso psiquismo nem como nascem essas influencias biológicas anormais.
O que penso estar nos outros, com freqüência, está dentro de mim.
A criança aprende conceitos – alto, baixo, atrás, na frente, lento, rápido, forte, fraco, mole, duro, claro, escuro – aprendendo pela experiência. Desça da mesa, você pode cair. Chute a bola com força. Corte o pão. Esconda seu caderno. Corra na minha frente. Você quebrou o copo. Não corra tão depressa. Apague a luz do quarto.
Consciência perturbada produz vivências tumultuadas. Sem paz de espírito não há sossego na mente.
Delírios são vivencias “desgarradas” do Eu
O lobo frontal controla o cérebro límbico (cérebro emocional). No esquizofrênico esse controle deteriora e a emoção perde o rumo, enlouquece. Ele passa da “interpretação” racional para a “influência” destrambelhada.
No medo – o Eu está sem piloto. Não encontra explicação no mundo para sua estranheza. Ao interpretar errado ele se torna apreensivo. Os sinais externos de perigo produzem sofrimento interno – medo e angústia.
O ansioso vive fugindo da angústia, por isso se agita.
No TOC o paciente limpa e organiza sem parar. Sua verdadeira intenção é controlar e dominar.
Esse organizar lhe dá prazer, libera Dopamina, que reduz a ansiedade antecipatória.
Justificamos nossos sentimentos com causas externas. Não conseguimos ver o que somos por dentro. Tentamos compreender o que está dentro de nós dando um sentido ao que está fora. Eu enlouqueço na mudança da lua. Minha dor aumenta quando esfria. A chuva me apavora. Só durmo com a luz acesa. O que acontece fora de nós, nem sempre corresponde ao somos por dentro.
Nossa psique é imaterial. Por isso ela não consegue reconhecer que somos de carne e osso. Talvez a razão possa fazê-lo.
No giro cíngulo constatamos onde erramos – esqueci de fechar a gaveta, não pus o celular no bolso. O lobo frontal constata a falha. Nos pacientes com TOC, a confirmação não convence o frontal. O paciente tem de estar sempre conferindo se fechou ou não a gaveta, se o celular já está no bolso
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
O Cérebro e a “Santíssima Trindade”
Nubor Orlando Facure
Até parece teologia – essa visão do “mistério da santíssima trindade” no cérebro. Talvez um cacoete dos velhos professores da medicina francesa que buscavam em todas as doenças a “tríade sintomática” que as caracterizava. A meningite iniciava com esses três sintomas - “dor de cabeça, febre e constipação intestinal”. Mesmo considerando a multiplicidade das funções do cérebro e do psiquismo humano, encontramos, em vários autores, essa sistematização hierarquizada em três níveis, lembrando “o Pai, o Filho e o Espírito Santo” que a Igreja coloca na distribuição dos poderes sagrados.
Sigismund Freud identifica três entidades no nosso aparelho psíquico – o ID, o Ego e o Superego. Há entre esses níveis uma hierarquia e uma submissão que ocasionalmente é contrariada. As forças do ID, procedentes do “inconsciente” podem impor “disfarçadamente” os seus desejos oprimidos pela consciência onde o Ego supostamente faz nossas escolhas. Domínio, submissão e perversão da hierarquia estiveram sempre presentes nos diversos autores da “trindade”cerebral.
Antes de Freud tivemos o grande neurologista inglês, Hughlings Jackson cuja esposa sofria de epilepsia apresentando um tipo de crise motora “sui-generis” . As contrações ocorriam sem perda da consciência, iniciando no polegar se estendendo para os dedos, a mão, o antebraço, o braço e finalmente a face. Como foram descritas pelo próprio esposo, elas ficaram conhecidas como crises Jacksonianas.
Estudando a atividade motora no sistema nervoso, Hughlings Jackson, sugeriu a existência de 3 níveis de complexidade. O sistema piramidal – no córtex cerebral, o extra-piramidal – nos gânglios da base e o periférico a partir da medula espinhal. Jackson introduziu o conceito de “liberação” – lesões nos níveis superiores “liberam”a ação dos inferiores. Há exaltação dos reflexos medulares quando são lesionados os sistemas piramidal e o extrapiramidal.
Outra visão trinaria foi popularizada pelo neurocientista americano, Paul Mac Lean. Sua proposta é evolucionista. Ele enxerga 3 cérebros sobrepostos na anatomia humana. Um cérebro reptiliano, um intermediário, dos mamíferos e um superior, dos primatas – chimpanzé e humanos.
Os estudantes de neuropsicologia quase todos iniciam os estudos das funções superiores do cérebro com a leitura de Luria, neurologista russo. Ele propõe a organização do cérebro em sistemas que se hierarquizam em 3 níveis de complexidade. Simplificadamente para a manutenção do tônus muscular, da percepção sensorial e das vias de associação.
Finalmente, queremos anotar a descrição do cérebro que faz o Espírito André Luiz (psicografia de Chico Xavier) no capitulo “a casa mental” (no livro No Mundo Maior). Ele anota, também, 3 níveis. Um medular, de atividade visceral – sexo e alimentação; outro ao nível da atividade motora que nos prende ao cotidiano das nossas tarefas - principalmente o trabalho de subsistência; e, por fim, o nível frontal superior que permite nossa ligação com os propósitos superiores da espiritualidade.
Nubor Orlando Facure
Até parece teologia – essa visão do “mistério da santíssima trindade” no cérebro. Talvez um cacoete dos velhos professores da medicina francesa que buscavam em todas as doenças a “tríade sintomática” que as caracterizava. A meningite iniciava com esses três sintomas - “dor de cabeça, febre e constipação intestinal”. Mesmo considerando a multiplicidade das funções do cérebro e do psiquismo humano, encontramos, em vários autores, essa sistematização hierarquizada em três níveis, lembrando “o Pai, o Filho e o Espírito Santo” que a Igreja coloca na distribuição dos poderes sagrados.
Sigismund Freud identifica três entidades no nosso aparelho psíquico – o ID, o Ego e o Superego. Há entre esses níveis uma hierarquia e uma submissão que ocasionalmente é contrariada. As forças do ID, procedentes do “inconsciente” podem impor “disfarçadamente” os seus desejos oprimidos pela consciência onde o Ego supostamente faz nossas escolhas. Domínio, submissão e perversão da hierarquia estiveram sempre presentes nos diversos autores da “trindade”cerebral.
Antes de Freud tivemos o grande neurologista inglês, Hughlings Jackson cuja esposa sofria de epilepsia apresentando um tipo de crise motora “sui-generis” . As contrações ocorriam sem perda da consciência, iniciando no polegar se estendendo para os dedos, a mão, o antebraço, o braço e finalmente a face. Como foram descritas pelo próprio esposo, elas ficaram conhecidas como crises Jacksonianas.
Estudando a atividade motora no sistema nervoso, Hughlings Jackson, sugeriu a existência de 3 níveis de complexidade. O sistema piramidal – no córtex cerebral, o extra-piramidal – nos gânglios da base e o periférico a partir da medula espinhal. Jackson introduziu o conceito de “liberação” – lesões nos níveis superiores “liberam”a ação dos inferiores. Há exaltação dos reflexos medulares quando são lesionados os sistemas piramidal e o extrapiramidal.
Outra visão trinaria foi popularizada pelo neurocientista americano, Paul Mac Lean. Sua proposta é evolucionista. Ele enxerga 3 cérebros sobrepostos na anatomia humana. Um cérebro reptiliano, um intermediário, dos mamíferos e um superior, dos primatas – chimpanzé e humanos.
Os estudantes de neuropsicologia quase todos iniciam os estudos das funções superiores do cérebro com a leitura de Luria, neurologista russo. Ele propõe a organização do cérebro em sistemas que se hierarquizam em 3 níveis de complexidade. Simplificadamente para a manutenção do tônus muscular, da percepção sensorial e das vias de associação.
Finalmente, queremos anotar a descrição do cérebro que faz o Espírito André Luiz (psicografia de Chico Xavier) no capitulo “a casa mental” (no livro No Mundo Maior). Ele anota, também, 3 níveis. Um medular, de atividade visceral – sexo e alimentação; outro ao nível da atividade motora que nos prende ao cotidiano das nossas tarefas - principalmente o trabalho de subsistência; e, por fim, o nível frontal superior que permite nossa ligação com os propósitos superiores da espiritualidade.
domingo, 6 de setembro de 2009
André Luiz. Uma proposta de três andares para o cérebro.
Nos primeiros capítulos do livro “No Mundo Maior” André Luiz (psicografia de Chico Xavier), nos transmite uma análise do cérebro nos moldes da segmentação que foram apresentadas pelos autores que estamos revendo.
Além de destacar os três andares de atividade cerebral, apresentando uma divisão tanto anatômica como funcional André Luiz, nos chama a atenção para a possibilidade do indivíduo estacionar evolutivamente em um destes níveis, comprometendo seu progresso espiritual.
A partir de um quadro de obsessão, o instrutor Calderaro mostra à André Luiz as áreas de atividade cerebral que ele coloca em três níveis.
No polo frontal, estão sediadas as nossas atividades ligadas ao “ideal e a meta superior” a que estamos destinados a atingir. Ele se relaciona com nosso futuro espiritual. É a “casa das noções superiores”. Tem correspondência com a dinâmica do superconsciente. Para André Luiz, o pólo frontal ainda se mostra silencioso para as investigações da Ciência atual. Nele “jazem materiais de ordem sublime, que conquistaremos gradualmente, no esforço de ascensão, representando a parte mais nobre de nosso organismo divino em evolução”.
Num andar intermediário estão as regiões motoras do lobo frontal. O córtex motor dos lobos frontais se relaciona com nossa atividade voluntária, que se referem ao momento presente. Esta função corresponderia ao plano consciente da terminologia freudiana. Aqui está o “domínio das nossas conquistas atuais”, esta área corresponde ao nosso “esforço e vontade”.
Nos andares inferiores, representados pelo “sistema nervoso” em geral, estão situados os nossos hábitos e nossa atividade instintiva. É “a residência dos nossos impulsos automáticos”.
No enredo do quadro descrito como pano de fundo, nos primeiros capítulos do “Mundo Maior”, um dos personagens comete um crime, matando seu patrão e se apoderando de suas propriedades. Perturbado pela vítima que o persegue vida à fora, o réu nunca se livrou dos sentimentos de culpa e tenta se compensar pela dedicação excessiva ao trabalho, tornando-se um vitorioso nos negócios de sua firma. Todo seu esforço foi centralizado no rumo que dava à sua vida para ter sucesso nos negócios.
André Luiz, então, nos chama a atenção para esta estagnação em um dos níveis da atividade cerebral.
No pólo frontal significa estagiar exclusivamente na atividade contemplativa, em que os ideais nobres são supervalorizados, o que nos cristaliza por significar, muitas vezes, uma vida sem produtividade.
No córtex motor, a fixação obsessiva pelo trabalho, nos impede de subir aos setores mais elevados da espiritualidade.
E uma vida automatizada, sem idéias e sem uma atividade produtiva nos estaciona nos instinto e hábitos animalescos.
Já apontamos no decurso das nossas ilustrações que, o instinto, mesmo sendo de importância fundamental para a sobrevivência e a procriação, não dispõe de flexibilidade para nos livrar de situações especiais quando o ambiente estabelece novas regras de relacionamento.
O ser humano apesar das grandes conquistas que a jornada evolutiva lhe proporcionou, ainda se detém de maneira imprudente nos estágios inferiores, fixados em hábitos e comportamentos instintivos ou cristalizados em automatismos.
Numa simples contrariedade no trânsito a maioria de nós se exaspera revelando toda ferocidade com que ainda se relaciona com o próximo.
A violência sexual não tem poupado nem a mulher nem a criança em qualquer latitude da civilização moderna.
A licenciosidade embriagou os jovens de hoje que desconhecem os limites do permissível. Para a maioria deles os valores morais são descartáveis quando evocam seus compromissos com a sociedade.
A ansiedade e o comportamento neurótico têm comprometido a paz até mesmo dentro de casa, fixando mães e filhos nas teias da obsessão.
A corrida atrás do dinheiro, do sucesso ou do poder tem afastado pais de família dos compromissos que a educação dos filhos exige.
Divergências religiosas entre povos que acreditam no mesmo Deus tem produzidos mais mortes que todas as guerras.
O ser humano atual iniciou seu processo social ha cerca de 200 mil anos. Do ponto de vista puramente anatômico, o cérebro deste homem primitivo já continha toda estrutura de neurônios que dispomos na atualidade. Isto quer dizer que ele poderia ser educado o suficiente para reconhecer os acordes de uma sinfonia de Beethoven ou os conceitos da física atômica. O que André Luiz nos garante é que no nosso lobo frontal já dispomos de material cerebral adequado para nos elevar a níveis mais altos na espiritualidade.
Devemos aguardar os próximos milênios para que esta elevação seja alcançada.
Nos primeiros capítulos do livro “No Mundo Maior” André Luiz (psicografia de Chico Xavier), nos transmite uma análise do cérebro nos moldes da segmentação que foram apresentadas pelos autores que estamos revendo.
Além de destacar os três andares de atividade cerebral, apresentando uma divisão tanto anatômica como funcional André Luiz, nos chama a atenção para a possibilidade do indivíduo estacionar evolutivamente em um destes níveis, comprometendo seu progresso espiritual.
A partir de um quadro de obsessão, o instrutor Calderaro mostra à André Luiz as áreas de atividade cerebral que ele coloca em três níveis.
No polo frontal, estão sediadas as nossas atividades ligadas ao “ideal e a meta superior” a que estamos destinados a atingir. Ele se relaciona com nosso futuro espiritual. É a “casa das noções superiores”. Tem correspondência com a dinâmica do superconsciente. Para André Luiz, o pólo frontal ainda se mostra silencioso para as investigações da Ciência atual. Nele “jazem materiais de ordem sublime, que conquistaremos gradualmente, no esforço de ascensão, representando a parte mais nobre de nosso organismo divino em evolução”.
Num andar intermediário estão as regiões motoras do lobo frontal. O córtex motor dos lobos frontais se relaciona com nossa atividade voluntária, que se referem ao momento presente. Esta função corresponderia ao plano consciente da terminologia freudiana. Aqui está o “domínio das nossas conquistas atuais”, esta área corresponde ao nosso “esforço e vontade”.
Nos andares inferiores, representados pelo “sistema nervoso” em geral, estão situados os nossos hábitos e nossa atividade instintiva. É “a residência dos nossos impulsos automáticos”.
No enredo do quadro descrito como pano de fundo, nos primeiros capítulos do “Mundo Maior”, um dos personagens comete um crime, matando seu patrão e se apoderando de suas propriedades. Perturbado pela vítima que o persegue vida à fora, o réu nunca se livrou dos sentimentos de culpa e tenta se compensar pela dedicação excessiva ao trabalho, tornando-se um vitorioso nos negócios de sua firma. Todo seu esforço foi centralizado no rumo que dava à sua vida para ter sucesso nos negócios.
André Luiz, então, nos chama a atenção para esta estagnação em um dos níveis da atividade cerebral.
No pólo frontal significa estagiar exclusivamente na atividade contemplativa, em que os ideais nobres são supervalorizados, o que nos cristaliza por significar, muitas vezes, uma vida sem produtividade.
No córtex motor, a fixação obsessiva pelo trabalho, nos impede de subir aos setores mais elevados da espiritualidade.
E uma vida automatizada, sem idéias e sem uma atividade produtiva nos estaciona nos instinto e hábitos animalescos.
Já apontamos no decurso das nossas ilustrações que, o instinto, mesmo sendo de importância fundamental para a sobrevivência e a procriação, não dispõe de flexibilidade para nos livrar de situações especiais quando o ambiente estabelece novas regras de relacionamento.
O ser humano apesar das grandes conquistas que a jornada evolutiva lhe proporcionou, ainda se detém de maneira imprudente nos estágios inferiores, fixados em hábitos e comportamentos instintivos ou cristalizados em automatismos.
Numa simples contrariedade no trânsito a maioria de nós se exaspera revelando toda ferocidade com que ainda se relaciona com o próximo.
A violência sexual não tem poupado nem a mulher nem a criança em qualquer latitude da civilização moderna.
A licenciosidade embriagou os jovens de hoje que desconhecem os limites do permissível. Para a maioria deles os valores morais são descartáveis quando evocam seus compromissos com a sociedade.
A ansiedade e o comportamento neurótico têm comprometido a paz até mesmo dentro de casa, fixando mães e filhos nas teias da obsessão.
A corrida atrás do dinheiro, do sucesso ou do poder tem afastado pais de família dos compromissos que a educação dos filhos exige.
Divergências religiosas entre povos que acreditam no mesmo Deus tem produzidos mais mortes que todas as guerras.
O ser humano atual iniciou seu processo social ha cerca de 200 mil anos. Do ponto de vista puramente anatômico, o cérebro deste homem primitivo já continha toda estrutura de neurônios que dispomos na atualidade. Isto quer dizer que ele poderia ser educado o suficiente para reconhecer os acordes de uma sinfonia de Beethoven ou os conceitos da física atômica. O que André Luiz nos garante é que no nosso lobo frontal já dispomos de material cerebral adequado para nos elevar a níveis mais altos na espiritualidade.
Devemos aguardar os próximos milênios para que esta elevação seja alcançada.
Os três cérebros de Mac Lean. Uma visão biológica
A visão de Paul D. Mac Lean é fundamentada nas aquisições produzidas pela evolução. Ele descreveu três andares de atividades para o cérebro. No primeiro, seriam desenvolvidas as atividades basais ligadas a sobrevivência como o controle da respiração, do batimento cardíaco e de toda atividade visceral. É aqui que nascem os comportamentos de agressão e de comportamento repetitivo, automatizado. Este tipo de comportamento esboça as primeiras reações de ritualização, através do qual o animal visa marcar posições hierárquicas no seu grupo e estabelecer seu próprio espaço no ambiente ecológico, demarcando seu território. Aqui acontecem as reações instintivas dos arcos reflexos e os comandos que possibilitam algumas ações involuntárias indispensáveis à preservação da vida. Anatomicamente corresponde às estruturas do tronco cerebral - o bulbo, a ponte e o mesencéfalo -, do cerebelo, do globo pálido, que é o nosso gânglio da base mais antigo e dos bulbos olfatórios. Este cérebro primitivo seria para Mac Lean o equivalente ao cérebro reptiliano. O aparecimento dos bulbos olfativo e a subsequente organização do córtex do rinencéfalo com quem está conectado, possibilitou uma análise precisa dos estímulos olfativos e o aprimoramento das respostas orientadas por estes odores, facilitando a aproximação, o ataque, a fuga ou o acasalamento.
O segundo andar na divisão de Mac Lean, corresponde ao cérebro dos “mamíferos inferiores” ( monotremados e placentários) como o ornitorrinco e o gambá . Nesses animais se desenvolveu o cérebro emocional ou cérebro intermediário (o páleopálio formado pelas estruturas límbicas) onde se localizam funções de interação social entre os animais. Este sistema permite ao animal escolher entre o que lhe agrada ou desagrada. Aqui se desabrocham os comportamentos afetivos como o que induz as fêmeas a cuidarem atentamente de suas crias. Aparecem os comportamentos lúdicos, principalmente entre os filhotes, que passam o tempo brincando e lutando entre si. As situações emocionais vividas pelo animal já conseguem revelar sentimentos que não aparecia nos repteis. O cérebro límbico permite aos mamíferos expressarem medo, pavor, ira, afeição, tristeza e alegria.
Finalmente, o terceiro andar, foi desenvolvido a partir dos “mamíferos superiores” (placentários) até aos primatas. Formado pelas últimas aquisições do córtex cerebral - o neocórtex - onde se processam funções cerebrais superiores ou racionais como, por exemplo, a linguagem.
Mac Lean interpreta estes três cérebros como computadores biológicos que trabalham interconectados entre si, mantendo, porem, suas peculiaridades próprias de inteligência, subjetividade, sentido de tempo e espaço, memória, motricidade e outras funções menos específicas. No decurso da evolução, parte das primitivas funções foram sendo substituídas ou minimizadas. O sistema olfativo, de extrema importância no cérebro reptiliano, ficou muito reduzido nos humanos, onde este sistema mantém ligações apenas para a amígdala dos lobos temporais e para o córtex entorrinal.
Como podemos perceber a hierarquia dos três cérebros proposta por Mac Lean, expressa uma subdivisão tanto anatômica como funcional e dinâmica. O que freqüentemente tenho ouvido de minha filha, Kátia, bióloga, é que esta separação entre mamíferos superiores ou inferiores, é arbitrária e inconveniente, tendo em vista o que já sabemos hoje sobre o comportamento animal.
A visão de Paul D. Mac Lean é fundamentada nas aquisições produzidas pela evolução. Ele descreveu três andares de atividades para o cérebro. No primeiro, seriam desenvolvidas as atividades basais ligadas a sobrevivência como o controle da respiração, do batimento cardíaco e de toda atividade visceral. É aqui que nascem os comportamentos de agressão e de comportamento repetitivo, automatizado. Este tipo de comportamento esboça as primeiras reações de ritualização, através do qual o animal visa marcar posições hierárquicas no seu grupo e estabelecer seu próprio espaço no ambiente ecológico, demarcando seu território. Aqui acontecem as reações instintivas dos arcos reflexos e os comandos que possibilitam algumas ações involuntárias indispensáveis à preservação da vida. Anatomicamente corresponde às estruturas do tronco cerebral - o bulbo, a ponte e o mesencéfalo -, do cerebelo, do globo pálido, que é o nosso gânglio da base mais antigo e dos bulbos olfatórios. Este cérebro primitivo seria para Mac Lean o equivalente ao cérebro reptiliano. O aparecimento dos bulbos olfativo e a subsequente organização do córtex do rinencéfalo com quem está conectado, possibilitou uma análise precisa dos estímulos olfativos e o aprimoramento das respostas orientadas por estes odores, facilitando a aproximação, o ataque, a fuga ou o acasalamento.
O segundo andar na divisão de Mac Lean, corresponde ao cérebro dos “mamíferos inferiores” ( monotremados e placentários) como o ornitorrinco e o gambá . Nesses animais se desenvolveu o cérebro emocional ou cérebro intermediário (o páleopálio formado pelas estruturas límbicas) onde se localizam funções de interação social entre os animais. Este sistema permite ao animal escolher entre o que lhe agrada ou desagrada. Aqui se desabrocham os comportamentos afetivos como o que induz as fêmeas a cuidarem atentamente de suas crias. Aparecem os comportamentos lúdicos, principalmente entre os filhotes, que passam o tempo brincando e lutando entre si. As situações emocionais vividas pelo animal já conseguem revelar sentimentos que não aparecia nos repteis. O cérebro límbico permite aos mamíferos expressarem medo, pavor, ira, afeição, tristeza e alegria.
Finalmente, o terceiro andar, foi desenvolvido a partir dos “mamíferos superiores” (placentários) até aos primatas. Formado pelas últimas aquisições do córtex cerebral - o neocórtex - onde se processam funções cerebrais superiores ou racionais como, por exemplo, a linguagem.
Mac Lean interpreta estes três cérebros como computadores biológicos que trabalham interconectados entre si, mantendo, porem, suas peculiaridades próprias de inteligência, subjetividade, sentido de tempo e espaço, memória, motricidade e outras funções menos específicas. No decurso da evolução, parte das primitivas funções foram sendo substituídas ou minimizadas. O sistema olfativo, de extrema importância no cérebro reptiliano, ficou muito reduzido nos humanos, onde este sistema mantém ligações apenas para a amígdala dos lobos temporais e para o córtex entorrinal.
Como podemos perceber a hierarquia dos três cérebros proposta por Mac Lean, expressa uma subdivisão tanto anatômica como funcional e dinâmica. O que freqüentemente tenho ouvido de minha filha, Kátia, bióloga, é que esta separação entre mamíferos superiores ou inferiores, é arbitrária e inconveniente, tendo em vista o que já sabemos hoje sobre o comportamento animal.
Aleksandr Romanovich Luria. Uma visão neuropsicológica
Luria (1903-1978) é considerado por alguns como o expoente máximo da neuropsicologia do século passado. Ele estudou pacientes com perda da linguagem por trauma craniano provocado por ferimentos de guerra. Ao invés de considerar o cérebro como uma entidade única, postulava que o cérebro em funcionamento era na verdade “um sistema funcional complexo”, que abrange diferentes níveis e diferentes componentes, cada um dos quais oferecendo a sua contribuição própria para a estrutura final da atividade mental.
Na interpretação de Luria, “os processos mentais humanos são sistemas funcionais complexos e não estão “localizados” em estreitas e circunscritas áreas do cérebro, mas ocorrem por meio da participação de grupos de estruturas cerebrais operando em concerto, cada uma das quais concorre com a sua própria contribuição particular para a organização desse sistema funcional”. Resulta deste pensamento que “uma questão essencial deve ser descobrir as unidades funcionais básicas de que é composto o cérebro humano e o papel desempenhado por elas em formas complexas de atividade mental".
Luria sugeriu que “há bases sólidas para se discernir as três unidades cerebrais funcionais, cuja participação se torna necessária para qualquer tipo de atividade mental”. Ele considerou estas três unidades funcionais:
1 – Unidade para regular o tônus, a vigília e os estados mentais.
2 - Unidade para receber, analisar e armazenar informações.
3 - Unidade para programar, regular e verificar a atividade.
Cada uma dessas unidades básicas exibe, ela própria, uma “estrutura hierarquizada” que consiste no envolvimento de pelo menos três zonas cerebrais construídas umas acima da outra. Seriam as áreas primárias (de projeção) que recebem impulsos da periferia ou os enviam para ela; as secundárias (de projeção – associação), aonde informações que chegam são processadas, e, finalmente, as zonas terciárias (zonas de superposição) constituídas pelos últimos sistemas dos hemisférios cerebrais a se desenvolverem sendo responsáveis, no homem, pelas formas mais complexas de atividade mental requerendo a participação em concerto de muitas áreas corticais.
Luria (1903-1978) é considerado por alguns como o expoente máximo da neuropsicologia do século passado. Ele estudou pacientes com perda da linguagem por trauma craniano provocado por ferimentos de guerra. Ao invés de considerar o cérebro como uma entidade única, postulava que o cérebro em funcionamento era na verdade “um sistema funcional complexo”, que abrange diferentes níveis e diferentes componentes, cada um dos quais oferecendo a sua contribuição própria para a estrutura final da atividade mental.
Na interpretação de Luria, “os processos mentais humanos são sistemas funcionais complexos e não estão “localizados” em estreitas e circunscritas áreas do cérebro, mas ocorrem por meio da participação de grupos de estruturas cerebrais operando em concerto, cada uma das quais concorre com a sua própria contribuição particular para a organização desse sistema funcional”. Resulta deste pensamento que “uma questão essencial deve ser descobrir as unidades funcionais básicas de que é composto o cérebro humano e o papel desempenhado por elas em formas complexas de atividade mental".
Luria sugeriu que “há bases sólidas para se discernir as três unidades cerebrais funcionais, cuja participação se torna necessária para qualquer tipo de atividade mental”. Ele considerou estas três unidades funcionais:
1 – Unidade para regular o tônus, a vigília e os estados mentais.
2 - Unidade para receber, analisar e armazenar informações.
3 - Unidade para programar, regular e verificar a atividade.
Cada uma dessas unidades básicas exibe, ela própria, uma “estrutura hierarquizada” que consiste no envolvimento de pelo menos três zonas cerebrais construídas umas acima da outra. Seriam as áreas primárias (de projeção) que recebem impulsos da periferia ou os enviam para ela; as secundárias (de projeção – associação), aonde informações que chegam são processadas, e, finalmente, as zonas terciárias (zonas de superposição) constituídas pelos últimos sistemas dos hemisférios cerebrais a se desenvolverem sendo responsáveis, no homem, pelas formas mais complexas de atividade mental requerendo a participação em concerto de muitas áreas corticais.
Hughlings Jackson. Uma visão neurológica
H. Jackson (1835-1911) nasceu na Inglaterra e trabalhou como neurologista no famoso National Hospital Queen’Square em Londres. Seu espírito de observação clínica foi tão extraordinário que nos faz pensar que ele nasceu muito adiante dos homens do seu século. Ele publicou cerca de 300 trabalhos expondo conceitos neurológicos precisos numa época em que nem o neurônio e nem a atividade elétrica cerebral eram conhecidos
Jackson, descreveu uma forma clínica de crise epiléptica focal na qual ocorre uma seqüência de contrações motoras que se iniciam na mão, sobe pelo braço, atinge a face e se propaga por toda uma metade do corpo. Nesta crise, hoje chamada de Jacksoniana, não ocorre a perda da consciência. Suas observações minuciosas foram feitas assistindo sua mulher que era portadora deste tipo de epilepsia. As crises têm origem a partir da região motora do lobo frontal e isto pode ser comprovado pelo próprio Jackson quando a sua esposa faleceu.
Analisando as manifestações clínicas de pacientes portadores de lesões nas regiões motoras do cérebro e de suas vias que se estendem pelo tronco cerebral até atingirem a medula espinhal, Jackson, elaborou o conceito de hierarquização da atividade motora. Ele afirmava que a lesão num determinado nível produziria a liberação das expressões motoras nos níveis abaixo da lesão. Consequentemente, uma lesão no cérebro, na região motora, levava a uma paralisia voluntária nos membros do lado oposto e, em contra partida, toda a atividade reflexa se exacerbava nestes membros paralisados. É a “exaltação dos reflexos”, que se comprova facilmente no exame neurológico destes pacientes.
Esta proposição de Jackson, em que ele sugere uma hierarquização funcional no sistema nervoso, é evidente quando se analisa a atividade motora voluntária, executada pelo sistema piramidal, a atividade automática, processada no sistema extra-piramidal e a reflexa que se expressa no sistema periférico.
Os reflexos musculares integrados a nível periférico, ficam liberados, o que quer dizer, exaltados, quando ocorre uma lesão que afeta as estruturas superiores dos sistemas piramidal e extra-piramidal.
O final de século vivido por Jackson, ainda mantinha viva uma sociedade organizada numa distribuição de poderes entre a nobreza e as demais forças políticas, refletindo, naturalmente, numa população carente de segurança e conforto para suas vidas.
Ocorrendo uma perturbação que desequilibrava essas forças políticas, as classes inferiores, se exaltavam, pondo à mostras suas maiores reivindicações. Este quadro social inspirou Jackson quando elaborou os princípios da disposição hierarquizada do sistema nervoso e o fenômeno da “liberação piramidal”.
Jackson via a organização hierárquica do sistema nervoso, expressa muito claramente nos três níveis da atividade motora: a voluntária, a automática e a reflexa. As lesões num dos níveis superiores produziam sua paralisia e facilitava a liberação das atividades inferiores exaltando os reflexos.
H. Jackson (1835-1911) nasceu na Inglaterra e trabalhou como neurologista no famoso National Hospital Queen’Square em Londres. Seu espírito de observação clínica foi tão extraordinário que nos faz pensar que ele nasceu muito adiante dos homens do seu século. Ele publicou cerca de 300 trabalhos expondo conceitos neurológicos precisos numa época em que nem o neurônio e nem a atividade elétrica cerebral eram conhecidos
Jackson, descreveu uma forma clínica de crise epiléptica focal na qual ocorre uma seqüência de contrações motoras que se iniciam na mão, sobe pelo braço, atinge a face e se propaga por toda uma metade do corpo. Nesta crise, hoje chamada de Jacksoniana, não ocorre a perda da consciência. Suas observações minuciosas foram feitas assistindo sua mulher que era portadora deste tipo de epilepsia. As crises têm origem a partir da região motora do lobo frontal e isto pode ser comprovado pelo próprio Jackson quando a sua esposa faleceu.
Analisando as manifestações clínicas de pacientes portadores de lesões nas regiões motoras do cérebro e de suas vias que se estendem pelo tronco cerebral até atingirem a medula espinhal, Jackson, elaborou o conceito de hierarquização da atividade motora. Ele afirmava que a lesão num determinado nível produziria a liberação das expressões motoras nos níveis abaixo da lesão. Consequentemente, uma lesão no cérebro, na região motora, levava a uma paralisia voluntária nos membros do lado oposto e, em contra partida, toda a atividade reflexa se exacerbava nestes membros paralisados. É a “exaltação dos reflexos”, que se comprova facilmente no exame neurológico destes pacientes.
Esta proposição de Jackson, em que ele sugere uma hierarquização funcional no sistema nervoso, é evidente quando se analisa a atividade motora voluntária, executada pelo sistema piramidal, a atividade automática, processada no sistema extra-piramidal e a reflexa que se expressa no sistema periférico.
Os reflexos musculares integrados a nível periférico, ficam liberados, o que quer dizer, exaltados, quando ocorre uma lesão que afeta as estruturas superiores dos sistemas piramidal e extra-piramidal.
O final de século vivido por Jackson, ainda mantinha viva uma sociedade organizada numa distribuição de poderes entre a nobreza e as demais forças políticas, refletindo, naturalmente, numa população carente de segurança e conforto para suas vidas.
Ocorrendo uma perturbação que desequilibrava essas forças políticas, as classes inferiores, se exaltavam, pondo à mostras suas maiores reivindicações. Este quadro social inspirou Jackson quando elaborou os princípios da disposição hierarquizada do sistema nervoso e o fenômeno da “liberação piramidal”.
Jackson via a organização hierárquica do sistema nervoso, expressa muito claramente nos três níveis da atividade motora: a voluntária, a automática e a reflexa. As lesões num dos níveis superiores produziam sua paralisia e facilitava a liberação das atividades inferiores exaltando os reflexos.
O Cérebro e a “Santíssima Trindade”
Nubor Orlando Facure
Até parece teologia – essa visão do “mistério da santíssima trindade” no cérebro. Talvez um cacoete dos velhos professores da medicina francesa que buscavam em todas as doenças a “tríade sintomática” que as caracterizava. A meningite iniciava com esses três sintomas - “dor de cabeça, febre e constipação intestinal”. Mesmo considerando a multiplicidade das funções do cérebro e do psiquismo humano, encontramos, em vários autores, essa sistematização hierarquizada em três níveis, lembrando “o Pai, o Filho e o Espírito Santo” que a Igreja coloca na distribuição dos poderes sagrados.
Sigismund Freud identifica três entidades no nosso aparelho psíquico – o ID, o Ego e o Superego. Há entre esses níveis uma hierarquia e uma submissão que ocasionalmente é contrariada. As forças do ID, procedentes do “inconsciente” podem impor “disfarçadamente” os seus desejos oprimidos pela consciência onde o Ego supostamente faz nossas escolhas. Domínio, submissão e perversão da hierarquia estiveram sempre presentes nos diversos autores da “trindade”cerebral.
Antes de Freud tivemos o grande neurologista inglês, Hughlings Jackson cuja esposa sofria de epilepsia apresentando um tipo de crise motora “sui-generis” . As contrações ocorriam sem perda da consciência, iniciando no polegar se estendendo para os dedos, a mão, o antebraço, o braço e finalmente a face. Como foram descritas pelo próprio esposo, elas ficaram conhecidas como crises Jacksonianas.
Estudando a atividade motora no sistema nervoso, Hughlings Jackson, sugeriu a existência de 3 níveis de complexidade. O sistema piramidal – no córtex cerebral, o extra-piramidal – nos gânglios da base e o periférico a partir da medula espinhal. Jackson introduziu o conceito de “liberação” – lesões nos níveis superiores “liberam”a ação dos inferiores. Há exaltação dos reflexos medulares quando são lesionados os sistemas piramidal e o extrapiramidal.
Outra visão trinaria foi popularizada pelo neurocientista americano, Paul Mac Lean. Sua proposta é evolucionista. Ele enxerga 3 cérebros sobrepostos na anatomia humana. Um cérebro reptiliano, um intermediário, dos mamíferos e um superior, dos primatas – chimpanzé e humanos.
Os estudantes de neuropsicologia quase todos iniciam os estudos das funções superiores do cérebro com a leitura de Luria, neurologista russo. Ele propõe a organização do cérebro em sistemas que se hierarquizam em 3 níveis de complexidade. Simplificadamente para a manutenção do tônus muscular, da percepção sensorial e das vias de associação.
Finalmente, queremos anotar a descrição do cérebro que faz o Espírito André Luiz (psicografia de Chico Xavier) no capitulo “a casa mental” (no livro No Mundo Maior). Ele anota, também, 3 níveis. Um medular, de atividade visceral – sexo e alimentação; outro ao nível da atividade motora que nos prende ao cotidiano das nossas tarefas - principalmente o trabalho de subsistência; e, por fim, o nível frontal superior que permite nossa ligação com os propósitos superiores da espiritualidade.
Nubor Orlando Facure
Até parece teologia – essa visão do “mistério da santíssima trindade” no cérebro. Talvez um cacoete dos velhos professores da medicina francesa que buscavam em todas as doenças a “tríade sintomática” que as caracterizava. A meningite iniciava com esses três sintomas - “dor de cabeça, febre e constipação intestinal”. Mesmo considerando a multiplicidade das funções do cérebro e do psiquismo humano, encontramos, em vários autores, essa sistematização hierarquizada em três níveis, lembrando “o Pai, o Filho e o Espírito Santo” que a Igreja coloca na distribuição dos poderes sagrados.
Sigismund Freud identifica três entidades no nosso aparelho psíquico – o ID, o Ego e o Superego. Há entre esses níveis uma hierarquia e uma submissão que ocasionalmente é contrariada. As forças do ID, procedentes do “inconsciente” podem impor “disfarçadamente” os seus desejos oprimidos pela consciência onde o Ego supostamente faz nossas escolhas. Domínio, submissão e perversão da hierarquia estiveram sempre presentes nos diversos autores da “trindade”cerebral.
Antes de Freud tivemos o grande neurologista inglês, Hughlings Jackson cuja esposa sofria de epilepsia apresentando um tipo de crise motora “sui-generis” . As contrações ocorriam sem perda da consciência, iniciando no polegar se estendendo para os dedos, a mão, o antebraço, o braço e finalmente a face. Como foram descritas pelo próprio esposo, elas ficaram conhecidas como crises Jacksonianas.
Estudando a atividade motora no sistema nervoso, Hughlings Jackson, sugeriu a existência de 3 níveis de complexidade. O sistema piramidal – no córtex cerebral, o extra-piramidal – nos gânglios da base e o periférico a partir da medula espinhal. Jackson introduziu o conceito de “liberação” – lesões nos níveis superiores “liberam”a ação dos inferiores. Há exaltação dos reflexos medulares quando são lesionados os sistemas piramidal e o extrapiramidal.
Outra visão trinaria foi popularizada pelo neurocientista americano, Paul Mac Lean. Sua proposta é evolucionista. Ele enxerga 3 cérebros sobrepostos na anatomia humana. Um cérebro reptiliano, um intermediário, dos mamíferos e um superior, dos primatas – chimpanzé e humanos.
Os estudantes de neuropsicologia quase todos iniciam os estudos das funções superiores do cérebro com a leitura de Luria, neurologista russo. Ele propõe a organização do cérebro em sistemas que se hierarquizam em 3 níveis de complexidade. Simplificadamente para a manutenção do tônus muscular, da percepção sensorial e das vias de associação.
Finalmente, queremos anotar a descrição do cérebro que faz o Espírito André Luiz (psicografia de Chico Xavier) no capitulo “a casa mental” (no livro No Mundo Maior). Ele anota, também, 3 níveis. Um medular, de atividade visceral – sexo e alimentação; outro ao nível da atividade motora que nos prende ao cotidiano das nossas tarefas - principalmente o trabalho de subsistência; e, por fim, o nível frontal superior que permite nossa ligação com os propósitos superiores da espiritualidade.
terça-feira, 7 de julho de 2009
Noções de anatomia – estudando o cérebro
Lobo Frontal
O cérebro de um Chimpanzé pesa um pouco mais de 300 gramas, enquanto o cérebro humano pesa quase um quilo e meio. A maior parte dessa diferença deve-se a gigantesca expansão do lobo frontal.
Funções do lobo frontal:
1 - Atividade motora – realiza toda nossa atividade motora voluntária. Permite-nos chutar uma bola, ligar a Tv, empurrar uma mesa, subir a escada, bater palmas etc.
2 - Funções executivas – planejamento de estratégias mais convenientes para se executar uma determinada tarefa – como, por exemplo, ir ao supermercado para abastecer a dispensa.
3 - Memória de trabalho – organizar um encontro de colegas de faculdade atentos a todos os detalhes e desdobramentos que o encontro exige.
4 - Julgamentos de situações, escolhendo prioridades – continuar um trabalho deixando o descanso para depois.
5 - Dirigir o comportamento controlando impulsos - O que nos evita, por exemplo, atritos no transito, agressão em casa, responder mal a professora, gritar ou correr de maneira impertinente.
6 - Capacidade de tomar iniciativa – reunir pessoas para estudar em grupo, realizar a reforma da casa, trocar o carro velho por um novo, procurar um emprego.
7 - Participação social no grupo a que pertence – demonstrar altruísmo, solidariedade, submissão, autoridade.
8 - Comportamento sexual adequado ao contexto.
Situação clinica relacionada com lesões do lobo frontal:
Seqüenciamento – levantamos de manhã, a esposa nos pede para fazer o café. Temos de mobilizar o pó de café, a água, o açúcar ou o adoçante, por a água para ferver, distribuir as xícaras e talheres adequados. Todo esse processo exige um seqüenciamento que é perdido nas lesões frontais. O paciente se embaraça todo sem concluir atarefa.
Perseveração – em tudo se nota que ele é repetitivo – quando fala repete palavras, quando se movimenta repete gestos, no simples ato de estender o lençol da cama ou a colocação dos talheres na mesa ele repete atitudes.
Focalização – focalizando a atenção evitamos a dispersão da consciência. Num ambiente hostil ou num momento importante na escola é fundamental focarmos a atenção. Nas lesões do lobo frontal essa competência se perde ocorrendo freqüentes momentos de desatenção.
Espontaneidade – está ligada a tomada de iniciativa nos momentos adequados. Nas lesões frontais o paciente é descontraído demais, as vezes jocoso, brincalhão e até mesmo, irresponsável.
Flexibilidade – situações e acontecimentos tem uma dinâmica que nos exige mudar de opiniões com base em novas interpretações dos fatos. A persistência num ponto de vista ou num único juízo das coisas limita nosso leque de possibilidades de agir.
Labilidade emocional – O lobo frontal controla a extensão das nossas respostas emocionais.
Mesmo diante de situações que nos afetam muito, seja um momento triste ou uma conquista que nos alegra demais, devemos, à custa do lobo frontal, evitar ser extravagantes. O choro e o riso imotivados são comuns no paciente com lesão frontal.
Comportamento social – o relacionamento com nossos semelhantes nos impõe regras de conduta, principalmente, de respeito mútuo e compromissos sócias, na família, no trabalho e no meio social que freqüentamos.
Teoria da mente – é a capacidade de perceber a emoção do outro, é uma leitura obrigatória do sentimento alheio.
O paciente frontal costuma não se dar conta das suas irresponsabilidades sociais e das suas intervenções inconvenientes com as pessoas.
Alterações da personalidade - o maquinista Phineas Gage em 1848 sofreu um acidente com uma barra de ferro que lhe atingiu os lobos frontais. As mudanças que sofreu em sua personalidade foram relatadas por seu médico e, recentemente, o neurologista Antonio Damásio discutiu esse quadro no livro “O Erro de Descartes”.
Lobo Parietal
Está relacionado com nossas diversas formas de sensibilidade
Áreas específicas para - tato, dor, temperatura
Áreas difusas para - imagem corporal, reconhecimento de objetos (gnosias), gestos seqüenciados (Praxia), calculo.
Lobo temporal
A audição é decodificada nos lobos temporais, daí sua importância e participação na compreensão da fala.
Uma área na base do lobo temporal é encarregada da identificação das faces nos permitindo reconhecer os rostos familiares ou não.
Na intimidade do lobo temporal situa-se a amígdala, sede importante das emoções (alegria, ira, medo, fome, sexo) e o hipocampo arquivo de transição das memórias.
Lobo Occipital
A luz estimula as células da retina que na verdade são terminações nervosas. A partir daí os impulsos percorrem extensas vias que atingem o lobo occipital onde se processa a decodificação das imagens.
Giro Cíngulo
Tem um sistema de controle de erros – nos alerta quando erramos a receita do bolo, a estrada da viajem, a palavra digitada ou o palpite incorreto que desagrada o nosso chefe.
Hipotálamo
É um centro de controle da nossa atividade metabólica, hormonal, temperatura e apetite.
Glândula Pineal
Controla o chamado o ritmo circadiano (dia e noite).
Fabrica a melatonina que regula a pigmentação da pele.
Substância Reticular
Feixe populoso de pequenas células que controla o nível de consciência e sono.
Nubor O.Facure
Lobo Frontal
O cérebro de um Chimpanzé pesa um pouco mais de 300 gramas, enquanto o cérebro humano pesa quase um quilo e meio. A maior parte dessa diferença deve-se a gigantesca expansão do lobo frontal.
Funções do lobo frontal:
1 - Atividade motora – realiza toda nossa atividade motora voluntária. Permite-nos chutar uma bola, ligar a Tv, empurrar uma mesa, subir a escada, bater palmas etc.
2 - Funções executivas – planejamento de estratégias mais convenientes para se executar uma determinada tarefa – como, por exemplo, ir ao supermercado para abastecer a dispensa.
3 - Memória de trabalho – organizar um encontro de colegas de faculdade atentos a todos os detalhes e desdobramentos que o encontro exige.
4 - Julgamentos de situações, escolhendo prioridades – continuar um trabalho deixando o descanso para depois.
5 - Dirigir o comportamento controlando impulsos - O que nos evita, por exemplo, atritos no transito, agressão em casa, responder mal a professora, gritar ou correr de maneira impertinente.
6 - Capacidade de tomar iniciativa – reunir pessoas para estudar em grupo, realizar a reforma da casa, trocar o carro velho por um novo, procurar um emprego.
7 - Participação social no grupo a que pertence – demonstrar altruísmo, solidariedade, submissão, autoridade.
8 - Comportamento sexual adequado ao contexto.
Situação clinica relacionada com lesões do lobo frontal:
Seqüenciamento – levantamos de manhã, a esposa nos pede para fazer o café. Temos de mobilizar o pó de café, a água, o açúcar ou o adoçante, por a água para ferver, distribuir as xícaras e talheres adequados. Todo esse processo exige um seqüenciamento que é perdido nas lesões frontais. O paciente se embaraça todo sem concluir atarefa.
Perseveração – em tudo se nota que ele é repetitivo – quando fala repete palavras, quando se movimenta repete gestos, no simples ato de estender o lençol da cama ou a colocação dos talheres na mesa ele repete atitudes.
Focalização – focalizando a atenção evitamos a dispersão da consciência. Num ambiente hostil ou num momento importante na escola é fundamental focarmos a atenção. Nas lesões do lobo frontal essa competência se perde ocorrendo freqüentes momentos de desatenção.
Espontaneidade – está ligada a tomada de iniciativa nos momentos adequados. Nas lesões frontais o paciente é descontraído demais, as vezes jocoso, brincalhão e até mesmo, irresponsável.
Flexibilidade – situações e acontecimentos tem uma dinâmica que nos exige mudar de opiniões com base em novas interpretações dos fatos. A persistência num ponto de vista ou num único juízo das coisas limita nosso leque de possibilidades de agir.
Labilidade emocional – O lobo frontal controla a extensão das nossas respostas emocionais.
Mesmo diante de situações que nos afetam muito, seja um momento triste ou uma conquista que nos alegra demais, devemos, à custa do lobo frontal, evitar ser extravagantes. O choro e o riso imotivados são comuns no paciente com lesão frontal.
Comportamento social – o relacionamento com nossos semelhantes nos impõe regras de conduta, principalmente, de respeito mútuo e compromissos sócias, na família, no trabalho e no meio social que freqüentamos.
Teoria da mente – é a capacidade de perceber a emoção do outro, é uma leitura obrigatória do sentimento alheio.
O paciente frontal costuma não se dar conta das suas irresponsabilidades sociais e das suas intervenções inconvenientes com as pessoas.
Alterações da personalidade - o maquinista Phineas Gage em 1848 sofreu um acidente com uma barra de ferro que lhe atingiu os lobos frontais. As mudanças que sofreu em sua personalidade foram relatadas por seu médico e, recentemente, o neurologista Antonio Damásio discutiu esse quadro no livro “O Erro de Descartes”.
Lobo Parietal
Está relacionado com nossas diversas formas de sensibilidade
Áreas específicas para - tato, dor, temperatura
Áreas difusas para - imagem corporal, reconhecimento de objetos (gnosias), gestos seqüenciados (Praxia), calculo.
Lobo temporal
A audição é decodificada nos lobos temporais, daí sua importância e participação na compreensão da fala.
Uma área na base do lobo temporal é encarregada da identificação das faces nos permitindo reconhecer os rostos familiares ou não.
Na intimidade do lobo temporal situa-se a amígdala, sede importante das emoções (alegria, ira, medo, fome, sexo) e o hipocampo arquivo de transição das memórias.
Lobo Occipital
A luz estimula as células da retina que na verdade são terminações nervosas. A partir daí os impulsos percorrem extensas vias que atingem o lobo occipital onde se processa a decodificação das imagens.
Giro Cíngulo
Tem um sistema de controle de erros – nos alerta quando erramos a receita do bolo, a estrada da viajem, a palavra digitada ou o palpite incorreto que desagrada o nosso chefe.
Hipotálamo
É um centro de controle da nossa atividade metabólica, hormonal, temperatura e apetite.
Glândula Pineal
Controla o chamado o ritmo circadiano (dia e noite).
Fabrica a melatonina que regula a pigmentação da pele.
Substância Reticular
Feixe populoso de pequenas células que controla o nível de consciência e sono.
Nubor O.Facure
domingo, 14 de junho de 2009
Anotações entre o cérebro e a mente
Nubor Orlando Facure
Temos três vertentes: a que privilegia a mente (Espírito), a que privilegia o cérebro e a que junta as duas numa coisa só.
“O cérebro é o órgão de inserção do Espírito nas coisas”
“Todo evento mental (é idêntico a) um evento físico no cérebro”
“O mental, em virtude da sua intencionalidade, não pode ser reduzido ao físico”
Afinal, consciência sou Eu ou meu cérebro?
Do ponto de vista filosófico é a minha RESPONSABILIDADE. Do ponto de vista neurológico o meu ESTADO DE ALERTA. Do ponto de vista espiritual, o CENTRO ENERGÉTICO DA MINHA ALMA. Do ponto de vista místico nossa SINTONIA COM DEUS.
Posso dizer que o cérebro pensa?
Essa pergunta sou Eu quem pensa para responder. Mas, sei que quando meu cérebro adoece Eu não penso direito. Essa é minha opinião: Eu penso que ele fugiu, escutei o barulho que fez. Senti uma fisgada nas costas, Eu pensei que era minha dor de volta.
É o cérebro quem percebe o mundo?
Vou refletir depois Eu lhe conto. A Luz forte me ofusca. O barulho da música não me deixa pensar. Preciso do cérebro para perceber a luz e o barulho. O cérebro tem um mapa do mundo construído com o que percebe. O cérebro constrói hipóteses sobre o que existe a partir do que já conhece. Não temos acesso aos processos que produzem nosso estado interior. Não me conheço por dentro e é com isso que tomo minhas decisões. Sei coisas que nem conheço. Sei como se toca piano, como movem as estrelas.
Afinal, quem sente, eu ou o meu cérebro?
Eu sinto cócegas, arrepios, sonolência, tranqüilidade, raiva, medo, vontade de gritar, mas se me tirarem meu cérebro não sei como lhe contar.
E o que eu tenho, a quem pertence?
Tenho um amigo em Minas, tenho uma dor nas pernas, tenho uma saudade na Alma, tenho um dinheiro no bolso, tenho uma dívida no banco. Mas, se me tiram o cérebro perco todas essas coisas.
E o que faço com quem faço?
Aperto com as mãos, mordo com os dentes, arranho com as unhas, chuto com os pés, vejo com os próprios olhos, fujo com as pernas, pensei que fosse com o cérebro.
Quem é que se emociona eu ou o meu cérebro?
A emoção somos nós em cada célula. Quando Eu erro, quem assume a culpa sou Eu, não é meu cérebro. Nunca vi meu cérebro arrependido. Fiquei com dó e lhe emprestei dinheiro. Ele se endividou comigo e não com meu cérebro. Basta um pouquinho de química para perturbar o meu cérebro. Basta um gole de café para me despertar. Esse perfume me traz lembranças. Meu relógio ficou “maluco” Eu percebi isso ontem. Essa serra é “violenta” Eu vi como ela corta.
Quem toma minhas decisões?
Toda noite Eu tomo o trem das onze. Troquei meu celular antiquado por um 3G. Não posso beber que faço bobagem. Meu cérebro também não tolera a fome, isso me deixa inerte. Minha dor de cabeça me deixa confuso.
As crenças que tenho são minhas ou do meu cérebro?
Eu acredito em fantasmas, ele tem medo de conferir. Creio que já vi esse filme, minha memória falha. Eu acreditei nela, minha emoção me traiu. Creio que o conheço, falei seu nome errado. Creio que ele chega as oito, anotei na sua agenda.
O comportamento é meu ou do meu cérebro
Tenho forças para empurrar a mesa sem cair. Tenho forças para suportar a dor sem gritar. Não suporto a saudade sem chorar. Não me contenho de alegria sem pular.
Onde fica o cérebro e a mente
Ele está contrariado, vejo isso no seu rosto. Ele falou a verdade, vi isso nos seus olhos. Ele tinha medo, seu corpo tremia. Ele cerrava os punhos de ódio. Minhas memórias estão no cérebro, minha mente freqüentemente as consulta. Não mudo meu passado, mas posso contá-lo de outro modo. Mentalizo meu futuro e posso reinventá-lo. As imagens físicas meu cérebro me mostra. Minhas imagens mentais eu não as vejo, sei que são imaginações. Imagino uma casa, não sei quantas janelas ela tem. Conhecer o seu cérebro é conhecer a si mesmo?
Quem aprende, eu ou o meu cérebro
Ele aprendeu a andar e a falar com dois anos, seu cérebro é perfeito. “As pessoas são quem aprendem, os processos neurais é que tornam isso possível”. A criança aprende a andar sem saber o que é andar. O velho sabe como fazer sem conseguir fazer. “Muito do que sei fazer aprendi sem perceber”. As palavras contem informações, sou Eu quem as compreende.
Finalmente
A Neurologia considera que Eu sou o que meus neurônios aprendem
A Filosofia me considera uma pessoa
A Poesia diz que minha alma é meu corpo
As mãos de Eurídice
Riam. Às vezes ficavam furiosas. Choravam. Juntavam-se em súplica. Projetavam-se em desespero. Pedro Bloch.
Nubor Orlando Facure
Temos três vertentes: a que privilegia a mente (Espírito), a que privilegia o cérebro e a que junta as duas numa coisa só.
“O cérebro é o órgão de inserção do Espírito nas coisas”
“Todo evento mental (é idêntico a) um evento físico no cérebro”
“O mental, em virtude da sua intencionalidade, não pode ser reduzido ao físico”
Afinal, consciência sou Eu ou meu cérebro?
Do ponto de vista filosófico é a minha RESPONSABILIDADE. Do ponto de vista neurológico o meu ESTADO DE ALERTA. Do ponto de vista espiritual, o CENTRO ENERGÉTICO DA MINHA ALMA. Do ponto de vista místico nossa SINTONIA COM DEUS.
Posso dizer que o cérebro pensa?
Essa pergunta sou Eu quem pensa para responder. Mas, sei que quando meu cérebro adoece Eu não penso direito. Essa é minha opinião: Eu penso que ele fugiu, escutei o barulho que fez. Senti uma fisgada nas costas, Eu pensei que era minha dor de volta.
É o cérebro quem percebe o mundo?
Vou refletir depois Eu lhe conto. A Luz forte me ofusca. O barulho da música não me deixa pensar. Preciso do cérebro para perceber a luz e o barulho. O cérebro tem um mapa do mundo construído com o que percebe. O cérebro constrói hipóteses sobre o que existe a partir do que já conhece. Não temos acesso aos processos que produzem nosso estado interior. Não me conheço por dentro e é com isso que tomo minhas decisões. Sei coisas que nem conheço. Sei como se toca piano, como movem as estrelas.
Afinal, quem sente, eu ou o meu cérebro?
Eu sinto cócegas, arrepios, sonolência, tranqüilidade, raiva, medo, vontade de gritar, mas se me tirarem meu cérebro não sei como lhe contar.
E o que eu tenho, a quem pertence?
Tenho um amigo em Minas, tenho uma dor nas pernas, tenho uma saudade na Alma, tenho um dinheiro no bolso, tenho uma dívida no banco. Mas, se me tiram o cérebro perco todas essas coisas.
E o que faço com quem faço?
Aperto com as mãos, mordo com os dentes, arranho com as unhas, chuto com os pés, vejo com os próprios olhos, fujo com as pernas, pensei que fosse com o cérebro.
Quem é que se emociona eu ou o meu cérebro?
A emoção somos nós em cada célula. Quando Eu erro, quem assume a culpa sou Eu, não é meu cérebro. Nunca vi meu cérebro arrependido. Fiquei com dó e lhe emprestei dinheiro. Ele se endividou comigo e não com meu cérebro. Basta um pouquinho de química para perturbar o meu cérebro. Basta um gole de café para me despertar. Esse perfume me traz lembranças. Meu relógio ficou “maluco” Eu percebi isso ontem. Essa serra é “violenta” Eu vi como ela corta.
Quem toma minhas decisões?
Toda noite Eu tomo o trem das onze. Troquei meu celular antiquado por um 3G. Não posso beber que faço bobagem. Meu cérebro também não tolera a fome, isso me deixa inerte. Minha dor de cabeça me deixa confuso.
As crenças que tenho são minhas ou do meu cérebro?
Eu acredito em fantasmas, ele tem medo de conferir. Creio que já vi esse filme, minha memória falha. Eu acreditei nela, minha emoção me traiu. Creio que o conheço, falei seu nome errado. Creio que ele chega as oito, anotei na sua agenda.
O comportamento é meu ou do meu cérebro
Tenho forças para empurrar a mesa sem cair. Tenho forças para suportar a dor sem gritar. Não suporto a saudade sem chorar. Não me contenho de alegria sem pular.
Onde fica o cérebro e a mente
Ele está contrariado, vejo isso no seu rosto. Ele falou a verdade, vi isso nos seus olhos. Ele tinha medo, seu corpo tremia. Ele cerrava os punhos de ódio. Minhas memórias estão no cérebro, minha mente freqüentemente as consulta. Não mudo meu passado, mas posso contá-lo de outro modo. Mentalizo meu futuro e posso reinventá-lo. As imagens físicas meu cérebro me mostra. Minhas imagens mentais eu não as vejo, sei que são imaginações. Imagino uma casa, não sei quantas janelas ela tem. Conhecer o seu cérebro é conhecer a si mesmo?
Quem aprende, eu ou o meu cérebro
Ele aprendeu a andar e a falar com dois anos, seu cérebro é perfeito. “As pessoas são quem aprendem, os processos neurais é que tornam isso possível”. A criança aprende a andar sem saber o que é andar. O velho sabe como fazer sem conseguir fazer. “Muito do que sei fazer aprendi sem perceber”. As palavras contem informações, sou Eu quem as compreende.
Finalmente
A Neurologia considera que Eu sou o que meus neurônios aprendem
A Filosofia me considera uma pessoa
A Poesia diz que minha alma é meu corpo
As mãos de Eurídice
Riam. Às vezes ficavam furiosas. Choravam. Juntavam-se em súplica. Projetavam-se em desespero. Pedro Bloch.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Contribuição ao pensamento espírita
Nubor Orlando Facure
1 – Ao descrever as funções da pineal, a partir do plano espiritual, André Luiz (pelo médium Chico Xavier), nos revela outro paradigma fisiológico. Para mim, esse modelo de interação descrito por André Luiz, introduz uma nova compreensão dos fenômenos de ação da mente sobre o cérebro.
2 - Sugeri o nome de “fenômenos espírito-somáticos” a um grupo de fenômenos onde a atuação do fluido mental (derivado do “fluido cósmico universal” segundo Allan Kardec) tem papel preponderante, com particularidades que estão muito acima das limitações, por exemplo, dos neurotransmissores.
3 – Organismos inferiores, como uma bactéria, não precisa “renascer” bactéria. Seu material genético “espiritual” pode ser incorporado a outros seres vivos mais ou menos complexos. Afinal, nosso corpo físico transita carregando em suas vísceras, trilhões de microorganismos.
4 – Creio que os centros de forças (chacras) atuariam no cérebro através de vias anatômicas (feixes nervosos) que os neurologistas chamam de “sistemas difusos” de atividade cerebral.
O chacra cerebral de localização frontal estaria ligado ao sistema dopaminérgico.
O chacra coronário ao sistema endócrino pineal e o eixo hipotálamo-hipofisário (hormônios)
Os chacras plexuais (laríngeo, gástrico, esplênico, genésico) estriam ligados ao sistema nervoso autônomo (acetilcolina e nor-adrenalina).
5 – Para mim, a mediunidade é um automatismo cerebral complexo com a participação orquestrada de duas mentes interdependentes. Os núcleos da base e o lobo frontal seriam as principais áreas desses automatismos.
6 – André Luiz aponta a sintonia, o condicionamento, a aceitação e a sugestão como indispensáveis ao fenômeno mediúnico. Eu incluiria o aprendizado. Todo automatismo passa antes, por um treinamento.
7 – Nos médiuns pintores o aprendizado cria nos centros de automatismo cerebral (núcleos da base e região pré-frontal) um programa específico para a capacidade de pintar. O Espírito pintor traz pronta a tela que é resgatada para o plano físico dentro deste programa automático. Como o Power-point resgata as imagens da nossa câmara fotográfica.
No que concerne a mistura das tintas e sua expressão na tela, deve ocorrer um fenômeno tipo mediunidade de “efeitos físicos”que obriga a tinta a “obedecer” as misturas que a mente do pintor determinou.
8 - Diversas situações clínicas como a histeria, a hipnose, a narcolepsia, o membro fantasma, a anorexia nervosa, podem expressar a existência de um “corpo mental” que obedece a uma fisiologia distinta da que ocorre com corpo físico.
9 – Na literatura, a definição de mente costuma ser complexa, discordante e contraditória. Frequentemente é interpretada com sendo a própria consciência. André Luiz tem a mente como sinônimo de Espírito.
Para mim, consciência, é uma propriedade da mente, que nos permite identificar e interagir com o meio interno e externo que nos atinge. Essa propriedade vai se constituindo com a progressão da evolução dos seres vivos. Assim como um elemento simples como o oxigênio ou o carbono tem determinadas propriedades, esses mesmos elementos, à medida que se combinam compondo substâncias cada vez mais complexas, como, por exemplo, proteínas, se enriquecem com outro padrão de propriedades. A consciência implica, então, na aquisição de uma organização mais ampla e complexa de um mesmo elemento.
10 – Nossas memórias são eternas. No mundo físico, aprendemos que “nada se perde, tudo se transforma”. No mundo mental, pensamentos e idéias vibram para sempre.
11 – André Luiz ensina que o Espírito produz o pensamento e o transfere ao cérebro físico atuando sobre os corpúsculos de Nissl. A neurologia esclarece que esses corpúsculos correspondem ao retículo endoplasmático rugoso, que está encarregado de transcrever proteinas que participam da membrana celular e enzimas que participam da química dos neurotransmissores. Parece então, que, podemos sugerir, que, o próprio Espírito tem em suas mãos o poder de construir o tipo de neurônio que lhe convém.
12 – A reencarnação não se processa numa trajetória linear. As idéias de “vidas sussessivas e o progresso constante do átomo ao arcanjo”, parecem sugerirem isso.
Assim como ocorre em qualquer organismo vivo, onde, do ponto de vista material, o que interessa é levar adiante os seus genes, para o “Princípio Espiritual” o que interessa é ocupar um corpo qualquer, para viver. O próprio material genético já conquistado não nos deixaria retroceder. As aquisições são progressivas. Aptidões, habilidades, instintos e conhecimento estão aprimorando genes. A trajetória que eles vão seguir é ascendente, mas, seguramente tortuosa.
13 – Acreditamos haver no cérebro a “via do bem estar”, da mesma maneira que existe o circuito do estresse que nos faz reagir diante das agressões físicas ou psicológicas. Numa situação de perigo o cérebro põe todo um sistema de alerta que nos favorece a luta ou a fuga imediata. Esse processo mediado por cortisol e adrenalina é altamente destrutivo para o organismo.
A reação de bem estar que estamos propondo incluiria a pineal e centros talâmicos como o núcleo accunbens ligado à sensação de recompensa. Os mediadores químicos seriam a melatonina e a dopamina.
Nubor Orlando Facure
1 – Ao descrever as funções da pineal, a partir do plano espiritual, André Luiz (pelo médium Chico Xavier), nos revela outro paradigma fisiológico. Para mim, esse modelo de interação descrito por André Luiz, introduz uma nova compreensão dos fenômenos de ação da mente sobre o cérebro.
2 - Sugeri o nome de “fenômenos espírito-somáticos” a um grupo de fenômenos onde a atuação do fluido mental (derivado do “fluido cósmico universal” segundo Allan Kardec) tem papel preponderante, com particularidades que estão muito acima das limitações, por exemplo, dos neurotransmissores.
3 – Organismos inferiores, como uma bactéria, não precisa “renascer” bactéria. Seu material genético “espiritual” pode ser incorporado a outros seres vivos mais ou menos complexos. Afinal, nosso corpo físico transita carregando em suas vísceras, trilhões de microorganismos.
4 – Creio que os centros de forças (chacras) atuariam no cérebro através de vias anatômicas (feixes nervosos) que os neurologistas chamam de “sistemas difusos” de atividade cerebral.
O chacra cerebral de localização frontal estaria ligado ao sistema dopaminérgico.
O chacra coronário ao sistema endócrino pineal e o eixo hipotálamo-hipofisário (hormônios)
Os chacras plexuais (laríngeo, gástrico, esplênico, genésico) estriam ligados ao sistema nervoso autônomo (acetilcolina e nor-adrenalina).
5 – Para mim, a mediunidade é um automatismo cerebral complexo com a participação orquestrada de duas mentes interdependentes. Os núcleos da base e o lobo frontal seriam as principais áreas desses automatismos.
6 – André Luiz aponta a sintonia, o condicionamento, a aceitação e a sugestão como indispensáveis ao fenômeno mediúnico. Eu incluiria o aprendizado. Todo automatismo passa antes, por um treinamento.
7 – Nos médiuns pintores o aprendizado cria nos centros de automatismo cerebral (núcleos da base e região pré-frontal) um programa específico para a capacidade de pintar. O Espírito pintor traz pronta a tela que é resgatada para o plano físico dentro deste programa automático. Como o Power-point resgata as imagens da nossa câmara fotográfica.
No que concerne a mistura das tintas e sua expressão na tela, deve ocorrer um fenômeno tipo mediunidade de “efeitos físicos”que obriga a tinta a “obedecer” as misturas que a mente do pintor determinou.
8 - Diversas situações clínicas como a histeria, a hipnose, a narcolepsia, o membro fantasma, a anorexia nervosa, podem expressar a existência de um “corpo mental” que obedece a uma fisiologia distinta da que ocorre com corpo físico.
9 – Na literatura, a definição de mente costuma ser complexa, discordante e contraditória. Frequentemente é interpretada com sendo a própria consciência. André Luiz tem a mente como sinônimo de Espírito.
Para mim, consciência, é uma propriedade da mente, que nos permite identificar e interagir com o meio interno e externo que nos atinge. Essa propriedade vai se constituindo com a progressão da evolução dos seres vivos. Assim como um elemento simples como o oxigênio ou o carbono tem determinadas propriedades, esses mesmos elementos, à medida que se combinam compondo substâncias cada vez mais complexas, como, por exemplo, proteínas, se enriquecem com outro padrão de propriedades. A consciência implica, então, na aquisição de uma organização mais ampla e complexa de um mesmo elemento.
10 – Nossas memórias são eternas. No mundo físico, aprendemos que “nada se perde, tudo se transforma”. No mundo mental, pensamentos e idéias vibram para sempre.
11 – André Luiz ensina que o Espírito produz o pensamento e o transfere ao cérebro físico atuando sobre os corpúsculos de Nissl. A neurologia esclarece que esses corpúsculos correspondem ao retículo endoplasmático rugoso, que está encarregado de transcrever proteinas que participam da membrana celular e enzimas que participam da química dos neurotransmissores. Parece então, que, podemos sugerir, que, o próprio Espírito tem em suas mãos o poder de construir o tipo de neurônio que lhe convém.
12 – A reencarnação não se processa numa trajetória linear. As idéias de “vidas sussessivas e o progresso constante do átomo ao arcanjo”, parecem sugerirem isso.
Assim como ocorre em qualquer organismo vivo, onde, do ponto de vista material, o que interessa é levar adiante os seus genes, para o “Princípio Espiritual” o que interessa é ocupar um corpo qualquer, para viver. O próprio material genético já conquistado não nos deixaria retroceder. As aquisições são progressivas. Aptidões, habilidades, instintos e conhecimento estão aprimorando genes. A trajetória que eles vão seguir é ascendente, mas, seguramente tortuosa.
13 – Acreditamos haver no cérebro a “via do bem estar”, da mesma maneira que existe o circuito do estresse que nos faz reagir diante das agressões físicas ou psicológicas. Numa situação de perigo o cérebro põe todo um sistema de alerta que nos favorece a luta ou a fuga imediata. Esse processo mediado por cortisol e adrenalina é altamente destrutivo para o organismo.
A reação de bem estar que estamos propondo incluiria a pineal e centros talâmicos como o núcleo accunbens ligado à sensação de recompensa. Os mediadores químicos seriam a melatonina e a dopamina.
terça-feira, 14 de abril de 2009
sexta-feira, 10 de abril de 2009
quinta-feira, 9 de abril de 2009
segunda-feira, 6 de abril de 2009
GATA
Grupo de Apoio ao Transtorno Afetivo
Nubor Orlando Facure
Não existe a injustiça nos desígnios de Deus.
As dificuldades com o parente difícil são necessidades tanto dele quanto nossas.
Agradeçamos a Deus a luz do entendimento que já nos permite perceber o porque de tanto sofrimento. Dá para perceber que estamos comprometidos com Almas que necessitam do nosso socorro.
Agradeçamos a Deus te-los juntos à nós quando tantos ainda estão perdidos no mundo.
Agradeçamos a Deus que médicos, psicólogas, cuidadores, hospitais, clínicas, remédios, exercícios e terapias diversas já estão ao nosso alcance, quando, no passado, estávamos na escuridão e de mãos vazias.
É, lugar comum, afirmarmos que sem plantarmos a boa semente não colheremos os frutos, mas, em nosso caso, a plantação exige mais do que cuidar da terra, proteger os primeiros galhos, adubar e regar. Precisaremos estar preparados para compreender as decepções dos galhos que secam, de folhas que caem, de espinhos que ferrem – e, mesmo assim, vamos perseverar..
Acusações e sentimentos de culpa não devem fazer parte do nosso vocabulário – um dia abençoaremos essa luta.
Não esperemos pelos outros - o que tem de ser feito pode começar e acabar em nós.
Não perturbemos com exigências que não temos direito de exigir - cada um vive no universo das suas próprias dificuldades.
Não cultivemos ilusões a nosso respeito – não somos nem mais nem menos felizes do que merecemos – auto-piedade corroi tanto quanto o câncer.
Sejamos cooperativos, todos tem alguma coisa a nos ensinar.
Os especialistas da economia ensinam – a não perder o foco
Os terapeutas apontam – a não perder a paciência
Os cuidadores exemplificam – a não perder a esperança
Os mais velhos ensinam – a não perder o respeito uns pelos outros.
Aprendamos a controlar a emoção descabida, o pensamento perturbado e a palavra ofensiva.
Diante da perturbação dos outros evitemos perturbar mais ainda com o nosso descontrole.
O silencio e o perdão sem restrições constroem mais que palavras e prisões.
Cumpramos as obrigações que são nossas que Jesus fará o resto pelos outros.
Grupo de Apoio ao Transtorno Afetivo
Nubor Orlando Facure
Não existe a injustiça nos desígnios de Deus.
As dificuldades com o parente difícil são necessidades tanto dele quanto nossas.
Agradeçamos a Deus a luz do entendimento que já nos permite perceber o porque de tanto sofrimento. Dá para perceber que estamos comprometidos com Almas que necessitam do nosso socorro.
Agradeçamos a Deus te-los juntos à nós quando tantos ainda estão perdidos no mundo.
Agradeçamos a Deus que médicos, psicólogas, cuidadores, hospitais, clínicas, remédios, exercícios e terapias diversas já estão ao nosso alcance, quando, no passado, estávamos na escuridão e de mãos vazias.
É, lugar comum, afirmarmos que sem plantarmos a boa semente não colheremos os frutos, mas, em nosso caso, a plantação exige mais do que cuidar da terra, proteger os primeiros galhos, adubar e regar. Precisaremos estar preparados para compreender as decepções dos galhos que secam, de folhas que caem, de espinhos que ferrem – e, mesmo assim, vamos perseverar..
Acusações e sentimentos de culpa não devem fazer parte do nosso vocabulário – um dia abençoaremos essa luta.
Não esperemos pelos outros - o que tem de ser feito pode começar e acabar em nós.
Não perturbemos com exigências que não temos direito de exigir - cada um vive no universo das suas próprias dificuldades.
Não cultivemos ilusões a nosso respeito – não somos nem mais nem menos felizes do que merecemos – auto-piedade corroi tanto quanto o câncer.
Sejamos cooperativos, todos tem alguma coisa a nos ensinar.
Os especialistas da economia ensinam – a não perder o foco
Os terapeutas apontam – a não perder a paciência
Os cuidadores exemplificam – a não perder a esperança
Os mais velhos ensinam – a não perder o respeito uns pelos outros.
Aprendamos a controlar a emoção descabida, o pensamento perturbado e a palavra ofensiva.
Diante da perturbação dos outros evitemos perturbar mais ainda com o nosso descontrole.
O silencio e o perdão sem restrições constroem mais que palavras e prisões.
Cumpramos as obrigações que são nossas que Jesus fará o resto pelos outros.
domingo, 29 de março de 2009
Depressão
Depressão é uma doença que pode ser tratada.
O diagnóstico é a primeira etapa no tratamento. Depressão é um dos transtornos mentais mais freqüentes.
Objetivos
O assunto desta apostila é a depressão maior, uma das formas de doença depressiva.
Divide-se em duas partes
Parte I :- Contém respostas às perguntas mais freqüentes sobre depressão, e algumas informações básicas sobre o assunto.
Parte II :- Contém informações mais detalhadas sobre depressão e seu tratamento.
Parte I
Quem fica deprimido ?
A depressão maior, freqüentemente chamada de depressão, é uma doença comum, que pode acometer qualquer pessoa. A depressão é duas vezes mais freqüente em mulheres do que em homens.
O que é depressão ?
Depressão não é apenas uma sensação de tristeza ou de “baixo astral”. É mais do que se sentir triste ou ficar de luto após uma perda. A depressão é uma doença tanto como o Diabetes, Pressão Arterial elevada ou Doenças Cardíacas, que afetam seus pensamentos, seus sentimentos , sua saúde e seu comportamento.
A depressão pode ser causada por diversos fatores :-
História familiar
Doenças não psiquiátricas
Alguns medicamentos
Uso de drogas ou álcool
Doenças psiquiátricas
Algumas situações da vida como estresse intenso ou separação brusca podem desencadear a depressão ou impedir uma recuperação completa. Em algumas pessoas, a depressão ocorre mesmo quando tudo está bem.
A depressão não ocorre por sua culpa. Não é uma fraqueza. É uma doença e pode ser tratada.
Como saber se estamos deprimidos ?
Pessoas que têm depressão maior apresentam determinados sintomas quase que diariamente, a maior parte do dia por um período mínimo de duas semanas. Esses sintomas incluem pelo menos um dos seguintes : -
Humor deprimido
Insatisfação com a vida
Afastamento das atividades sociais
Perda do interesse ou prazer em atividades ou por coisas que você costumava apreciar. Tristeza, melancolia ou sensação de vazio.
Sensação de lentidão ou de inquietação, com incapacidade de permanecer quieto.
Sentimentos de autodesvalorização ou de culpa.
Aumento ou redução de apetite ou de peso.
Idéias freqüentes de morte ou suicídio.
Dificuldade para se concentrar, raciocinar, memorizar, ou tomar decisões.
Insônia ou excesso de sono.
Abuso de substâncias prejudiciais
Perda de energia ou cansaço persistente.
Freqüentemente ocorrem também outros sintomas físicos ou psicológicos.
Dor de cabeça
Outras dores
Problemas digestivos
Dificuldades sexuais
Pessimismo ou desesperança
Ansiedade ou preocupação
O que fazer quando tivermos esses sintomas ?
Muitas vezes, as pessoas não procuram tratamento para sua depressão porque não reconhecem os sintomas, porque têm dificuldade em pedir ajuda, porque se sentem culpadas, ou porque não sabem que existem tratamentos para a depressão.
Quando o médico é consultado ele deve : -
Descobrir se existe uma causa física para a depressão.
Tratar a depressão.
Encaminhar a um psiquiatra para avaliação complementar e tratamento.
Como o tratamento pode ajudar ?
O tratamento reduz a dor e o sofrimento da depressão. Quando bem feito, elimina os sintomas da depressão e permite que volte à vida normal. Quanto mais cedo procurar ajuda, mais depressa começará a se sentir melhor. Como em outras doenças, quanto mais tempo se demora para procurar tratamento, tanto mais difícil será a recuperação.
A maioria das pessoas que recebe tratamento para depressão começa a se sentir melhor e retoma suas atividades diárias em algumas semanas.
Assim como em outras doenças, algumas vezes o primeiro tratamento pode não funcionar de forma adequada. Talvez seja necessário tentar um outro tipo de tratamento. É importante não desanimar se a primeira tentativa não der certo.
Tipos de tratamentos
Medicamentos antidepressivos
Psicoterapia
Medicamento antidepressivo associado à psicoterapia
Idéias de suicídio ou morte freqüentemente acompanham a depressão. Se você tiver idéias desse tipo, conte imediatamente para uma pessoa de sua confiança. Peça-lhe ajuda para conseguir orientação profissional o mais rápido possível. Se a depressão for tratada adequadamente, tais idéias desaparecerão.
Parte II
Sintomas de depressão
Quando uma pessoa está deprimida, apresenta vários sintomas quase diariamente, a maior parte do dia, por um período de pelo menos duas semanas.
Humor deprimido.
O paciente manifesta seus sentimentos geralmente com palavras, com expressão facial ou mesmo com posturas que revelam tristeza, desesperança, desamparo ou sensação de inutilidade.
Sentimento de culpa.
Paciente se sente auto-recriminado, sente que decepcionou os outros, com suas idéias de culpa costuma se incomodar sobre seus erros passados ou suas más ações. Imagina a doença como um castigo. Tem delírio de culpa, pode ouvir vozes de acusação ou denúncia e alguns referem alucinações visuais ameaçadoras.
Idéias ou gestos suicidas.
Esses pacientes costumam sentir que a vida não vale a pena. Desejariam estar mortos e pensam com freqüência na possibilidade de sua morte. Alguns tentam o suicídio.
Insônia freqüente.
A insônia costuma ser um sintoma inicial. Alguns queixam-se de dificuldades ocasional para conciliar o sono e outros referem insônia todas as noites. Existe também uma insônia no meio da noite em que o paciente acorda com freqüência referindo inquietude e perturbação mental.
Comprometimento do trabalho e das atividades.
Ocorrem pensamentos e sentimentos de incapacidade, fadiga ou fraqueza para realizar qualquer atividade, seja no trabalho ou mesmo nos passa tempos. Alguns referem perda total do interesse por suas atividades, costumam indiretamente revelar isto pela sua desatenção, indecisão e vacilação. Sentem que precisam esforçarem-se a contragosto no trabalho ou em qualquer atividade. Ocorre diminuição no tempo que se dedicam às suas atividades com conseqüente queda de produtividade.
Retardo no pensamento.
Com freqüência os pacientes manifestam lentidão de idéia e fala; dificuldade de concentração. A atividade motora chega a ficar lenta e reduzida.
Agitação.
Alguns pacientes demonstram certa agitação que parece inconsciente :- brincam com as mãos, com os cabelos, torcem as mãos, roem as unhas, mordem os lábios.
Ansiedade psíquica.
Pode-se observar tensão emocional e irritabilidade subjetiva. Preocupam-se com trivialidade. Demonstram atitude apreensiva no rosto ou na fala. Mesmo sem serem inquiridos os seus gestos expressam medos.
Ansiedade física.
O paciente deprimido tem sensações físicas, incômodas extremamente freqüente :- boca seca, flatulência, indigestão, diarréia, cólicas, eructações, palpitações, dor de cabeça, suspiros, respiração difícil, freqüência urinária, suor aumentado.
Outros sintomas físicos.
Perda de apetite, alimentação forçada, sensações de peso no abdômen. Dificuldades de comer se não insistirem. Uso freqüente de laxativo ou medicação para os intestinos ou para sintomas digestivos.
Sintomas físicos gerais.
Peso nos membros, nas costas ou na cabeça. Dores nas costas, dores de cabeça, dores musculares. Fadiga, perda de energia e cansaço.
Sintomas gênito-urinários.
Perda do libido, distúrbios menstruais, aumento da freqüência urinária.
Hipocondria.
O paciente exagera na auto observação com relação ao seu próprio corpo. Excessiva preocupação com a saúde. Queixas freqüentes de sintomas físicos. Pedidos de ajuda por pequenos sintomas. Idéias delirantes hipocondríacas.
Perda de peso.
Ocorre freqüentemente perda de mais de um quilo por semana.
Consciência da própria doença.
O paciente reconhece que está deprimido e doente. Com freqüência atribui a causa à má alimentação, ao clima, ao excesso de trabalho, a vírus, a necessidade de repouso, a estresse. Outros negam estarem doentes.
Despersonalização e desrealização.
Em estados graves o paciente revela sensações de irrealidade e idéias niilistas.
Sintomas paranóicos.
Quadros depressivos podem se agravar com manifestações psicóticas. Acentua-se desconfiança, idéias de referência, delírio de referência e perseguição. O paciente se atormenta com a idéia de que os vizinhos, os amigos ou os atores da televisão conversam sobre ele, interferem nos seus pensamentos e com freqüência tendem a prejudicá-los.
Sintomas obsessivos e compulsivos.
Nos deprimidos mais graves podem ocorrer manifestações psíquicas ou motoras de comportamento obsessivo compulsivo. Por exemplo lavar as mãos, trancar portas e janelas, executar rituais de alimentação.
Perda de interesse ou prazer em atividades ou passatempos que você costumava apreciar, inclusive atividade sexual. *
Tristeza, melancolia ou sensação de vazio. *
Sensação de lentidão ou inquietação, com incapacidade de permanecer quieto.
Sentimentos de autodesvalorização ou de culpa.
Aumento ou redução do apetite ou peso.
Idéias de morte ou suicídio; tentativa de suicídio.
Dificuldades para se concentrar, raciocinar, memorizar, ou tomar decisões.
Insônia ou excesso de sono
Perda de energia ou sensação contínua de cansaço.
Dor de cabeça
Outras dores.
Problemas digestivos.
Dificuldades sexuais.
Pessimismo ou desesperança.
Ansiedade ou preocupação.
Observação :-
Se você apresentou cinco ou mais sintomas, incluindo um dos dois assinalados com asterisco *, por um período de no mínimo duas semanas, pode estar com depressão maior.
Se você apresentou apenas alguns sintomas de depressão, também é aconselhável procurar um médico.
Às vezes, poucos sintomas pode evoluir para depressão maior. Existem formas leves de depressão, porém persistentes ou crônicas.
Outra forma de depressão
Algumas pessoas com depressão apresentam oscilações de humor, que vão do extremo desânimo, (depressão) à euforia excessiva (mania), com duração de dois dias a meses. Nos intervalos entre depressão e mania, essas pessoas sentem-se perfeitamente normais. Essa condição é denominada transtorno bipolar ou doença maníaco-depressiva.
O transtorno bipolar é hereditário. Pode ser também associado a outros problemas médicos, como traumatismo craniano, distúrbios neurológicos ou outras doenças.
Sintomas de mania
Euforia ou irritabilidade *
Diminuição da necessidade de sono
Tagarelice ou sensação de que não consegue parar de falar
Dificuldade de concentração
Aceleração do pensamento, com sensação de Ter muitas idéias ao mesmo tempo
Atitudes que dão prazer, mas cujo efeito é prejudicial (gastar dinheiro demais, atividade sexual inadequada, investimentos financeiros insensatos)
Idéias de grandeza
Muitos planos de atividade (no trabalho, na escola ou socialmente) ou necessidade de se manter em movimento
Observação :-
Se você apresentar quatro desses sintomas incluindo o assinalado com asteriscos *, por um período de no mínimo uma semana, você pode ter tido um episódio de mania.
Causas da depressão
A depressão maior não é causada por apenas um fator. Provavelmente é conseqüência da combinação de fatores biológicos, genéticos e psicológicos. Algumas condições de vida, como estresse extremo, luto, separação, podem desencadear uma tendência natural, psicológica ou biológica, para depressão. Em algumas pessoas a depressão aparecem mesmo quando as coisas estão bem. O consumo excessivo de álcool ou uso de drogas algumas vezes podem levar à depressão. Assim que esses hábitos são interrompidos, a depressão pode desaparecer.
Lembre-se que a depressão maior não é causada por fraqueza, preguiça ou falta de força de vontade. É uma doença que pode ser tratada.
Diagnosticando a depressão, seu médico pode ajudar
Perguntando sobre sintomas
Perguntando sobre sua saúde em geral
Investigando seus antecedentes familiares em relação a doenças em geral e doenças psiquiátricas
Fazendo um bom exame
Solicitando exames laboratoriais
Tipos de depressão
Grave, moderada e discreta
Na depressão grave a pessoa apresenta quase todos os sintomas de depressão, que praticamente a impedem de exercer suas atividades diárias regulares
Na depressão moderada a pessoa apresenta muitos sintomas de depressão, que freqüentemente a impedem de cumprir suas obrigações
Na depressão discreta a pessoa apresenta alguns sintomas de depressão, que lhe exigem um esforço adicional para fazer as coisas necessárias
Tipos de tratamento
Para cada tipo de depressão existe um tratamento adequado.
Medicamento antidepressivo
Psicoterapia
Medicamento antidepressivo associado a psicoterapia
Fases de tratamento
A depressão em geral é tratada em duas etapas
Primeira com tratamento da fase aguda
Segunda com tratamento de extensão, que compreende uma fase de continuação e, se necessário, uma fase de manutenção
O objetivo da fase aguda é a eliminação dos sintomas da depressão. A continuação desse tratamento por alguns meses é importante para evitar que a doença reapareça.
O tratamento de manutenção é mantido por um período mais longo, está indicado nos casos de depressão recorrente, ou seja, quando a pessoa já apresentou os três ou mais episódios de depressão, separados por intervalos de vários meses ou mais tempo, em que pode se sentir bem, sem sintomas.
Porque a depressão deve ser tratada ?
O tratamento precoce pode evitar que a depressão se torne grave ou crônica
Idéias de suicídio são comuns na depressão, o risco de suicídio aumenta quando os pacientes não são tratados e os episódios depressivos se repetem. Quando o tratamento é eficaz, esses pensamentos desaparecem
Nos intervalos entre os episódios, uma em cada quatro pessoas pode apresentar ainda sintomas e dificuldades para executar as atividades diárias. Essas se não forem tratadas, têm grande chance de desenvolver outro episódio de depressão.
O tratamento, especialmente com medicamentos, pode evitar novos episódios de depressão. Quanto maior o número de episódios de depressão no passado, maior a probabilidade de desenvolver outro. A maioria das pessoas que tiveram um episódio de depressão vai ter um segundo. Sem tratamento, após dois episódios, as chances de um terceiro episódio (depressão recorrente) são maiores. Depois de três episódios, as chances de um quarto são de 90%.
Medicamentos antidepressivos
Existem diversos tipos de medicamentos antidepressivos que podem ser utilizados para o tratamento. Os medicamentos antidepressivos não criam hábito ou dependência. São eficazes na depressão grave e podem ser úteis na depressão leve a moderada.
Psicoterapia
O objetivo do tratamento agudo só com psicoterapia é eliminar os sintomas de depressão e fazer com você retorne à vida normal.
Tipos de psicoterapia
A psicoterapia pode ser individual, em grupo e familiar.
Os três tipos têm sido mais estudados em relação à eficácia na redução dos sintomas de depressão maior.
Terapia comportamental – aborda o comportamento atual
Terapia cognitiva – aborda os pensamentos e crenças
Terapia interpessoal – aborda os relacionamentos atuais
Não se recomenda psicoterapia como único tratamento na depressão grave ou transtorno bipolar.
Cuidando de você mesmo
Quando se está deprimido, é importante
Respeitar suas limitações. Não espere fazer tudo que está acostumado a fazer. Estabeleça metas compatíveis com sua condição atual.
Reconhecer que pensamentos negativos (auto-reprovação, desânimo, expectativa de fracasso e outra idéias desse tipo) fazem parte da depressão. Na medida em que você superar a depressão, os pensamentos negativos também irão desaparecer.
Evitar tomar decisões importantes durante o episódio depressivo. Se for necessário tomar alguma decisão importante, peça ajuda a seu médico ou terapeuta ou a alguém em quem você confie.
Evitar o uso de drogas e álcool. Pesquisas demonstraram que o uso excessivo de álcool ou uso de drogas pode desencadear ou piorar a depressão. Além disso, podem reduzir a eficácia dos medicamentos antidepressivos ou produzir efeitos colaterais perigosos.
Compreender que assim como levou tempo para a depressão se desenvolver, também demorará algum tempo para que ela desapareça.
Pessoas com depressão maior geralmente têm dificuldades no trabalho, na escola e no relacionamento com familiares. Com o tratamento quase todas voltam à vida normal.
Formas de apoiar um membro deprimido da família
Tente manter um relacionamento o mais normal possível
Reconheça que a pessoa está sofrendo
Não espere simplesmente que a pessoa melhore repentinamente
Envie esforços para que a pessoa decida se tratar e melhorar
Demonstre afeição, ofereça palavras reconfortantes e faça elogios
Mostre que você respeita e valoriza a pessoa
Ajude a pessoa a manter-se ocupada, um membro ativo da família
Não critique, atormente ou censure a pessoa por seu comportamento deprimido
Não diga ou faça qualquer coisa que, em sua opinião, poderia piorar a imagem pouco satisfatória que a pessoa já tem de si mesma
Leve a sério qualquer conversa sobre suicídio e notifique o fato imediatamente ao médico ou ao profissional responsável
Teste para identificar os sintomas de depressão
a- sinto-me miserável triste
0 não, absolutamente ( ) 1 não, não muito ( )
2 sim, algumas vezes ( ) 3 sim, definitivamente ( )
b- acho difícil fazer as coisas que eu costumava fazer
0 sim, definitivamente ( ) 1 sim, algumas vezes ( )
2 não, não muito ( ) 3 não, absolutamente ( )
c- fiquei com uma sensação de medo ou pânico aparentemente sem nenhuma razão
0 não, absolutamente ( ) 1 não, não muito ( )
2 sim, algumas vezes ( ) 3 sim, definitivamente ( )
d- falo choramingando ou tenho exatamente esta impressão
0 não, absolutamente ( ) 1 não, não muito ( )
2 sim, algumas vezes ( ) 3 sim, definitivamente ( )
e- ainda aprecio as coisas que eu costumava fazer
0 sim, definitivamente ( ) 1 sim, algumas vezes ( )
2 não, não muito ( ) 3 não, absolutamente ( )
f- estou agitado e não consigo permanecer quieto
0 não, absolutamente ( ) 1 não, não muito ( )
2 sim, algumas vezes ( ) 3 sim, definitivamente ( )
g- consigo adormecer facilmente sem as pílulas para dormir
0 sim, definitivamente ( ) 1 sim, algumas vezes ( )
2 não, não muito ( ) 3 não, absolutamente ( )
h- sinto-me ansioso quando saio de casa sozinho
0 não, absolutamente ( ) 1 não, não muito ( )
2 sim, algumas vezes ( ) 3 sim, definitivamente ( )
i- perdi o interesse pelas coisas em geral
0 não, absolutamente ( ) 1 não, não muito ( )
2 sim, algumas vezes ( ) 3 sim, definitivamente ( )
j- fico cansado sem motivo algum
0 não, absolutamente ( ) 1 não, não muito ( )
2 sim, algumas vezes ( ) 3 sim, definitivamente ( )
k- estou mais irritável do que o usual
0 não, absolutamente ( ) 1 não, não muito ( )
2 sim, algumas vezes ( ) 3 sim, definitivamente ( )
l- acordo de madrugada e depois durmo mal o resto da noite
0 não, absolutamente ( ) 1 não, não muito ( )
2 sim, algumas vezes ( ) 3 sim, definitivamente ( )
Some os números marcados de todas as questões. Se os pontos somarem 15 ou acima, é recomendado que você mostre o teste ao seu médico e solicite-lhe que o avalie. Se a somatória dos pontos não for alta, mas você suspeitar que está com depressão, converse com seu médico.
Depressão é uma doença que pode ser tratada.
O diagnóstico é a primeira etapa no tratamento. Depressão é um dos transtornos mentais mais freqüentes.
Objetivos
O assunto desta apostila é a depressão maior, uma das formas de doença depressiva.
Divide-se em duas partes
Parte I :- Contém respostas às perguntas mais freqüentes sobre depressão, e algumas informações básicas sobre o assunto.
Parte II :- Contém informações mais detalhadas sobre depressão e seu tratamento.
Parte I
Quem fica deprimido ?
A depressão maior, freqüentemente chamada de depressão, é uma doença comum, que pode acometer qualquer pessoa. A depressão é duas vezes mais freqüente em mulheres do que em homens.
O que é depressão ?
Depressão não é apenas uma sensação de tristeza ou de “baixo astral”. É mais do que se sentir triste ou ficar de luto após uma perda. A depressão é uma doença tanto como o Diabetes, Pressão Arterial elevada ou Doenças Cardíacas, que afetam seus pensamentos, seus sentimentos , sua saúde e seu comportamento.
A depressão pode ser causada por diversos fatores :-
História familiar
Doenças não psiquiátricas
Alguns medicamentos
Uso de drogas ou álcool
Doenças psiquiátricas
Algumas situações da vida como estresse intenso ou separação brusca podem desencadear a depressão ou impedir uma recuperação completa. Em algumas pessoas, a depressão ocorre mesmo quando tudo está bem.
A depressão não ocorre por sua culpa. Não é uma fraqueza. É uma doença e pode ser tratada.
Como saber se estamos deprimidos ?
Pessoas que têm depressão maior apresentam determinados sintomas quase que diariamente, a maior parte do dia por um período mínimo de duas semanas. Esses sintomas incluem pelo menos um dos seguintes : -
Humor deprimido
Insatisfação com a vida
Afastamento das atividades sociais
Perda do interesse ou prazer em atividades ou por coisas que você costumava apreciar. Tristeza, melancolia ou sensação de vazio.
Sensação de lentidão ou de inquietação, com incapacidade de permanecer quieto.
Sentimentos de autodesvalorização ou de culpa.
Aumento ou redução de apetite ou de peso.
Idéias freqüentes de morte ou suicídio.
Dificuldade para se concentrar, raciocinar, memorizar, ou tomar decisões.
Insônia ou excesso de sono.
Abuso de substâncias prejudiciais
Perda de energia ou cansaço persistente.
Freqüentemente ocorrem também outros sintomas físicos ou psicológicos.
Dor de cabeça
Outras dores
Problemas digestivos
Dificuldades sexuais
Pessimismo ou desesperança
Ansiedade ou preocupação
O que fazer quando tivermos esses sintomas ?
Muitas vezes, as pessoas não procuram tratamento para sua depressão porque não reconhecem os sintomas, porque têm dificuldade em pedir ajuda, porque se sentem culpadas, ou porque não sabem que existem tratamentos para a depressão.
Quando o médico é consultado ele deve : -
Descobrir se existe uma causa física para a depressão.
Tratar a depressão.
Encaminhar a um psiquiatra para avaliação complementar e tratamento.
Como o tratamento pode ajudar ?
O tratamento reduz a dor e o sofrimento da depressão. Quando bem feito, elimina os sintomas da depressão e permite que volte à vida normal. Quanto mais cedo procurar ajuda, mais depressa começará a se sentir melhor. Como em outras doenças, quanto mais tempo se demora para procurar tratamento, tanto mais difícil será a recuperação.
A maioria das pessoas que recebe tratamento para depressão começa a se sentir melhor e retoma suas atividades diárias em algumas semanas.
Assim como em outras doenças, algumas vezes o primeiro tratamento pode não funcionar de forma adequada. Talvez seja necessário tentar um outro tipo de tratamento. É importante não desanimar se a primeira tentativa não der certo.
Tipos de tratamentos
Medicamentos antidepressivos
Psicoterapia
Medicamento antidepressivo associado à psicoterapia
Idéias de suicídio ou morte freqüentemente acompanham a depressão. Se você tiver idéias desse tipo, conte imediatamente para uma pessoa de sua confiança. Peça-lhe ajuda para conseguir orientação profissional o mais rápido possível. Se a depressão for tratada adequadamente, tais idéias desaparecerão.
Parte II
Sintomas de depressão
Quando uma pessoa está deprimida, apresenta vários sintomas quase diariamente, a maior parte do dia, por um período de pelo menos duas semanas.
Humor deprimido.
O paciente manifesta seus sentimentos geralmente com palavras, com expressão facial ou mesmo com posturas que revelam tristeza, desesperança, desamparo ou sensação de inutilidade.
Sentimento de culpa.
Paciente se sente auto-recriminado, sente que decepcionou os outros, com suas idéias de culpa costuma se incomodar sobre seus erros passados ou suas más ações. Imagina a doença como um castigo. Tem delírio de culpa, pode ouvir vozes de acusação ou denúncia e alguns referem alucinações visuais ameaçadoras.
Idéias ou gestos suicidas.
Esses pacientes costumam sentir que a vida não vale a pena. Desejariam estar mortos e pensam com freqüência na possibilidade de sua morte. Alguns tentam o suicídio.
Insônia freqüente.
A insônia costuma ser um sintoma inicial. Alguns queixam-se de dificuldades ocasional para conciliar o sono e outros referem insônia todas as noites. Existe também uma insônia no meio da noite em que o paciente acorda com freqüência referindo inquietude e perturbação mental.
Comprometimento do trabalho e das atividades.
Ocorrem pensamentos e sentimentos de incapacidade, fadiga ou fraqueza para realizar qualquer atividade, seja no trabalho ou mesmo nos passa tempos. Alguns referem perda total do interesse por suas atividades, costumam indiretamente revelar isto pela sua desatenção, indecisão e vacilação. Sentem que precisam esforçarem-se a contragosto no trabalho ou em qualquer atividade. Ocorre diminuição no tempo que se dedicam às suas atividades com conseqüente queda de produtividade.
Retardo no pensamento.
Com freqüência os pacientes manifestam lentidão de idéia e fala; dificuldade de concentração. A atividade motora chega a ficar lenta e reduzida.
Agitação.
Alguns pacientes demonstram certa agitação que parece inconsciente :- brincam com as mãos, com os cabelos, torcem as mãos, roem as unhas, mordem os lábios.
Ansiedade psíquica.
Pode-se observar tensão emocional e irritabilidade subjetiva. Preocupam-se com trivialidade. Demonstram atitude apreensiva no rosto ou na fala. Mesmo sem serem inquiridos os seus gestos expressam medos.
Ansiedade física.
O paciente deprimido tem sensações físicas, incômodas extremamente freqüente :- boca seca, flatulência, indigestão, diarréia, cólicas, eructações, palpitações, dor de cabeça, suspiros, respiração difícil, freqüência urinária, suor aumentado.
Outros sintomas físicos.
Perda de apetite, alimentação forçada, sensações de peso no abdômen. Dificuldades de comer se não insistirem. Uso freqüente de laxativo ou medicação para os intestinos ou para sintomas digestivos.
Sintomas físicos gerais.
Peso nos membros, nas costas ou na cabeça. Dores nas costas, dores de cabeça, dores musculares. Fadiga, perda de energia e cansaço.
Sintomas gênito-urinários.
Perda do libido, distúrbios menstruais, aumento da freqüência urinária.
Hipocondria.
O paciente exagera na auto observação com relação ao seu próprio corpo. Excessiva preocupação com a saúde. Queixas freqüentes de sintomas físicos. Pedidos de ajuda por pequenos sintomas. Idéias delirantes hipocondríacas.
Perda de peso.
Ocorre freqüentemente perda de mais de um quilo por semana.
Consciência da própria doença.
O paciente reconhece que está deprimido e doente. Com freqüência atribui a causa à má alimentação, ao clima, ao excesso de trabalho, a vírus, a necessidade de repouso, a estresse. Outros negam estarem doentes.
Despersonalização e desrealização.
Em estados graves o paciente revela sensações de irrealidade e idéias niilistas.
Sintomas paranóicos.
Quadros depressivos podem se agravar com manifestações psicóticas. Acentua-se desconfiança, idéias de referência, delírio de referência e perseguição. O paciente se atormenta com a idéia de que os vizinhos, os amigos ou os atores da televisão conversam sobre ele, interferem nos seus pensamentos e com freqüência tendem a prejudicá-los.
Sintomas obsessivos e compulsivos.
Nos deprimidos mais graves podem ocorrer manifestações psíquicas ou motoras de comportamento obsessivo compulsivo. Por exemplo lavar as mãos, trancar portas e janelas, executar rituais de alimentação.
Perda de interesse ou prazer em atividades ou passatempos que você costumava apreciar, inclusive atividade sexual. *
Tristeza, melancolia ou sensação de vazio. *
Sensação de lentidão ou inquietação, com incapacidade de permanecer quieto.
Sentimentos de autodesvalorização ou de culpa.
Aumento ou redução do apetite ou peso.
Idéias de morte ou suicídio; tentativa de suicídio.
Dificuldades para se concentrar, raciocinar, memorizar, ou tomar decisões.
Insônia ou excesso de sono
Perda de energia ou sensação contínua de cansaço.
Dor de cabeça
Outras dores.
Problemas digestivos.
Dificuldades sexuais.
Pessimismo ou desesperança.
Ansiedade ou preocupação.
Observação :-
Se você apresentou cinco ou mais sintomas, incluindo um dos dois assinalados com asterisco *, por um período de no mínimo duas semanas, pode estar com depressão maior.
Se você apresentou apenas alguns sintomas de depressão, também é aconselhável procurar um médico.
Às vezes, poucos sintomas pode evoluir para depressão maior. Existem formas leves de depressão, porém persistentes ou crônicas.
Outra forma de depressão
Algumas pessoas com depressão apresentam oscilações de humor, que vão do extremo desânimo, (depressão) à euforia excessiva (mania), com duração de dois dias a meses. Nos intervalos entre depressão e mania, essas pessoas sentem-se perfeitamente normais. Essa condição é denominada transtorno bipolar ou doença maníaco-depressiva.
O transtorno bipolar é hereditário. Pode ser também associado a outros problemas médicos, como traumatismo craniano, distúrbios neurológicos ou outras doenças.
Sintomas de mania
Euforia ou irritabilidade *
Diminuição da necessidade de sono
Tagarelice ou sensação de que não consegue parar de falar
Dificuldade de concentração
Aceleração do pensamento, com sensação de Ter muitas idéias ao mesmo tempo
Atitudes que dão prazer, mas cujo efeito é prejudicial (gastar dinheiro demais, atividade sexual inadequada, investimentos financeiros insensatos)
Idéias de grandeza
Muitos planos de atividade (no trabalho, na escola ou socialmente) ou necessidade de se manter em movimento
Observação :-
Se você apresentar quatro desses sintomas incluindo o assinalado com asteriscos *, por um período de no mínimo uma semana, você pode ter tido um episódio de mania.
Causas da depressão
A depressão maior não é causada por apenas um fator. Provavelmente é conseqüência da combinação de fatores biológicos, genéticos e psicológicos. Algumas condições de vida, como estresse extremo, luto, separação, podem desencadear uma tendência natural, psicológica ou biológica, para depressão. Em algumas pessoas a depressão aparecem mesmo quando as coisas estão bem. O consumo excessivo de álcool ou uso de drogas algumas vezes podem levar à depressão. Assim que esses hábitos são interrompidos, a depressão pode desaparecer.
Lembre-se que a depressão maior não é causada por fraqueza, preguiça ou falta de força de vontade. É uma doença que pode ser tratada.
Diagnosticando a depressão, seu médico pode ajudar
Perguntando sobre sintomas
Perguntando sobre sua saúde em geral
Investigando seus antecedentes familiares em relação a doenças em geral e doenças psiquiátricas
Fazendo um bom exame
Solicitando exames laboratoriais
Tipos de depressão
Grave, moderada e discreta
Na depressão grave a pessoa apresenta quase todos os sintomas de depressão, que praticamente a impedem de exercer suas atividades diárias regulares
Na depressão moderada a pessoa apresenta muitos sintomas de depressão, que freqüentemente a impedem de cumprir suas obrigações
Na depressão discreta a pessoa apresenta alguns sintomas de depressão, que lhe exigem um esforço adicional para fazer as coisas necessárias
Tipos de tratamento
Para cada tipo de depressão existe um tratamento adequado.
Medicamento antidepressivo
Psicoterapia
Medicamento antidepressivo associado a psicoterapia
Fases de tratamento
A depressão em geral é tratada em duas etapas
Primeira com tratamento da fase aguda
Segunda com tratamento de extensão, que compreende uma fase de continuação e, se necessário, uma fase de manutenção
O objetivo da fase aguda é a eliminação dos sintomas da depressão. A continuação desse tratamento por alguns meses é importante para evitar que a doença reapareça.
O tratamento de manutenção é mantido por um período mais longo, está indicado nos casos de depressão recorrente, ou seja, quando a pessoa já apresentou os três ou mais episódios de depressão, separados por intervalos de vários meses ou mais tempo, em que pode se sentir bem, sem sintomas.
Porque a depressão deve ser tratada ?
O tratamento precoce pode evitar que a depressão se torne grave ou crônica
Idéias de suicídio são comuns na depressão, o risco de suicídio aumenta quando os pacientes não são tratados e os episódios depressivos se repetem. Quando o tratamento é eficaz, esses pensamentos desaparecem
Nos intervalos entre os episódios, uma em cada quatro pessoas pode apresentar ainda sintomas e dificuldades para executar as atividades diárias. Essas se não forem tratadas, têm grande chance de desenvolver outro episódio de depressão.
O tratamento, especialmente com medicamentos, pode evitar novos episódios de depressão. Quanto maior o número de episódios de depressão no passado, maior a probabilidade de desenvolver outro. A maioria das pessoas que tiveram um episódio de depressão vai ter um segundo. Sem tratamento, após dois episódios, as chances de um terceiro episódio (depressão recorrente) são maiores. Depois de três episódios, as chances de um quarto são de 90%.
Medicamentos antidepressivos
Existem diversos tipos de medicamentos antidepressivos que podem ser utilizados para o tratamento. Os medicamentos antidepressivos não criam hábito ou dependência. São eficazes na depressão grave e podem ser úteis na depressão leve a moderada.
Psicoterapia
O objetivo do tratamento agudo só com psicoterapia é eliminar os sintomas de depressão e fazer com você retorne à vida normal.
Tipos de psicoterapia
A psicoterapia pode ser individual, em grupo e familiar.
Os três tipos têm sido mais estudados em relação à eficácia na redução dos sintomas de depressão maior.
Terapia comportamental – aborda o comportamento atual
Terapia cognitiva – aborda os pensamentos e crenças
Terapia interpessoal – aborda os relacionamentos atuais
Não se recomenda psicoterapia como único tratamento na depressão grave ou transtorno bipolar.
Cuidando de você mesmo
Quando se está deprimido, é importante
Respeitar suas limitações. Não espere fazer tudo que está acostumado a fazer. Estabeleça metas compatíveis com sua condição atual.
Reconhecer que pensamentos negativos (auto-reprovação, desânimo, expectativa de fracasso e outra idéias desse tipo) fazem parte da depressão. Na medida em que você superar a depressão, os pensamentos negativos também irão desaparecer.
Evitar tomar decisões importantes durante o episódio depressivo. Se for necessário tomar alguma decisão importante, peça ajuda a seu médico ou terapeuta ou a alguém em quem você confie.
Evitar o uso de drogas e álcool. Pesquisas demonstraram que o uso excessivo de álcool ou uso de drogas pode desencadear ou piorar a depressão. Além disso, podem reduzir a eficácia dos medicamentos antidepressivos ou produzir efeitos colaterais perigosos.
Compreender que assim como levou tempo para a depressão se desenvolver, também demorará algum tempo para que ela desapareça.
Pessoas com depressão maior geralmente têm dificuldades no trabalho, na escola e no relacionamento com familiares. Com o tratamento quase todas voltam à vida normal.
Formas de apoiar um membro deprimido da família
Tente manter um relacionamento o mais normal possível
Reconheça que a pessoa está sofrendo
Não espere simplesmente que a pessoa melhore repentinamente
Envie esforços para que a pessoa decida se tratar e melhorar
Demonstre afeição, ofereça palavras reconfortantes e faça elogios
Mostre que você respeita e valoriza a pessoa
Ajude a pessoa a manter-se ocupada, um membro ativo da família
Não critique, atormente ou censure a pessoa por seu comportamento deprimido
Não diga ou faça qualquer coisa que, em sua opinião, poderia piorar a imagem pouco satisfatória que a pessoa já tem de si mesma
Leve a sério qualquer conversa sobre suicídio e notifique o fato imediatamente ao médico ou ao profissional responsável
Teste para identificar os sintomas de depressão
a- sinto-me miserável triste
0 não, absolutamente ( ) 1 não, não muito ( )
2 sim, algumas vezes ( ) 3 sim, definitivamente ( )
b- acho difícil fazer as coisas que eu costumava fazer
0 sim, definitivamente ( ) 1 sim, algumas vezes ( )
2 não, não muito ( ) 3 não, absolutamente ( )
c- fiquei com uma sensação de medo ou pânico aparentemente sem nenhuma razão
0 não, absolutamente ( ) 1 não, não muito ( )
2 sim, algumas vezes ( ) 3 sim, definitivamente ( )
d- falo choramingando ou tenho exatamente esta impressão
0 não, absolutamente ( ) 1 não, não muito ( )
2 sim, algumas vezes ( ) 3 sim, definitivamente ( )
e- ainda aprecio as coisas que eu costumava fazer
0 sim, definitivamente ( ) 1 sim, algumas vezes ( )
2 não, não muito ( ) 3 não, absolutamente ( )
f- estou agitado e não consigo permanecer quieto
0 não, absolutamente ( ) 1 não, não muito ( )
2 sim, algumas vezes ( ) 3 sim, definitivamente ( )
g- consigo adormecer facilmente sem as pílulas para dormir
0 sim, definitivamente ( ) 1 sim, algumas vezes ( )
2 não, não muito ( ) 3 não, absolutamente ( )
h- sinto-me ansioso quando saio de casa sozinho
0 não, absolutamente ( ) 1 não, não muito ( )
2 sim, algumas vezes ( ) 3 sim, definitivamente ( )
i- perdi o interesse pelas coisas em geral
0 não, absolutamente ( ) 1 não, não muito ( )
2 sim, algumas vezes ( ) 3 sim, definitivamente ( )
j- fico cansado sem motivo algum
0 não, absolutamente ( ) 1 não, não muito ( )
2 sim, algumas vezes ( ) 3 sim, definitivamente ( )
k- estou mais irritável do que o usual
0 não, absolutamente ( ) 1 não, não muito ( )
2 sim, algumas vezes ( ) 3 sim, definitivamente ( )
l- acordo de madrugada e depois durmo mal o resto da noite
0 não, absolutamente ( ) 1 não, não muito ( )
2 sim, algumas vezes ( ) 3 sim, definitivamente ( )
Some os números marcados de todas as questões. Se os pontos somarem 15 ou acima, é recomendado que você mostre o teste ao seu médico e solicite-lhe que o avalie. Se a somatória dos pontos não for alta, mas você suspeitar que está com depressão, converse com seu médico.
domingo, 22 de março de 2009
PSICOSFERA, NOSSO MEIO AMBIENTE ESPIRITUAL
Nubor Orlando Facure
Observar e perceber o mundo que nos cerca tem nuanças de complexidade infinita. O mesmo objeto, uma mesma pessoa ou um mesmo cenário podem despertar interpretações completamente diferentes conforme o sentimento de quem observa.
O mesmo mundo e que vivemos seria outro se aqui só vivessem sonhadores, místicos, poetas ou santos. Em termos neuropsicológicos já sabemos que o nosso cérebro faz reconhecimento do mundo que nos cerca “sonhando” uma idéia a partir do que vai percebendo. Daí a possibilidade do que for feio para um ser bonito para o outro.
Cada objeto que vemos desperta em nós lembranças e vivências que são associadas compondo nosso julgamento sobre este objeto.
Por isto, cada um de nós “sonha” o mundo conforme suas experiências psíquicas.
Podemos dizer que no dia a dia, ao observarmos a realidade que nos cerca, estamos compondo em torno de nós um cenário mental com formas e figuras que nos acompanham.
O mais importante é que é este cenário psíquico quem direcional nossos comportamentos.
Nós sempre reagimos de conformidade com a interpretação que damos às coisas e às pessoas e, como vimos, nossas interpretações são na verdade julgamentos que o cérebro constrói com representações, com idéias que têm forma e movimento.
Considerando todas as mentes humanas capazes de pensar e criar, podemos deduzir que estamos mergulhados num mundo psíquico de proporções gigantescas e, seguramente interferindo uns sobre os outros, induzindo-nos a comportamentos coletivos massificantes.
Quando toda uma população vê uma notícia pela televisão ou lê a mesma notícia nos jornais, estas pessoas estão criando representações mentais com referência a estas notícias reconstruindo e revivendo os cenários e as personagens envolvidas ou citadas nos noticiários. É como se o mesmo acontecimento se reproduzisse em cada mente que se liga ao episódio noticiado.
Nossa grande questão é saber se este “cenário” mental com formas e personagens assim criados, tem alguma “realidade” física semelhante à que estamos inseridos no mundo material.
Na interpretação da física de hoje, o mundo de moléculas e átomos foi substituído por “campos de energia”. O comportamento aparentemente estável da matéria física foi substituído por “ondas” e “pacotes” de energia que se alternam na dependência da opinião do observador.
Portanto, a matéria se densifica em partículas ou se esvai em onda conforme o julgamento mental de quem participa do experimento. Em termos de matéria física, o ser e o desvanecer depende da mente de quem observa o experimento.
A única coisa palpável que restou deste mundo físico de aparência estável é uma “espuma quântica” onde a matéria e a energia se relacionam.
Pelo menos em termos teóricos podemos pressupor outros “estados” de matéria como, por exemplo, a “matéria radiante” sensível aos influxos da mente. A força mental que se expressa em pensamentos cria “onda” e “partículas” que também se coagulam concretizando as formas dos objetos e das pessoas em quem pensamos.
Enquanto a “espuma quântica” solidifica o mundo físico em que nos movimentamos, a “matéria radiante” corporifica o mundo mental que idealizamos. Assim como falamos em higiene e poluição do ambiente físico, podemos falar e, agora sim, falar “concretamente” em limpeza e poluição psíquica.
Estamos todos mergulhados num mundo psíquico mais “concreto” do que possamos supor e, neste ambiente, a seleção das idéias facilitará um clima mental mais saudável ou mais poluído.
Uma simples notícia de jornal, uma conversa que nos emociona, um filme a que assistimos ou um episódio que relatamos criam junto de nós um ambiente psíquico que chamamos de psicosfera. Somos “caixeiro ambulantes” de idéias que podem facilmente nos identificar aos videntes deste mundo psíquico.
Estas formas-pensamentos um dia farão de etiologia das doenças, principalmente psicossomáticas, e o médico aprenderá a prescrever a prece e a meditação para equilíbrio da nossa psicosfera.
Cada um de nós terá uma responsabilidade individual para construir seu próprio mundo mental selecionando o que fala, o que vê, o que ouve, o que lê porque tudo isto implica em incorporar para sempre matéria mental em nosso psiquismo.
Nubor Orlando Facure
Observar e perceber o mundo que nos cerca tem nuanças de complexidade infinita. O mesmo objeto, uma mesma pessoa ou um mesmo cenário podem despertar interpretações completamente diferentes conforme o sentimento de quem observa.
O mesmo mundo e que vivemos seria outro se aqui só vivessem sonhadores, místicos, poetas ou santos. Em termos neuropsicológicos já sabemos que o nosso cérebro faz reconhecimento do mundo que nos cerca “sonhando” uma idéia a partir do que vai percebendo. Daí a possibilidade do que for feio para um ser bonito para o outro.
Cada objeto que vemos desperta em nós lembranças e vivências que são associadas compondo nosso julgamento sobre este objeto.
Por isto, cada um de nós “sonha” o mundo conforme suas experiências psíquicas.
Podemos dizer que no dia a dia, ao observarmos a realidade que nos cerca, estamos compondo em torno de nós um cenário mental com formas e figuras que nos acompanham.
O mais importante é que é este cenário psíquico quem direcional nossos comportamentos.
Nós sempre reagimos de conformidade com a interpretação que damos às coisas e às pessoas e, como vimos, nossas interpretações são na verdade julgamentos que o cérebro constrói com representações, com idéias que têm forma e movimento.
Considerando todas as mentes humanas capazes de pensar e criar, podemos deduzir que estamos mergulhados num mundo psíquico de proporções gigantescas e, seguramente interferindo uns sobre os outros, induzindo-nos a comportamentos coletivos massificantes.
Quando toda uma população vê uma notícia pela televisão ou lê a mesma notícia nos jornais, estas pessoas estão criando representações mentais com referência a estas notícias reconstruindo e revivendo os cenários e as personagens envolvidas ou citadas nos noticiários. É como se o mesmo acontecimento se reproduzisse em cada mente que se liga ao episódio noticiado.
Nossa grande questão é saber se este “cenário” mental com formas e personagens assim criados, tem alguma “realidade” física semelhante à que estamos inseridos no mundo material.
Na interpretação da física de hoje, o mundo de moléculas e átomos foi substituído por “campos de energia”. O comportamento aparentemente estável da matéria física foi substituído por “ondas” e “pacotes” de energia que se alternam na dependência da opinião do observador.
Portanto, a matéria se densifica em partículas ou se esvai em onda conforme o julgamento mental de quem participa do experimento. Em termos de matéria física, o ser e o desvanecer depende da mente de quem observa o experimento.
A única coisa palpável que restou deste mundo físico de aparência estável é uma “espuma quântica” onde a matéria e a energia se relacionam.
Pelo menos em termos teóricos podemos pressupor outros “estados” de matéria como, por exemplo, a “matéria radiante” sensível aos influxos da mente. A força mental que se expressa em pensamentos cria “onda” e “partículas” que também se coagulam concretizando as formas dos objetos e das pessoas em quem pensamos.
Enquanto a “espuma quântica” solidifica o mundo físico em que nos movimentamos, a “matéria radiante” corporifica o mundo mental que idealizamos. Assim como falamos em higiene e poluição do ambiente físico, podemos falar e, agora sim, falar “concretamente” em limpeza e poluição psíquica.
Estamos todos mergulhados num mundo psíquico mais “concreto” do que possamos supor e, neste ambiente, a seleção das idéias facilitará um clima mental mais saudável ou mais poluído.
Uma simples notícia de jornal, uma conversa que nos emociona, um filme a que assistimos ou um episódio que relatamos criam junto de nós um ambiente psíquico que chamamos de psicosfera. Somos “caixeiro ambulantes” de idéias que podem facilmente nos identificar aos videntes deste mundo psíquico.
Estas formas-pensamentos um dia farão de etiologia das doenças, principalmente psicossomáticas, e o médico aprenderá a prescrever a prece e a meditação para equilíbrio da nossa psicosfera.
Cada um de nós terá uma responsabilidade individual para construir seu próprio mundo mental selecionando o que fala, o que vê, o que ouve, o que lê porque tudo isto implica em incorporar para sempre matéria mental em nosso psiquismo.
Crises Psíquicas - Nas fronteiras da Epilepsia
Nubor Orlando Facure
De maneira geral o leigo reconhece a Epilepsia como uma crise assustadora e repugnante em que o indivíduo desmaia e cai ao solo se debatendo em contrações. A Bíblia faz relatos de crises que atribui a atuações "demoníacas" que lembram as manifestações epilépticas mantendo por milênios confusão e preconceitos. Dostoiewisk e Machado de Assis, portadores de epilepsia, utilizaram-se de protagonistas de seus romances para descreverem suas próprias crises. Vultos ilustres da História tiveram epilepsia mas, para o homem comum , é na sarjeta das ruas que ele costuma tomar contato e se amedrontar com a violência da crise convulsiva.
Embora Hipócrates tenha feito em seus escritos uma brilhante descrição da crise de Grande Mal, indicando o cérebro como o responsável por toda esta sintomatologia, a Epilepsia foi tida como uma doença mental pelos séculos afora e só depois do surgimento da Neurologia no século passado é que a Epilepsia passou a ser compreendida como uma síndrome decorrente de uma lesão orgânica no cérebro.
Hoje se entende a epilepsia como uma descarga elétrica desorganizada que atinge os neurônios cerebrais provocando sintomas correlacionados com a área cerebral afetada.
Embora os relatos mediúnicos do porte de Missionários da Luz ditado pelo espírito André Luiz façam descrições inconfundíveis de sintomatologia epiléptica em seus protagonistas, submissos à interferência espiritual francamente obsessora, a medicina de hoje rejeita qualquer presença espiritual na gênese de crises epilépticas, especialmente pelo temor de ver ressurgir a nefasta participação de "demônios" dos antigos textos bíblicos que a Idade Média e a Inquisição souberam tirar proveito.
Os exames sofisticados de hoje identificam os traumas, as infeções, os tumores e as degenerações entre diversas outras causas de natureza orgânica para a etiologia da Epilepsia, entretanto, nenhum destes exames está apropriado para detectar as vibrações do plano espiritual que nos fariam compreender mais profundamente a natureza essencial do problema da Epilepsia.
Nem sequer de longe pretendemos excluir a gênese cerebral da manifestação epiléptica mas, a visão exclusivamente materialista da Medicina tradicional a envolve de um obscurantismo estúpido que não lhe permite identificar um outro universo de interferência situado na dimensão espiritual que, como causa ou como agravante, interfere na freqüência e na constelação de sintomas que o epiléptico manifesta.
Negando a existência do Espírito a Medicina não consegue enxergar que, através do próprio estudo da Epilepsia ela teria muito o que aprender, Por exemplo, com o que os pacientes epilépticos vivenciam durante as chamadas "crises psíquicas" , nas quais, observa-se uma riqueza de expressão clínica cognitiva, que o simples desarranjo de neurônios em "curto-circuito" não tem argumentos para justificar.
Na classificação das crises epilépticas a Neurologia destaca um tipo de crise chamada de Crise Focal ou Parcial em que não há comprometimento da consciência e a sintomatologia será decorrente do local no cérebro afetado pela descarga neuronal desorganizada. Na área motora o paciente irá apresentar contrações musculares na mão, no braço , na perna ou em qualquer outra parte do corpo correspondente a região motora do cérebro afetado.
Numa área sensitiva os sintomas serão referidos como adormecimentos, sensações estranhas ou deformações no membro atingido.
É no grupo das crises focais que estão incluídas as crises psíquicas, nas quais, o paciente relata sensações subjetivas que experimenta espontaneamente podendo ter duração de minutos, horas ou dias.
As descrições clássicas das crises psíquicas fazem referência mais comumente às crises de "Dejà vú" e de "Jamais vú". Estes dois quadros são reconhecidos como decorrente de lesões na base do cérebro na região dos lobos temporais. No "Dejà vú" (já visto), o paciente relata uma sensação de familiaridade com o ambiente ou com as pessoas mesmo que lhe sejam estranhas e que ele as estejam vendo pela primeira vez. Num local que lhe seja completamente desconhecido o paciente ao ter sua crise sente uma forte impressão de que já conhece ou já estivera naquele lugar.
Na crise de "Jamais vú" (jamais visto) o paciente manifesta sensação de estranheza em lugares conhecidos ou por pessoas da sua convivência.
Ambas situações que descrevemos podem ocorrer ocasionalmente com qualquer pessoa normal, mas, no epiléptico, estas sensações são comumente repetitivas e duradouras.
Muitos epilépticos apresentam crises psíquicas freqüentes mas que tem merecido pouco destaque por parecerem corriqueiras como as mudanças súbitas de humor, um entristecimento súbito ou uma agressividade imotivada e desproporcional que pode beirar à violência.
Neste artigo, estou interessado em relatar outros tipos de crises psíquicas, relativamente raras em que os próprios pacientes tem muita dificuldade em achar termos adequados para descreve-las. Elas merecem ao meu ver um estudo meticuloso procurando-se valorizar as verdadeiras sensações destas experiências subjetivas que os pacientes procuram nos passar, sentindo inclusive, com freqüência, a incredulidade com que a maioria dos médicos manifestam ao ouvi-los.
Os relatos destas crises, à primeira vista parecem inconsistentes, inverosímeis, superficiais, misturando-se com os sintomas da própria ansiedade com que os pacientes convivem quando vítimas deste tipo de crise. Elas podem ser muito demoradas e não tem o caráter ictal de subtaniedade das crises convulsivas. Não há uma afetação da consciência mas sim da percepção de funções complexas como da noção de tempo, do espaço, da realidade, do movimento, da noção do Eu e até do pensamento.
Estas várias sensações ao nível da vivência psíquica do indivíduo, a mim parecem fornecer preciosa observação da fronteira entre as experiências vividas física ou espiritualmente por estes pacientes.
Uns poucos relatos que fizeram estes pacientes, me ajudaram a confirmar que o mundo mental de cada um de nós transita numa dimensão espiritual que transcende a experiência física. Um deles é médico, freqüenta meu consultório desde garoto por ter convulsões decorrentes de neurocisticercose e recentemente procurou-me com uma certa inquietação tentando relatar, ele acompanhado pela esposa que, nos últimos dois dias tinha perdido a capacidade de acompanhar a passagem do tempo. Não era a identificação do tempo das horas ou do dia e da noite. Ele dizia ser uma perda da "noção do tempo". Os acontecimentos processavam-se na sua mente e quando ele se dava conta estes acontecimentos já tinham acabado de ocorrer.
Ao dirigir-se para seu consultório conduzindo seu carro pela estrada, fazia as curvas, mas sempre com a idéia de que isto não lhe tomava tempo, porque ocorria na sua mente, literalmente falando, antes de acontecerem fisicamente. O que tinha em mente, do trajeto que percorria, não era uma imaginação, era o próprio acontecimento . Dizia que não lhe fazia sentido o antes ou o depois porque tudo que ocorria em seqüência ele vivenciava ocorrendo simultaneamente.
Sua esposa o ajudava como auxiliar de anestesia e na entrevista me contava que apesar de permanecer o tempo todo com estas sensações que descrevia ele procedia normalmente enquanto anestesiava seus pacientes, apenas dizia que, toda atitude que tomava já lhe parecia ter ocorrido não como uma premunição mas como um acontecimento "já feito" , se assim podemos dizer por ele, e, ao terminar a anestesia, para sua mente, os fatos lhe pareciam continuar acontecendo.
A neurologia descreve, também, um estado de crise psíquica em que o paciente tem a sensação constante de estar vivendo um sonho. É chamado de "Dreamy States" pelos clássicos.
Tivemos dois pacientes que nos relataram episódios em que sentiam uma alteração no que eles chamavam de "realidade". Uma jovem senhora referia que estas sensações a perturbavam há anos. Principalmente a noite e se estivesse perto de muitas pessoas. Isto a deixava insegura. Parecia fazer as coisas por instinto. Insistia em dizer que nas crises tinha a sensação de estar vivendo em um "estágio antes da realidade".
Um outro paciente com crises semelhantes acrescentava que também tinha a impressão de "não estar vivendo a realidade" e, tudo que fazia, para ele, "não tinha conteúdo emocional".
Duas crianças e dois adultos jovens que já acompanhávamos por antecedentes de convulsões, nos relataram episódios percepção alterada no movimento dos objetos e do próprio pensamento.
Ouvi deles expressões do tipo: "Os movimentos das coisas e das pessoas parecem acelerados"; "quando estendo as mãos para pegar um objeto parece que meus gestos são muito rápidos"; "as pessoas atravessam a rua muito depressa"; "fica difícil atravessar a rua com os carros todos correndo"; "tudo ao redor parece estar acelerado"; "as pessoas parecem falar muito rápido". Um dos garotos dizia ser acordado pela crise. Para um deles, o seu próprio pensamento, quando em crise, parecia ser acelerado.
Nestas horas ele evitava o diálogo com receio de demonstrar aos outros alguma perturbação. Um destes pacientes, com 23 anos é pintor e dizia que nas crises sentia que tudo se passava lentamente, seus próprios gestos ao lidar com o pincel lhe parecia ser feito em camera lenta embora os seus colegas não confirmassem esta vagaresa. Ele se sentia assim por mais de uma semana seguida entrando e saindo das crises sem qualquer motivo aparente.
Uma senhora que também acompanhávamos por ter desmaios, tinha um eletrencéfalo com alterações focais no hemisfério esquerdo e uma tomografia cerebral típica de neurocisticercose. Ela contava que vinha tendo episódios em que parecia se deslocar, se sentia estar muito longe, "como se num outro mundo", "ocupando um outro espaço". Estes episódios duravam 20 minutos e a seguir, mantendo-se sempre muito lúcida, ela sentia a cabeça vazia, ficava pálida e ofegante.
Outros quadros, mais complexos e as vezes muito elaborados, tem sido rotulado como alucinatórios e comumente relacionados com as disritimias do lobo temporal ou as patologias do sono.
Alguns pacientes se dizem sentir fora do corpo, sensação que a neurologia chama de “despersonalização”. Para outros, os objetos que vêem ou os sons que ouvem, estão aumentados, diminuídos ou distorcidos. As vezes, há uma concentração de cenas e episódios memorizados e o paciente, num relance, recapitula toda sua existência. Dá-se o nome de “visão panorâmica” da vida.
Tivemos, entre muitos outros, o caso de uma garota de 9 anos, que nos consultava devido manifestações comuns de epilepsia. Ela nos relatou que por algumas ocasiões, estando absolutamente desperta, se sente saindo do seu corpo em completa lucidez. Numa destas últimas crises estava sentada no sofá, assistindo televisão, quando, subitamente, se vê de pé, ao lado do corpo físico. Questionei sobre seus medos nesta hora e qual sua atitude ao se ver nesta duplicidade.
Ela respondeu-nos com muita simplicidade que assustada procurou se dirigir para perto da televisão para ver se o seu corpo ali sentado a acompanhava.
Os quadros que descrevemos acima não surpreenderiam a qualquer neurologista habituado a atender casos de epilepsia. Seguramente serão atribuídos à presença de distúrbio da atividade neuronal especialmente do lobo temporal e a maioria deles vai se ver livre destas crises com medicação disponível para atuar especificamente nas disritimias desta região.
É curioso, entretanto, que, estas descrições, ao relatarem como estes pacientes vivenciam ou "decodificam" a noção do sentido do tempo, da apreensão da realidade, da relação espaço-tempo no deslocamento dos objetos, da síntese e projeção do pensamento, nos permite despretensiosamente conjeturar uma série de semelhanças com certas descrições não acadêmicas na literatura espiritualista.
Os textos especializados em descrições sobre técnicas de meditação, Por exemplo, revelam que os "grandes mestres" e "místicos" que atingem os graus mais profundos de interiorização da consciência , fazem interessantes descrições em relação ao sentido do tempo, ao espaço ocupado pela matéria, à velocidade das partículas de matéria/energia que sintonizam, bem como, o turbilhão do fluxo do pensamento descrições estas que a meu ver tem correspondência muito provocativa com as dos epilépticos que aqui registramos.
Para nós espíritas, os conceitos de tempo no mundo espiritual, de espaço na dimensão extra-física, de projeções do pensamento, de deslocamento do corpo espiritual podem ser facilmente reconhecidos nesta serie de estórias que registramos. As lesões objetivas que a massa cerebral evidencia nestes quadros são para mim, nada mais que portas de intercessões entre as duas dimensões, a expressão física de uma realidade que o corpo nos permite palpar e a percepção espiritual que vivenciamos sem os sentidos perceberem.
Nubor Orlando Facure
De maneira geral o leigo reconhece a Epilepsia como uma crise assustadora e repugnante em que o indivíduo desmaia e cai ao solo se debatendo em contrações. A Bíblia faz relatos de crises que atribui a atuações "demoníacas" que lembram as manifestações epilépticas mantendo por milênios confusão e preconceitos. Dostoiewisk e Machado de Assis, portadores de epilepsia, utilizaram-se de protagonistas de seus romances para descreverem suas próprias crises. Vultos ilustres da História tiveram epilepsia mas, para o homem comum , é na sarjeta das ruas que ele costuma tomar contato e se amedrontar com a violência da crise convulsiva.
Embora Hipócrates tenha feito em seus escritos uma brilhante descrição da crise de Grande Mal, indicando o cérebro como o responsável por toda esta sintomatologia, a Epilepsia foi tida como uma doença mental pelos séculos afora e só depois do surgimento da Neurologia no século passado é que a Epilepsia passou a ser compreendida como uma síndrome decorrente de uma lesão orgânica no cérebro.
Hoje se entende a epilepsia como uma descarga elétrica desorganizada que atinge os neurônios cerebrais provocando sintomas correlacionados com a área cerebral afetada.
Embora os relatos mediúnicos do porte de Missionários da Luz ditado pelo espírito André Luiz façam descrições inconfundíveis de sintomatologia epiléptica em seus protagonistas, submissos à interferência espiritual francamente obsessora, a medicina de hoje rejeita qualquer presença espiritual na gênese de crises epilépticas, especialmente pelo temor de ver ressurgir a nefasta participação de "demônios" dos antigos textos bíblicos que a Idade Média e a Inquisição souberam tirar proveito.
Os exames sofisticados de hoje identificam os traumas, as infeções, os tumores e as degenerações entre diversas outras causas de natureza orgânica para a etiologia da Epilepsia, entretanto, nenhum destes exames está apropriado para detectar as vibrações do plano espiritual que nos fariam compreender mais profundamente a natureza essencial do problema da Epilepsia.
Nem sequer de longe pretendemos excluir a gênese cerebral da manifestação epiléptica mas, a visão exclusivamente materialista da Medicina tradicional a envolve de um obscurantismo estúpido que não lhe permite identificar um outro universo de interferência situado na dimensão espiritual que, como causa ou como agravante, interfere na freqüência e na constelação de sintomas que o epiléptico manifesta.
Negando a existência do Espírito a Medicina não consegue enxergar que, através do próprio estudo da Epilepsia ela teria muito o que aprender, Por exemplo, com o que os pacientes epilépticos vivenciam durante as chamadas "crises psíquicas" , nas quais, observa-se uma riqueza de expressão clínica cognitiva, que o simples desarranjo de neurônios em "curto-circuito" não tem argumentos para justificar.
Na classificação das crises epilépticas a Neurologia destaca um tipo de crise chamada de Crise Focal ou Parcial em que não há comprometimento da consciência e a sintomatologia será decorrente do local no cérebro afetado pela descarga neuronal desorganizada. Na área motora o paciente irá apresentar contrações musculares na mão, no braço , na perna ou em qualquer outra parte do corpo correspondente a região motora do cérebro afetado.
Numa área sensitiva os sintomas serão referidos como adormecimentos, sensações estranhas ou deformações no membro atingido.
É no grupo das crises focais que estão incluídas as crises psíquicas, nas quais, o paciente relata sensações subjetivas que experimenta espontaneamente podendo ter duração de minutos, horas ou dias.
As descrições clássicas das crises psíquicas fazem referência mais comumente às crises de "Dejà vú" e de "Jamais vú". Estes dois quadros são reconhecidos como decorrente de lesões na base do cérebro na região dos lobos temporais. No "Dejà vú" (já visto), o paciente relata uma sensação de familiaridade com o ambiente ou com as pessoas mesmo que lhe sejam estranhas e que ele as estejam vendo pela primeira vez. Num local que lhe seja completamente desconhecido o paciente ao ter sua crise sente uma forte impressão de que já conhece ou já estivera naquele lugar.
Na crise de "Jamais vú" (jamais visto) o paciente manifesta sensação de estranheza em lugares conhecidos ou por pessoas da sua convivência.
Ambas situações que descrevemos podem ocorrer ocasionalmente com qualquer pessoa normal, mas, no epiléptico, estas sensações são comumente repetitivas e duradouras.
Muitos epilépticos apresentam crises psíquicas freqüentes mas que tem merecido pouco destaque por parecerem corriqueiras como as mudanças súbitas de humor, um entristecimento súbito ou uma agressividade imotivada e desproporcional que pode beirar à violência.
Neste artigo, estou interessado em relatar outros tipos de crises psíquicas, relativamente raras em que os próprios pacientes tem muita dificuldade em achar termos adequados para descreve-las. Elas merecem ao meu ver um estudo meticuloso procurando-se valorizar as verdadeiras sensações destas experiências subjetivas que os pacientes procuram nos passar, sentindo inclusive, com freqüência, a incredulidade com que a maioria dos médicos manifestam ao ouvi-los.
Os relatos destas crises, à primeira vista parecem inconsistentes, inverosímeis, superficiais, misturando-se com os sintomas da própria ansiedade com que os pacientes convivem quando vítimas deste tipo de crise. Elas podem ser muito demoradas e não tem o caráter ictal de subtaniedade das crises convulsivas. Não há uma afetação da consciência mas sim da percepção de funções complexas como da noção de tempo, do espaço, da realidade, do movimento, da noção do Eu e até do pensamento.
Estas várias sensações ao nível da vivência psíquica do indivíduo, a mim parecem fornecer preciosa observação da fronteira entre as experiências vividas física ou espiritualmente por estes pacientes.
Uns poucos relatos que fizeram estes pacientes, me ajudaram a confirmar que o mundo mental de cada um de nós transita numa dimensão espiritual que transcende a experiência física. Um deles é médico, freqüenta meu consultório desde garoto por ter convulsões decorrentes de neurocisticercose e recentemente procurou-me com uma certa inquietação tentando relatar, ele acompanhado pela esposa que, nos últimos dois dias tinha perdido a capacidade de acompanhar a passagem do tempo. Não era a identificação do tempo das horas ou do dia e da noite. Ele dizia ser uma perda da "noção do tempo". Os acontecimentos processavam-se na sua mente e quando ele se dava conta estes acontecimentos já tinham acabado de ocorrer.
Ao dirigir-se para seu consultório conduzindo seu carro pela estrada, fazia as curvas, mas sempre com a idéia de que isto não lhe tomava tempo, porque ocorria na sua mente, literalmente falando, antes de acontecerem fisicamente. O que tinha em mente, do trajeto que percorria, não era uma imaginação, era o próprio acontecimento . Dizia que não lhe fazia sentido o antes ou o depois porque tudo que ocorria em seqüência ele vivenciava ocorrendo simultaneamente.
Sua esposa o ajudava como auxiliar de anestesia e na entrevista me contava que apesar de permanecer o tempo todo com estas sensações que descrevia ele procedia normalmente enquanto anestesiava seus pacientes, apenas dizia que, toda atitude que tomava já lhe parecia ter ocorrido não como uma premunição mas como um acontecimento "já feito" , se assim podemos dizer por ele, e, ao terminar a anestesia, para sua mente, os fatos lhe pareciam continuar acontecendo.
A neurologia descreve, também, um estado de crise psíquica em que o paciente tem a sensação constante de estar vivendo um sonho. É chamado de "Dreamy States" pelos clássicos.
Tivemos dois pacientes que nos relataram episódios em que sentiam uma alteração no que eles chamavam de "realidade". Uma jovem senhora referia que estas sensações a perturbavam há anos. Principalmente a noite e se estivesse perto de muitas pessoas. Isto a deixava insegura. Parecia fazer as coisas por instinto. Insistia em dizer que nas crises tinha a sensação de estar vivendo em um "estágio antes da realidade".
Um outro paciente com crises semelhantes acrescentava que também tinha a impressão de "não estar vivendo a realidade" e, tudo que fazia, para ele, "não tinha conteúdo emocional".
Duas crianças e dois adultos jovens que já acompanhávamos por antecedentes de convulsões, nos relataram episódios percepção alterada no movimento dos objetos e do próprio pensamento.
Ouvi deles expressões do tipo: "Os movimentos das coisas e das pessoas parecem acelerados"; "quando estendo as mãos para pegar um objeto parece que meus gestos são muito rápidos"; "as pessoas atravessam a rua muito depressa"; "fica difícil atravessar a rua com os carros todos correndo"; "tudo ao redor parece estar acelerado"; "as pessoas parecem falar muito rápido". Um dos garotos dizia ser acordado pela crise. Para um deles, o seu próprio pensamento, quando em crise, parecia ser acelerado.
Nestas horas ele evitava o diálogo com receio de demonstrar aos outros alguma perturbação. Um destes pacientes, com 23 anos é pintor e dizia que nas crises sentia que tudo se passava lentamente, seus próprios gestos ao lidar com o pincel lhe parecia ser feito em camera lenta embora os seus colegas não confirmassem esta vagaresa. Ele se sentia assim por mais de uma semana seguida entrando e saindo das crises sem qualquer motivo aparente.
Uma senhora que também acompanhávamos por ter desmaios, tinha um eletrencéfalo com alterações focais no hemisfério esquerdo e uma tomografia cerebral típica de neurocisticercose. Ela contava que vinha tendo episódios em que parecia se deslocar, se sentia estar muito longe, "como se num outro mundo", "ocupando um outro espaço". Estes episódios duravam 20 minutos e a seguir, mantendo-se sempre muito lúcida, ela sentia a cabeça vazia, ficava pálida e ofegante.
Outros quadros, mais complexos e as vezes muito elaborados, tem sido rotulado como alucinatórios e comumente relacionados com as disritimias do lobo temporal ou as patologias do sono.
Alguns pacientes se dizem sentir fora do corpo, sensação que a neurologia chama de “despersonalização”. Para outros, os objetos que vêem ou os sons que ouvem, estão aumentados, diminuídos ou distorcidos. As vezes, há uma concentração de cenas e episódios memorizados e o paciente, num relance, recapitula toda sua existência. Dá-se o nome de “visão panorâmica” da vida.
Tivemos, entre muitos outros, o caso de uma garota de 9 anos, que nos consultava devido manifestações comuns de epilepsia. Ela nos relatou que por algumas ocasiões, estando absolutamente desperta, se sente saindo do seu corpo em completa lucidez. Numa destas últimas crises estava sentada no sofá, assistindo televisão, quando, subitamente, se vê de pé, ao lado do corpo físico. Questionei sobre seus medos nesta hora e qual sua atitude ao se ver nesta duplicidade.
Ela respondeu-nos com muita simplicidade que assustada procurou se dirigir para perto da televisão para ver se o seu corpo ali sentado a acompanhava.
Os quadros que descrevemos acima não surpreenderiam a qualquer neurologista habituado a atender casos de epilepsia. Seguramente serão atribuídos à presença de distúrbio da atividade neuronal especialmente do lobo temporal e a maioria deles vai se ver livre destas crises com medicação disponível para atuar especificamente nas disritimias desta região.
É curioso, entretanto, que, estas descrições, ao relatarem como estes pacientes vivenciam ou "decodificam" a noção do sentido do tempo, da apreensão da realidade, da relação espaço-tempo no deslocamento dos objetos, da síntese e projeção do pensamento, nos permite despretensiosamente conjeturar uma série de semelhanças com certas descrições não acadêmicas na literatura espiritualista.
Os textos especializados em descrições sobre técnicas de meditação, Por exemplo, revelam que os "grandes mestres" e "místicos" que atingem os graus mais profundos de interiorização da consciência , fazem interessantes descrições em relação ao sentido do tempo, ao espaço ocupado pela matéria, à velocidade das partículas de matéria/energia que sintonizam, bem como, o turbilhão do fluxo do pensamento descrições estas que a meu ver tem correspondência muito provocativa com as dos epilépticos que aqui registramos.
Para nós espíritas, os conceitos de tempo no mundo espiritual, de espaço na dimensão extra-física, de projeções do pensamento, de deslocamento do corpo espiritual podem ser facilmente reconhecidos nesta serie de estórias que registramos. As lesões objetivas que a massa cerebral evidencia nestes quadros são para mim, nada mais que portas de intercessões entre as duas dimensões, a expressão física de uma realidade que o corpo nos permite palpar e a percepção espiritual que vivenciamos sem os sentidos perceberem.
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