sábado, 12 de janeiro de 2013

Um chefe rigorosíssimo


Um chefe rigorosíssimo
Nubor Orlando Facure

Não se vê mais aquele tipo de médico/professor como Rolando Tenuto do Hospital das Clínicas em São Paulo 1965. Caminhava pela enfermaria com aquele cortejo de assistente atrás – alguns até mais velhos que ele, mas sempre lhe mantendo respeito e distância – havia uma hierarquia rígida para falar com ele, nesse ano eu estava no fim da fila.
Tudo se transformava na hora de uma cirurgia. Era uma vitória ser escalado para fazer parte da equipe que ia ajuda-lo a operar um tumor cerebral. Silêncio total, eu ali do lado dele impedido de abrir a boca vigiado pelo olhar dos demais assistentes. De repente ele me pergunta: você é parente da Dra. Ivone Facure, anestesista? Não a conheço professor. Fui com ela numa sessão de materialização, diz o professor Tenuto.
Sou espírita, gostaria de saber o que o senhor achou. Primeiro sentimos cheiro agradável, depois uma música – quando disseram que estava presente o famoso cantor Francisco Alves eu não acreditei até ouvir sua voz cantando.
O senhor chegou a ficar convencido do fenômeno? – minhas pernas estavam sem chão para lhe fazer essa pergunta – os assistentes me olhavam como que dizendo – vamos ti matar na saída.
O Professor Tenuto então me disse: fui cumprimentado de perto, toquei neles e a sensação é de humidade, firo e um medo terrível.


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