Mediunidade perturbada
Nubor Orlando Facure
No sítio Santa Rosa
Nasceu numa chácara nas vizinhanças de Votuporanga teve uma infância tranquila junto aos pais e 8 irmãos. Essa é Camila Santos, menina magrinha, estudiosa, que está sempre pronta para ajudar a mãe nas lidas da casa e com os irmãos menores. Camila é responsável por juntar as crianças na hora de tomarem a perua que as leva para a escola. O pai é enérgico e, as vezes, se desentende com a esposa, criando um ambiente de desconforto com as crianças. Aos 12 anos Camila está ficando cada vez mais irritada, intolerante, arrumando briga por qualquer palavra áspera ou determinações mais firme da mãe.
Um dia, ela acorda com aparência diferente, sensação de nojo expressa no rosto, dizendo que sentia cheiro de sangue dentro do estômago. Ameaçava vomitar, mas, com o estômago vazio, não saia nada. O quadro foi se agravando, Camila não conseguia mais se alimentar, enfraqueceu e, na semana seguinte, foi preciso tomar soro num hospital da cidade.
Ribeirão Preto
Um neurologista pede para entrar no consultório sua primeira paciente do dia. É Camila Santos e a família. Ele recebe as informações do comportamento agressivo da menina e daquele gosto de sangue que continua incomodando, não na boca, ela insiste, é no estômago. Foram feitos exames e o médico neurologista diagnostica epilepsia, iniciando o uso de medicação específica para crises.
Crise na escola
Camila não volta do recreio. Todos na sala de aula, com auxílio da professora, passam a procura-la. Foi encontrada no gramado de educação física, andava dando voltas de um lado para outro, sem se dar contra da presença dos colegas chamando-a. Ela murmura para si mesmo, repetia frases que ninguém entendia e parecia estar falando num sotaque extrangeiro.
Estudando em São Paulo
Agora Camila está com 19 anos e estuda enfermagem em São Paulo. O contato com os pacientes a vezes a afeta muito, tendo a sensação de sofrer os mesmos sintomas que ouve eles relatarem. Sente dores pelo corpo, muita fadiga, falta o ar, sono perturbado, vem tendo pesadelos sempre “com coisa ruim”. Num os seus plantões “passou mal”, parecia ter tido um breve desmaio e não sabia onde estava, tudo lhe parecia estranho e, pela primeira vez ela parecia estar ouvindo vozes – o que a deixou muito assustada.
No dia seguinte, uma tranquila quarta-feira, Camila foi até a farmácia vizinha de casa a procura de um analgésico comum. Teve a sorte de ser atendida pelo Sr. Mauro, velho farmacêutico que a ouve pacientemente.
Logo mais a noite, os dois estavam num Centro Espírita próximo e Camila está na fila do passe. Sem se dar conta, o Sr. Mauro estava mudando definitivamente o destino de Camila Santos
Patos de Minas
Camila Santos mal tem tempo para a família. É Diretora de um lar de crianças órfãos. Trabalha como enfermeira num postinho da Prefeitura fazendo parte da equipe de visitação domiciliar. Duas noites por semana usa seus dons mediúnicos em sessões de desobsessão e no domingo pela manhã é professora numa classe de evangelização. Desde aquela quarta-feira quando tomou seu primeiro passe em companhia do farmacêutico Mauro ela gradativamente deixou para traz seus antigos remédios de epilepsia.
Lição de casa
Doenças físicas e espirituais não se separam. Elas se juntam permitindo que o Espírito se recomponha pela dor ou pelas limitações físicas necessárias.
Abençoamos todo tratamento médico, mas, um código de conduta moral e empenho sincero na prática do bem ao próximo exercem efeitos transcendentes e regeneradores
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