A Loucura e a vingança
Nubor Orlando Facure
Casa Branca
Dejanira é uma menina de 13 anos que, desde bebezinha, é criada pelos tios num sítio de Casa Branca. Ela, frequentemente, acorda gritando, se agitando, mostrando no rosto uma expressão de pavor. O médico diagnosticou terror noturno afirmando que, por enquanto não precisava medicação. Nos gritos que ela dava a noite era possível perceber uma voz feminina diferente da sua entremeio aos palavrões.
De um dia para o outro, sem qualquer justificativa, Dejanira acorda diferente, extremamente agitada, falando de maneira confusa, dizia que aquela não era a casa dela e que seu plano era matar Seu Jovino, tio de Dejanira. Tentando dialogar, usando de muita calma, Dona Odete, a sua tia é recebida com deboche e humilhada grosseiramente por Dejanira.
Levada às pressas para Ribeirão Preto, Dejanira foi internada com o diagnóstico de um surto psicótico. Sua internação durou 15 dias recebendo alta praticamente normalizada.
Em casa, ela passa todo tempo isolada no quarto e cinco dias depois o quadro reinicia com um nível maior de agitação. O Foco da sua agressão continua sendo o tio, que, gratuitamente ela xinga, as vezes lhe atira objetos pesados e fala sem parar em vingança
Em busca de paz
Seu Jovino e dona Odete são devotos de Santa Clara e, por conselhos de parentes realizam uma novena pedindo a cura da afilhada. Sem resultado algum, uma sobrinha de Jovino leva até a casa deles Dona Leonor, uma conhecida benzedeira da cidade. Orações e promessa não mudaram o curso do quadro de Dejanira que piorava cada vez mais. O jeito era voltar para a internação em Ribeirão preto
Franca do Imperador
A cidade de Franca não é distante de Casa Branca e, com a mesma facilidade que se vai aos recursos médicos de Ribeirão Preto pode-se ir até Franca onde existe um grupo espírita de renome. Ali, Dona Odete tem uma prima que, como é costume no interior, poderá acolher Dejanira enquanto ela se trata no Centro espírita.
Depois de dois meses de reuniões recebendo passes e frequentando a sessões de “desobsessão” , o quadro de Dejanira começa a amenizar-se
Através de médiuns manifesta-se o Espirito de uma jovem que justifica sua intenção de vingança cobrando “justiça” por parte de Jovino. Os dois estiveram juntos em outra vida quando ela, Deolinda Santos, filha de um rico português de São João Del Rei, lhe fora prometida em casamento. Num relacionamento impensado Deolinda, com 17 anos fica grávida e vê seu mundo desabar. Sua mente frágil não suporta a pressão social e ela “enlouquece” sendo internada num sanatório de Barbacena onde a medicação forte lhe faz perder a criança. Sessões seguidas de eletrochoque acabaram por deteriorar mentalmente Deolinda que depois de 20 anos em que permaneceu internada veio a falecer, completamente perturbada
Dejanira é essa filha que ela perdeu quando se internou em Barbacena. Seu intuito hoje é levar Jovino a morte para completar sua vingança.
A solução espiritual
Socorristas da espiritualidade, numa das manifestações de Deolinda a levam aprisionada para uma instituição educacional nas vizinhanças de Casa Branca. Dois anos depois ela foi levada a um reencarnação compulsória vindo à luz num parto complicado em que a mãe veio a falecer. No mês seguinte, nossa Deolinda está sendo acolhida como filha adotiva do casal Seu Jovino e Dona Odete trazendo, mais uma vez, a benção da reconciliação
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