quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Onde o nosso cérebro “falha” ?

Nubor Orlando Facure

Nossos “falhas”

A palavra falha eu a coloquei entre aspas porque a afirmação pode não ser tão verdadeira assim. Explicando melhor: é mesmo uma falha quando o cérebro nos fornece uma informação errada ? Erramos o nome de um amigo, erramos o endereço do dentista, não vi uma amiga que cruzou minha frente, comprei um sapato esportivo quando na verdade nunca fiz qualquer esporte, comprei uma televisão nova sem precisar. Cada um desses “erros” merece uma análise mais profunda sobre suas motivações

Onde nosso cérebro parece “falhar” ?

1 - Nossas memórias não são confiáveis

Principalmente falhamos com a nossa memória. Ela é pouco confiável e tendenciosa. Lembramos mais de coisas que nos agradam. Somos amigos da filha do professor de matemática e todo mundo sabe que suas aulas não são nada fáceis, mas, nos recordamos de vários episódios delas melhor que da chata da professora de geografia.

2 - Testemunhamos inverdades

Servir de testemunha ocular não tem o mesmo valor de uma cena revelada por uma câmera oculta. Nossos relatos de qualquer episódio que testemunhamos é nada mais que uma história que inventamos com dados aproximadamente verdadeiros sobre o fato em si. Descrever uma briga entre seu filho e o filho do vizinho revela o quanto distorcemos os fatos a nosso favor.

3 - A propaganda nos engana facilmente

A televisão é repetitiva na propaganda de produtos de marcas famosas. O celular, o Tablet, o Notebook, a bolsa da esposa, o tênis do neto, o vinho do genro, a ótica que procuro todo ano para renovar os óculos e o ar condicionado que precisei trocar no consultório. Nosso cérebro se entrega escandalosamente ao poder da propaganda. O quanto ha de verdade em cada uma delas o nosso cérebro, frequentemente, é impotente para perceber e fugir de informações discutíveis

4 – Tomamos decisões emocionais

A filha pede mais uma vez para viajar com uma colega. Não ponderamos os riscos nem os custos. Acabamos autorizando a viajem porque nosso coração nos impede de fazer qualquer exigência que possa magoar essa filha.

Pergunte a um brasileiro qual vinho ele prefere: um vinho francês ou um argentino, um vinho barato ou um vinho caro, veremos o quanto haverá de emocional nessas escolhas

5 – Nossas respostas podem mudar conforme a pergunta e o contexto

Num mesmo dia me pediram dinheiro em duas ocasiões: Uma delas foi minha esposa, queria pagar a dívida acumulada com o cabelereiro. A outra foi meu contador, pedia dinheiro para pagar impostos. É claro que minha esposa teve de esperar

6 – Somos imediatistas, preferimos o prazer imediato a esperar pela recompensa

Nossos Magazines não pensam assim. Eles estão vendendo roupas em 8 prestações, com dois meses de carência. E o pior é que o comprador brasileiro faz a compra convicto de que está levando vantagem

7 – Nossos medos são quase sempre irracionais

Não ha quem não tenha medo de alguma coisa. Medo de baratas, de cobra, de escuro, de elevador e, é muito comum alguém ter medo de avião. Na verdade, as estatísticas demonstram que o avião é o meio de transporte com menor numero de acidentes

8 – Pregamos mentiras para nos defender

Você está com o meu dinheiro? Não. Você mexeu com minha mulher? É claro que não. Você colou na prova? Eu não. Foi você quem trouxe essa arma? Nem sei o que é isso. Você sabe onde está o chefe. Não o vi hoje

9 – Somos supersticiosos e adoramos acreditar no sobrenatural

Pedimos ajuda para tudo quanto é santo. Acreditamos que São Pedro controla a chuva. Muitos gostariam de ler a sorte e admitem que exista verdade em horóscopos, números ou pedrinhas. O jogador de futebol reza e se benze antes de entrar em campo e, pensa que usar a mesma meia ou a mesma camisa do último campeonato pode ajudar a repetir o sucesso de antes

1 0 - Na maioria da vazes o cérebro nos faz sentirmos mais jovens, mais bem preparados para determinado desafio e com bom senso suficiente para fazermos boas escolhas

11 – Nosso modo de ver o mundo depende das nossas crenças

Cada um vê o que acredita estar vendo mesmo que não seja essa a realidade. O uniforme de um bombeiro nos faz imaginar que estamos diante de um herói, os adornos de um índio nos leva a pensar num guerreiro, a comida exótica dos chineses podem nos provocar mal estar, atribuímos nossas dores reumáticas a mudanças do tempo, escapamos de um acidente e atribuímos a Deus essa sorte, acreditamos que o tempo chuvoso provocou o sucesso da colheita de uva, encontramos um amigo por puro acaso, o peão de rodeio para uns é herói e para outros é bandido, as touradas para uns são esportivas e para outros criminosas, a caça a raposa é nobre para os ingleses, é sórdida para qualquer biólogo

12 – Somos muito bons em certas tarefas de alta complexidade e falhamos muito em outras bem mais simples

Por exemplo: conseguimos ler em alta velocidade um texto com centenas de palavras e compreendemos com segurança infalível tudo que estamos lendo.

Conseguimos identificar dezenas de rostos conhecidos na festa de casamento do nosso neto

Entretanto: nossa matemática é muito falha – demoramos muito para calcular quanto é 47 multiplicado por 15 e 459 dividido por 18

Nossa noção de números prefere a aproximação do que a precisão – no meio do mato podemos ver uma ou duas cobra e, se houver mais que isso, é melhor ver muitas e sair correndo, do que ficar contando quantas são

13 – Quando fazemos previsões futurística costumamos ter um alto grau de confiança nelas, mesmo sabendo que as estatísticas mostram que erramos na maioria das vezes.

Insistimos na certeza que temos de que tal coisa vai acontecer – o gerente vai emprestar o dinheiro que eu preciso, o Corinthians dessa vez vai ganhar, seu filho será feliz no casamento, vamos para a praia descansar

Lição de casa

Se há uma coisa que nos faz realmente sermos humanos são justamente essa falhas no nosso cérebro

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