domingo, 19 de julho de 2015

Estou sonhando - a imaginação e a metacognição

Estou sonhando - a imaginação e a metacognição


Certa vez uma paciente me ensinou que o sonho é a gente mesmo que faz
Parece que isso, frequentemente, é verdade.
Uma preocupação que nos incomoda de dia, repercute no conteúdo anárquico do nosso sonho a noite
A visita surpresa de um parente querido o faz ser personagem do sonho agradável naquele dia
O jantar pesado ou tenso, povoa o sonho de monstros, brigas, sexo e tragédias
Esse tipo de sonho é uma construção imaginária que nossos neurônios constroem várias vezes todas as noites - tem função de reposicionar nossas memórias
O problema é que a maioria de nós tem amnésia imediata, nossas imagens desaparecem assim que despertamos. É como se o arquivo dos sonhos não usassem a tecla de salvar quando a gente acorda - o cérebro não guarda o texto que imaginou sonhando

Sonhos Lúcidos:
Para algumas raras pessoas ou a maioria de nós em algumas raras ocasiões, temos preservada a consciência em sua total plenitude durante os chamados "sonhos lúcidos".
Eles são mais comuns justamente naquelas pessoas que habitualmente se lembram do que sonham
Pessoas bem trenadas são capazes de movimentar os olhos ou mover os dedos sinalizando que estão cientes de estarem sonhando com lucidez e isso pode ser comprovado por equipamentos de monitoramento num laboratório de sono
A neurologia já aceita que nossa consciência vivencia vários estados de maior ou menor lucidez, já comprovou que o sonho lúcido é uma experiência real da consciência, um tipo de lucidez que pode ser chamada de metacognição.
O que precisamos comprovar, mais claramente, é que existe um outro “ambiente de experiência psíquica” para nossa consciência - uma dimensão extrafísica ou espiritual.
É nesse ambiente que deve ocorrer tanto o sonho lúcido, como as experiências fora do corpo e as experiências de quase morte - fenômenos fartamente descritos nas últimas décadas
Entretanto, a maioria dos pesquisadores deixa de investigar qual tipo de “corpo” estamos usando durante esses episódios e quais as propriedades desse “ambiente”

Esse é um campo vasto de especulação que o futuro vai nos revelar com informações surpreendentes

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Neurologia da Consciência

Neurologia da Consciência
Nubor Orlando Facure


Nosso corpo é uma excelente máquina para sentir e reagir a estímulos do mundo
A evolução aprimorou órgãos de excelência para os sentidos da visão, audição, tato, cheiro, gosto, movimento e muito outros que sutilmente nos estimulam
A cada dia, logo que acordo, ponho em funcionamento esses milhares de terminais nervosos que me situam no mundo e fazem uma varredura em todo meu corpo para iniciar minhas atividades
Vale a pena rever alguns incômodos e transtornos no funcionamento desse magnífico “sistema ativador da Consciência”
1 - Uma experiência comum vivenciamos depois de uma viagem longa. Geralmente, a gente acorda, no dia seguinte, no quarto escuro do Hotel – o cansaço e a estranheza do lugar nos mantém meio que confusos por algum tempo, procurando saber onde estamos, que lugar é esse, o que se passa conosco
2 – O anestesista usa várias drogas que nos põe para dormir em 2 ou 3 minutos. Mas quem já passou por isso sabe como é complicado acordar da anestesia e reassumir a mente – é uma hora que a maioria de nós se comporta como uma criança e fala as bobagens de um bêbado de rua
3 – O uso de substâncias psicoativas como os calmantes, os antidepressivos e principalmente o LSD, perturbam de tal modo as nossas percepções que dá a impressão de existirmos em outra dimensão, com formas, cores, dimensões e sentimentos totalmente alterados
4 – Recuperar-se de um trauma de crânio pode infantilizar, confundir, agitar e despersonalizar sem poupar gente de alto nível intelectual
5 – Lesões cerebrais orgânicas como tumores, encefalites, doenças degenerativas comprometem de maneira progressivamente fatal a nossa consciência
6 – Os ataques epilépticos com muita frequ6encia provocam “um branco”, um “alheamento” uma gesticulação aparvalhada, desconexa em que o paciente vive uma outra realidade
7 – Os místicos e meditadores bem treinados são capazes de construir para si um novo “estado de consciência” vivendo experiências psíquicas indescritíveis
8 - Uma lição Espírita:
A morte produz uma grande mudança no nosso estado mental
Um choque de realidade
Um novo ambiente físico e psíquico
Compartilhamos experiências com quem se qualifica no mesmo nível espiritual que o nosso
Ocorrem novas sensações
Somos atingidos por estímulos de mentes que vibram com a nossa sintonia psíquica
Atraímos imagens que respondem aos nossos desejos mais íntimos
Identificamos situações que nos confundem dificultando nos situar na nova realidade
Saber que estamos vivos se mistura com a convicção de que já morremos
Acordar da anestesia, ou de um sonho ou dos efeitos de um sedativo não tira a gente do ambiente físico que estamos acostumados. Mas, a morte exige um outro grau de percepção, um outro nível de conhecimento uma nova consciência que conseguiu se libertar da ilusões do mundo material que nos aprisiona

É bom nos preparar sabendo que nenhum de nós estará aqui para sempre

O Tablet e a Consciência

O Tablet e a Consciência
Nubor Orlando Facure


A Consciência seria apenas uma propriedade intrínseca do Espírito humano?
Ou ela é uma forma elevada de “espelhamento” da realidade – do que se passa dentro e fora de nós?
Quando o Homem muda seu ambiente, criando e transformando seu modo de vida a sua Consciência sofrerá mudanças?
O Homem primitivo pensava o Mundo de maneira diferente de nós?
A Arte, a Cultura, a coesão social, a comunicação uns com os outros, a criação de instrumentos que estenderam nossas forças e nossos sentidos, a alfabetização e a escrita mudaram a nossa consciência?
O Tablet é um dos maiores “milagres” da criação humana – ele, por acaso, criará outra consciência em nós?
O Mundo será pensado de maneira diferente depois dele?
Nossa consciência será fruto dos seus aplicativos?
Esse Tablet atinge exponencialmente os predicados da Arte e da comunicação em todas as Culturas.
Ele dispensou as convenções de uma linguagem humana formal que teria de ter para que fosse usado no extenso universo linguístico de todos os povos - lida com códigos universais
O Tablet só utiliza gestos – provocativamente, apenas 3 gestos: “apertar” com o dedo, “empurrar” o texto e “beliscar” a imagem – pronto, “abracadabra” , “touché”, toda mágica está feita e temos diante de nós a Biblioteca Nacional de Paris ou os relevos dos Alpes, o Atelier de Picasso ou as oficinas da Mercedes Benz.
O que isso fará na Consciência das nossas crianças?
Elas estão inscritas num mundo do futuro nos deixando para traz



domingo, 28 de junho de 2015

Madeleines, para onde foram?


Madeleines, para onde foram?
Nubor Orlando Facure


A maior parte das minhas memórias ficaram de fora do meu cérebro e hoje elas estão me abandonando lentamente
Marcel Proust as encontrou no cheiro das Madeleines que saboreava
Parece que todas as coisas estão perdendo significado e levando minhas memórias com elas
Eu ainda as vejo nos vitrais das Igrejas que descrevem as estações do martírio de Jesus
Nos meus medos da pintura do demônio que dizem espreitar meus pecados
No frio do meu corpo nos barulhos das cachoeiras que me refrescavam
No trinado agitado dos pássaros que me acordavam começando a madrugada
No ruído de passos chegando quando roubei o primeiro beijo sem perceber sua mãe que estava tão perto
No milho assado na brasa do fogão a lenha espremido no canto da nossa cozinha
Na escuridão da noite que se aproximava encerrando as brincadeiras de pega-pega
No primeiro livro que li, deixando apenas o título de lembrança – Dois corações

Não foram embora as minhas memórias, o que me deixou foi o valor que dei a coisas que hoje já não me importam mais

sábado, 20 de junho de 2015

A fisiologia do Olhar

A fisiologia do olhar
Nubor Orlando Facure


A leitura e a escrita são grandes invenções humanas, mas elas estão limitadas pela capacidade do nosso olhar. 
Enxergamos o texto de um livro, saltando com os olhos de uma palavra para a outra 4 a 5 vezes por segundo, conseguindo ver 9 letras em cada sacada 
Cada pedacinho que vemos conseguimos compreender seu significado em 50 milésimos de segundos
Isso, por si só, é um milagre prodigioso. 
Conseguimos ler 400 a 500 palavras por minuto chegando, mesmo, a antecipar o significado do texto que vamos percorrer com os olhos.

Por outro lado, o pensar e o sentir são, completamente diferentes, aqui não ha limites para a Alma

Oito Pecados do Esquecimento

Oito pecados do Esquecimento
Nubor Orlando Facure


O Esquecimento
Ninguém quer tê-lo, mas cada um tem um pouco, todos o rejeitam, mas todos precisam mais dele do que imaginam – esquecer onde deixou o celular é terrível, mas, sem esquecer as magoas a vida seria um tormento – é quando a memória tiraniza
1 – A Temporalidade
O passar do tempo enfraquece a memória – já não me lembro onde ficava aquele pé de Jambolão que na época de criança a gente subia para se esconder
2 – A rapidez
Certos fatos nos abandonam com extrema rapidez – quando cheguei à cozinha me esqueci do que fui fazer lá
3 – A Distração
Foi bobeira minha, eu me distrai com a televisão e esqueci de dar o recado, agora é tarde, ela já saiu de casa e eu perdi a ocasião de marcar um novo encontro
4 – O Bloqueio
É meu nervoso, quando chego perto de certas pessoas, fico inibido e esqueço o que tinha para falar – parece-me com aqueles dias de prova na escola
5 – A Confusão
“Misturei estação”, pensei que o recado era para a Geninha e eu devia ter falado é com a irmã dela, só depois me lembrei que era para guardar segredo e acabei pondo tudo a perder
6 – A Sugestão
Você ficou falando da roupa dela e me fez lembrar o casamento que fomos juntos – deu nisso, acabei comentando coisa que não devia, fui me lembrar daquela coisa horrível que ela estava vestindo naquele dia e não me aguentei, tive de ti contar
7 – A Distorção
Naquela época a gente ouvia o futebol pelo rádio, o locutor nos produzia uma vibrante emoção. Hoje, podendo acompanhando os lances pela televisão podemos perceber o quanto o locutor distorcia os fatos, torcendo para seu time
8 – A Persistência

Eu quero lembrar quem foi para a praia com a gente, naquele dia, mas, não me sai da cabeça, só consigo pensar na loucura que foi procurar o Pedrinho que, tinha sumido na praia, pois todo mundo desesperado para encontra-lo.