Recompondo o passado
Nubor Orlando Facure
Ano de 1375
Numa antiga aldeia portuguesa entre Coimbra e Lisboa, Eulália estava prometida em casamento para Diogo Silva, proprietário de uma rica gleba de plantação de oliveiras. Silva era 20 anos mais velho que Eulália, moça jovial, festeira, cujo coração havia se enamorado anteriormente por José Antônio das Rosas, auxiliar de serviços gerais na marcenaria do pai.
Não aceitando o destino que a família traçou à sua revelia, Eulália e José Antônio arquitetam um plano de fuga. Era possível, naquele tempo, fugirem para a Espanha e levarem uma nova vida sem serem incomodados - bastaria um pequeno descuido dos pais e Eulália poderia por seu plano de fuga em prática. Entretanto, temerosa de alguma vingança por parte de Diogo Silva, ela consegue,com a ajuda de pessoas inescrupulosas, derramar poderoso veneno numa taça de vinho de Diogo que tem suas vísceras corroídas com grande sofrimento produzindo-lhe a morte imediata
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Ano de 1806
Cidadezinha no interior da França, onde a Misericórdia divina favorece uma oportunidade de recomposição do passado. Família abastada tem rica plantação de uva, onde trabalham juntos os 3 filhos. Estão reunidos, nessa nova roupagem, 3 irmãos que são nossos personagens do passado: Eulália, José Antônio e Diogo Silva.
A infância e a juventude transcorreram rápidas afetadas apenas por atritos de ciúmes entre Eulália e Diogo. Por interesses comerciais José Antônio viaja para a América a negócios e, dois anos se passam sem que ele dê qualquer notícia. Noite chuvosa, os pais de Eulália e Diogo sofrem acidente fatal numa estrada traiçoeira que escondia buracos na pista.
A maquinação do passado distante ainda permanece impressa nas memórias de Eulália. Esse Espírito ainda não se libertou de tendências perturbadoras que marcam sua história de vida na encarnação anterior. Confirmando que, mesmo sem que a consciência se dê conta disso, nós somos sempre herdeiros de nossas boas e más tendências.
A índole criminosa de Eulália se manifesta outra vez e, de novo, ela elimina Diogo Silva para ficar com toda fortuna da herança paterna
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Ano de 1948
Bairro pobre do Rio de Janeiro pai e filha estão atentos à leitura do evangelho em humilde centro espírita. Ali estão José Antônio e Eulália. A mocinha com 19 anos é órfã de mãe que faleceu num parto traumatizante. Eulália sofre de um retardo que exige constantes consultas em clínicas especializadas. Está sendo reeducada devido a uma paralisia cerebral, com um transtorno psíquico grave. Faz uso de medicação para ajuste de um comportamento impulsivo, com períodos de extrema agitação. Sofre de convulsões que os remédios em doses sonolentas ainda não conseguiram controlar.
No centro espírita que frequentam, uma manifestação mediúnica inesperada faz uma revelação surpreendente. É Diogo Silva, exigindo a vida de Eulália. Está ciente da autoria dos dois crimes que ela arquitetou, descreve o que ela fez para matá-lo duas vezes e o período de perseguição que por séculos vem conduzindo contra Eulália
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Ano de 2005
Num Hospital Universitário no interior do Brasil a equipe cirúrgica reunindo mais de uma dezena de médicos está terminando um procedimento complexo e arriscado. Está separando duas crianças que nasceram unidas pelo tórax. São Eulália e Diogo em mais um dos seus encontros dessa vez unidos compulsoriamente pela Justiça Divina
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Lição de casa
Quatro encarnações traumáticas agravando compromissos, acumulando débitos com a Justiça Divina.
Por mais chocante que possam parecer, esses relatos aqui registrados, são histórias compartilhadas em vidas pregressas de todos nós.
Apesar do tamanho do dissabor, redobremos nossa disposição de atendermos a palavra de Cristo: "reconciliai primeiro com seu adversário"
quarta-feira, 27 de julho de 2011
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