quinta-feira, 14 de julho de 2011

O fenômeno de "quase morte"
Nubor Orlando Facure


A Tv Band acaba de nos apresentar ótimas reportagens no seu horário nobre sobre o fenômeno de "quase morte" que médicos têm testemunhado em pacientes "ressuscitados" de parada cardíaca. Pena que um dos neurologistas entrevistado não parecia ter experiência sobre o tema e acaba afirmando que não há explicações científicas sobre o assunto. Nada disso, há muita gente séria estudando o assunto – Eu mesmo publiquei numa revista médica um artigo sobre o "corpo mental" onde trato cientificamente sobre o tema.

Experiências neurocirúrgicas estimulando as regiões parietais do cérebro têm reproduzido sensações de estar fora do corpo. Um famoso Neurocientista, durante o programa da Band, repete afirmações relacionando o fenômeno de saída do corpo com esses estímulos no córtex cerebral - deixa então a idéia de que a "experiência de quase morte é uma ilusão". Para mim, é mais um que está expondo sua ignorância sobre o tema.

Vamos ver porque:
Se o fenômeno é uma ilusão, os relatos de quem sobrevive deveriam ser fantasiosos e particular de cada um que sonha pensando com essa nova realidade.
O "choquinho" que os neurocirurgiões aplicam no cérebro produz a sensação de "estar fora do corpo", mas, não traz o conteúdo das descrições que os pacientes já fizeram - e que a literatura sobre o assunto é muito rica.
Vamos destacar alguns dos relatos verdadeiros:
Classicamente os pacientes relatam estar "acima" do ambiente onde ocorrem os esforços da equipe médica que lhe presta socorro. Ouvem as conversas e registram referências sobre seu estado crítico.
O surpreendente é que descrevem objetos situados "embaixo" da mesa cirúrgica. Não é apenas a sensação de estar fora do corpo, são capazes de fazer relatos de tudo que se fez ou falou na sala cirúrgica – sua visão pode estar coberta pelos campos cirúrgicos.


Operei uma paciente de um tumor cerebral que depois me contou ter estado fora do corpo, assistia nossa conversa e surpreendentemente, mesmo estando na sala cirúrgica, via meu assistente levar sua irmã até a porta da UTI onde ela ficaria internada. Ela descreve a trajetória do corredor que os dois percorreram

Uma constatação que merece registro:
Chefiei uma unidade de UTI de Neurocirurgia por 23 anos o que significa que atendi milhares de pacientes neurológicos graves.
Interessado na fenomenologia espírita desde meus tempos de estudante de medicina, não deixaria passar desapercebido qualquer relato sobre experiência fora do corpo e, entretanto, nunca constatei essa ocorrência em qualquer um dos meus pacientes.
Por que será que nas unidades cardiológicas elas podem ocorrer? E na neurológica não?

E a morte? É possível saber como ela é?
Vamos falar disso depois

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