Os 4 cavalheiros do Apocalipse
O pescoço, o ombro, o cotovelo e o punho
Estou sugerindo esse nome para uma doença profissional - dentistas, digitadores, telefonistas, crocheteiras, caixas de banco, alunos de cursinho e outros.
O pescoço enrijece, o ombro endurece, o cotovelo não estica e o punho incha. O Raio X revela esporão e o exame elétrico – agulhas que picam os nervos – tem bloqueio na condução.
O diagnóstico no cotovelo é de artrite, na coluna é de discite. No ombro é tendinite e no punho o ligamento calcifica.
O sintoma é dor, diminui a destreza e aumenta a irritação. De dia dói o pescoço. Quando deita dói o ombro. Se escrever dói a mão se dirigir dói o cotovelo.
O tratamento é acupuntura e cirurgia, ultrassom e cortisona, exercício e bolsa quente.
No pescoço tira o disco põe a placa
No ombro infiltração com cortisona e manda rodar o braço
No cotovelo se esquenta e movimenta
No punha abre o túnel e corta a cinta
sábado, 26 de setembro de 2009
Mantras
Mantras neurológicos
1 - Neurônios que se excitam juntos permanecem juntos.
O mesmo estímulo repetido diversas vezes consolida informações nas sinapses. Recapitular diversas vezes a lição favorece a memorização. De tanto repetir essas palavras a gente não as esquece mais.
2 – Usem ou perca-os
Cada um de nós perde milhares de neurônios por dia. É preciso usar para não perder. Quanto mais usa mais forte fica.
3 – Lei do “tudo ou nada”
Um neurônio quando estimulado pelos seus vizinhos, só despolariza se esses estímulos atingem a voltagem de disparo. O neurônio não se contenta com pouco. É tudo que quer ou nada de resposta. Atingido o limite que exige – na voltagem padrão que ele determina – a resposta vem com tudo.
4 – Fazer o mais com menos
O cérebro organiza a economia. Quando jovem jogamos força fora. O Novato abusa do que tem. Um tenista experimentado faz suas jogadas com o mínimo de cérebro. Ele antecipa até a resposta do adversário para economizar. O jogador novato esgota seu cérebro e mesmo assim só faz um mínimo de pontos.
5 – Uso extra significa córtex extra.
O cego amplia o córtex da audição – escuta mais o que não pode ver. O violinista que trabalha as mãos expande a área motora. O orador a área da fala. O taxista a da orientação espacial. Mais percepção e mais execução acrescentam mais extensão no cérebro. A atividade remodela neurônios.
6 - A sobrevivência primeiro
Toda experiência física produz um efeito psicológico. Todo fenômeno psicológico tem representação cerebral. O que o cérebro comunica ao corpo depende em grande parte do que o corpo comunica ao cérebro. O corpo fornece pistas emocionais para o cérebro: salve primeiro a nossa pele.
7 – A Emoção somos nós em cada célula.
O sistema nervoso se estende por todo o corpo.
8 – A memória prefere espalhar a engavetar.
Não há no cérebro um lugar único e fixo para a memória. As informações espalham-se desmembrando, por exemplo, as características do objeto – cor, forma, movimento, onde está, para que serve – cada aspecto numa área em particular.
Mantras neurológicos
1 - Neurônios que se excitam juntos permanecem juntos.
O mesmo estímulo repetido diversas vezes consolida informações nas sinapses. Recapitular diversas vezes a lição favorece a memorização. De tanto repetir essas palavras a gente não as esquece mais.
2 – Usem ou perca-os
Cada um de nós perde milhares de neurônios por dia. É preciso usar para não perder. Quanto mais usa mais forte fica.
3 – Lei do “tudo ou nada”
Um neurônio quando estimulado pelos seus vizinhos, só despolariza se esses estímulos atingem a voltagem de disparo. O neurônio não se contenta com pouco. É tudo que quer ou nada de resposta. Atingido o limite que exige – na voltagem padrão que ele determina – a resposta vem com tudo.
4 – Fazer o mais com menos
O cérebro organiza a economia. Quando jovem jogamos força fora. O Novato abusa do que tem. Um tenista experimentado faz suas jogadas com o mínimo de cérebro. Ele antecipa até a resposta do adversário para economizar. O jogador novato esgota seu cérebro e mesmo assim só faz um mínimo de pontos.
5 – Uso extra significa córtex extra.
O cego amplia o córtex da audição – escuta mais o que não pode ver. O violinista que trabalha as mãos expande a área motora. O orador a área da fala. O taxista a da orientação espacial. Mais percepção e mais execução acrescentam mais extensão no cérebro. A atividade remodela neurônios.
6 - A sobrevivência primeiro
Toda experiência física produz um efeito psicológico. Todo fenômeno psicológico tem representação cerebral. O que o cérebro comunica ao corpo depende em grande parte do que o corpo comunica ao cérebro. O corpo fornece pistas emocionais para o cérebro: salve primeiro a nossa pele.
7 – A Emoção somos nós em cada célula.
O sistema nervoso se estende por todo o corpo.
8 – A memória prefere espalhar a engavetar.
Não há no cérebro um lugar único e fixo para a memória. As informações espalham-se desmembrando, por exemplo, as características do objeto – cor, forma, movimento, onde está, para que serve – cada aspecto numa área em particular.
Leituras – Setembro 2009
Autores diversos:
Médicos e psicólogas fazem múltiplos testes para medir nossa mente. A mim parece que eles só medem o que já sabemos os resultados. Na verdade, não existe um ser humano dentro dessas escalas, elas são preenchidas com perguntas e respostas e sua conclusão é apenas estatística.
As decepções podem nos causar frustração e ódio. A psicanálise introduziu no meio delas o inconsciente, mas isso ainda não resolveu a questão do sofrimento que a decepção provoca.
Na Neurociência o psicológico interpreta e compreende, mas é o biológico quem explica.
O sentir psicológico é compartilhado por todos nós – desejo, inveja, medo, amor e ódio, saudade e alegria, até mesmo a loucura - tem gente que enlouquece com a loucura do outro.
É uma pena que com freqüência usamos motivação espiritual – solidariedade e amor ao próximo - para obter resultados materiais. Insistimos em fazer essa troca com Deus.
Na maioria das vezes é o desvio do sentimento que produz o desvio da razão. Com freqüência perdemos a razão depois que sofremos uma experiência afetiva desconfortável.
As perturbações biológicas no cérebro de esquizofrênicos, depressivos graves, bipolares, autistas, hiperativos, obsessivos compulsivos estão sendo reveladas pelas Neurociências. No entanto, ainda não sabemos como se forma o nosso psiquismo nem como nascem essas influencias biológicas anormais.
O que penso estar nos outros, com freqüência, está dentro de mim.
A criança aprende conceitos – alto, baixo, atrás, na frente, lento, rápido, forte, fraco, mole, duro, claro, escuro – aprendendo pela experiência. Desça da mesa, você pode cair. Chute a bola com força. Corte o pão. Esconda seu caderno. Corra na minha frente. Você quebrou o copo. Não corra tão depressa. Apague a luz do quarto.
Consciência perturbada produz vivências tumultuadas. Sem paz de espírito não há sossego na mente.
Delírios são vivencias “desgarradas” do Eu
O lobo frontal controla o cérebro límbico (cérebro emocional). No esquizofrênico esse controle deteriora e a emoção perde o rumo, enlouquece. Ele passa da “interpretação” racional para a “influência” destrambelhada.
No medo – o Eu está sem piloto. Não encontra explicação no mundo para sua estranheza. Ao interpretar errado ele se torna apreensivo. Os sinais externos de perigo produzem sofrimento interno – medo e angústia.
O ansioso vive fugindo da angústia, por isso se agita.
No TOC o paciente limpa e organiza sem parar. Sua verdadeira intenção é controlar e dominar.
Esse organizar lhe dá prazer, libera Dopamina, que reduz a ansiedade antecipatória.
Justificamos nossos sentimentos com causas externas. Não conseguimos ver o que somos por dentro. Tentamos compreender o que está dentro de nós dando um sentido ao que está fora. Eu enlouqueço na mudança da lua. Minha dor aumenta quando esfria. A chuva me apavora. Só durmo com a luz acesa. O que acontece fora de nós, nem sempre corresponde ao somos por dentro.
Nossa psique é imaterial. Por isso ela não consegue reconhecer que somos de carne e osso. Talvez a razão possa fazê-lo.
No giro cíngulo constatamos onde erramos – esqueci de fechar a gaveta, não pus o celular no bolso. O lobo frontal constata a falha. Nos pacientes com TOC, a confirmação não convence o frontal. O paciente tem de estar sempre conferindo se fechou ou não a gaveta, se o celular já está no bolso
Autores diversos:
Médicos e psicólogas fazem múltiplos testes para medir nossa mente. A mim parece que eles só medem o que já sabemos os resultados. Na verdade, não existe um ser humano dentro dessas escalas, elas são preenchidas com perguntas e respostas e sua conclusão é apenas estatística.
As decepções podem nos causar frustração e ódio. A psicanálise introduziu no meio delas o inconsciente, mas isso ainda não resolveu a questão do sofrimento que a decepção provoca.
Na Neurociência o psicológico interpreta e compreende, mas é o biológico quem explica.
O sentir psicológico é compartilhado por todos nós – desejo, inveja, medo, amor e ódio, saudade e alegria, até mesmo a loucura - tem gente que enlouquece com a loucura do outro.
É uma pena que com freqüência usamos motivação espiritual – solidariedade e amor ao próximo - para obter resultados materiais. Insistimos em fazer essa troca com Deus.
Na maioria das vezes é o desvio do sentimento que produz o desvio da razão. Com freqüência perdemos a razão depois que sofremos uma experiência afetiva desconfortável.
As perturbações biológicas no cérebro de esquizofrênicos, depressivos graves, bipolares, autistas, hiperativos, obsessivos compulsivos estão sendo reveladas pelas Neurociências. No entanto, ainda não sabemos como se forma o nosso psiquismo nem como nascem essas influencias biológicas anormais.
O que penso estar nos outros, com freqüência, está dentro de mim.
A criança aprende conceitos – alto, baixo, atrás, na frente, lento, rápido, forte, fraco, mole, duro, claro, escuro – aprendendo pela experiência. Desça da mesa, você pode cair. Chute a bola com força. Corte o pão. Esconda seu caderno. Corra na minha frente. Você quebrou o copo. Não corra tão depressa. Apague a luz do quarto.
Consciência perturbada produz vivências tumultuadas. Sem paz de espírito não há sossego na mente.
Delírios são vivencias “desgarradas” do Eu
O lobo frontal controla o cérebro límbico (cérebro emocional). No esquizofrênico esse controle deteriora e a emoção perde o rumo, enlouquece. Ele passa da “interpretação” racional para a “influência” destrambelhada.
No medo – o Eu está sem piloto. Não encontra explicação no mundo para sua estranheza. Ao interpretar errado ele se torna apreensivo. Os sinais externos de perigo produzem sofrimento interno – medo e angústia.
O ansioso vive fugindo da angústia, por isso se agita.
No TOC o paciente limpa e organiza sem parar. Sua verdadeira intenção é controlar e dominar.
Esse organizar lhe dá prazer, libera Dopamina, que reduz a ansiedade antecipatória.
Justificamos nossos sentimentos com causas externas. Não conseguimos ver o que somos por dentro. Tentamos compreender o que está dentro de nós dando um sentido ao que está fora. Eu enlouqueço na mudança da lua. Minha dor aumenta quando esfria. A chuva me apavora. Só durmo com a luz acesa. O que acontece fora de nós, nem sempre corresponde ao somos por dentro.
Nossa psique é imaterial. Por isso ela não consegue reconhecer que somos de carne e osso. Talvez a razão possa fazê-lo.
No giro cíngulo constatamos onde erramos – esqueci de fechar a gaveta, não pus o celular no bolso. O lobo frontal constata a falha. Nos pacientes com TOC, a confirmação não convence o frontal. O paciente tem de estar sempre conferindo se fechou ou não a gaveta, se o celular já está no bolso
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
O Cérebro e a “Santíssima Trindade”
Nubor Orlando Facure
Até parece teologia – essa visão do “mistério da santíssima trindade” no cérebro. Talvez um cacoete dos velhos professores da medicina francesa que buscavam em todas as doenças a “tríade sintomática” que as caracterizava. A meningite iniciava com esses três sintomas - “dor de cabeça, febre e constipação intestinal”. Mesmo considerando a multiplicidade das funções do cérebro e do psiquismo humano, encontramos, em vários autores, essa sistematização hierarquizada em três níveis, lembrando “o Pai, o Filho e o Espírito Santo” que a Igreja coloca na distribuição dos poderes sagrados.
Sigismund Freud identifica três entidades no nosso aparelho psíquico – o ID, o Ego e o Superego. Há entre esses níveis uma hierarquia e uma submissão que ocasionalmente é contrariada. As forças do ID, procedentes do “inconsciente” podem impor “disfarçadamente” os seus desejos oprimidos pela consciência onde o Ego supostamente faz nossas escolhas. Domínio, submissão e perversão da hierarquia estiveram sempre presentes nos diversos autores da “trindade”cerebral.
Antes de Freud tivemos o grande neurologista inglês, Hughlings Jackson cuja esposa sofria de epilepsia apresentando um tipo de crise motora “sui-generis” . As contrações ocorriam sem perda da consciência, iniciando no polegar se estendendo para os dedos, a mão, o antebraço, o braço e finalmente a face. Como foram descritas pelo próprio esposo, elas ficaram conhecidas como crises Jacksonianas.
Estudando a atividade motora no sistema nervoso, Hughlings Jackson, sugeriu a existência de 3 níveis de complexidade. O sistema piramidal – no córtex cerebral, o extra-piramidal – nos gânglios da base e o periférico a partir da medula espinhal. Jackson introduziu o conceito de “liberação” – lesões nos níveis superiores “liberam”a ação dos inferiores. Há exaltação dos reflexos medulares quando são lesionados os sistemas piramidal e o extrapiramidal.
Outra visão trinaria foi popularizada pelo neurocientista americano, Paul Mac Lean. Sua proposta é evolucionista. Ele enxerga 3 cérebros sobrepostos na anatomia humana. Um cérebro reptiliano, um intermediário, dos mamíferos e um superior, dos primatas – chimpanzé e humanos.
Os estudantes de neuropsicologia quase todos iniciam os estudos das funções superiores do cérebro com a leitura de Luria, neurologista russo. Ele propõe a organização do cérebro em sistemas que se hierarquizam em 3 níveis de complexidade. Simplificadamente para a manutenção do tônus muscular, da percepção sensorial e das vias de associação.
Finalmente, queremos anotar a descrição do cérebro que faz o Espírito André Luiz (psicografia de Chico Xavier) no capitulo “a casa mental” (no livro No Mundo Maior). Ele anota, também, 3 níveis. Um medular, de atividade visceral – sexo e alimentação; outro ao nível da atividade motora que nos prende ao cotidiano das nossas tarefas - principalmente o trabalho de subsistência; e, por fim, o nível frontal superior que permite nossa ligação com os propósitos superiores da espiritualidade.
Nubor Orlando Facure
Até parece teologia – essa visão do “mistério da santíssima trindade” no cérebro. Talvez um cacoete dos velhos professores da medicina francesa que buscavam em todas as doenças a “tríade sintomática” que as caracterizava. A meningite iniciava com esses três sintomas - “dor de cabeça, febre e constipação intestinal”. Mesmo considerando a multiplicidade das funções do cérebro e do psiquismo humano, encontramos, em vários autores, essa sistematização hierarquizada em três níveis, lembrando “o Pai, o Filho e o Espírito Santo” que a Igreja coloca na distribuição dos poderes sagrados.
Sigismund Freud identifica três entidades no nosso aparelho psíquico – o ID, o Ego e o Superego. Há entre esses níveis uma hierarquia e uma submissão que ocasionalmente é contrariada. As forças do ID, procedentes do “inconsciente” podem impor “disfarçadamente” os seus desejos oprimidos pela consciência onde o Ego supostamente faz nossas escolhas. Domínio, submissão e perversão da hierarquia estiveram sempre presentes nos diversos autores da “trindade”cerebral.
Antes de Freud tivemos o grande neurologista inglês, Hughlings Jackson cuja esposa sofria de epilepsia apresentando um tipo de crise motora “sui-generis” . As contrações ocorriam sem perda da consciência, iniciando no polegar se estendendo para os dedos, a mão, o antebraço, o braço e finalmente a face. Como foram descritas pelo próprio esposo, elas ficaram conhecidas como crises Jacksonianas.
Estudando a atividade motora no sistema nervoso, Hughlings Jackson, sugeriu a existência de 3 níveis de complexidade. O sistema piramidal – no córtex cerebral, o extra-piramidal – nos gânglios da base e o periférico a partir da medula espinhal. Jackson introduziu o conceito de “liberação” – lesões nos níveis superiores “liberam”a ação dos inferiores. Há exaltação dos reflexos medulares quando são lesionados os sistemas piramidal e o extrapiramidal.
Outra visão trinaria foi popularizada pelo neurocientista americano, Paul Mac Lean. Sua proposta é evolucionista. Ele enxerga 3 cérebros sobrepostos na anatomia humana. Um cérebro reptiliano, um intermediário, dos mamíferos e um superior, dos primatas – chimpanzé e humanos.
Os estudantes de neuropsicologia quase todos iniciam os estudos das funções superiores do cérebro com a leitura de Luria, neurologista russo. Ele propõe a organização do cérebro em sistemas que se hierarquizam em 3 níveis de complexidade. Simplificadamente para a manutenção do tônus muscular, da percepção sensorial e das vias de associação.
Finalmente, queremos anotar a descrição do cérebro que faz o Espírito André Luiz (psicografia de Chico Xavier) no capitulo “a casa mental” (no livro No Mundo Maior). Ele anota, também, 3 níveis. Um medular, de atividade visceral – sexo e alimentação; outro ao nível da atividade motora que nos prende ao cotidiano das nossas tarefas - principalmente o trabalho de subsistência; e, por fim, o nível frontal superior que permite nossa ligação com os propósitos superiores da espiritualidade.
domingo, 6 de setembro de 2009
André Luiz. Uma proposta de três andares para o cérebro.
Nos primeiros capítulos do livro “No Mundo Maior” André Luiz (psicografia de Chico Xavier), nos transmite uma análise do cérebro nos moldes da segmentação que foram apresentadas pelos autores que estamos revendo.
Além de destacar os três andares de atividade cerebral, apresentando uma divisão tanto anatômica como funcional André Luiz, nos chama a atenção para a possibilidade do indivíduo estacionar evolutivamente em um destes níveis, comprometendo seu progresso espiritual.
A partir de um quadro de obsessão, o instrutor Calderaro mostra à André Luiz as áreas de atividade cerebral que ele coloca em três níveis.
No polo frontal, estão sediadas as nossas atividades ligadas ao “ideal e a meta superior” a que estamos destinados a atingir. Ele se relaciona com nosso futuro espiritual. É a “casa das noções superiores”. Tem correspondência com a dinâmica do superconsciente. Para André Luiz, o pólo frontal ainda se mostra silencioso para as investigações da Ciência atual. Nele “jazem materiais de ordem sublime, que conquistaremos gradualmente, no esforço de ascensão, representando a parte mais nobre de nosso organismo divino em evolução”.
Num andar intermediário estão as regiões motoras do lobo frontal. O córtex motor dos lobos frontais se relaciona com nossa atividade voluntária, que se referem ao momento presente. Esta função corresponderia ao plano consciente da terminologia freudiana. Aqui está o “domínio das nossas conquistas atuais”, esta área corresponde ao nosso “esforço e vontade”.
Nos andares inferiores, representados pelo “sistema nervoso” em geral, estão situados os nossos hábitos e nossa atividade instintiva. É “a residência dos nossos impulsos automáticos”.
No enredo do quadro descrito como pano de fundo, nos primeiros capítulos do “Mundo Maior”, um dos personagens comete um crime, matando seu patrão e se apoderando de suas propriedades. Perturbado pela vítima que o persegue vida à fora, o réu nunca se livrou dos sentimentos de culpa e tenta se compensar pela dedicação excessiva ao trabalho, tornando-se um vitorioso nos negócios de sua firma. Todo seu esforço foi centralizado no rumo que dava à sua vida para ter sucesso nos negócios.
André Luiz, então, nos chama a atenção para esta estagnação em um dos níveis da atividade cerebral.
No pólo frontal significa estagiar exclusivamente na atividade contemplativa, em que os ideais nobres são supervalorizados, o que nos cristaliza por significar, muitas vezes, uma vida sem produtividade.
No córtex motor, a fixação obsessiva pelo trabalho, nos impede de subir aos setores mais elevados da espiritualidade.
E uma vida automatizada, sem idéias e sem uma atividade produtiva nos estaciona nos instinto e hábitos animalescos.
Já apontamos no decurso das nossas ilustrações que, o instinto, mesmo sendo de importância fundamental para a sobrevivência e a procriação, não dispõe de flexibilidade para nos livrar de situações especiais quando o ambiente estabelece novas regras de relacionamento.
O ser humano apesar das grandes conquistas que a jornada evolutiva lhe proporcionou, ainda se detém de maneira imprudente nos estágios inferiores, fixados em hábitos e comportamentos instintivos ou cristalizados em automatismos.
Numa simples contrariedade no trânsito a maioria de nós se exaspera revelando toda ferocidade com que ainda se relaciona com o próximo.
A violência sexual não tem poupado nem a mulher nem a criança em qualquer latitude da civilização moderna.
A licenciosidade embriagou os jovens de hoje que desconhecem os limites do permissível. Para a maioria deles os valores morais são descartáveis quando evocam seus compromissos com a sociedade.
A ansiedade e o comportamento neurótico têm comprometido a paz até mesmo dentro de casa, fixando mães e filhos nas teias da obsessão.
A corrida atrás do dinheiro, do sucesso ou do poder tem afastado pais de família dos compromissos que a educação dos filhos exige.
Divergências religiosas entre povos que acreditam no mesmo Deus tem produzidos mais mortes que todas as guerras.
O ser humano atual iniciou seu processo social ha cerca de 200 mil anos. Do ponto de vista puramente anatômico, o cérebro deste homem primitivo já continha toda estrutura de neurônios que dispomos na atualidade. Isto quer dizer que ele poderia ser educado o suficiente para reconhecer os acordes de uma sinfonia de Beethoven ou os conceitos da física atômica. O que André Luiz nos garante é que no nosso lobo frontal já dispomos de material cerebral adequado para nos elevar a níveis mais altos na espiritualidade.
Devemos aguardar os próximos milênios para que esta elevação seja alcançada.
Nos primeiros capítulos do livro “No Mundo Maior” André Luiz (psicografia de Chico Xavier), nos transmite uma análise do cérebro nos moldes da segmentação que foram apresentadas pelos autores que estamos revendo.
Além de destacar os três andares de atividade cerebral, apresentando uma divisão tanto anatômica como funcional André Luiz, nos chama a atenção para a possibilidade do indivíduo estacionar evolutivamente em um destes níveis, comprometendo seu progresso espiritual.
A partir de um quadro de obsessão, o instrutor Calderaro mostra à André Luiz as áreas de atividade cerebral que ele coloca em três níveis.
No polo frontal, estão sediadas as nossas atividades ligadas ao “ideal e a meta superior” a que estamos destinados a atingir. Ele se relaciona com nosso futuro espiritual. É a “casa das noções superiores”. Tem correspondência com a dinâmica do superconsciente. Para André Luiz, o pólo frontal ainda se mostra silencioso para as investigações da Ciência atual. Nele “jazem materiais de ordem sublime, que conquistaremos gradualmente, no esforço de ascensão, representando a parte mais nobre de nosso organismo divino em evolução”.
Num andar intermediário estão as regiões motoras do lobo frontal. O córtex motor dos lobos frontais se relaciona com nossa atividade voluntária, que se referem ao momento presente. Esta função corresponderia ao plano consciente da terminologia freudiana. Aqui está o “domínio das nossas conquistas atuais”, esta área corresponde ao nosso “esforço e vontade”.
Nos andares inferiores, representados pelo “sistema nervoso” em geral, estão situados os nossos hábitos e nossa atividade instintiva. É “a residência dos nossos impulsos automáticos”.
No enredo do quadro descrito como pano de fundo, nos primeiros capítulos do “Mundo Maior”, um dos personagens comete um crime, matando seu patrão e se apoderando de suas propriedades. Perturbado pela vítima que o persegue vida à fora, o réu nunca se livrou dos sentimentos de culpa e tenta se compensar pela dedicação excessiva ao trabalho, tornando-se um vitorioso nos negócios de sua firma. Todo seu esforço foi centralizado no rumo que dava à sua vida para ter sucesso nos negócios.
André Luiz, então, nos chama a atenção para esta estagnação em um dos níveis da atividade cerebral.
No pólo frontal significa estagiar exclusivamente na atividade contemplativa, em que os ideais nobres são supervalorizados, o que nos cristaliza por significar, muitas vezes, uma vida sem produtividade.
No córtex motor, a fixação obsessiva pelo trabalho, nos impede de subir aos setores mais elevados da espiritualidade.
E uma vida automatizada, sem idéias e sem uma atividade produtiva nos estaciona nos instinto e hábitos animalescos.
Já apontamos no decurso das nossas ilustrações que, o instinto, mesmo sendo de importância fundamental para a sobrevivência e a procriação, não dispõe de flexibilidade para nos livrar de situações especiais quando o ambiente estabelece novas regras de relacionamento.
O ser humano apesar das grandes conquistas que a jornada evolutiva lhe proporcionou, ainda se detém de maneira imprudente nos estágios inferiores, fixados em hábitos e comportamentos instintivos ou cristalizados em automatismos.
Numa simples contrariedade no trânsito a maioria de nós se exaspera revelando toda ferocidade com que ainda se relaciona com o próximo.
A violência sexual não tem poupado nem a mulher nem a criança em qualquer latitude da civilização moderna.
A licenciosidade embriagou os jovens de hoje que desconhecem os limites do permissível. Para a maioria deles os valores morais são descartáveis quando evocam seus compromissos com a sociedade.
A ansiedade e o comportamento neurótico têm comprometido a paz até mesmo dentro de casa, fixando mães e filhos nas teias da obsessão.
A corrida atrás do dinheiro, do sucesso ou do poder tem afastado pais de família dos compromissos que a educação dos filhos exige.
Divergências religiosas entre povos que acreditam no mesmo Deus tem produzidos mais mortes que todas as guerras.
O ser humano atual iniciou seu processo social ha cerca de 200 mil anos. Do ponto de vista puramente anatômico, o cérebro deste homem primitivo já continha toda estrutura de neurônios que dispomos na atualidade. Isto quer dizer que ele poderia ser educado o suficiente para reconhecer os acordes de uma sinfonia de Beethoven ou os conceitos da física atômica. O que André Luiz nos garante é que no nosso lobo frontal já dispomos de material cerebral adequado para nos elevar a níveis mais altos na espiritualidade.
Devemos aguardar os próximos milênios para que esta elevação seja alcançada.
Os três cérebros de Mac Lean. Uma visão biológica
A visão de Paul D. Mac Lean é fundamentada nas aquisições produzidas pela evolução. Ele descreveu três andares de atividades para o cérebro. No primeiro, seriam desenvolvidas as atividades basais ligadas a sobrevivência como o controle da respiração, do batimento cardíaco e de toda atividade visceral. É aqui que nascem os comportamentos de agressão e de comportamento repetitivo, automatizado. Este tipo de comportamento esboça as primeiras reações de ritualização, através do qual o animal visa marcar posições hierárquicas no seu grupo e estabelecer seu próprio espaço no ambiente ecológico, demarcando seu território. Aqui acontecem as reações instintivas dos arcos reflexos e os comandos que possibilitam algumas ações involuntárias indispensáveis à preservação da vida. Anatomicamente corresponde às estruturas do tronco cerebral - o bulbo, a ponte e o mesencéfalo -, do cerebelo, do globo pálido, que é o nosso gânglio da base mais antigo e dos bulbos olfatórios. Este cérebro primitivo seria para Mac Lean o equivalente ao cérebro reptiliano. O aparecimento dos bulbos olfativo e a subsequente organização do córtex do rinencéfalo com quem está conectado, possibilitou uma análise precisa dos estímulos olfativos e o aprimoramento das respostas orientadas por estes odores, facilitando a aproximação, o ataque, a fuga ou o acasalamento.
O segundo andar na divisão de Mac Lean, corresponde ao cérebro dos “mamíferos inferiores” ( monotremados e placentários) como o ornitorrinco e o gambá . Nesses animais se desenvolveu o cérebro emocional ou cérebro intermediário (o páleopálio formado pelas estruturas límbicas) onde se localizam funções de interação social entre os animais. Este sistema permite ao animal escolher entre o que lhe agrada ou desagrada. Aqui se desabrocham os comportamentos afetivos como o que induz as fêmeas a cuidarem atentamente de suas crias. Aparecem os comportamentos lúdicos, principalmente entre os filhotes, que passam o tempo brincando e lutando entre si. As situações emocionais vividas pelo animal já conseguem revelar sentimentos que não aparecia nos repteis. O cérebro límbico permite aos mamíferos expressarem medo, pavor, ira, afeição, tristeza e alegria.
Finalmente, o terceiro andar, foi desenvolvido a partir dos “mamíferos superiores” (placentários) até aos primatas. Formado pelas últimas aquisições do córtex cerebral - o neocórtex - onde se processam funções cerebrais superiores ou racionais como, por exemplo, a linguagem.
Mac Lean interpreta estes três cérebros como computadores biológicos que trabalham interconectados entre si, mantendo, porem, suas peculiaridades próprias de inteligência, subjetividade, sentido de tempo e espaço, memória, motricidade e outras funções menos específicas. No decurso da evolução, parte das primitivas funções foram sendo substituídas ou minimizadas. O sistema olfativo, de extrema importância no cérebro reptiliano, ficou muito reduzido nos humanos, onde este sistema mantém ligações apenas para a amígdala dos lobos temporais e para o córtex entorrinal.
Como podemos perceber a hierarquia dos três cérebros proposta por Mac Lean, expressa uma subdivisão tanto anatômica como funcional e dinâmica. O que freqüentemente tenho ouvido de minha filha, Kátia, bióloga, é que esta separação entre mamíferos superiores ou inferiores, é arbitrária e inconveniente, tendo em vista o que já sabemos hoje sobre o comportamento animal.
A visão de Paul D. Mac Lean é fundamentada nas aquisições produzidas pela evolução. Ele descreveu três andares de atividades para o cérebro. No primeiro, seriam desenvolvidas as atividades basais ligadas a sobrevivência como o controle da respiração, do batimento cardíaco e de toda atividade visceral. É aqui que nascem os comportamentos de agressão e de comportamento repetitivo, automatizado. Este tipo de comportamento esboça as primeiras reações de ritualização, através do qual o animal visa marcar posições hierárquicas no seu grupo e estabelecer seu próprio espaço no ambiente ecológico, demarcando seu território. Aqui acontecem as reações instintivas dos arcos reflexos e os comandos que possibilitam algumas ações involuntárias indispensáveis à preservação da vida. Anatomicamente corresponde às estruturas do tronco cerebral - o bulbo, a ponte e o mesencéfalo -, do cerebelo, do globo pálido, que é o nosso gânglio da base mais antigo e dos bulbos olfatórios. Este cérebro primitivo seria para Mac Lean o equivalente ao cérebro reptiliano. O aparecimento dos bulbos olfativo e a subsequente organização do córtex do rinencéfalo com quem está conectado, possibilitou uma análise precisa dos estímulos olfativos e o aprimoramento das respostas orientadas por estes odores, facilitando a aproximação, o ataque, a fuga ou o acasalamento.
O segundo andar na divisão de Mac Lean, corresponde ao cérebro dos “mamíferos inferiores” ( monotremados e placentários) como o ornitorrinco e o gambá . Nesses animais se desenvolveu o cérebro emocional ou cérebro intermediário (o páleopálio formado pelas estruturas límbicas) onde se localizam funções de interação social entre os animais. Este sistema permite ao animal escolher entre o que lhe agrada ou desagrada. Aqui se desabrocham os comportamentos afetivos como o que induz as fêmeas a cuidarem atentamente de suas crias. Aparecem os comportamentos lúdicos, principalmente entre os filhotes, que passam o tempo brincando e lutando entre si. As situações emocionais vividas pelo animal já conseguem revelar sentimentos que não aparecia nos repteis. O cérebro límbico permite aos mamíferos expressarem medo, pavor, ira, afeição, tristeza e alegria.
Finalmente, o terceiro andar, foi desenvolvido a partir dos “mamíferos superiores” (placentários) até aos primatas. Formado pelas últimas aquisições do córtex cerebral - o neocórtex - onde se processam funções cerebrais superiores ou racionais como, por exemplo, a linguagem.
Mac Lean interpreta estes três cérebros como computadores biológicos que trabalham interconectados entre si, mantendo, porem, suas peculiaridades próprias de inteligência, subjetividade, sentido de tempo e espaço, memória, motricidade e outras funções menos específicas. No decurso da evolução, parte das primitivas funções foram sendo substituídas ou minimizadas. O sistema olfativo, de extrema importância no cérebro reptiliano, ficou muito reduzido nos humanos, onde este sistema mantém ligações apenas para a amígdala dos lobos temporais e para o córtex entorrinal.
Como podemos perceber a hierarquia dos três cérebros proposta por Mac Lean, expressa uma subdivisão tanto anatômica como funcional e dinâmica. O que freqüentemente tenho ouvido de minha filha, Kátia, bióloga, é que esta separação entre mamíferos superiores ou inferiores, é arbitrária e inconveniente, tendo em vista o que já sabemos hoje sobre o comportamento animal.
Aleksandr Romanovich Luria. Uma visão neuropsicológica
Luria (1903-1978) é considerado por alguns como o expoente máximo da neuropsicologia do século passado. Ele estudou pacientes com perda da linguagem por trauma craniano provocado por ferimentos de guerra. Ao invés de considerar o cérebro como uma entidade única, postulava que o cérebro em funcionamento era na verdade “um sistema funcional complexo”, que abrange diferentes níveis e diferentes componentes, cada um dos quais oferecendo a sua contribuição própria para a estrutura final da atividade mental.
Na interpretação de Luria, “os processos mentais humanos são sistemas funcionais complexos e não estão “localizados” em estreitas e circunscritas áreas do cérebro, mas ocorrem por meio da participação de grupos de estruturas cerebrais operando em concerto, cada uma das quais concorre com a sua própria contribuição particular para a organização desse sistema funcional”. Resulta deste pensamento que “uma questão essencial deve ser descobrir as unidades funcionais básicas de que é composto o cérebro humano e o papel desempenhado por elas em formas complexas de atividade mental".
Luria sugeriu que “há bases sólidas para se discernir as três unidades cerebrais funcionais, cuja participação se torna necessária para qualquer tipo de atividade mental”. Ele considerou estas três unidades funcionais:
1 – Unidade para regular o tônus, a vigília e os estados mentais.
2 - Unidade para receber, analisar e armazenar informações.
3 - Unidade para programar, regular e verificar a atividade.
Cada uma dessas unidades básicas exibe, ela própria, uma “estrutura hierarquizada” que consiste no envolvimento de pelo menos três zonas cerebrais construídas umas acima da outra. Seriam as áreas primárias (de projeção) que recebem impulsos da periferia ou os enviam para ela; as secundárias (de projeção – associação), aonde informações que chegam são processadas, e, finalmente, as zonas terciárias (zonas de superposição) constituídas pelos últimos sistemas dos hemisférios cerebrais a se desenvolverem sendo responsáveis, no homem, pelas formas mais complexas de atividade mental requerendo a participação em concerto de muitas áreas corticais.
Luria (1903-1978) é considerado por alguns como o expoente máximo da neuropsicologia do século passado. Ele estudou pacientes com perda da linguagem por trauma craniano provocado por ferimentos de guerra. Ao invés de considerar o cérebro como uma entidade única, postulava que o cérebro em funcionamento era na verdade “um sistema funcional complexo”, que abrange diferentes níveis e diferentes componentes, cada um dos quais oferecendo a sua contribuição própria para a estrutura final da atividade mental.
Na interpretação de Luria, “os processos mentais humanos são sistemas funcionais complexos e não estão “localizados” em estreitas e circunscritas áreas do cérebro, mas ocorrem por meio da participação de grupos de estruturas cerebrais operando em concerto, cada uma das quais concorre com a sua própria contribuição particular para a organização desse sistema funcional”. Resulta deste pensamento que “uma questão essencial deve ser descobrir as unidades funcionais básicas de que é composto o cérebro humano e o papel desempenhado por elas em formas complexas de atividade mental".
Luria sugeriu que “há bases sólidas para se discernir as três unidades cerebrais funcionais, cuja participação se torna necessária para qualquer tipo de atividade mental”. Ele considerou estas três unidades funcionais:
1 – Unidade para regular o tônus, a vigília e os estados mentais.
2 - Unidade para receber, analisar e armazenar informações.
3 - Unidade para programar, regular e verificar a atividade.
Cada uma dessas unidades básicas exibe, ela própria, uma “estrutura hierarquizada” que consiste no envolvimento de pelo menos três zonas cerebrais construídas umas acima da outra. Seriam as áreas primárias (de projeção) que recebem impulsos da periferia ou os enviam para ela; as secundárias (de projeção – associação), aonde informações que chegam são processadas, e, finalmente, as zonas terciárias (zonas de superposição) constituídas pelos últimos sistemas dos hemisférios cerebrais a se desenvolverem sendo responsáveis, no homem, pelas formas mais complexas de atividade mental requerendo a participação em concerto de muitas áreas corticais.
Hughlings Jackson. Uma visão neurológica
H. Jackson (1835-1911) nasceu na Inglaterra e trabalhou como neurologista no famoso National Hospital Queen’Square em Londres. Seu espírito de observação clínica foi tão extraordinário que nos faz pensar que ele nasceu muito adiante dos homens do seu século. Ele publicou cerca de 300 trabalhos expondo conceitos neurológicos precisos numa época em que nem o neurônio e nem a atividade elétrica cerebral eram conhecidos
Jackson, descreveu uma forma clínica de crise epiléptica focal na qual ocorre uma seqüência de contrações motoras que se iniciam na mão, sobe pelo braço, atinge a face e se propaga por toda uma metade do corpo. Nesta crise, hoje chamada de Jacksoniana, não ocorre a perda da consciência. Suas observações minuciosas foram feitas assistindo sua mulher que era portadora deste tipo de epilepsia. As crises têm origem a partir da região motora do lobo frontal e isto pode ser comprovado pelo próprio Jackson quando a sua esposa faleceu.
Analisando as manifestações clínicas de pacientes portadores de lesões nas regiões motoras do cérebro e de suas vias que se estendem pelo tronco cerebral até atingirem a medula espinhal, Jackson, elaborou o conceito de hierarquização da atividade motora. Ele afirmava que a lesão num determinado nível produziria a liberação das expressões motoras nos níveis abaixo da lesão. Consequentemente, uma lesão no cérebro, na região motora, levava a uma paralisia voluntária nos membros do lado oposto e, em contra partida, toda a atividade reflexa se exacerbava nestes membros paralisados. É a “exaltação dos reflexos”, que se comprova facilmente no exame neurológico destes pacientes.
Esta proposição de Jackson, em que ele sugere uma hierarquização funcional no sistema nervoso, é evidente quando se analisa a atividade motora voluntária, executada pelo sistema piramidal, a atividade automática, processada no sistema extra-piramidal e a reflexa que se expressa no sistema periférico.
Os reflexos musculares integrados a nível periférico, ficam liberados, o que quer dizer, exaltados, quando ocorre uma lesão que afeta as estruturas superiores dos sistemas piramidal e extra-piramidal.
O final de século vivido por Jackson, ainda mantinha viva uma sociedade organizada numa distribuição de poderes entre a nobreza e as demais forças políticas, refletindo, naturalmente, numa população carente de segurança e conforto para suas vidas.
Ocorrendo uma perturbação que desequilibrava essas forças políticas, as classes inferiores, se exaltavam, pondo à mostras suas maiores reivindicações. Este quadro social inspirou Jackson quando elaborou os princípios da disposição hierarquizada do sistema nervoso e o fenômeno da “liberação piramidal”.
Jackson via a organização hierárquica do sistema nervoso, expressa muito claramente nos três níveis da atividade motora: a voluntária, a automática e a reflexa. As lesões num dos níveis superiores produziam sua paralisia e facilitava a liberação das atividades inferiores exaltando os reflexos.
H. Jackson (1835-1911) nasceu na Inglaterra e trabalhou como neurologista no famoso National Hospital Queen’Square em Londres. Seu espírito de observação clínica foi tão extraordinário que nos faz pensar que ele nasceu muito adiante dos homens do seu século. Ele publicou cerca de 300 trabalhos expondo conceitos neurológicos precisos numa época em que nem o neurônio e nem a atividade elétrica cerebral eram conhecidos
Jackson, descreveu uma forma clínica de crise epiléptica focal na qual ocorre uma seqüência de contrações motoras que se iniciam na mão, sobe pelo braço, atinge a face e se propaga por toda uma metade do corpo. Nesta crise, hoje chamada de Jacksoniana, não ocorre a perda da consciência. Suas observações minuciosas foram feitas assistindo sua mulher que era portadora deste tipo de epilepsia. As crises têm origem a partir da região motora do lobo frontal e isto pode ser comprovado pelo próprio Jackson quando a sua esposa faleceu.
Analisando as manifestações clínicas de pacientes portadores de lesões nas regiões motoras do cérebro e de suas vias que se estendem pelo tronco cerebral até atingirem a medula espinhal, Jackson, elaborou o conceito de hierarquização da atividade motora. Ele afirmava que a lesão num determinado nível produziria a liberação das expressões motoras nos níveis abaixo da lesão. Consequentemente, uma lesão no cérebro, na região motora, levava a uma paralisia voluntária nos membros do lado oposto e, em contra partida, toda a atividade reflexa se exacerbava nestes membros paralisados. É a “exaltação dos reflexos”, que se comprova facilmente no exame neurológico destes pacientes.
Esta proposição de Jackson, em que ele sugere uma hierarquização funcional no sistema nervoso, é evidente quando se analisa a atividade motora voluntária, executada pelo sistema piramidal, a atividade automática, processada no sistema extra-piramidal e a reflexa que se expressa no sistema periférico.
Os reflexos musculares integrados a nível periférico, ficam liberados, o que quer dizer, exaltados, quando ocorre uma lesão que afeta as estruturas superiores dos sistemas piramidal e extra-piramidal.
O final de século vivido por Jackson, ainda mantinha viva uma sociedade organizada numa distribuição de poderes entre a nobreza e as demais forças políticas, refletindo, naturalmente, numa população carente de segurança e conforto para suas vidas.
Ocorrendo uma perturbação que desequilibrava essas forças políticas, as classes inferiores, se exaltavam, pondo à mostras suas maiores reivindicações. Este quadro social inspirou Jackson quando elaborou os princípios da disposição hierarquizada do sistema nervoso e o fenômeno da “liberação piramidal”.
Jackson via a organização hierárquica do sistema nervoso, expressa muito claramente nos três níveis da atividade motora: a voluntária, a automática e a reflexa. As lesões num dos níveis superiores produziam sua paralisia e facilitava a liberação das atividades inferiores exaltando os reflexos.
O Cérebro e a “Santíssima Trindade”
Nubor Orlando Facure
Até parece teologia – essa visão do “mistério da santíssima trindade” no cérebro. Talvez um cacoete dos velhos professores da medicina francesa que buscavam em todas as doenças a “tríade sintomática” que as caracterizava. A meningite iniciava com esses três sintomas - “dor de cabeça, febre e constipação intestinal”. Mesmo considerando a multiplicidade das funções do cérebro e do psiquismo humano, encontramos, em vários autores, essa sistematização hierarquizada em três níveis, lembrando “o Pai, o Filho e o Espírito Santo” que a Igreja coloca na distribuição dos poderes sagrados.
Sigismund Freud identifica três entidades no nosso aparelho psíquico – o ID, o Ego e o Superego. Há entre esses níveis uma hierarquia e uma submissão que ocasionalmente é contrariada. As forças do ID, procedentes do “inconsciente” podem impor “disfarçadamente” os seus desejos oprimidos pela consciência onde o Ego supostamente faz nossas escolhas. Domínio, submissão e perversão da hierarquia estiveram sempre presentes nos diversos autores da “trindade”cerebral.
Antes de Freud tivemos o grande neurologista inglês, Hughlings Jackson cuja esposa sofria de epilepsia apresentando um tipo de crise motora “sui-generis” . As contrações ocorriam sem perda da consciência, iniciando no polegar se estendendo para os dedos, a mão, o antebraço, o braço e finalmente a face. Como foram descritas pelo próprio esposo, elas ficaram conhecidas como crises Jacksonianas.
Estudando a atividade motora no sistema nervoso, Hughlings Jackson, sugeriu a existência de 3 níveis de complexidade. O sistema piramidal – no córtex cerebral, o extra-piramidal – nos gânglios da base e o periférico a partir da medula espinhal. Jackson introduziu o conceito de “liberação” – lesões nos níveis superiores “liberam”a ação dos inferiores. Há exaltação dos reflexos medulares quando são lesionados os sistemas piramidal e o extrapiramidal.
Outra visão trinaria foi popularizada pelo neurocientista americano, Paul Mac Lean. Sua proposta é evolucionista. Ele enxerga 3 cérebros sobrepostos na anatomia humana. Um cérebro reptiliano, um intermediário, dos mamíferos e um superior, dos primatas – chimpanzé e humanos.
Os estudantes de neuropsicologia quase todos iniciam os estudos das funções superiores do cérebro com a leitura de Luria, neurologista russo. Ele propõe a organização do cérebro em sistemas que se hierarquizam em 3 níveis de complexidade. Simplificadamente para a manutenção do tônus muscular, da percepção sensorial e das vias de associação.
Finalmente, queremos anotar a descrição do cérebro que faz o Espírito André Luiz (psicografia de Chico Xavier) no capitulo “a casa mental” (no livro No Mundo Maior). Ele anota, também, 3 níveis. Um medular, de atividade visceral – sexo e alimentação; outro ao nível da atividade motora que nos prende ao cotidiano das nossas tarefas - principalmente o trabalho de subsistência; e, por fim, o nível frontal superior que permite nossa ligação com os propósitos superiores da espiritualidade.
Nubor Orlando Facure
Até parece teologia – essa visão do “mistério da santíssima trindade” no cérebro. Talvez um cacoete dos velhos professores da medicina francesa que buscavam em todas as doenças a “tríade sintomática” que as caracterizava. A meningite iniciava com esses três sintomas - “dor de cabeça, febre e constipação intestinal”. Mesmo considerando a multiplicidade das funções do cérebro e do psiquismo humano, encontramos, em vários autores, essa sistematização hierarquizada em três níveis, lembrando “o Pai, o Filho e o Espírito Santo” que a Igreja coloca na distribuição dos poderes sagrados.
Sigismund Freud identifica três entidades no nosso aparelho psíquico – o ID, o Ego e o Superego. Há entre esses níveis uma hierarquia e uma submissão que ocasionalmente é contrariada. As forças do ID, procedentes do “inconsciente” podem impor “disfarçadamente” os seus desejos oprimidos pela consciência onde o Ego supostamente faz nossas escolhas. Domínio, submissão e perversão da hierarquia estiveram sempre presentes nos diversos autores da “trindade”cerebral.
Antes de Freud tivemos o grande neurologista inglês, Hughlings Jackson cuja esposa sofria de epilepsia apresentando um tipo de crise motora “sui-generis” . As contrações ocorriam sem perda da consciência, iniciando no polegar se estendendo para os dedos, a mão, o antebraço, o braço e finalmente a face. Como foram descritas pelo próprio esposo, elas ficaram conhecidas como crises Jacksonianas.
Estudando a atividade motora no sistema nervoso, Hughlings Jackson, sugeriu a existência de 3 níveis de complexidade. O sistema piramidal – no córtex cerebral, o extra-piramidal – nos gânglios da base e o periférico a partir da medula espinhal. Jackson introduziu o conceito de “liberação” – lesões nos níveis superiores “liberam”a ação dos inferiores. Há exaltação dos reflexos medulares quando são lesionados os sistemas piramidal e o extrapiramidal.
Outra visão trinaria foi popularizada pelo neurocientista americano, Paul Mac Lean. Sua proposta é evolucionista. Ele enxerga 3 cérebros sobrepostos na anatomia humana. Um cérebro reptiliano, um intermediário, dos mamíferos e um superior, dos primatas – chimpanzé e humanos.
Os estudantes de neuropsicologia quase todos iniciam os estudos das funções superiores do cérebro com a leitura de Luria, neurologista russo. Ele propõe a organização do cérebro em sistemas que se hierarquizam em 3 níveis de complexidade. Simplificadamente para a manutenção do tônus muscular, da percepção sensorial e das vias de associação.
Finalmente, queremos anotar a descrição do cérebro que faz o Espírito André Luiz (psicografia de Chico Xavier) no capitulo “a casa mental” (no livro No Mundo Maior). Ele anota, também, 3 níveis. Um medular, de atividade visceral – sexo e alimentação; outro ao nível da atividade motora que nos prende ao cotidiano das nossas tarefas - principalmente o trabalho de subsistência; e, por fim, o nível frontal superior que permite nossa ligação com os propósitos superiores da espiritualidade.
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