domingo, 3 de abril de 2011

Neurologia Popular

New age neurológico - Neurogênese
Nubor Orlando Facure


Ansioso? Isso agora tem jeito

Tomar remédio para controlar a ansiedade já é possível fazer sabendo onde age cada medicamento:
Primeiro um pouco de química:
Quanto mais Serotonina nos Neurônios, mais agitação, mais animação e, claro, mais ansiedade
Quanto mais GABA - um neurotransmissor inibidor - mais calma, mais sedação, menos excitação
Vamos aos medicamentos:
1 - Benzodiazepinicos - (Diazepan, Lexotan, Rivotril, Olcadil)
Agem rapidamente, em minutos - reduzem a hipervigilância - aquela inquietude, o desassossego de não deixar passar nada desapercebido. Eles agem aumentando a quantidade de GABA que entra nos neurônios - daí seu efeito anticonvulsivante, também.
2 - Betabloqueadores - (Propanolol, Atenolol) Atuam no componente somático, corporal, autonômico da ansiedade - reduzem a taquicardia, a hipertensão, a falta de ar, as mãos frias. O ansioso estressado libera Noradrenalina que dispara o coração - os Betabloqueadores impedem a ação da Noradrenalina produzindo bradicardia - baixam o pulso para 50 - aliviando aquela sufocação de morte que o ansioso sente
3 - Buspirona (Ansitec, Buspar)
Ela demora até duas semanas para produzir seus efeitos tranqüilizantes porque atua em duas fases: sempre sobre a Serotonina, mas, numa primeira semana fica na "rabeira" do neurônio (nível pré-sináptico) depois atua na fenda sináptica impedindo a entrada da Serotonina - aí é que baixa a ansiedade
4 - Clormipramina e Imipramina – são dois antidepressivos “modelo antigo” (tricíclicos) Eles bloqueiam a receptação de Serotonina e de Noradrenalina - seu grande problema é que atuam, também, em receptores de Acetilcolina e de Histamina - assim, ocorrem sintomas incômodos como prisão de ventre, boca seca, demora na ejaculação e uma sonolência perigosa ( cuidado ao beber ou dirigir com esses remédios)
5 - Antidepressivos ISRS que bloqueiam seletivamente a receptação de Serotonina, Noradrenalina e Dopamina.
A Depressão é a face oculta da ansiedade - ambas compartilham sintomas comuns, tanto o ansioso como o depressivo sofrem de uma maior sensibilidade ao estresse, fadiga e distúrbios do sono.
Os antidepressivos do tipo ISRS levam um certo tempo, até duas semanas, para reverterem um quadro depressivo - qual o porque dessa demora?
Quimicamente está comprovado que assim que se inicia o tratamento com a Fluoxetina, os níveis de Serotonina sobem rapidamente na fenda sináptica - então, porque a demora na regressão da depressão?
Aceita-se hoje que nesse tempo serão produzidos uma nova série de neurônios no Hipocampo - esse é o fenômeno mais badalado na atualidade - a Neurogenese - o nascimento de novos neurônios não era admitido até recentemente - bem, mas o que tem isso a ver com depressão?
Vamos construir novas rotas para o medo - já é uma grande vantagem - teremos um novo desempenho na solução de situações estressantes - o hipocampo tem um certo controle sobre o eixo hipotalâmico de liberação de corticóides - e, com novos neurônios responderemos aos desafios gastando menos corticóides.
Mais surpresas:
A ocorrência da Neurogênese está confirmada, também, quando o paciente é submetido a tratamento psicológico fazendo mudanças importantes nas suas atitudes como as sugeridas na terapia comportamental – que bela notícia – fazer o bem ao próximo traz mudanças físicas no nosso cérebro.
Mais curiosidades:
A neurogênese foi descoberta no cérebro de canários adultos por ocasião da muda de penas – nessa ocasião eles param de cantar e só aprendem de novo porque nasce neurônios novos em seus cérebros – um bichinho desses, tantas vezes vivendo pertinho de nós, escondia um segredo que revolucionou a neurologia.

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