quinta-feira, 29 de maio de 2014

Não haverá catástrofe

Não haverá catástrofe
Haverá Copa do Mundo sim
O bloco dos descontentes começou com os mascarados quebrando vidraças e agitando a Paulista.
Movimentos contraditórios se misturaram ao clima de insatisfação, mas nada de novo que contrariasse tudo que já sabemos: falta escola, falta segurança, falta remédio, falta transporte, professor ganha pouco, médico não vai no postinho da Vila Prudente  – como se isso não tivesse nada a ver com a estatística da semana passada revelando que 17 milhões desse povo “folgado” não quer saber de procurar emprego.
O desfile agora passou para a escola do primeiro grupo – tem fila gigante de ônibus em São Paulo, fantasia de policial no Recife e flechada de índio no Palácio da Alvorada.
Mas, a vida tem de continuar, a gente vai se abraçar e gritar de braços abertos: Gool do Neymar.

Nubor Orlando Facure    

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Os Fantasmas do músico

Os fantasmas do músico
Nubor Orlando Facure

Seo Arnaldo entrou no consultório vestido com elegância sóbria, bem cuidada. Como de costume, inicio minha conversa tentando conhecer os dados pessoais e familiares do paciente. Ele estava ali com sua filha, de aparência nobre, colaborativa esboçando certa preocupação com as respostas do pai.
Ele era músico, trabalhou na Sinfônica até sua aposentadoria ha 3 anos atrás. Morava só com a esposa recebendo visitas frequentes da filha que estava ciente das queixas que ele passou a relatar-me.
Para curtir a solidão da aposentadoria ele assenta a tardinha no piano da sala e passa ali tocando o instrumento até que chegue o horário de assistir o noticiário da televisão.
Foi nessa sala dedilhando seu piano que começa o drama que me relatou calmamente. Ainda havia a luz da tarde quando percebeu que tinha “alguém” na sua janela o observando. Como a visão foi muito rápida ele se refez do susto e não deu maior importância ao fato. Porém, nos dias subsequentes, a imagem de um homem o observava tocar piano por alguns instantes. Ele resolve ir até a janela mas, constata que não havia ninguém por lá. A coisa foi piorando, começa a aparecer mais de uma pessoa, homens, mulheres, uma duas ou até três pessoas ali assistindo o músico ao piano. Ele pesquisa melhor, vai ao quintal examinar se haveria alguém escondido embaixo da janela.
Semanas depois as imagens permaneciam de tal forma constantes que ele continuava tocando o piano sem dar maior importância a elas. De repente nota que os figurantes que o assistiam, estavam mais arrojados, passaram a ficar do lado dele próximo ao piano.
Dias depois ele se apavora com imagens estranhas, bizarras, mas,  nítidas, eram seres pequenos, sobre seu piano, anãozinhos que quando ele fixa o olhar, entram no seu copo ou na garrafa de agua que costumava deixar ali. Esses seres minúsculos são denominados Lilliputianos pela semelhança aos que são descritos nos contos de Gulliver na terra dos Lilliput.
Certa noite, nosso músico acorda de madrugada e vê descer do teto até sua cama vários dos “amiguinhos” que o seguiam na sala de piano – foi por isso que ele me procurou para consulta – se da sala foram para o seu quarto, onde iam parar esses homenzinhos, que cada vez mais afrontavam sua intimidade.
O quadro desse músico foi descrito por um naturalista e filósofo suíço – Charles Bonnet que o observou no seu avô e ironicamente ele mesmo, mais tarde,  veio a sofrer dessas alucinações – Charles Bonnet escreveu: “Ensaio analítico sobre as Faculdades da Alma” em 1760 – nesse trabalho ele, acertadamente, atribuiu essas alucinações a doenças dos olhos (miopia, catarata, doenças na mácula ou na retina). 

A filha do Seo Arnaldo sentiu-se aliviada quando lhe garanti que não era doença de Alzheimer ou esquizofrenia que sofria o seu pai

quinta-feira, 15 de maio de 2014

A dimensão espiritual e a saúde da Alma

      A Dimensão Espiritual e a Saúde da Alma
                                                 Nubor Orlando Facure


      As organizações médicas de hoje definem a Saúde como um bem estar físico, psíquico e social – e alguns grupos médicos passaram a incluir o elemento espiritual nessa definição.
      Uma das situações mais graves por que passa a humanidade nos dias de hoje é a doença social nos seus múltiplos aspectos. A fome, a violência, a intolerância religiosa, o preconceito social com seus inúmeros matizes e toda sorte de mazelas que, freqüentemente, nos colocam uns contra os outros. Se lançássemos mão dos recursos tecnológicos que já dispomos, não teríamos porque conviver com a fome e com inúmeras doenças que já sabemos como nos prevenir e tratar. Ainda não sabemos ser solidários uns com os outros para distribuirmos os recursos necessários para o bem estar de todas as nações e ainda não aprendemos a reconhecer que o Homem é a causa do seu próprio sofrimento.
      Quase sempre procuramos encontrar do lado de fora a origem das nossas doenças, sem olhar por dentro e perceber que foram as nossas próprias escolhas que traçaram o rumo que a vida parece nos levar. São poucos os que se empenham em abandonar os pequenos vícios, em ajustar os comportamentos afetivos evitando magoar os familiares mais próximos, e quando mal percebemos estamos às voltas com a úlcera, a hipertensão, a diabete ou as dores reumáticas.
      É urgente reconhecermos que todas as doenças, no fundo pertencem à Alma, são produtos da nossa mente antes de se expressarem no corpo físico que as reflete.
      Por outro lado, as doenças não podem ser vistas como castigo ou punição. Precisamos descobrir em todas elas uma oportunidade de recomposição das nossas energias espirituais e reconstrução do perispírito que nossa irresponsabilidade permitiu ultrajar.
      Todos nós nos posicionamos ansiosos para curar qualquer mal estar que nos afeta. Lamentamos e fazemos mil promessas de renovação diante de uma ou outra doença mais grave. Nos esquecemos, porém, que mais importante que a cura é a iluminação do espírito, seu crescimento diante da dor, avançar espiritualmente é tão importante como sarar as moléstias do corpo. As dificuldades com as doenças são provas que nos aprimoram ensinando-nos a superar obstáculos. O aprendizado diante das doenças é extraordinário quando sabemos identificar suas lições.
       Não propomos qualquer atitude de estoicismo para suportar resiguinadamente as dores que nos afetam. O sofrimento oferece a oportunidade de superação e de autoconhecimento, é essa a lição que está subentendida nas dificuldades que as doenças nos faz percorrer.

       A dimensão espiritual

      A Espiritualidade pode ser percebida pelo ser humano dentro de dois contextos:
1 - Uma manifestação subjetiva que o faz crer em sua transcendência
2 - Uma dimensão objetiva situada além dos limites que seus sentidos sugerem.
      Uma avaliação científica destes dois domínios ainda esbarra nos preconceitos religiosos e nas ilusões de teorias pseudocientíficas.
      Admitindo um paradigma espiritualista, devemos considerar que o ser humano é uma entidade espiritual, sua Alma é imortal e atua e dirigindo toda fisiologia do corpo físico. Esta atuação se exerce através de um corpo intermediário, denominado de corpo espiritual ou períspirito, o qual, estabelece sintonia vibratória com o corpo físico.
      A Alma é livre para transitar pelas dimensões do mundo espiritual mantendo uma ligação mais ou menos parcial com o corpo físico e a morte significa a rotura definitiva desta ligação.
      A Alma desencarnada passa a conviver no mundo espiritual com outros Espíritos que a precederam no desencarne. Por sua vez, os Espíritos desencarnados participam e atuam constantemente em nossas vidas conhecendo e interferindo intimamente em nossos pensamentos e decisões.
            A partir destas afirmações, que consideramos fundamentais, podemos enumerar diversos campos de pesquisa que usando metodologia científica podemos investigar:

      1 - A psicometria da espiritualidade
      2 - As doenças espirituais
      3 - As crises psíquicas
      4 - Os desdobramentos patológicos
      5 - A noção de uma presença

A Espiritualidade



      A dimensão espiritual que está implícita na natureza humana é aceita por uns, mas, não por outros. Aquilo que permite alguém ter acesso a esta dimensão poderá não ter nenhum significado para aquele que não admite a sua existência. Cada indivíduo pode ser caracterizado, por sua religiosidade,
suas crenças particulares e práticas relativas a sua religião, sem, no entanto,
manterem um vínculo elevado com  a espiritualidade.
      A vivência espiritual comumente é uma experiência subjetiva, individual, particular, que algumas vezes pode ser compartilhada com os outros. Algumas pessoas experienciam sua espiritualidade como um assunto altamente pessoal e privado, focalizando elementos intangíveis que os suprem de vitalidade e grande significado em suas vidas. Espiritualidade não envolve religião necessariamente.
      Cada pessoa define sua espiritualidade particularmente. Ela deve ser vista  como um atributo do indivíduo dentro de um conceito complexo e multidimensional. Possivelmente tem alguma coisa a ver com caráter, com personalidade e com cultura.
      Para uns, a espiritualidade se manifesta ou é vivenciada em um momento de ganhos materiais prazerosos tão simples como, pisar na relva descalço ou caminhar pela noite solitário, para outros, será um momento de contemplação, de meditação, uma reflexão profunda sobre o sentido da vida, uma sensação de íntima conecção com o que pensa amar ou um contacto psíquico com seres espirituais.

Psicometria da Espiritualidade

       Podemos perceber que a  espiritualidade se manifesta em três domínios pelos quais poderemos sistematizar sua avaliação com critérios científicos: os domínios da “prática”, das “crenças” e o da  própria “experiência espiritual”.
 Na “prática”, quando se exercita a contemplação, a meditação, a prece ou uma atividade de culto religioso. Esta participação prática pode ser individual ou em grupo. Pode ser expontânea e informal como a que cada um pode  realizar na intimidade do seu lar ou pode seguir os rituais ou a liturgia das casas de oração que as diversas igrejas construíram para o encontro com seus fiéis.
 O domínio das “crenças” espirituais varia com a cultura dos povos e inclui a crença na existência de Deus, da Alma, da vida após a morte e da realidade da dimensão espiritual  para além do nosso conhecimento sensorial e intelectual. Está ligada à fé de cada um e nenhum outro pode aquilatar a sua extensão.
      Por fim, no domínio da “experiência espiritual” há uma série enorme de situações que parecem sugerir “contacto direto” com a espiritualidade. Incluem-se aqui, por exemplo, aquelas vivências rotineiras, representadas pelo encontro íntimo e pessoal que cada um faz com o transcendente e o sagrado. É o diálogo interior que cada um faz com o seu Deus ou com quem o representa.  Outras “experiências” incluem aqueles quadros freqüentemente mais dramáticos, quase sempre súbitos, acompanhados de forte transformação pessoal que se seguem a um acontecimento psíquico marcante na vida. São casos de envolvimento dramático com acidentes ou situações de alto risco como uma cirurgia cardíaca nas quais o paciente sentiu a ameaça de morte eminente. De maior expressividade ainda, incluem-se , entre outros, os relatos de “experiências de quase morte” (near death experience)  e as “projeções fora do corpo físico” (out of body experience) nas quais, o indivíduo transita com sua consciência por outras dimensões, vivenciando a plenitude da vida espiritual .

 

A Mediunidade




Podemos afirmar que, em termos de “experiência espiritual”, nada supera a mediunidade. Entre nós, parece que a espiritualidade convive dentro de casa dirigindo cada passo de nossas vidas. Pelos nossos médiuns, os recados do outro lado tem sido tão freqüente, que as portas da morte não isolam mais nosso contacto com os que mais amamos. Estamos diante de um “campo de experimentação” extraordinário onde é corriqueira a comprovação da intercomunicação entre nós e o “outro lado da vida”.


                  Doenças Espirituais


Assim como a saúde tem a ver com espiritualidade, a doença também tem ligação estreita com ela. Pode-se dizer, na verdade, que toda doença tem uma razão ou uma motivação espiritual. Dentro de um critério que leva em conta a fisiopatogenia das doenças, estamos propondo os seguintes grupos de doença que se expressam como decorrentes de processos espirituais:
            1 – Doenças espirituais auto-induzidas
                        a - Desequilíbrio vibratório
                        b - Auto-obsessão
            2 -  Doença espirituais compartilhadas
                        a -  Vampirismo
                        b -  Obsessão
As doenças espirituais auto-induzidas são decorrentes de dois mecanismos fisiopatogênicos: A perturbação na sintonia entre o corpo físico e o corpo espiritual, produzindo sintomas decorrentes deste desequilíbrio vibratório e, a criação de idéias-formas, elaboradas pelo psiquismo doentio, que perturbam o indivíduo às custas do domínio que estas idéias fixas provocam.
Nas doenças compartilhadas ocorre a parceria ou a interferência de outra entidade espiritual. No vampirismo, esta outra entidade espiritual usufrui junto de sua vítima, dos prazeres que atitudes viciadas facilitam, como no uso de drogas, do fumo, do álcool, dos excessos alimentares e dos abusos sexuais.
Na obsessão ocorre uma interferência ou um domínio de uma entidade espiritual sobre suas vítimas, devedores ou comparsas.


                  Crises psíquicas


Em função de alterações, principalmente nas regiões temporais do cérebro, certos pacientes podem manifestar as chamadas crises psíquica, nas quais eles descrevem vivências subjetivas que tem estreitas ligações com o conteúdo das descrições que os místicos fazem da espiritualidade. Assim é que eles descrevem crises nas quais estão alterados para eles, o tempo, os objetos, a realidade, o pensamento e as sensações. Estas descrições são com freqüência superponíveis ao que informam os místicos quando falam sobre sus percepções sobre  o tempo, a essência dos objetos e a noção de realidade quando transitam pelas dimensões espirituais.


            Desdobramentos patológicos


A narcolepsia é uma condição patológica do sono conhecida há mais de um século pelos neurologistas. Estes pacientes fazem relatos de situações vividas durante o surto de sonolência com descrições ricas dos ambientes que transitam durante estas perturbações. A neurologia clássica costuma rotular estes estados de “alucinações hipnagógicas” sem se deter em examinar mais cuidadosamente a possível “realidade” dos episódios vivenciados durante o sono destes pacientes. Na nossa avaliação eles têm muito a nos ensinar sobre as dimensões que compões a espiritualidade que nos envolve.

     



A noção de uma presença


Pode-se dizer que é uma constatação corriqueira a possibilidade de se perceber uma outra “presença” perto de nós. Esta sensação é freqüentemente vaga, de curta duração e na maioria das vezes não se deixa confirmar.
Situações acidentais ou de doenças tem revelado esta sensações de outra presença com mais intensidade. Assim é que pessoas que se perderam no deserto, em alto mar ou em florestas, tem relatado que num determinado momento se viram como que ajudados por “uma presença” que lhes indicava o melhor caminho a seguir. Na epilepsia, em portadores de foco nos lobos temporais, também é freqüente o relato de uma presença que se aproxima, às vezes com a idéia de dar uma proteção, momentos antes de ocorrer a perda da consciência que configura a crise epiléptica.
Creio eu, que a Medicina materialista dos dias de hoje, precisa abrir-se em busca das causas profundas do nosso sofrimento. Nenhum dos recursos da tecnologia será avançado o suficiente para nos esclarecer, onde está a justiça que distribui tanta dor para uns e poupa outros. A existência da Alma, sua imortalidade e os fundamentos da reencarnação precisam fazer parte, doravante, dos textos que preparam os médicos para o futuro.


sábado, 3 de maio de 2014

O Livre-arbítrio

O Livre-arbítrio


Nubor Orlando Facure
A Consciência e o Livre-arbítrio são as mais nobres conquistas do Espírito Humano
Elas nos permitem escolher e agir nos seguintes contextos:


Por em prática nossos projetos

Realizar nossos desejos

Cumprir nossas promessas

Decidir fazer ou não fazer ao nosso bel prazer
Assumir ou rejeitar um compromisso
Aprovar ou condenar uma atitude qualquer

Sacrificar até mesmo nossos interesses pessoais

Levar vantagem onde todos perdem
Ser herói ou bandido nos cenários da Vida

Em vista disso, nossa autoconfiança e talvez nossa costumeira presunção costumam crescer tanto que, todos nós acabamos convencidos de que sou Eu quem faço as minhas escolhas, Eu faço os meus projetos e Eu quem decido cumprir esse ou aquele papel que a Vida minha me reserva.

Doce ilusão e amargo desencanto, as coisas não são tão simples assim como parecem. Nos mares revoltos da existência, todos estamos sujeitos ao vai e vem das ondas que nos surpreendem e da fragilidade do barco que nos apoia.

" Vamos pensar um pouco":

Analisem comigo - no circo da Vida, quais tem sido os tirantes que nos prendem, os mecanismos que nos dirigem e os parceiros que concorrem conosco no picadeiro dos dramas que vivemos, enquanto desempenhamos os papéis do nosso espetáculo?

Lições de casa;
Ele ensinou que somos livres para agir mas, escravos das consequências