sábado, 19 de abril de 2014

Estranhos fenômenos

Estranhos fenômenos
Nubor Orlando Facure

1 - Conta-nos o Sr. Pierrart, que por diversas vezes, diante dos professores do Liceu de Rodes, o médium Volson, foi desafiado a comprovar a existência de Espíritos.  Ele era um modesto inspetor de disciplina no Colégio e jamais se interessou pelo estudo de línguas. No transe sonambúlico o médium escrevia em Latim ou Grego à semelhança de Virgílio, dando respostas ao que perguntavam os sábios professores do Liceu. O mais impressionante é que, as vezes, suas respostas eram escritas invertidas e se fazia necessário usar um espelho para conseguirem ler o texto.

2 – A Sra. Conant, uma experiente médium francesa estava em visita a Boston quando foi procurada por um desconhecido que lhe solicitava permissão para assistir a uma de suas reuniões mediúnicas. Ele alegava ser estudioso do Espiritismo e que um amigo de sua cidade lhe recomendara procurar a Sra. Conant com a qual ele deveria receber uma prova definitiva da sobrevivência da Alma.
Sentado diante da médium, depois da algumas páginas psicografadas, os assistentes percebem que Sra. Conant bate o lápis sofregamente na mesa. Até ao término da reunião ninguém sequer desconfiou o que esse gesto sôfrego poderia significar. Foi quando o desconhecido revelou que estava se manifestando um grande amigo que fora telegrafista e que aquelas pancadas com o lápis eram uma comunicação com o código Morse dirigida a ele.

3 – A Sra. Hardinge Britten assistia a uma sessão mediúnica em Nova York, na casa do Sr. Bears onde se reuniam pouco mais de 20 pessoas. Após o início da reunião, a médium Sra. Corwin estende a mão apontando a um dos assistentes e pede para ele se aproximar sentando à sua frente. Iniciado o transe mediúnico a Sra. Corwin começa a emitir sons incompreensíveis e a gesticular, fazendo trejeitos rápidos com a mão esquerda. Vinte minutos depois o assistente convocado pela médium explica aos presentes que, tratava-se do Espírito de sua Esposa, falecida ha algum tempo – ela era surda-muda e eles conversavam pela língua dos sinais que era completamente desconhecida da Sra. Corwin.

4 – Os fenômenos espíritas despertaram interesse no Abade Garo da catedral de Nancy – era o ano de 1886 – naquela época esses fenômenos se generalizaram pela França por motivo de curiosidade, de especulação sobre os Espíritos dos mortos e principalmente de recreação. Naquele mesmo ano, um grupo se reuniu, no início da noite, na casa do Abade na presença de um jovem de pouco mais de 14 anos, filho do Sr. Diderot, um professor primário na cidade.
Foram fechadas num envelope algumas perguntas e o rapazinho assim que entrou em transe mediúnico começou a responder. Ele escrevia mecanicamente a resposta e só depois era aberto o envelope.
No primeiro deles:
Poderemos ver a Deus?
No texto da resposta dizia:
Quando atingires a perfeição
Por quanto tempo ainda viveremos?
Para Deus o tempo é a eternidade
Existe vida depois da morte?
O Abade Garo extremamente surpreso precisou traduzir a resposta em Latim:
“Sacerdotes a Deo dilecte, cur manifesta negas ?
(Sacerdotes amados por Deus, porque negas o que é manifestado?)


quinta-feira, 17 de abril de 2014

A marca de nascença

A marca de nascença
Nubor Orlando Facure


As duas irmãs saiam da mansão nobre de São Paulo para visitar no hospital público  Dona Agnes, antiga serviçal que  lhes servia de governanta por mais de 20 anos.
Enquanto o motorista se via com as dificuldades do trânsito, Marília e Margot, as gêmeas ricas da mansão paulista, recapitulavam antigas lembranças do carinho, e esforço no trabalho caseiro que Dona Agnes multiplicava em todos os momentos de suas vidas. Elas eram órfãs, a mãe falecera no dia do parto gemelar complicado. A única imagem que tinham da mãe era um álbum de retratos onde ela aparece com parentes na praia da Enseada no Guarujá. Mesmo no branco e preto gasto das fotos antigas era possível ver uma mancha na coxa direita da mãe. Era como a água quando cai no chão esparramando gotículas em volta. Uma mancha maior, cercada de outras pequenas em torno dela.
Daí a pouco já estão entrando pelas portas de uma enfermaria de graves. As notícias não são nada animadoras, mesmo jovem e sem nunca ter se queixado em casa, os exames de Dona Agnes revelaram diabetes e pressão alta e, naquela noite ela entrara em um estado de pré-coma, a agitação foi constante com risco de quedas do leito e, sem acompanhante, foram as vizinhas do leito que ajudavam como podiam.
Marrília e Margot se postam ali ao lado da cama percebendo o suor que escorre da face de Agnes. Que propósito teria Deus quando juntou essa três mulheres de personalidade e condições sociais tão diferentes. Mas, o coração das gêmeas não é indiferente ao sofrimento da servidora que fora companheira fiel por tantos anos.
De repente, aproximam-se as atendentes da enfermagem  com o material de banho e descobrem o corpo de Dona Agnes. A mesma mancha de nascença está lá na coxa direita – a gota de água com os respingos ao lado.
Marília e Margot nunca perceberam que a Misericórdia Divina aproximara delas a mãe que perderam no parto. A reencarnação é benção com que a Justiça de Deus recompõe nossas oportunidades


As revelações de Além-túmulo

As Revelações de Além-túmulo
Nubor Orlando Facure

No curso de iniciação ao espiritismo o atencioso professor pede aos alunos que meditem sobre as mensagens mediúnicas recebidas naquele mês no Centro Espírita:
Notícias de parentes desencarnados, estímulo para suportarem as provações, convocação ao trabalho de caridade, perseverança nas orações para não se desviarem do caminho reto, buscar os exemplos de humildade em Jesus.
Tomando a palavra para discorrer sobre o tema o professor inicia com exemplos dos clássicos para demonstrar a seriedade e fidelidade da comunicação da mediunidade:
Hemance Dufaux com 14 anos de idade, recebeu mediunicamente, em 1858, ditado por Joana d´Arc um livro que descreve de maneira impecável a sua biografia. Posteriormente a menina médium escreve em 15 dias a biografia de Luis XI com riqueza de detalhes sobre acontecimentos e costumes da época desse monarca astuto e dissimulado.
Em 1875, na França, a médium d`Esperance participava de pesquisa com sábios da época respondendo por “escrita automática” uma série de perguntas sobre a física do som e dos gases, anatomia do olho e do cérebro – o interessante era que ela não tinha cultura para dar essas respostas e ao mesmo tempo que escrevia o texto da resposta ela podia continuar conversando sobre assuntos triviais com o público.
Em 1872, nos Estados Unidos, um rapazola de 16 anos, aprendiz de mecânico, recebeu mediunicamente um romance intitulado “O Mistério de Edwin Drood”, que o famoso escritor, Charles Dickens, tinha deixado inacabado, e, estava ali a segunda parte do romance que completava a história do livro de Dickens.
Nosso cauteloso professor vai até a lousa e escreve – diante das experiências com a mediunidade devemos considerar as seguintes ocorrências:
1 – Alguém na plateia transmitiu um pensamento ao médium
2 – Alguém próximo do Centro espírita, mas fora do ambiente da reunião, transmitiu um pensamento captado pelo médium por afinidade com essa determinada pessoa
3 – O médium resgata memórias "esquecidas" em seu subconsciente
4 – o médium faz uma saída do corpo (emancipação da Alma) e sua Alma comunica uma mensagem através do seu corpo que funciona como médium de si mesmo
5 – A mensagem é uma chacota de um Espírito zombeteiro
6 – O médium está mistificando – assume atitudes e posturas dissimuladas para tentar convencer o público de uma incorporação que não existe
7 – O médium foi hipnotizado, torna-se vítima de uma sugestão de alguém na plateia que o faz emitir pensamentos que não são seus
8 - O médium por clarividência escreve um texto que lê em um livro ali próximo
Sentindo a dificuldade de dominar com segurança tão complexo tema, o professor, com paciência esclarece:
Antes de saber se a comunicação é falsa, verdadeira, animismo ou mediunidade, verifiquem se a mensagem instrui ou ensina coisas sérias e boas – condizentes com a moral espírita – sendo assim podemos acolhe-la, vindo de onde vier




A pequena estrelinha

A pequena estrelinha

Nubor Orlando Facure


No fundo do mar brilha uma tênue luzinha que pisca em direção ao Céu. E um anjo mulher desce até lá e trás no colo a estrelinha. É a mãe que recebeu da mãos de Jesus a ordem de resgatá-la. Candinha havia sucumbido mais uma vez ao desatino da carne, do luxo, do poder e acaba se atirando ao mar.
Postada de joelhos diante do Senhor essa mãe implora mais uma oportunidade. Não há limites nem obstáculos para o carinho da mãe quando implora perdão a uma filha.
Hoje, decorridos alguns anos, Dolores carrega no colo aquele corpinho deformado, com as pernas atrofiadas, os olhos balançando nas órbitas, os cabelos desalinhados, dentes mal postos e a mistura do choro com grunhidos altos e doloridos.

Erguendo os olhos em lágrimas Dolores repete em silencio: “obrigado Senhor, um dia estaremos as duas recolhidas em seu regaço”

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Versão "persona"ou Versão espírito


Versão "persona" ou versão Espírito

Nubor Orlando Facure

Versão "persona"
É vivenciar as experiências da vida centrados em si mesmo. Uma postura egocêntrica, individualista. O Eu possessivo, dominador, exclusivista, imediatista. A busca do sucesso, do destaque pessoal, das vantagens imediatas, da segurança do poder, da exclusão dos outros.

A Versão Espírito,
Nos posiciona diante de um compromisso coletivo. Os que se aproximam de mim tem muito a me ensinar, e tanto agem com flores como com espinhos, a delicadeza do exemplo ou a dureza do castigo, que podem ter o mesmo efeito de me fazer crescer.
A versão Espírito ensina que eu não sou o centro da vida e que nada me pertence - o que uso, o que possuo, e até o que aprendo são aquisições transitórias
A Versão Espírito propõe que só posso agir quando me torno responsável pelos outros - tudo que faço tem consequências no Mundo