Como abordar a mente ?
No analista
Soraia acaba de entrar no
consultório do psicanalista completando um ano de tratamento. Filha única,
criada sob os olhares da proteção familiar, prestigiada com estudos em escolas
particulares, nunca poderia reclamar de desamparo ou falta de carinho por parte
dos pais. Como então justificar tanta insegurança, tanta insatisfação e, se
tinha tudo para ser feliz, que tipo de ajuda o analista poderia lhe oferecer?
Na verdade ressente não ter tido um
relacionamento sério, percebe um certo vazio quando pensa no futuro e ainda não
se definiu profissionalmente.
Por onde o analista deve começar ?
No neurologista
Verônica deu muito trabalho para
nascer, os médicos a mantiveram na “estufa” da maternidade por dois meses.
Demorou para andar, demorou para falar e aprendeu com muita dificuldade suas
primeira letras. Aos 9 anos começaram sua história de convulsões e isso a fez
passar por 3 ou 4 neurologistas cada um deles fazendo trocas desastrosas de
remédios – era sempre uma fase de adaptação com piora das crises
A partir da adolescência começam os
dissabores na escola, na família e no condomínio onde moram. Ela tem rompantes
de agressividade, não obedece nenhuma regra social, escolhe criança mais novas
para brincar e depois as agride incomodando os pais. Seu sonho é conhecer os
ídolos do futebol e da música sertaneja – tem coleções de fotos de cada um “que
ama de paixão”
Examinando sua aparência percebe-se
uma mistura de roupas coloridas e mal combinadas, um batom forte, bijuterias
baratas exageradamente distribuídas.
Nas festas familiares ela tem
sempre “um moço mais velho com quem ela se engraça”, aluga para conversar sem
se dar conta das suas inconveniências e infantilidades
De que doença ela padece ?
Que fenômenos mentais ela manifesta
?
Realmente se percebe, apesar do pragmatismo cético dos nossos dias atuais,que existem coisas que transcendem os conhecimentos e recursos que temos disponíveis, ao menos nesta nossa dimensão...
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