A Sandrinha do Cais
Nubor Orlando Facure
Um casal de São Paulo esperara em
vão por um filho que lhes preenchece o lar e herdasse sua pequena fortuna.
Depois de 12 anos de espera adotaram Sandrinha, encontrada em um educandário do interior,
contando 4 meses de idade, permitindo que
a mãe adotiva, Doralice, vivenciasse todas as delícias e dificuldades de criar
um bebezinho - escolas, bricadeiras, jogos com as amigas e as festinhas de
aniversários. Tudo transcorreu dentro do
esperado para essa família de classe média da capital paulista.
Dois séculos antes essa mesma
Sandrinha frequentava os cais do Mediterrâneo trocando de porto para fugir da
repressão mas, sempre a procura de aventuras
amorosas que lhe permitisse prazer e dinheiro. Já fora vítima de assaltos, abusos
e agressões de toda órdem. Com dinheiro arrecadado na prostituição pagava a pousada para morar decentemente,
comprava roupas e jóias sem nunca pensar em poupar qualquer recurso. Nessa
vida mundana e perigosa acaba se envolvendo com Jonatas que a explora e a faz
cúmplice de um crime brutal quando assassinam o Páraco de uma Igreja que Jonatas
entrou para roubar. Não demorou para a Polícia francesa os encontrar. Ao sair da prisão ela está frágil e doente sendo recolhida
num hospital de caridade. Aí é acolhida amorosamente por Irmã Domitila
contruindo uma afeição que durou vários anos porque a generosa Irmã de caridade
conseguiu adapta-la ao serviço de limpeza do hospital
Agora, em São Paulo, a Irmã Domitila
é Dorlice, a mãe adotiva de hoje, que recolheu Sandrinha de um Educandário. A
Misericórdia Divina permitiu uma nova oportunidade de progresso para esse
espírito feminino que se envenenou nos prazeres mudanos da Europa. Entretanto,
é forte a pressão do passado onde acumulamos débitos que exigem resgate. Jonatas,
também, é Espírito ligado a esse grupo e precisa ser recuperado. E ele hoje
estuda na mesma Faculdade que Sandrinha, faz jornalismo enquanto ela estuda
enfermagem lembrando a passagem que teve pelo hospital na França com a irmã
Domitila.
Mas, a juventude de hoje tem
liberdade sem compromisso, se permitem aventurar por caminhos sem volta. E
Jonatas seduz Sandrinha a usar drogas.
Dez anos depois Sandrinha fugiu de
casa, se envolveu em pequenos roubos e, por várias vezes, já foi detida para
averiguações enquanto Jonatas foi assassinado por traficantes. A vida não programa
final feliz se nós mesmos não construirmos seus caminhos rumo a felicidade.
Sandrinha votou ao cais – agora conhece Santos, Vitória e Manaus. A irmã
Domitila já no Plano espiritual pediu permissão para nascer filha de Sandrinha,
memo que numa gravidez não programada e aguarda permissão da Espiritualidade
para mais esse esforço da caridade materna.
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