sexta-feira, 31 de maio de 2013

De volta pro meu aconchego


De volta pro meu aconchego
Nubor Orlando Facure

Se você pensa em voltar para o útero de sua mãe é preciso se preparar. É escuro, quase tudo cinza. Mas, você poderá escutar barulhos, sentir calor ou frio e perceber que, ao esticar as pernas ou virar o corpo, vai tocar em alguma coisa que ti segura -  seus nervos para temperatura e o tato ainda são lentos mas já estão funcionando.
A criança escuta o barulhão do ônibus passando, o grito estridente da ambulância, o estampido alto dos fogos de artifícios, a música da televisão e, principalmente a voz e a batida do coração da mamãe.
Por isso que a criança adora se encostar no corpo aquecido da mamãe. O frio a incomoda principalmente no rosto. A vantagem dela ter a sensibilidade tátil desenvolvida é que um abraço desencadeia a liberação de Ocitocina, nossa química do aconchego, do vínculo. Preocupo-me com a separação precoce do colo da mãe.
O som preferido da criança é a língua materna, ouvida na canção de ninar que a mamãe canta naquele vai e vem de um colo aconchegante.
Freud não descobriu o quanto isso tudo nos fez bem – a gente gosta mais de abraço que de comida

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