Tiaguinho das Alterosas
Nubor Orlando Facure
Nasceu com aquela carinha de anjo, com toda
beleza que o Céu podia lhe dar. As mesmas bochechas dos querubins que o barroco
mineiro imortalizou nas igrejas de Ouro Preto.
Tem gente que nasce com o talento para agradar.
Era assim Tiaguinho, recebido em todo lugar daquela Minas festeira, levado para
cá e para lá pela moçoilas de São João de Rei, Ouro Preto e Mariana, não havia
quem não disputasse sua presença.
E tem gente, também, que a vida não exige nem
trabalhar nem estudar.
Era assim com Tiaguinho, a mãe fornecia roupas
e comida e as donzelas dividiam os passeios e a cama de lençóis alvos, trocando
carícias. Tiaguinho tinha tudo que elas precisavam, inclusive aquela paciência
mineira de ouvir os causos das frustações que elas tinham vivido e sofrido em
romances e decepções.
Mas, por Angélica Tiaguinho se apaixonou,
fez-se servo fiel e dedicado – só que o amor tem luz e sombras e até hoje não se sabe porquê suicidou Tiaguinho
mergulhando no “rio da onças”
Uns diziam que Angélica era possuída pelo
Espírito de um noivo que morreu de acidente – mas, são histórias que como essa
tem muitas lá em Minas Gerais.
O fato é que Tiaguinho volta para o Céu, não
como santo ou como anjo mas, como gente igual nós outra vez
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