sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Dona Jovina


Dona Jovina
Nubor Orlando Facure


Ela termina às pressas a costura e sai para buscar a filha no colégio. Toda tarde essa rotina, mas, Magali é rebelde, teimosa e se desculpa com a colegas resmungando que a “empregada” veio busca-la mais cedo.
Na Faculdade, Magali fratura a perna num acidente de moto. Levada numa cadeira de rodas ela diz às amigas que é uma atendente que o pai contratou.
O casamento ela preferiu fazer no Rio de Janeiro onde a mãe não poderia comparecer. Os dois filhos, desde que nasceram estavam sempre em viagens e não podiam visitar a avó.
Transito agitado, mais um acidente no Rio de Janeiro e Magali morre na UTI de um hospital carioca.
No mês seguinte, num famoso cemitério do Rio uma costureira deposita flores no túmulo de Magali. Alguém ali perto pergunta porquê? Essa mulher era tão rica, vaidosa, fez tanta maldade para os empregados como receber flores de alguém?
Essa é minha filha foi ela quem me ensinou: perdoar e aceitar as ofensas sem nunca deixar de amar.

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