sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Alzheimer


Alzheimer
Nubor Orlando Facure

Alzheimer
Essa nau sem rumo
Sem porto de chegada
Embarcação sem Alma
A memória naufragou
O pensamento sufoca, agita-se em desassossego.
A personalidade evapora entre o dia e a noite, ela não amanhece a mesma nunca mais.
A moral não se contém, é um animal que rasteja entre os detritos.
No chacoalhar das ondas fragmentou-se a atenção, o planejamento, a competência e a interação social.
A embarcação põe em pânico quem se avizinha dela
O piloto automático parece funcionar, mas onde está quem o dirige?
Quem ti construiu ? Onde a falhou esse carpinteiro? Para onde foi essa Alma que ti abandonou ?

sábado, 24 de novembro de 2012

Deixe suas coisas e siga-me


Deixe suas coisas e siga-me
Nubor Orlando Facure



Ibrahin recolheu dois sacos de lã e levou suas ovelhas até a pastagem próxima
Os primeiros sinais da manhã começavam a aparecer e diante da casa de Pedro um grupo de pessoas se acomodava assentando nas pedras
Aproxima-se Ibrahim para ouvir de que se trata, é um homem de olhar penetrante, iluminado, sereno e que em voz firme dizia: o menor será o maior no Reino dos Céus”. Sem querer perder mais tempo Ibrahim precisa ir a cidade onde fará a entrega da lã aos comerciantes
Dia seguinte está ali o mesmo grupo e o mesmo homem que os aprisiona em sua palavras: “primeiro, reconcilia com o seu inimigo”. Ibrahin se retira carregando três potes de vinho que precisa vender
Na sexta-feira o grupo está reunido, antes de irem para a Sinagoga, e Ibrahin, agora mais interessado escuta: “não se põe remendo novo em roupa velha”. Nosso comerciante abandona pela última vez aquele  olhar azul esverdeado que o Mestre lhe dirige, o feixe de lenha está pesando e ele tem de entregar aos compradores.
Semana seguinte não ha mais ninguém na casa de Pedro. Tomé que ficou para traz diz à Ibrahin, “para segui-lo é preciso deixar o mundo, vender suas coisas, dar aos pobres e desfazer-se do homem velho que ha em você

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Dona Jovina


Dona Jovina
Nubor Orlando Facure


Ela termina às pressas a costura e sai para buscar a filha no colégio. Toda tarde essa rotina, mas, Magali é rebelde, teimosa e se desculpa com a colegas resmungando que a “empregada” veio busca-la mais cedo.
Na Faculdade, Magali fratura a perna num acidente de moto. Levada numa cadeira de rodas ela diz às amigas que é uma atendente que o pai contratou.
O casamento ela preferiu fazer no Rio de Janeiro onde a mãe não poderia comparecer. Os dois filhos, desde que nasceram estavam sempre em viagens e não podiam visitar a avó.
Transito agitado, mais um acidente no Rio de Janeiro e Magali morre na UTI de um hospital carioca.
No mês seguinte, num famoso cemitério do Rio uma costureira deposita flores no túmulo de Magali. Alguém ali perto pergunta porquê? Essa mulher era tão rica, vaidosa, fez tanta maldade para os empregados como receber flores de alguém?
Essa é minha filha foi ela quem me ensinou: perdoar e aceitar as ofensas sem nunca deixar de amar.

sábado, 17 de novembro de 2012

E no sétimo dia descançou


“E no sétimo dia descansou”
Nubor Orlando Facure


Oh!  meu Deus, não descanse nesse sábado
O filho da Cida, sumiu fazem 4 dias, ela faz a faxina para nós ha 40 anos, é uma dor que a mãe não pode suportar sem Sua ajuda
Dona Regina já não consegue mais deglutir e seu médico não pode vir atendê-la em casa, Seu socorro não pode demorar
Seu Clodomiro está velho e cada vez mais frágil,  mesmo assim, a esposa descuidou-se e ele ficou perdido na rua, irradia Sua Paz naquela casa
O Alzheimer de Dona Alzira piorou muito, ela já não sai da cama e a Empresa onde trabalha o marido não aceitou sua licença médica, alimente com Suas forças esse casal
Os exames do Sr. Manoel chegaram e assim que o filho me telefonar vou contar que é câncer, protele sua dores por algum tempo Senhor
O marido da nossa “carteira” permanece em coma dois meses depois que bateu a cabeça, dê-lhe uma nova chance de vida Senhor
Mesmo assim, por tudo que peço, que seja feita a Sua vontade

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Neurônios


Neurônios
Nubor Orlando Facure

Neurônio que é neurônio não perdoa
Um aviso aos que magoam, um alerta aos que traem, um sinal aos que ferem, uma dica aos que abandonam
O neurônio não tem borracha nem tecla de deletar. O que se inscreve neles é para sempre
O perdão sublime, que Jesus ensina, é de Espírito para Espírito

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Nas dimensões da mente


Nas dimensões da mente
Nubor Orlando Facure

Nosso mundo mental disfruta de certas competências que os neurônios não conseguem reproduzir. Por isso, defendo a existência de um “cérebro” de dimensão espiritual.
Premunições, lembranças de vidas passadas, experiências fora do corpo, sonhos lúcidos, percepção de uma presença ao nosso lado, pensamentos concordantes entre gêmeos ou entre mãe e filho,  visão à distância, entre outras possibilidades. Minha explicação pode não ser plausível, mas, o que não se pode negar é a existência desses fenômenos que merecem uma análise cuidadosa devido sua complexidade.