quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Nosso jeito de ser


Nosso jeito de ser
Nubor Orlando Facure

Padrões
O ser humano aprendeu a identificar padrões nas coisas e nas pessoas usando esses padrões para compreender o significado do mundo e do comportamento das pessoas.
O céu que escurece de repente pode significar temporal
Um urro atrás da folhagem pode esconder uma fera perigosa
O choro de uma criança pode indicar dor ou fome
O rapaz forte e compenetrado na frente do quartel é um sentinela, mesmo armado ele não oferece perigo
O sol, com os planetas  que o circulam, formam uma imagem padronizada típica. Os astronomos buscam outros planetas tentando encontra-los circulando em torno de outras estrelas. Nao haverá nenhum planeta fora desse padrão, girando solitário pelo universo a fora.
Num hospital piquiátrico alemão todos se vestem com o mesmo uniforme e tem direito de frequentar os mesmos ambientes. Esse não é um hospital padrão e, seguramente, oferece o perigo de ocorrer uma grande confusão. Alguém com dor ou insônia corre o risco de se confundir e pedir ajuda a um esquizofrênico e não a um enfermeiro
No Brasil a mão de direção é a direita, dirigir no Japão é terrivel, eles não seguem nosso padrão e demoramos a nos acostumar com a direção do lado esquerdo
Os jóvens tem um comportamento padrão, são irreverentes e sempre inventando mudanças. Quando um filho muda seu padrão de comportamento a gente logo suspeita que tem alguma coisa errada. Mudou de padrão, ficou diferente, a gente sempre extranha
Seu Noronha mudou com a família de Minas para São Paulo. Sofreram muito no início – aquele jeito apressado do paulista, trabalhando dia e noite, mal tendo tempo para dois dedinhos de prosa, tão comum la no sítio da familia mineira
Marlene era cabelereira e num esforço extraordinário realizou o seu sonho. Estudou enfermagem e agora trabalha num hospital público. Tudo ficou diferente: tem de cumprir horários rígidos, obedece uma rotina e aplica um padrão de conduta para cada procedimento que realiza com os velhinhos da enfermaria que trabalha.
Seu Geraldino é um velhinho simpático que sofre com a doença de Parkinson. Toda manhã o neto mais velho sai com ele dando voltas no quarteirão da pracinha onde moram. Vez por outra, o neto precisa ir primeiro na padaria, essa mudança de trajeto pertuba intensamente o vô Geraldino – fica dificil conter seu nervosismo quando o velhinho vê sua rotina perturbada pelo neto


Em conclusão:
Padronizamos nossas condutas, ou seja, criamos uma rotina, sistematizamos nossos procedimentos para facilitar nossa vida – um professor de escola pública tem um sistema de comportamentos bem diferentes do segurança dessa escola
Para aprender coisas novas buscamos identificar padões nos objetos e nos fenômenos – um biólogo sempre trabalhou no laboratório e agora quer fazer pesquisa de campo – vai ter de se adaptar a um novo padrão de conduta - muita descoberta será feita inesperadamente e com muuito mais rapidez que no ambiente calmo do laboratório
Depois que troquei de emprego aumentou meu salário e, felizmente, pude melhorar muito meu padrão de vida
O curioso é que nasce no cérebro nossa necessidade de buscar um padrão repetitivo no mundo em que vivemos

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