Nosso jeito de ser
Nubor Orlando Facure
Padrões
O ser humano aprendeu a identificar
padrões nas coisas e nas pessoas usando esses padrões para compreender o
significado do mundo e do comportamento das pessoas.
O céu que escurece de repente pode
significar temporal
Um urro atrás da folhagem pode
esconder uma fera perigosa
O choro de uma criança pode indicar
dor ou fome
O rapaz forte e compenetrado na
frente do quartel é um sentinela, mesmo armado ele não oferece perigo
O sol, com os planetas que o circulam, formam uma imagem padronizada
típica. Os astronomos buscam outros planetas tentando encontra-los circulando
em torno de outras estrelas. Nao haverá nenhum planeta fora desse padrão,
girando solitário pelo universo a fora.
Num hospital piquiátrico alemão todos
se vestem com o mesmo uniforme e tem direito de frequentar os mesmos ambientes.
Esse não é um hospital padrão e, seguramente, oferece o perigo de ocorrer uma
grande confusão. Alguém com dor ou insônia corre o risco de se confundir e
pedir ajuda a um esquizofrênico e não a um enfermeiro
No Brasil a mão de direção é a
direita, dirigir no Japão é terrivel, eles não seguem nosso padrão e demoramos
a nos acostumar com a direção do lado esquerdo
Os jóvens tem um comportamento
padrão, são irreverentes e sempre inventando mudanças. Quando um filho muda seu
padrão de comportamento a gente logo suspeita que tem alguma coisa errada.
Mudou de padrão, ficou diferente, a gente sempre extranha
Seu Noronha mudou com a família de
Minas para São Paulo. Sofreram muito no início – aquele jeito apressado do
paulista, trabalhando dia e noite, mal tendo tempo para dois dedinhos de prosa,
tão comum la no sítio da familia mineira
Marlene era cabelereira e num
esforço extraordinário realizou o seu sonho. Estudou enfermagem e agora
trabalha num hospital público. Tudo ficou diferente: tem de cumprir horários
rígidos, obedece uma rotina e aplica um padrão de conduta para cada
procedimento que realiza com os velhinhos da enfermaria que trabalha.
Seu Geraldino é um velhinho
simpático que sofre com a doença de Parkinson. Toda manhã o neto mais velho sai
com ele dando voltas no quarteirão da pracinha onde moram. Vez por outra, o
neto precisa ir primeiro na padaria, essa mudança de trajeto pertuba
intensamente o vô Geraldino – fica dificil conter seu nervosismo quando o
velhinho vê sua rotina perturbada pelo neto
Em conclusão:
Padronizamos nossas condutas, ou
seja, criamos uma rotina, sistematizamos nossos procedimentos para facilitar
nossa vida – um professor de escola pública tem um sistema de comportamentos
bem diferentes do segurança dessa escola
Para aprender coisas novas buscamos
identificar padões nos objetos e nos fenômenos – um biólogo sempre trabalhou no
laboratório e agora quer fazer pesquisa de campo – vai ter de se adaptar a um
novo padrão de conduta - muita descoberta será feita inesperadamente e com
muuito mais rapidez que no ambiente calmo do laboratório
Depois que troquei de emprego aumentou
meu salário e, felizmente, pude melhorar muito meu padrão de vida
O curioso é que nasce no cérebro
nossa necessidade de buscar um padrão repetitivo no mundo em que vivemos